O DOMINIUM SOBRE OS INDÍGENAS E AFRICANOS E A ESPECIFICIDADE DA SOBERANIA RÉGIA NO ATLÂNTICO Da colonização das ilhas à política ultramarina de Felipe III (1493-1615)
D. Francisco das Manhas e Manuel Cerveira Pereira triunfaram em Madri no ano de 1606. Nesse mesmo período, o projeto de apropriação do domínio sobre os indígenas e africanos e a realização do projeto imperial Habsburgo no Atlântico estavam sendo discutidos nos Conselhos reais. Como entender e explicar estas medidas? A contradição entre elas era indicada pelos próprios conselheiros do rei (“Sobre o pedido de Domingos de Araújo e Melchior Dias”, 17 de agosto de 1607. In: AGS, SP, l. 1466, f. 287.):
“E por que pelas informações que sobre esta matéria se tomaram se entende que nem as minas de que Gabriel Soares deu notícia nem outras algumas de que se tratou naquele estado do Brasil se acharam ser de efeito e as mais das pessoas que fizeram semelhantes ofertas tiveram mais intento de descer gentio do sertão e aproveitar-se dele que do descobrimento das minas de que se segue muito prejuízo ao serviço de V. Majestade.” [3349]
2ª fonte
Data: 01/01/2015
O Avesso da Costura: uma análise dos escritos de Gabriel Soares de Sousa (c.1540-1591). Gabriela Soares de Azevedo
Apesar de toda a curiosidade de uma viajante neófita, ao chegar em Madri embarquei diretamente do gigantesco aeroporto num trem bala em direção à cidade de Valladolid, local de nascimento do monarca Felipe II e coração da corte de Castela, para me juntar à leva de pesquisadores que acordam cedo para pegar o ônibus em direção ao Arquivo Geral de Simancas, situado na pequeníssima vila a 10 km de distância de Valladolid. No incrível castelo que abriga o arquivo fundado por Carlos V e completado por Felipe II, confirmei a não existência dos Capítulos naquele sítio, consultei os anexos de uma consulta da Junta da Fazenda relativa à proposta de Domingos Araújo e Belchior Dias Moréia sobre a descoberta de minas, de 1607, onde se encontram os dois alvarás derradeiros recebidos por Gabriel Soares, 71 e já no frigir dos ovos, ao perguntar se havia algum registro da presença de Varnhagen em Simancas, fui surpreendida com o Diário das consultas de Varnhagen na década de 1840, um detalhado registro das cópias solicitadas e realizadas a pedido do então embaixador do Brasil.
Os alvarás recebidos por Gabriel Soares de Sousa foram encontrados por João Francisco Lisboa no Livro 1º de Ofícios do Archivo do extinto Conselho Ultramarino, os quais se encontram hoje no Arquivo Histórico Ultramarino, em Portugal, códice 112, folhas 42/44. Francisco Lisboa os apresentou a F. A. de Varnhagen, que os publicou em 1858 num pequeno e referencial esboço biográfico de Gabriel Soares: VARNHAGEN, F.A. “Memória de Gabriel Soares de Sousa”. RIHGB, vol. 21, p. 413-424, 1858. Uma transcrição diplomática destes foi realizada por CORTESÃO, Jaime. Pauliceae Lusitana Monumenta Histórica. Lisboa: Real Gabinete Portugal de Leitura do Rio de Janeiro, 1956. p. 407 e ss. Tomo I. No entanto, notou perspicazmente o historiador pernambucano Jose Antonio Gonçalves de Mello a ausência dentre os alvarás precisamente da nomeação de Gabriel Soares como “Capitão-mor e Governador da conquista e descobrimento” e o seu regimento. Os dois itens foram localizados por este historiador nos anexos à Consulta da Junta da Fazenda de Portugal relativa à solicitação de descoberta de minas de Domingos de Araújo e Belchior Dias Moréia, feita em 1607 no Arquivo Geral de Simancas. Foram publicados no artigo “Dois Novos Documentos. Gabriel Soares de Sousa”. Separata do vol.51 da Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Recife, 1979. O original se encontra em AGS, Secretarias Provinciales, Lº1466. SANTAELLA, Roselli Stella. “Felipe II y Brasil”. Las Palmas: In: COLÓQUIO DE HISTÓRIA CANÁRIOAMERICANA/VIII CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTORIA DE AMERICA, XIII. Anais.Cabildo Insular de Gran Canaria, 2000, p. 865-875.
Não se trata de um diário de Varnhagen propriamente dito, ou seja, um registro íntimo do próprio historiador-diplomata, mas de um diário do arquivo a respeito das consultas de Varnhagen e sua correspondência com Manuel García Gonzales, oficial que ocupou o posto de arquivista em Simancas por 52 anos, desde 7 de agosto de 1815. Manuel García Gonzales, natural de Monforte, forma com D.Tomaz Gonzáles e Diego de Ayala a grande tríade do arquivo geral de Simancas. Estudava em Salamanca em 1808 quando começou a guerra, serviu como sargento de Auxiliares da Artilharia da Cidade de Rodrigo, caiu prisioneiro em 1810, ficando na França até o fim da guerra. Nomeado 4º oficial do Arquivo em 1815, depois segundo, primeiro e finalmente secretário, trabalhou até ser jubilado em 1º de fevereiro de [p. 52] [3488]
ME|NCIONADOS ATUALIZAR!!! EMERSON
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.