Caxias escreve ao Imperador do Quartel general do exército pacificador na cidade de Sorocaba, 20 de junho de 1842
20 de junho de 1842, segunda-feira Atualizado em 24/10/2025 03:34:02
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Luís Alves de Lima e Silva, o então Barão de Caxias entrou a galope em Sorocaba, passando às 9 horas da manhã de 20 de junho de 1842, pela ponte de madeira. [Exército Brasileiro (eb.mil.br)]
Aqui esteve para prender os revoltosos "liberais". Segundo a Tipografia Riograndense "tocou terror" entre os moradores de Sorocaba (imagem 1).
Os liberais de São Paulo e de Minas tinham recorrido às armas para libertar, segundo diziam, o jovem imperador da coação em que estava, dominado pelo ministério, e para evitar que fosse aniquilada a constituição e rebaixado o trono com a execução das leis de criação do Conselho de Estado e da reforma do Código do Processo.
Caxias apeou no Palácio do Governo onde o esperava Feijó, que ele enviou sob custódia, por não poder prendê-lo. A casa que serviu de quartel-general ficava na rua Dom Alvarenga, esquina da rua Álvaro Soares.
IMAGEM 1
Que chegando a Sorocaba faz apoderar-se das família o terror, quando tudo estava delineado, maugrado seu, e convenientemente emboscada toda infantaria muito além das avenidas, daquela cidade, a repelir a agressão empreendida, retirando-se precipitadamente com a cavalaria a título de tomar a defensiva em posição vantajosa, ordenando depois á retirada da gente emboscada, que considerando-se atraiçoadas, recolheu-se em grande número em a suas casas, cujo pretexto bastou para destroçar o resto com a ezasiva de ter isso Instruções Superiores orientando ao General contrario dessa medida como se depreende do seu ofício de 20 de junho (Jornal do Commercio no. 181) motivando desta arte a formal contradição daquele quando no seu proclama aos individuos, debandados afiança que voltarão tranquilos a suas habitações os que desarmados se apresentassem no prazo de oito dias; ao mesmo tempo que no ofício do dia subsequente endereçado ao ministério da Guerra, afirma ter dado o último garrote á rebelião com a política de desarmar os prisioneiros rebeldos sem com tudo garantir-lhes coisa alguma!!!Era o grande homem cercado pela Providência Divina para iludir abusando da boa fé dos comprometidos, que prometendo o que não pode por execução não se seja em ser perante o respeitável Público contrádirio, sem que se possa acobertar com a favorita persuação de estratégia da guerra, por isso que convencido estava da debandada da força oposicionista!Como me tenha tornado prolixo, com a enumeração desses poucos fatos, omito outros, ainda que com eles melhor convenceria o Leitor do casual de vangloria-se o nobre Ajudante de Campo e atual Presidente criado pela Providência, de tantos triunfos reservando igualmente os feitos ocorridos em Minas para penas hábeis os descreveram, visto conservar em si este ameno solo Rio Grandense atletas esclarecidos, que por convicção, e não com a mira em particular interesse defendem os direitos da sua Liberdade dadivados pela natureza!!Resta-me por agora rogar ao Liberal Redator o obzéquio de prestar a esta, no caso de a julgar admissível uma página de seu estimável Periódico. Assinado "O amigo da verdade" [Tipografia Riograndense]
Caxias escreve ao Imperador do Quartel general do exército pacificador na cidade de Sorocaba, 20 de junho de 1842
"Como já tive a honra de comunicar a V. Ex., tomei a ofensiva na noite de 11 do corrente, e dividindo a força sob meu comando, que não passava de 900 homens das três armas, em duas colunas, e marchando toda essa noite por caminhos que se julgavam impraticáveis, procurei atacar os rebeldes que então montavam a mil, de flanco e pela frente; porém estes, temerosos pela audácia dos meus movimentos, e pela bravura com que avançaram as forças ao meu mando, retiraram-se da fazenda de Caracupuiva, que ocupei.
No dia imediato, ainda dividido em duas colunas, procurei batê-los de frente e de revez; mas eles retiraram-se precipitadamente da margem esquerda do rio Baruery, que ocupavam, caindo em nosso poder uma peça de artilharia, alguma bagagem, e grande porção de mantimentos.
