14 de agosto de 1822, quarta-feira Atualizado em 24/10/2025 02:36:34
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No dia 14 de agosto de 1822 partiu o príncipe. No dia 25 chegou a S. Paulo onde foi recebido com provas de amor e respeito. Sciente da natureza dos motins de 23 de maio e 19 de [Revista do Instituto e Geográfico de São Paulo. Vol. XVIII, 1913. Página 70]
Em ato de 14 de agosto de 1821, D. Pedro ordenou a criação da Junta de Governo mineira, com eleição marcada para 1º de outubro daquele ano. Muito provavelmente, dos desdobramentos dessas eleições dependeriam iniciativas a serem tomadas no Rio de Janeiro. [DE ALTEZA REAL A IMPERADOR: O Governo do Príncipe D. Pedro, de abril de 1821 a outubro de 1822, 2006. Vera Lúcia Nagib Bittencourt. Página 200]
Finalmente, em 14 de agosto de 1822, D. Pedro considerou que havia chegadoo momento de iniciar uma visita, anunciada desde maio, a São Paulo.Para poder deixar a Corte, encarregou do governo a um conselho a serpresidido por D. Leopoldina568, através de decreto datado do dia anterior.A disposição de Sua Alteza Real evidenciava-se em circular, do mesmo 14 deagosto, dirigida ao Corpo Diplomático e assinada pelo ministro José Bonifácio, onde seafirmava a soberania do governo do Reino do Brasil, na pessoa do Príncipe.Tendo o Brasil, que se considera tão livre como o reino de Portugal,sacudido o jugo da sujeição e inferioridade com que o reino irmão opretendia escravizar, e passando a proclamar solenemente a suaindependência, e a exigir uma assembléia legislativa dentro de seupróprio território, com as mesmas atribuições que a de Lisboa, salva,porém, a devida e decorosa união com todas as partes da grandefamília portuguesa e debaixo de um só chefe supremo, o Senhor D.João VI, ora oprimido em Lisboa por uma facção desorganizada emestado de cativeiro, o que só bastava para que o Brasil nãoreconhecesse mais o congresso de Lisboa, nem as ordens de seuexecutivo, por serem forçadas e nulas por direito; e devendo, para seevitar a queda da Monarquia e a confusão dos interregnos, devolverde toda a autoridade e plenitude de ação em S.A.R. o Príncipe Regentedo Reino do Brasil, herdeiro do trono e legítimo delegado deS.M.569.[grifos meus]Na circular, S.A.R. tratava de afirmar novos argumentos sobre a legitimidadedas posições que assumia, no Rio de Janeiro. Até pouco antes eram as Cortes o centro daunidade, no império português. Mas elas extrapolaram em suas pretensões; “traidoras” danação, usurpadoras da condição de Reino do Brasil e de Regente, do Príncipe, perderam a ...
Ainda em 14 de agosto, D. Pedro cuidou de se munir de condições especiaispara atuar durante a viagem à Província paulista, usando de expediente similar ao que haviautilizado durante a viagem a Minas, ao nomear, também por decreto de 13 de agosto, a Luizde Saldanha da Gama570, para acompanhar-Me e desempenhar interinamente junto à MinhaReal Pessoa, durante a Minha ausência desta Capital, as funções de Meu Ministro eSecretário de Estado.571 [DE ALTEZA REAL A IMPERADOR: O Governo do Príncipe D. Pedro, de abril de 1821 a outubro de 1822, 2006. Vera Lúcia Nagib Bittencourt. Páginas 319 e 320]
A composição do Governo estava bastante alterada em relação à sua formaçãoinicial e sua autoridade contestada, especialmente pela Comarca de Itu, composta pelas vilas de Itu, Sorocaba, São Carlos (Campinas) e Porto Feliz572.Assim se justificaram as medidas do Príncipe, no texto do próprio decreto:(...) não Me podia ser indiferente o modo ilegal e faccioso com que oschamados Povo e Tropa da cidade de S. Paulo, instigados por algunsdesorganizadores e rebeldes, que por desgraça da Província se achamentre os Membros do seu atual Governo, se tem ultimamentecomportado: Querendo pois dar pronto remédio a tais desordens, eatentados que diariamente vão crescendo: Hei por bem cassar opresente Governo, e Ordenar que os Eleitores de Paróquiasconvocados nas cabeças dos Distritos segundo o Meu Decreto de 3 docorrente e instruções a ele anexas, depois de procederem à nomeaçãodos Deputados para a Assembléia Geral Constituinte e Legislativadeste Reino do Brasil, passem imediatamente a nomear um GovernoProvisório legítimo(...)573.No entanto, as determinações de D. Pedro, até 14 de agosto, não haviam sidoobservadas.A iniciativa de Sua Alteza Real, aparentemente justificada por uma atitude deapoio a seu ministro José Bonifácio, diretamente envolvido nos episódios em São Paulo, umavez que o levante de Tropas e Povo, liderado pelo Cel. Francisco Ignácio de Souza Queiroz,em 23 de maio de 1822, havia resultado na deposição de seu irmão Martim Francisco eprovocado a saída dele da Província, continua suscitando uma série de questionamentos [Página 321]
