9 de novembro de 1886, terça-feira Atualizado em 31/10/2025 03:42:34
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O texto publicado na Revista de Engenharia, do Rio de Janeiro, em 1886, detalha a visita do imperador D. Pedro II (61 anos) á Sorocaba, em 9 de novembro daquele ano.
SOROCABA EM 1886
O município de Sorocaba tinha 16.000 habitantes e a cidade 6.000; as ruas eram largas e haviam nelas alguns edifícios de boa aparência. As obras de calçamento da Rua São Bento e XV de Novembro haviam sido concluídas.
Frank Speers e seu sogro George Oetterer construíram o primeiro encanamento de água de Sorocaba. Até então não havia uma coleta sistemática de lixo e as águas servidas escorriam pelas ruas do centro urbano [1].
Em fevereiro daquele ano foi realizada a cerimônia de inauguração da primeira tubulação para conduzir água, destinada ao abastecimento da população.
Foi também neste ano que houve a inauguração dos chafarizes, antes a água era comprada em carrocinhas. O riacho que desce da Vila Carvalho serviu para os primeiros chafarizes da cidade.
A comitiva que acompanhava o imperador partiu de São Paulo ás 7 horas da manhã, sendo recebidos na estação Sorocabana pelos Srs. Francisco de Paula Mayrink (47 anos), commendadores João José Pereira Junior e pelo chefe do tráfego Jorge Oetterer (45 anos) que acompanharam Suas Magestades, e bem assim pelos Srs. Condes de Três Rios e Itu.
Antes de Sorocaba parou por momentos o trem nas estações de Barueri, São João e São Roque. Ás 10 horas chegou á estação de Sorocaba, onde foi servido um lauto almoço, oferecido pela diretoria da Companhia Sorocabana, sentando-se á mesa os dois diretores.
Depois do almoço visitaram a igreja matriz, o Gabinete de Leitura, a Câmara Municipal, três escolas e em seguida a fábrica Nossa Senhora da Ponte, propriedade do sr. Manoel José da Fonseca e da qual era gerente o Sr. Alexandre Marchisio.
Estando todos os "maquinismos" no mesmo pavimento, causou a mais agradável impressão os movimentos dos operários e das diversas máquinas naquela grande área. O imperador examinou tudo detidamente.
A fábrica possuía 180 operários, sendo dois terços mulheres, e produzia 3.000 metros de algodão por dia. O gerente tinha 15 réis por metro fabricado e o contramestre 5. Fundada em 1991, era esta fábrica uma das mais importantes do seu gênero, e tinha grande extração os seus algodões. O Imperador assinou o livro dos visitantes.
Depois visitou o mercado municipal, que era "próprio nacional".Visitou em seguida a fábrica a vapor de chapéus de Dr. João Adams, que tinha 30 operários e produzia 80 chapéus por dia, que eram muito procurados no interior da província e na do Paraná. A última visita feita por Sua Magestade foi ao hospital a cargo da irmandade da Misericórdia.
Á 1 1/2 hora entraram no trem Suas Magestades, sendo entusiasticamente saudades pelo povo, que estava apinhado na estação. O Sr. tenente-coronel Joaquim de Souza Mursa, diretor da fábrica de Ypanema, veio encontrar-se com Suas Magestades em Sorocaba, e com eles foi até Ypanema, onde chegou o trem ás 2 horas da tarde.
Em Ypanema foram Suas Magestades recebidos pelo pessoal superior da fábrica, operários e alunos das escolas, tocando duas bandas de música o hino nacional.
S.M. o Imperador visitou a fábrica das 3 ás 6:30 da tarde. A população da fábrica era de 351 indivíduos, sendo maiores 203 homens e 125 mulheres, e menores 94 homens e 109 mulheres, nacionais 399 e estrangeiros 132, assim divididos: Italianos 93, Alemães 6, Austríacos 13, Franceses 3, Portugueses 10, Orientais 2, Espanhóis 1 e Africano 3.
Nos no. 147, 148 e 149 da Revista de Engenharia foi transcrita dos Anais da Escola de Minas uma notícia muito completa desta fábrica escrita pelo engenheiro Leandro Dupré, ajudante do diretor da mesma.
