Nascimento de Salvador Oliveira Leme, o “Saru-taiá”, na vila de Itu. Filho de João Lourenço Corim e Maria de Jesus Barboza
1721 Atualizado em 24/10/2025 03:33:15
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Filho de João Lourenço Corim e Maria de Jesus Barboza, moradores em Itu - SP. Ele casou com Rita Pires de Godoy, filha de Luiz Nogueira e Maria Pires. Rita nasceu em 1725. Ela faleceu em 1743. [0]
Almanach Litterario de São Paulo para o ano de 1877, José Maria Lisboa. 2° anoO Satú-taiá
Amigo e sr. J. M. Lisboa, - Em seu Almanak Litterario Paulista de 1876, deparei com uma notícia sobre o vulto histórico, que também tomei por título deste pequeno artigo.
Ai se diz, em resumo, que o Sarú-taiá descendia mui próximo, e que fora criado entre os aborígenes; que em seus princípios vagava pelas ruas de Sorocaba vendendo taiá, que carregava em burrinho e que apregoava pelas portas, enquanto jaziam enterradas em sua pequena casa, ou sítio, as grandes riquezas que possuía; que vivendo pela metade do século passado, organizara uma número expedição, internando-se pelos sertões do Paraguay, onde cativára muitos nativos, e fora afinal capitão-mór de Sorocaba.
Dá-nos também o artigo a que aludo, notícia de que o nome Sarú-taiá era composto de Sarú (abreviação de Salvador) e taiá, espécie de cará; sendo que o verdadeiro nome do personagem era Salvador Corrêa.
Contestando em sua maior parte as asserções que ficam transcritas, não me anima a intenção de criticar e menos de censurar o escrito assinado por F. M. P.: somente a verdade histórica obriga-me a opor a esse escritor, algumas corrigendas.
O personagem a que a tradição conserva ainda o apelido de Sarú-taiá, não chama-se Salvador Corrêa e sim Salvador de Oliveira Leme: não teve os princípios que o articulista lhe atribui, nem havia sido criado entre os aborígenes, Salvador de Oliveira Leme faleceu em Sorocaba onde residiu, a 5 de julho de 1802, e do seu testamento (ainda existente no 1o. cartório de órfãos da cidade de São Paulo) se vê que foi natural de Ytú, filho legítimo de João Lourenço Curin e de d. Maria de Jesus; neto paterno de Sebastião Sutil de Oliveira e de d. Luzia Curin, todas pessoas consideradas, que tiveram na vila da Parnahyba os seus ascendentes, como nos dá a conhecer a Genealogia das principais famílias de São Paulo, trabalho precioso do paulista Pedro Taques de Almeida Paes Leme, ha poucos anos publicado na Revista do Instituto Histórico do Rio de Janeiro.
Do seu testamento consta mais, que o capitão-mór Salvador de Oliveira Leme foi contratador dos direitos reais no século passado em toda a comarca, que estendia-se desde Sorocaba até além de Curitiba, sendo por isso improvável que organizasse a expedição e com ela devassasse as regiões paraguaias naquele tempo, em que além de ser muito moço, já tinham cessado as excursões dos paulistas em procura de nativos; excursões que tiveram a sua época nos séculos XVI e XVII, e que cessaram inteiramente de 1700 a 1720 com a descoberta das minas de ouro nos territórios de Minas Gerais, Goyaz e Mato-Grosso.
Ainda de seu testamento consta que fora casado duas vezes, a primeira com d. Rita de Godoy, da qual teve somente um filho, que foi o ajudante Francisco Xavier de Oliveira, par de três respeitáveis senhoras, d. Manoela, d. Rita e d. Anna, que fundaram o Recolhimento de Santa Clara em Sorocaba, para o qual o capitão Salvador de Oliveira Leme e sua segunda mulher d. Maria do Rosário deixaram legados em seus testamentos; assim como deixaram legados para o hospital de caridade, que a esse tempo, em 1801 a 1803, estava tratando de fundar o coronel Francisco José de Souza.
Do segundo casamento teve o referido capitão-mór 4 filhos, que foram:
1 - Vicente de Oliveira, casado e falecido em Cuyabá.
2 - Antonio João Ordonho, sargento-mór, casado com d. Hermenegilda Ferreira.
3 - D. Gertrudes do Rosário, casado com o sargento-mór Manoel Joaquim de Castro.
4 - D. Anna Maria, casada com o coronel Paulino Ayres de Aguirra. Destes últimos houve entre outros filhos, d. Gertrudes Eufrozina Ayres, que foi casado com o coronel Antonio Francisco de Aguiar, pai do finado brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar.