Francisco Ignácio, de certa forma, ironizava a pretensão de setores do Governona Corte de, através de Guaratinguetá, ignorar a cidade de São Paulo nos negócios do sul,quando em carta a Estevão Ribeiro de Rezende, argumentava:comprova esta verdade a cópia do Aviso Régio da Secretaria deGuerra dirigido ao Capitão Mor Mello de Guaratinguetá, o qual sótende a acabar de desunir esta Província e mostrar o ridículo dasmedidas de defesa ali tomadas como se Guaratinguetá ao Norte destaCidade sem gente, nem armamento, e em uma distância extraordináriadas Comarcas de Curitiba e Itu, ambas ao Sul, só com o cartuxameembalado, que receber pudesse servir ao apoio e auxílio aos povos dasoutras duas Comarcas. É necessário não ter idéia alguma da Cartadesta província para ignorar que Guaratinguetá divide com MinasGerais e com as Vilas marítimas de São Sebastião e outras: taisprovidências só servem para desacreditar quem as dá sem produziremo menor bem610.O Príncipe deveria intervir, mas com cautela e de alguma forma amparado porforças capazes de se contrapor ao poder dos grandes negociantes, controladores de tropas demilícias, reunidos em torno de Francisco Ignácio. Portanto, ao deixar o Rio de Janeiro emagosto, D. Pedro deveria ter preparado apoios, negociado alianças e estabelecido as condiçõesde sua atuação. A presença de produtores do Vale do Paraíba, no Rio de Janeiro,especialmente nas reuniões da Sociedade dos Cavaleiros de Santa Cruz611, entre os quais Manuel Marcondes de Oliveira Mello612, importante proprietário em Guaratinguetá, sugeriamentendimentos para a viagem de Sua Alteza Real até São Paulo.De acordo com a narrativa de Francisco de Castro Canto e Melo,partiu o Príncipe Regente da corte, em direção a esta capital [SãoPaulo] a 14 de agosto de 1822, sendo acompanhado por Dom Luís deSaldanha da Gama, depois Marquês de Taubaté, ajudante FranciscoGomes da Silva, por apelido – Chalaça-, por mim e pelos criadosparticulares do paço João Carlota e João de Carvalho.613Pela Real Estrada de Santa Cruz614, o Príncipe dirigia-se ao sul, deixando o Riode Janeiro pela segunda vez, em direção à Província conflagrada. A viagem a Minas, realizadaentre março e abril do mesmo ano havia sido um sucesso. Estratégia semelhante foi utilizada,buscando o Príncipe construir sua autoridade por um movimento de articulação de apoios, [Páginas 336 e 337]
aparentemente espontâneos, mas, possivelmente já negociados, ao seu governo e liderança,pelos caminhos que iria percorrer, em marcha em direção à capital, São Paulo.Em Venda Grande, principal entroncamento da Real Estrada de Santa Cruzcom acesso para Minas Gerais, juntaram-se à comitiva, o tenente-coronel Joaquim AranhaBarreto de Camargo615, proprietário de fazenda e engenho na região de Campinas, que serianomeado, por decreto de 23 de agosto, governador de armas da Praça de Santos e o PadreBelchior Pinheiro, que havia participado da viagem a Minas e trazia o apoio de importantesfamílias mineiras que mantinham laços de parentesco com poderosos proprietáriosestabelecidos no Vale do Paraíba616, por onde a comitiva deveria seguir.O primeiro pouso foi feito na Real Fazenda de Santa Cruz617; incorporada aopatrimônio do Príncipe, era local seguro não só para um descanso, mas para as últimas gestõesquanto à viagem que se iniciava. Quando, em janeiro de 1822, a família do Príncipe sentiu-seameaçada, foi para Santa Cruz. Na Fazenda, em 14 de agosto, D. Pedro encontrou com JoãoCarlos de Oeynhausen, em trânsito para o Rio de Janeiro, a cumprir determinação do governo.Apesar de tentar, o ex-governador de São Paulo não conseguiu audiência com o Príncipe queinsistiu para que ele continuasse viagem e se apresentasse na Corte.Achando-se este [D.Pedro] de pouso em Santa Cruz, aí chegou, natarde desse mesmo dia, o ex-governador de São Paulo, João CarlosAugusto Oeynhausen, que ia de retirada para a corte, por ordem doPríncipe Regente, e pretendendo falar ao Príncipe, foi-lhe, de ordem [Página 338]
D. Pedro I partiu para São Paulo, cujo governo reacionário parecia querer desacatar José Bonifácio
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.