'"Era a escravidão que sustentava a Igreja Católica no Brasil", diz historiador. Por Edison Veiga, Bled (Eslovênia) | BBC News Brasil, folha.uol.com.br - 13/05/2025 Wildcard SSL Certificates
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"Era a escravidão que sustentava a Igreja Católica no Brasil", diz historiador. Por Edison Veiga, Bled (Eslovênia) | BBC News Brasil, folha.uol.com.br
    13 de maio de 2025, terça-feira
    Atualizado em 14/05/2025 15:13:24

  
  
  


"Era a escravidão que sustentava a Igreja Católica no Brasil." Quem diz é o historiador Vitor Hugo Monteiro Franco, pesquisador na Biblioteca Nacional, doutor pela UFF (Universidade Federal Fluminense), autor do livro "Escravos da Religião" e uma das maiores autoridades sobre o tema no país.

Segundo seus estudos, no auge do século 19, somente a Ordem de São Bento tinha cerca de 4.000 pessoas escravizadas trabalhando em suas unidades espalhadas pelo território, nos atuais Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Bahia.

Mas não é somente isso. Apoiados em argumentos de que era melhor viver sob a escravidão "e se tornar um cristão" do que seguir "no paganismo e ir para o inferno", religiosos deram um salvo-conduto à elite escravocrata que ao longo de quase 400 anos exploraram mão de obra compulsória no Brasil.

Além disso, eles próprios também se envolveram no emprego desse trabalho e até mesmo no chamado tráfico negreiro que abastecia o mercado.

Em entrevista à BBC News Brasil, Franco dá dois exemplos de como se dava essa relação. O primeiro era uma imiscuidade quase natural: a presença de sacerdotes católicos a bordo das naus. "No nível cotidiano, os navios negreiros deveriam [por regulamentação] ter padres, religiosos que conduziam o batismo desses africanos, no momento de embarque ou já a bordo", explica ele.

"A ideia era que a escravidão fosse acompanhada da conversão. Então existiam diversas leis do governo português que estabeleciam a necessidade de um acompanhamento de religiosos nos navios negreiros."

"A Igreja considerava o escravizado, sim, um ser humano com alma. Mas via na escravidão uma maneira dessas populações não cristãs conhecerem o cristianismo e fazerem um caminho de provação e salvarem suas almas. É um posicionamento ambíguo", afirma à BBC News Brasil o historiador Ítalo Domingos Santirocchi, professor na Universidade Federal do Maranhão.

O outro ponto, na análise do historiador Franco, implicava uma participação "mais firme" do ponto de vista institucional. Havia religiosos atuando no processo de compra e venda dos escravizados, ou seja, naquele que era considerado um comércio de pessoas.

Isso principalmente por conta dos missionários jesuítas, os religiosos da Companhia de Jesus. "Eles tinham presença no continente africano desde o início do processo da expansão portuguesa, no século 15. Estavam, portanto, bem inseridos na lógica africana", diz.

De acordo com as pesquisas de Franco, no século 18 a possessão jesuítica localizada na região de Luanda, em Angola, "era a maior proprietária de escravizados" daquele país, com um total na casa dos milhares, somadas todas as suas propriedades.

"Essa riqueza era adquirida da relação que os jesuítas tinham com os líderes africanos e os residentes portugueses em Luanda", explica. "A Companhia de Jesus estava muito bem ajustada a essa dinâmica escravista."

O interessante era que esses escravizados não ficavam restritos às colônias portuguesas na África. "O colégio jesuíta de Luanda mandava frequentemente escravizados africanos de sua posse para o colégio que ficava no Rio de Janeiro", conta o historiador.

"Então havia um trânsito direto entre ambos e a transação era feita por navios da própria ordem religiosa. Isso significa que eles nem sequer pagavam os tributos da Coroa, então era um comércio que ocorria à margem do controle real."

Franco ressalta que essa informação é importante porque, por norma, o tráfico negreiro, por ser então um comércio regular, "gerava dividendos para a Coroa portuguesa" e, mais tarde, para o império brasileiro.

"A transação feita pelos jesuítas passava ao largo e facilitava o acesso dos jesuítas ao comércio negreiro", afirma.

O pesquisador aponta para um dado que indica o verdadeiro uso que os jesuítas baseados no Rio faziam desses africanos importados paralelamente. Segundo seus levantamentos, o número de escravizados nas fazendas mantidas pelos religiosos no Rio não apresentava aumento considerável, levantando a hipótese de que, na realidade, esse contingente era colocado à venda pelos religiosos para aqueles interessados em adquirir mão de obra negra escravizada.