De então para cá perdi as esperanças de os poder atacar áquem desta cidade de Sorocaba, para onde haviam concentrado todas as suas forças, em número de 1.600 combatentes, e assestada a artilharia que tinham tirado da fábrica de ferro de São João de Ypanema; e ordenando então ao coronel Leite Pacheco, que comandava a coluna que tinha ido ocupar a cidade de Itú, abandonada pelos rebeldes, ao tenente-coronel Bezerra, comandante da de Campinas, e ao major Bloem diretor da referida fábrica e comandante das forças e Tatuy, que as machas forçadas viessem fazer junção comigo no alto de Boa Vista, um quarto de légua distante desta cidade, afim de cercar o inimigo, puz-me em marca pelas oito horas da manhã da fazenda do Passa-Três, apenas com 700 homens: e notando não encontrar durante a minha marcha algum poto avançado dos rebeldes, desconfiei de que houvessem abandonado a cidade, foco da rebelião"
Assim, no dia 20 de junho, estava o general da legalidade na casa da presidência interina, e o honrado e dedicado senador Feijó, metido em uma caleça, caminhava, guardado por numerosa escolta, para a Cidade de São Paulo, levando sobre o semblante os traços de uma alma impassível na desgraça, e os sinais de uma consciência tranquila, pela convicção de haver fielmente preenchido o seu dever.
Rafael Tobias caminhava ainda para Itapetininga, quando teve notícia do ocorrido em Sorocaba, e conhecendo a extensão dos perigos que o ameaçavam, tratou de refugiar-se, não podendo, todavia, escapar à política da traição, de que se ele queixa em seu manifesto. Assim, estava vencido, e com tão pouco custo pela parte da legalidade, aquele movimento, filho do entusiasmo, mas tão infelizmente dirigido.
No dia 20 de junho de 1842, as tropas governamentais entraram em Sorocaba, mas Tobias de Aguiarjá havia fugido e Feijó foi preso.Bloem ficou numa situação difícil, ao fim da revolta. Consta que eleencontrou Caxias no dia 20, horas antes da entrada em Sorocaba. Caxias deuordem para que ele perseguisse e prendesse Tobias.88 Bloem buscou-o nasredondezas, sem sucesso, e retornou à Fábrica em julho. Tobias só foi presoem novembro daquele ano, no Rio Grande do Sul. Na Corte, o jornal Sentinellada Monarquia, ligado ao senador Bernardo Vasconcelos,89 conservador, fezgraves críticas pessoais a Bloem, acusando-o de ter ajudado Tobias antes dachegada de Caxias, de ter comportamento duplo, de ser um “administradorrico de uma administração pobre” e de ser um absurdo que Bloem fosseencarregado de perseguir Tobias:mas como poderia ser preso Tobias se o Exmo. General foi iludido na confiança que depositou no major Bloem a quem encarregou de sua captura? Como poderia ser preso o chefedos rebeldes de São Paulo sendo o major Bloem o incumbido de prendê-lo? O major Bloem? Que benigno astro teria presidido ao seu nascimento ou a sua chegada ao Brasil?Destituído de préstimo, de conhecimentos, não tendo outro merecimento que alguma atividade, e esta mesma empregada em proveito individual, que de ordinário é avesso aos interesses públicos, como todos compreendem, tem obtido todavia tal consideração que selhe tem conferido empregos de grande importância e comissões de alta consequência, cujodesempenho tem sido como ninguém ignora, e tal é sua feliz estrela que tem sido conservado nesses empregos, e ainda mais premiado como bom serventuário da nação.90Aluísio de Almeida afirma que Caxias escreveu ao presidente da província,Costa Carvalho, para “que substituísse Bloem, por não andar às boas nem como Freitas, de Tatuí, nem com Carlos Augusto Oliva, comandante de Sorocaba”.
Em 20 de junho o General Caxias entra em Sorocaba. Os canhões não foram disparados, afinal, a revolução, em Sorocaba, já estava derrotada. Caxias teria mandado enterrar os canhões junto a ponte do rio Sorocaba. [“Os canhões de Ipanema: tecnologia, indústria, logística e política em 1840” p.22]
Em 20 de junho seguinte aqui esteve o insigne Duque de Caxias, que, após vencer a Revolução, partiu daqui para Minas Gerais, que, também se revoltara, conjuntamente com São Paulo.
[28413] Diário do Rio de Janeiro 27/06/1842 [3408] Exposição que reconta os detalhes da Revolução será aberta hoje 17/05/2012 [20533] História da Revolução Liberal de 1842, José Antônio Marinho 01/11/2015 [24609] Os canhões de Ipanema: tecnologia, indústria, logística e política em 1840 01/01/2021 [28422] História de Sorocaba, consultado em Confederação Brasileira de Fotografia confoto.art.br 06/03/2023
ME|NCIONADOS ATUALIZAR!!! EMERSON
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.