O pessoal da fábrica é de 184, assim divido: 6 mestres, 1 feitor, 2 ajustadores, 2 torneiros, 4 ferreiros, 4 malhadores, 5 moldadores, 2 fundidores, 2 carregadores de boca, 6 refinadores, 2 espingardeiros, 2 foguistas, 1 laminador, 4 carpinteiros, 2 pedreiros, 8 ajudantes, 46 serventes, 31 aprendizes, 1 campeiro, 4 carroceiros, 1 correeiro, 1 enfermeiro e 47 carvoeiros.
O Imperador começou a visita pelo novo forno alto em construção; em seguida foi á antiga oficina da fundição de rodas para a estrada de ferro de Baturité; examinou a Sua Magestade o material fornecido pelo arsenal de marinha da côrte para a preparação dos projetos Whitworh, que ainda não começaram a funcionar.
Depois de examinar um armazém de obras feitas de fundição, seguiu em velocipede, acompanhado pelo Sr. Ministro da agricultura, residente da província e mais pessoas d acomitiva para as novas fociinas de refino de ferro que acabam de ser inauguradas.Nestas oficinas estavam funcionando dois fogos de regino, que produzem uma tonelada de ferro maleável por dia. Ali viu trabalhar um grande martelo a vapor, feito no estabelecimento e cuja cabeça pesa 1,000 kilogramas, mais ou menos; um martinete também a vapor de meia tonelada, e um pequeno trem de laminadores para preparação de ferro em barras para o comércio.Também veio um grande trem de laminadores, remetidos da Europa por encomenda do governo, mas que ainda não funcionava por conta de não haverem remetido com ele os competentes cilindros.
Viu mais uma tesoura para cortar ferro de 6 centímetros de grossura, também remetida na mesma ocasião. Estas máquinas foram compradas nas oficinas do Crusot, na França.
O vento para as forjas do refino era fornecido por um novo ventilador de Hoppe, de Francfort sobre o Meno. Era tocado por uma máquina a vapor de 12 cavalos.
O laminador era movido por uma roda hidráulica. Fizeram-se diversas experiências com ferro de Ypanema e ferro inglês, e Sua Magestade teve ocasião de ver a excelência da produção da fábrica.
Depois desta visita Sua Magestade foi de novo em velocípede e dirigiu-se para a represa feita no Rio Ypanema, com o fim de aproveitar as águas que, já tendo posto em movimento as rodas hidraulicas das antigas oficinas, iriam ser novamente aproveitdas nas novas oficinas de que acabamos de falar.
De volta, D. Pedro II examinou o grande armazém do lado da plataforma de desembarque e foi depois visitar o novo hospital. Ás 7 horas serviu-se um lauto jantar, sentando-se á mesa, ao lado da Imperatriz, o Sr. Dr. Mursa, e ao lado do imperador, a Sra. D. Laura Mursa.
Findo o jantar, dirigiu-se o Imperador á escola de meninas, que existia em uma das salas da casa do diretor, e de que era professora D. Anna Rosa de Carvalho Martins, e dirigiu perguntas a duas alunas, mostrando-se satisfeito com as respostas. Sua Magestade assinou o livro de visitantes.
Na segunda visita que ele fez á oficina de fundição, viu fundir-se uma chapa comemorativa, com a seguinte inscrição "9 de Novembro de 1886. Visita de SS. MM. Imperiais, do Exm. Sr. M. A. C. O. P., conselheiro Antônio Pradio e do presidente da província o Exm. Barão da Parnaíba. Ypanema".
Das 9 para as 10 horas foi o Sr. Minisyro da agricultura ás antigas oficinas, assistindo á corrida do ferro e aos trabalhos dos martinetes a vapor.O Imperador foi acomanhado na visita que fez, pelos Srs. Visconde de Paranaguá, mnistro da Agrigultura, Barãoo de Parnaíba, Dr. Mursa, diretor, e Dr. Dupré, ajudante. Ao sr. ministro acompanhoi, á noite o Dr. Dupré.
[28863] “Memória Histórica de Sorocaba”, parte VIII 01/01/1970
Francisco de Paula Mayrink Data: 01/01/1889 Créditos/Fonte: Domínio público Aos 50 anos de idade (efs) ($) (£) .237.
ID: 4870
ME|NCIONADOS ATUALIZAR!!! EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
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Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.