Em outras palavras, os jesuítas teriam contribuído para alimentar o mercado escravocrata brasileiro–e lucrado com isso, é claro.

E o mesmo pode ter ocorrido em outras localidades administradas pelos jesuítas no continente. O historiador norte-americano Dauril Alden (1926-2023), da Universidade de Washington, afirmava que a Companhia de Jesus era, no século 18, a instituição que mais tinha escravizados em toda a América.

É importante ressaltar que as ordens religiosas que atualmente operam no Brasil não têm institucionalmente a responsabilidade por atos cometidos neste período da história.

Isso porque, até a Proclamação da República, em 1889, vigorava então o regime do padroado, ou seja, durante o período colonial e, em seguida, do império já independente, a administração de qualquer instituição da Igreja no território estava sob a administração da Coroa–era uma ingerência do poder terreno sobre os assuntos da religião.

"Difícil pensar em Igreja, no caso brasileiro, como uma entidade de espírito corporativo como a gente vê hoje. No período, ela era organicamente integrada ao sistema estatal monárquico", pontua o historiador Santirocchi.

Conforme enfatiza à BBC News Brasil o historiador Paulo Henrique Martinez, professor na Unesp (Universidade Estadual Paulista), a Igreja Católica "desde sempre" esteve envolvida no regime escravocrata ocorrido no território brasileiro. "Já no século 16 o trabalho de africanos tornou-se parte da ação religiosa na colônia", diz ele.

"As maiores concentrações de utilização do trabalho escravo estavam em conventos e demais instalações da Igreja", afirma.

"Havia engenhos, fazendas, hortas, pomares, pequenas criações e ofícios artesanais para cestaria, cerâmica, pedreiro, marceneiro, lenhador, confecção e reparos de instrumentos e de equipamentos, além de grande variedade de serviços domésticos, de transporte, carregadores e comércio", acrescenta Martinez.

Ele cita as ordens religiosas dos beneditinos, dos jesuítas, dos carmelitas, dos mercenários e dos franciscanos como as que "recorreram amplamente ao trabalho escravo no atendimento de sua manutenção diária, rendimentos econômicos e rotina disciplinada no cotidiano dos serviços e de atividades religiosas".

"Antes de condenar a Igreja por isso, é preciso sublinhar que o sistema econômico brasileiro, durante o período colonial e em boa parte do século 19, dependeu da escravidão", diz à BBC News Brasil o historiador Renato Pinto Venancio, autor de, entre outros livros, "Cativo do Reino: a circulação de escravos entre Portugal e o Brasil" e professor na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

"Então, um clero antiescravista não seria aceito pelas classes dominantes. Antonio Vieira [padre português, da ordem dos jesuítas, que viveu entre 1608 e1697] é exemplo da ambiguidade da relação entre a Igreja e a escravidão."

Aprisionados pela fé

Entender como o catolicismo fundamentava e autorizava a escravidão ajuda a compreender como esse sistema funcionava e, de certa forma, era moralmente aceitável pela sociedade da época.

A chamada escravidão moderna foi um processo que se intensificou ao mesmo tempo que ocorriam as grandes navegações e o processo de colonização do chamado Novo Mundo. Em 13 de janeiro de 1435, o papa Eugênio 4º (1383-1447) publicou a bula Sicut Dudum, documento no qual proibia, sob pena de excomunhão, que fossem escravizados os nativos das Ilhas Canárias que tivessem se convertido ou estivessem se convertendo ao cristianismo.

No entanto, seu sucessor, papa Nicolau 5º (1397-1455), foi condescendente com a prática. No documento Dum Diversas ele autorizava submeter à "servidão perpétua" todos aqueles pagãos, "inimigos de Cristo", que se encontrassem nos territórios então recém-descobertos pelos europeus.

O historiador Santirocchi observa que houve alternâncias de bulas chamando a escravidão de "guerra justa", aceitando-as, com outras nas quais a instituição condenava o trabalho compulsório.

A bula de Nicolau é um dos mais importantes documentos daquele conjunto que ficaria conhecido como Doutrina da Descoberta. Ou seja, uma série de textos da Santa Sé publicados no contexto da expansão marítima europeia em que ficavam "autorizados" aos conquistadores cristãos o controle de territórios e pessoas sob a desculpa de que aquilo implicaria em um esforço de conversão ao cristianismo.

