Grande incêndio ocorrido nos depósitos de algodão da fábrica de tecidos Votorantim
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Sobre o grande incêndio noticiou o jornal Cruzeiro do Sul em 26 de fevereiro de 1917: Arde um deposito de algodão da Fabrica de Tecidos de Votorantim. Os prejuizos aproximam-se de mil contos de reis.
O incendio começou as 18 h 45 min só foi contido de madrugada quando o corpo de bombeiros chegou. A fabrica de tecidos Votorantim pertence ao Banco União de São Paulo é um dos estabelecimentos industriaes de maior importância do Estado. Possue cerca de 1200 teares e neles trabalham calculadamente 3 mil operarios.
No deposito existiam 3200 fardos de algodão, muitas barricas de soda caustica e potassa, grande quantidade de farinha de trigo; enumeras botijas de ácido para preparação de tinta etc.O fogo tomou proporções assustadoras. A população de Votorantim, composta em quasi sua totalidade de operarios affluiu ao logar o incêndio rapidamentetentando dominar as chamas, luctando com grande dificuldade por falta de numero suficiente de mangueiras eaparelhos extinctores de incendio no deposito.Do inquerito aberto ficou constatado que o incendio não foi proposital, sendo o mesmo atribuido a alguma fagulhadesprendida por uma locomotiva fagulha esta que penetrou por abertura situada na parte superior do barracão.Os prejuizos subiram a quase 1000 contos de réis, estando o deposito de algodão da referida fábrica de tecidosseguro em 240 contos de réis.
Essa parte inferior que era "coisa", porque escrava, ou que era tratada como bicho, como nós tratamos gente camponesa, a gente que está por baixo, a gente miserável, essa gente que estava por baixo, foi despossuída da capacidade de ver, de entender o mundo. Porque se criou uma cultura erudita dos sábios, e se passou a chamar cultura vulgar a cultura que há nessa massa de gente.
Data: 01/11/1977 Fonte: José Viana de Oliveira Paula entrevista Darcy Ribeiro (1922-1997)*