A lenda dos palhaços da kombi branca traficantes de órgãos
5 de junho de 1995, segunda-feira Atualizado em 30/10/2025 23:41:53
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Em 1995 o jornal "Notícias Populares" acompanhou a investigação sobre um suposto bando que apavorou São Paulo. A ação do grupo consistia em atrair crianças com balas e doces e depois as jogarem numa Kombi branca, sumindo em seguida. Passados alguns dias, a criança raptada era encontrada sem os órgãos.
As reportagens sobre o caso, que ficou conhecido como o Bando do Palhaço, foram publicadas no "Notícias Populares" entre os dias 20 de maio e 5 de junho de 1995. Ainda que o jornal tenha deixado claro que em suas páginas que o assunto se tratava de boato, o caso teve grande repercussão.
Tudo começou com Aline, uma menina de 11 anos, da cidade de Carapicuíba (Grande São Paulo), que estava desaparecida desde o dia 31 de março daquele ano. A partir daí o boato de que ela teria sido vítima do Bando do Palhaço se espalhou pelo Estado.
Moradores de Cidade Tiradentes, na zona leste da capital, do Capão Redondo, na zona sul, e do município de Osasco, por exemplo, já não deixavam mais seus filhos irem sozinhos à escola.
Em maio de 95, NP publicou retrato falado do palhaço. A polícia, entretanto, sempre afirmou que a gangue nunca havia existido, pois não fora registrado nenhum caso ou queixa comprovada sobre o assunto. O delegado titular de Carapicuíba, onde começou a boataria, afirmava: "A gangue é fruto da imaginação de alguém. Se eu descobrir quem começou com isso, prendo".
Mesmo diante das negativas da polícia e de o "NP" publicar que tudo não passava de boato, algumas pessoas juravam ter visto os assassinos de crianças. A dona de casa N. E., moradora do Tucuruvi (zona norte), afirmou que o bando havia tentado raptar seus filhos no começo de 1995.
Em outros bairros da zona norte da capital paulista, a população também ficou amedrontada. Cleide Tavares, 40, afirmou que "eles tentaram atacar uma criança em frente a uma creche". O mecânico Carlos Adônis, de Perus, contou que sua filha não queria mais ir à escola.
Por causa da boataria, palhaços profissionais começaram a perder seus empregos, como revelou reportagem do "NP" publicada em 23 de maio de 1995. Edmilson José da Silva, que trabalhava em Carapicuíba como o palhaço Vuku-Vuku, estava sem emprego havia um mês. "Só de olhar um pôster com meu retrato na rua, eu já vi criança morrendo de medo", afirmava.
Vanderlei Costa, o palhaço Mamadeira, que à época era um dos sócios do sindicato dos palhaços, disse que a história iria "afastar as crianças dos palhaços".
Além do problema de desemprego, uma palhaça chegou a ser ameaçada de morte, conforme noticiou o jornal em 30 de maio.
Os palhaços Solange e Benedito, que encenavam Maria Pipoca e Tatupim, respectivamente, tiveram a vida em risco em ameaças feitas pela população. O casal era xingado cada vez que saía de casa. Em uma ocasião, os dois foram denunciados à Rota por um taxista e acabaram na delegacia. "Outro dia usei um batom 24 horas e saí na rua. Muita gente me olhou torto, e nunca senti tanto medo na minha vida", contou Solange.
Robson Martins, da companhia Tulim-pim-pim, voltava com sua Kombi pela rodovia dos Bandeirantes, acompanhado de Ricardo Galdeano, vestido de palhaço, e Sílvia Martins, fantasiada de bailarina, e relatou que foi ameaçado: "Na saída para a marginal Pinheiros, um cara que estava num Corcel branco e se dizia policial nos obrigou a parar e nos ameaçou com uma arma".
O medo de ataques do Bando do Palhaço fez com que escolas de Carapicuíba contratassem seguranças para proteger as crianças, como informou o "Notícias Populares" em 25 de maio.
No dia 27, o jornal publicou que o boato da gangue estava apavorando o interior e o litoral do Estado. Moradores de São Roque (SP) sentiam-se amedrontados com o bando que sequestrava crianças para tirar os órgãos.
O pânico chegou também chegou a Peruíbe (litoral sul de SP). A população das duas cidades dizia que um médico grisalho teria se juntado à gangue. Vera Lúcia Rodrigues, de São Roque (SP), jurou ter visto os três com a perua em frente de uma padaria. "O palhaço tentou atrair minhas filhas, mas eu fugi."
À medida que os boatos sobre a gangue se multiplicavam, a polícia tinha mais trabalho. A delegacia de Carapicuíba recebia mais de 20 ligações por dia de pessoas apavoradas com o bando. "Ninguém aguenta mais", dizia o delegado da cidade, Brasílio Machado.
"Bando do palhaço não existe" foi a manchete da última reportagem da série, publicada no dia 5 de junho. O "NP", a polícia e o repórter Gil Gomes investigaram o caso por dois meses e chegaram à mesma conclusão: tudo não passava de boato.
Desde que as notícias começaram a ser veiculadas, Gil Gomes começou sua investigação, entrevistando os pais das crianças desaparecidas e a polícia. "Tudo não passa de boato. Até hoje, nenhuma criança foi encontrada morta sem os órgãos", garantia ele.
O delegado-geral da polícia Antônio Carlos Machado também afirmou que a gangue não existia. "Fizemos uma investigação no Estado todo. Nunca um caso desse tipo foi registrado", afirmou.
O caso do "Bando do Palhaço", guardadas as devidas proporções, lembrou o episódio em que o então desconhecido Orson Welles (diretor de "Cidadão Kane"), em 1938, entrou no ar da rede de rádio CBS para informar uma suposta invasão de marcianos à cidade de Grovers Mill, no Estado de Nova Jersey (EUA). Welles apenas dramatizou trechos do livro de ficção científica "A Guerra dos Mundos", do escritor inglês Herbert George Wells.
No dia seguinte o jornal "Daily News" resumiu o episódio com a manchete "Guerra falsa no rádio espalha terror pelos Estados Unidos". No Brasil, mesmo com os constantes informes do "Notícias Populares" de que tudo não passava de boato, a história mostrou como pode ser perigoso um boato, a ponto de causar desemprego, despertar violência e colocar vidas em risco.
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
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Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.