A palavra “paulista” é empregada pela primeira vez pelo Visconde de Barbacena
27 de julho de 1671, segunda-feira Atualizado em 06/11/2025 20:57:54
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Ele expede uma ordem em que emprega a "nova" palavra
Afonso Furtado, visconde de Barbacena, "ilustre pelo esplendor do sangue e gloria do seu valor" na frase cortesã de Rocha Pita, assumiu em 1671 o governo da colônia. Não é aqui a ocasião adequada para se estudar o governo de Afonso Furtado.
Nem a debosquejar a curiosa figura desse administrador honrado, tenaz, laborioso, enérgico, letrado, mas — por que não o dizer? — fantasioso, bastantemente precipitado, e, com isso, crédulo mais do que convinha a um governador-geral.
Repitamos apenas que viera com ele, decididamente arraigada, esta deliberação verdadeiramente obsidente: descobrir — custasse o que custasse! — aquelas duas serras, tão faladas, que foram as duas ambições supremas do século: a serra da Sabarabuçu e a serra das Esmeraldas.
Prata e pedras! Essa idéia fixa de Afonso Furtado de Mendonça idéia enrodilhante, que o perseguia dia e noite com ardor, ressalta impressionante das dezenas de cartas que escreveu. Porque Afonso Furtado, na sua desatada sofreguidão por enriquecer o Reino com as cobiçadas minas, escrevia abundantemente ao Príncipe, e abundantemente aos governadores, e abundantemente aos capitães-generais, e abundantemente aos pràticos de metais.
Que correspondência desenfreada! Dois grossos volumes contêm essas letras frenéticas Começou ele por mandar a Fernão Dias Paes Leme carta sobre carta. Eram tudo incitamentos, promessas atiçadoras, grandes e fogosas palavras para que o potentado paulista se botasse pelos matos em busca de esmeraldas e prata.
Sabarabuçu! Serra das Esmeraldas! "... por diferentes correios tenho dado conta a Sua Alteza do grande serviço que Vossa Mercê lhe vae fazer no descobrimento da prata da Sabarabussú e da serra das Esmeraldas!" Ou então: "... possa eu dar conta dessa prata a Sua Alteza; e emfim se dezenganem os ministros q. as minas da Sabarabussú não são como as de Itabaiana".
E mais: "... espero dar a Vossa Mercê o parabem das mercês que lhe ha de este serviço adquirir e que lhe hei de solicitar com todo o empenho..." Não vale continuar. Seria demasiado enfadonho transladar para aqui tudo quanto o governador assoprou à vaidade do paulista.
O certo é que, ao receber tais e tantos rogos, o velho sertanista deliberou partir. "... que partisse (clamava Afonso Furtado) que partisse com todo o calor e brevidade possível, a antecipar a felicidade que parece guardada ao Príncipe, senhor de nós ambos".
A jornada de Fernão Dias Paes Leme, tão aventurosa e tão tràgica, é a jornada mais fascinante da história do bandeirismo. Mas não cabe aqui neste relato. Ela pertence mais às esmeraldas do que à prata. Serà por isso, contada com minudências em outro livro: o Sonho das Esmeraldas.
No entanto, para o fio desta crônica, é necessàrio dizer-se que Fernão Dias Paes Leme, compelido pelas ferventes letras de Afonso Furtado, partiu. "... partiu Fernão Dias, diz Taques, para conquista e descobrimento das minas de prata da Sabarabussú e da serra das Esmeraldas do sertão..." Là foi o gigante, visionàriamente, atràs dos dois sonhos màximos do seu tempo: pedras e prata. Là foi, sertão afora, atràs daquelas duas ofuscantes miragens que escaldavam o ânimo aventureiro de todos os violadoresde-sertão...— Sabarabuçu! Serra das Esmeraldas!
PRATADeixemos Fernão Dias Paes Leme partir. Que o desempenado cabo se và a pervagar errabundo por aqueles ermos medonhos dos Cataguazes! Sete anos, com a flâmula atrevida desfraldada à frente da tropa, o sacudido rompedor-de-mato hà decorrer aquelas horríficas brenhas de além-Mantiqueira. Sete anos de sertão!
