11 de dezembro de 1970, sexta-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Nunca é demais lembrar que nos anos mais duros da ditadura, o Grande Oriente do Brasil, como os maçons a chamam, manteve em seus quadros homens da repressão. É o que fica patente em um documento da Polícia Política, encontrado durante pesquisas da CEV-Rio, no arquivo do Estado do Rio de Janeiro (Aperj).Em carta dirigida ao “Sr. Coronel Diretor do Departamento de Ordem Política e Social- (DOPS)”, protocolada sob o número 4584, em 11 de dezembro de 1970, um dos mais duros do regime, um “ex-funcionário” daquele departamento, de nome dedura o diretor do Grande Oriente do Brasil (Maçonaria), Moacyr Arbex Dinamarco, “brasileiro, casado, natural da Guanabara”, dedura o diretor do Grande Oriente do Brasil (Maçonaria), Moacyr Arbex Dinamarco.Em sua carta, diz que a loja está cheia de “elementos que, por força de sua profissão” (ele foi chefe da Seção de Ordem Pública, da Seção de Ordem Política) seriam “subversivos, comunistas e corruptos”.
No exercício de “deduragem”, Darcy acusa o “atual Grão-Mestre Geral, Moacyr Arbex Dinamarco” de, apesar de tê-lo procurado, acenando com o “saneamento, com a expulsão da Ordem, de elementos notoriamente conhecidos por exercerem atividades comunistas”, agora fazia vista grossa à presença deles. Na opinião de Darcy, a promessa de Moacyr foi apenas para ficar bem com as Forças Armadas.As denúncias do “araponga” descem a minúcias do tipo: um pretenso movimento contra a sua entrada para o Grande Oriente, por ser do DOPS, bem como a de um colega, de nome Heraldo Alves da Silva, pertencente ao Cenimar (Centro de Informações da Marinha).
Na carta, ele expõe a estratégia que adotou para barrar o movimento contra a sua entrada e a de outros integrantes dos quadros da repressão. “Vendo que, na defesa dos interesses maiores de seus ideais teria de travar na ordem maçônica o mesmo combate que sempre manteve contra o comunismo e os já citados elementos”, para lá encaminhou outros companheiros do DOPS, “a fim de poder lutar com mais desembaraço e eficiência”. (No recorte abaixo, leia outras “providências” tomadas pelo agente, a fim de “sanear” a Ordem):
Não satisfeitos com as providências do Grão-Mestre, os templários exigiram a expulsão imediata do grupo que, segundo o “araponga”, estavam “usando a Maçonaria como escudo para as suas atividades comunistas e criminais (estelionatos), e toda a sorte de falcatruas e aliciamento para o PC, que não quer perder a frente que tem no interior do Grande Oriente”.
Diante da pressão exercida sobre o Grão-Mestre Geral, Moacyr Arbex Dinamarco, na descrição pormenorizada de Darcy, revoltou-se contra os templários: “o tenente coronel Bilac Vargas Dalkastanhy, o major Armando Encarnação Moreira; o capitão Antonio José Blanco; o tenente Heraldo Alves da Silva (Marinha); e os civis: Dr. João de Araújo Pedrosa; Arthur Alves de Carvalho; o Dr. Carlos Eduardo Peçanha e o declarante”.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!