Dum Diversas acabou sendo a carta na manga lançada pelos que se fiavam numa autorização cristã para a prática da servidão. Mesmo que sumos pontífices posteriores emitissem pareceres contrários à escravidão, como o papa Paulo 3º (1468-1549), o papa Urbano 8º (1568-1644) e o papa Gregório 16 (1765-1846).

Este último é o autor da bula In Supremo Apostolatus. "Condenou formalmente a escravidão africana", ressalta Venancio.

Muito abaixo dos papas, contudo, padres que atuavam nas colônias se encarregavam de fundamentar a retórica conveniente ao regime que vigorava. É o caso do famoso padre Antônio Vieira (1608-1697), influente orador jesuíta que teve atuação de destaque na América Portuguesa.

Segundo o historiador Franco, as pregações de Vieira reforçavam aquela chancela anteriormente dada pelo papa Nicolau. Na lógica da época, escravização e evangelização eram encarados como "processos indissociáveis", explica o especialista. "Então, evangelizar os africanos muitas vezes era sinônimo de escravizá-los", diz.

"Em um dos seus sermões, [padre Antônio Vieira] dizia a uma plateia majoritariamente negra que ´os pais de vocês viveram nas trevas porque cultuavam os deuses pagãos, eles vão para o inferno; vocês que conhecem a palavra de Deus e estão sendo cristianizados, vocês vão conhecer o paraíso, mas esse paraíso vem através da escravidão´", conta Franco.

"Então, por mais que a escravidão lhes parecesse uma desgraça, ela tinha de ser vista como ´um milagre´ porque os trazia ao seio da Igreja Católica, e aqueles que tinham vindo ao Brasil escravizados iriam encontrar, no final, a felicidade da vida eterna."

Papel do papa Leão 13

"Era a lógica católica que Vieira, com sua erudição, com o seu trabalho, do ponto de vista eclesiástico, muito bom, acabava condensando. Uma lógica muito tributária do papa Nicolau 5º", analisa.

Ao longo do século 19, os papas passaram a se preocupar com a escravidão de uma maneira mais humanitária. "Havia um debate antiescravismo [entre os católicos] no Brasil pelo menos desde os anos 1830, embora a Igreja sempre foi dividida e a questão tinha apoiadores e combatentes", aponta Santirocchi.

Em 1888, o papa Leão 13 (1810-1903) enviou uma condecoração para a princesa Isabel (1846-1921) por conta da assinatura da Lei Áurea.

O historiador lembra que o abolicionista Joaquim Nabuco (1849-1910) havia conseguido uma audiência e, em 10 de fevereiro de 1888, encontrou-se com papa Leão 13 para angariar seu apoio ao fim do regime escravocrata no Brasil.

Uma carta da Igreja sobre o tema foi publicada em 5 de maio daquele ano, oito dias antes da Lei Áurea ser decretada–mas a tradução em português só seria conhecida no Brasil depois da lei nacional. A encíclica era dirigida aos bispos do Brasil. "Pedia apoio à abolição da escravidão", diz Venancio.

Na opinião de Venancio, as iniciativas católicas contra a escravidão foram "iniciativas tardias".

"Durante séculos, a Igreja Católica conviveu com a escravização de africanos sem condená-la formalmente. No século 19 essas bulas foram importantes", comenta.

"As novas posições da Igreja, em geral, são lentas e pontuais. A Igreja comungou da convivência, da conveniência e conivência com senhores de escravos, administradores coloniais, a vigilância da rebelião e a repressão às insurreições negras", comenta Martinez.

Nas últimas décadas a Igreja se posicionou algumas vezes pedindo desculpas pela sua relação com a escravidão. O mais recente posicionamento acerca do tema data de março de 2023. Em nota oficial, o Vaticano repudiou "os conceitos que não reconhecem os direitos humanos" durante o processo de colonização e, alegando ser "justo reconhecer estes erros" da própria Igreja, declarou "pedir perdão".

O documento focava especificamente nos povos indígenas, mas também condenou "atos de violência, opressão, injustiça social e escravidão" praticados no período.



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ME|NCIONADOS Registros mencionados (1):
13/01/1435 - O papa Eugênio 4º (1383-1447) publicou a bula Sicut Dudum
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.