E enquanto, no correr desses sete anos, o inquebrantàvel sertanejo là està perdido no âmago mais abruptado das selvas, cà fora, no litoral, eis que, entre os episódios singulares deste romance da prata, intercala-se agora, com surpresa de toda a colônia, novo e enlouquecente episódio. Um dia, na cidade do Salvador, surgiu inesperadamente um sertanejo curioso. Trazia larga bruaca cheia de pedras brancas.
E, com as pedras, esta notícia fulgidíssima: havia descoberto minas de prata! Mas não eram, desta vez, as minas de prata da Sabarabuçu. Nem as minas de prata de Melchior Dias. "... veiu à cidade da Bahia um morador do sertão, cujas experiencias e procedimentos poderam abonar as suas attestações. Informou ao governador Affonso Furtado ter descoberto grandiosas minas de prata em parte muyto deversa de em que se presumira achara Roberio Dias, e com a mesma abundancia que este promettera a Castella".
Quem era esse morador do sertão que assim carreava notícia tão ridente? Um mensageiro de certo Antônio Lemos Conde. E quem era Antônio Lemos Conde? Era, là pelo sul, provedor-mor dos Reais Quintos de ouro. Mensageiro, bem se vê, de pessoa qualificada e de alta responsabilidade. E a notícia, por isso mesmo, merecedora do mais alto crédito. Mas onde — perquiriu logo Afonso Furtado — onde ficavam as tais minas? Numa região inteiramente inesperada: em Paranaguà. Sim, em Paranaguà, no atual Estado do Paranà!
Não era aquilo coisa de se estranhar, não! E isso porque, na voz do povo, por esse tempo, corria como certo que "S. Paulo do Pirateninga, 250 legoas da Bahia para o sul, achou-se humas grandes Minas de prata das quaes se fez este anno experiencia e mostra render a prata dobrada mais que as do Potosí". Levado por tais rumores, o então governador, Salvador Correia de Sà, jà se havia aventurado atràs daquela prata. Pois, entre os serviços que enumera ter realizado
Para os hispano-americanos e os espanhóis, a designação dos paulistas sempre foi portugueses de San Pablo. O mais antigo emprego do gentílico de que temos notícia ocorre numa ordem do visconde de Barbacena a 27 de julho de 1671. Daí em diante generalizou-se rapidamente. A palavra bandeira vemo-la empregada pela primeira vez num documento do Conselho Ultramarino, datado de 1676 e pelo padre Altamirano em 1679 a falar em ‘banderas de certonistas’, meio século antes do que pensa Alcântara Machado.
Mas bandeirante parece ter-se tornado corrente mais tarde. Os espanhóis diziam ‘certones’, como em 1682 Juan Ortiz de Zárate. O mais antigo emprego do substantivo, como se nos deparou, data de 1640, quando Dom Luís de Mascarenhas, Conde d’ Alva, se referiu aos ‘bandeirantes’ de uma ‘bandeyra’ despachada contra os índios Pinarés. Os mais antigos documentos paulistas designam geralmente as bandeiras por viagem, entrada, jornada. Frota é mais recente e tornou-se inapagável para recordar a bandeira de João de Magalhães no Rio Grande do Sul.
Em 1671 Fernão Dias Pais recebeu ordens do governador Afonso Furtado para penetrar no sertão em busca das esmeraldas da mítica serra do Sabarabuçu. Parte em 21 de julho de 1674, tendo já 66 anos, fazendo-se acompanhar por 600 homens mais (cerca de 40 brancos ou mamelucos, e o restante, índios), entre eles seu filho Garcia Rodrigues Pais, e seu genro, Manuel da Borba Gato, casado com Maria Leite, e numerosos outros sertanistas.
[26876] “Notas sobre a evolução da morada paulista”. Luiz Saya (1911-1975) 01/01/1957 [26412] Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina* 01/02/2014
Visconde de Barbacena* Data: 01/01/1925 Créditos/Fonte: Oscar Pereira da Silva (1865–1939) Felisberto Caldeira Brant Pontes de Oliveira Horta
ID: 9234
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (1): 01/01/2014 - *O ITINERÁRIO DAS APARIÇÕES. AYVU RAPYTA E A PALAVRA DE LEÓN CADOGAN. EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.