A este como bisneto deixou o referido capitão-mór Salvador de Oliveira Leme uma escravizada, por estas palavras de seu testamento: "deixo a meu bisneto Rafael, filho de minha neta Gertrudes, casada com o tenente coronel Antonio Francisco de Aguiar, a escravizada Delfina".
Que o capitão-mór Oliveira Leme possuiu grande riquezas para a sua época, demonstra-o o seu testamento: dele se vê que além de muitas propriedades de raiz, grande escravatura e dinheiro em giro, edificou á sua custa uma capela á Senhora das Dores em sua fazenda de Pirapóra, distrito de Sorocaba, e outra á Senhora do Rosário na então vila de Sorocaba, que ambas dotou com patrimônio.
Do exposto resulta que o Sarú-taiá não foi uma espécie de aventureiro que nos descreve o sr. F. M. P.; foi antes um paulista muito distinto, cuja vida e feitos deixou assinalados para respeito e veneração da posteridade.
O Saru-taiá era de raça indígena: seu nome Sarú é a tradução do nome Salvador; ainda hoje os índios usam dessa palavra, cujo significado é incontestável. Taiá, é uma espécie de cará, e figura aqui como uma alcunha vulgar por ser um dos gêneros do seu comércio. O verdadeiro nome era Salvador de Oliveira Leme.
Descendente muito próximo dos aborígenes, criado entre eles, Salvador, apesar de sua riqueza, não pudera, talvez, renunciar a vida simples e trabalhosa e dali viria a crença de sua pretendida avareza.
Saú. Adjetivo. Pelo; sáua, peludo: entra na composição do vocábulo sagui e da frase nheengatú saútuáia, vernacularizada no etimo.
Sarútáiá, de Saú (sáua), peluda, e tuáia, cauda; cauda peluda: é o nome do "Callithrix seicuria", Macaca sáua-tuáia, contraído em Sarutáiá. Saú é o nome aplicado ás espécies do gênero Callithrix que tem cauda peluda.
Sarútáia, que se divulgou em São Paulo com a pronúncia - Sarútáiá - era alcunha pejorativa e deprimente aplicadas, pelos seu contemporâneos, ao ilustre capitão-mór de Sorocaba, Salvador de Oliveira Leme, falecido em 1802, deixando notabilíssima descendência que ainda lhe honra a memória.
Já houve quem tentasse traduzir - Sarútáiá - por Saúí, abreviatura de Salvador, e táiá, espécie de cará nativo: procurando justificativa para sua definição, o improvisado tupinista informava chamar-se o Sarútáiá, Salvador Corrêa, ser muito próximo descendente de aborígenes e ter-lhe vindo a alcunha pela circunstância de haver começado sua vida mercando em Sorocaba, de porta em porta, a raiz da táióba.
Tudo isto, entretanto, não passa de méra fantasia. Nem o sufixo - táiá - (cauda, rabo) tem relação alguma com táiá (túbera da taioba), embora a vernaculização haja estabelecido a mais absoluta identidade de pronuncia, nem o Sarútáiá era o pária social insinuado pois, descendente direto das opulentas famílias patriarcais, Leme e Oliveira, já nascera rico e rico imensamente veio a falecer.
Antigamente e ainda hoje, entre os velhos paulistas, chamavam-se e ainda se chamam, rabudas, ás pessoas excessivamente severas, sempre prontas a punirem com rigor faltas perdoáveis por insignificantes. Rabudo era e ainda é, entre os roceiros de São Paulo, sinônimo de coisa-ruim.
Salvador Leme, sem embargo de suas grandes qualidades, era severíssimo para com seus fâmulos e dependentes. Ainda é de memória popular em Sorocaba, a maneira por que administrou as obras da Igreja do Rosário, por ele erguida em homenagem á santa padroeira de sua segunda mulher, d. Maria do Rosário:
vigiando atentamente, ainda que á distância, o trabalho dos taipeiros, sempre que algum deles diminuía de energia no labor ou por momentos cessava de trabalhar, uma pelotada certeira e contundente desferida pelo bodoque de Salvador Leme, avisava o opetário da presença e fiscalização do senhor.
[27691] “Sarú-taiá”, 10.1876. Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878)* 01/10/1876 [5211] A lenda do ouro do Saru-taiá 15/09/1884 [27675] Vocabulário Nheengatú, 1936. Afonso A. de Freitas 01/01/1936 [27692] Os efeitos da urbanização sobre o meio ambiente nos municípios de Itapetininga e Piracicaba - São Paulo, 2015. Isair Laurentina de Paula Sueiro. Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas. Departamento de Geografia 01/01/2015 [28909] Biografia de Salvador de Oliveira Leme, o Sarutayá, consultado em jlnogueira.no.comunidades.net 15/04/2023
ME|NCIONADOS ATUALIZAR!!! EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.