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Star Wars: A Vingança dos Sith 20 anos depois: A autópsia do colapso democrático, por Hyader Epaminondas, midianinja.org
    25 de abril de 2025, sexta-feira
    Atualizado em 27/04/2025 02:32:02

  


Em 2005, as luzes dos cinemas se apagaram, os créditos iniciais subiram, e milhões testemunharam Star Wars: A Vingança dos Sith, o aguardado capítulo final da trilogia prelúdio. Para muitos fãs, como eu, foi o primeiro contato com a saga nas telonas. Depois de assistir e rebobinar incontáveis vezes os episódios I e II em fitas VHS, ver a queda de Anakin Skywalker e a ascensão de Darth Vader projetada em uma tela gigante foi uma experiência inesquecível.

Vinte anos depois, a obra de George Lucas retorna aos cinemas em uma reexibição comemorativa, na semana de 24 de abril de 2025, agora com um público mais maduro, projetando o retrato de uma república que, em sua ânsia por estabilidade, destrói os próprios ideais democráticos, enquanto as trajetórias dos personagens centrais expõem o colapso ético e político que pavimentou o caminho para o Império.

O desmoronamento das instituições

O Senado, instituição máxima da representação política, surge na obra como um símbolo em decadência. Não ocorre um golpe externo, mas uma deterioração interna, gradual e articulada. O chanceler Palpatine, interpretado por Ian McDiarmid, transmite com frieza uma aura maquiavélica ao concentrar poder sob a justificativa de garantir a segurança. A democracia, nesse contexto, não enfrenta uma invasão, mas permite que seus próprios mecanismos legitimem o autoritarismo.

A iluminação e o design de cenários são usados como elementos simbólicos no filme, como pinceladas sutis que revelam o avanço silencioso e implacável do controle de Palpatine, transformando cada sombra e cada claridade em reflexos de seu poder crescente. O Senado, antes um espaço de debate e diversidade, torna-se progressivamente sombrio e opressivo, refletindo a perda de liberdade.

O Templo Jedi, por sua vez, que outrora simbolizava luz, é lentamente consumido pela escuridão, representando a corrosão interna da ordem. Mergulhado em sussurros e manipulações, o templo passa a refletir a crescente desconexão dos Jedi com os ideais que um dia sustentaram sua existência. Antigos guardiões da paz agora se escondem atrás de títulos militares, numa tentativa desesperada de manter influência sobre uma república em ruína — um reflexo da decadência moral que, implacável, consumia as fundações da instituição.

Ordem 66: o abandono da liberdade

Assim como os Jedi ignoraram a escravidão de Shmi Skywalker em A Ameaça Fantasma, permitindo que ela permanecesse subjugada sem qualquer intervenção, também se omitiram diante da condição exploratória dos soldados clones: criados como força militar da República, escravizados por sua programação e tratados como instrumentos descartáveis de guerra, até que, no paradoxo mais cruel de sua existência, consumaram o trágico destino de se tornarem, ao mesmo tempo, vítimas e algozes na execução dos Jedi pela Ordem 66.

Essa passividade contínua não só revelava a negligência da Ordem frente às injustiças que assolavam a galáxia, mas também alimentou o primeiro grande ato de ódio de Anakin, que, em Ataque dos Clones, massacra o povo da areia em um surto de fúria — um descontrole que nasce da dor profunda da perda, intensificada pela indiferença dos Jedi.

Hannah Arendt, em Origens do Totalitarismo, já advertia que a degradação da liberdade começa quando a lei, em vez de proteger o indivíduo, é moldada para legitimar a opressão — um processo aceito por cidadãos que já perderam a fé na própria liberdade. A Ordem Jedi, ao normalizar a exploração dos clones e ignorar o sofrimento ao seu redor, não apenas traiu seus ideais, mas também contribuiu para o ambiente de desesperança e brutalidade que pavimentou o caminho para o surgimento do Império.

A batalha entre Yoda e Palpatine no Senado não é apenas um duelo físico, mas uma representação do colapso do espaço político, onde o que deveria ser um fórum de debate se transforma em um palco de destruição. As cadeiras e os púlpitos, símbolos da convivência democrática, se tornam armas no confronto pela supremacia absoluta. O aspecto mais trágico dessa cena, no entanto, não é apenas a luta entre dois mestres, mas o desespero de Yoda — ele não está apenas tentando derrotar seu inimigo, mas também buscando uma redenção por um fracasso que, na visão dele, selou o destino da República. Lucas constrói uma cena em que a queda institucional não decorre da força bruta, mas da corrupção dos valores que sustentavam aquela ordem.

No instante em que o Império Galáctico se ergue, Natalie Portman encarna uma Padmé Amidala fragilizada — quase uma personificação melancólica da própria República em ruínas. Testemunhando o nascimento do novo regime, ela sintetiza toda a tragédia em uma única frase: “É assim que a liberdade morre, sob aplausos estrondosos.” A morte da democracia não exige sabres de luz ou armas a laser — precisa apenas da aceitação resignada de uma população aterrorizada que, em nome da segurança, abandona sua responsabilidade política. Arendt aponta que o totalitarismo nasce não da ausência de Estado, mas da perda do espírito republicano entre os próprios cidadãos.

Último ato de resistência

A tentativa final de resistência surge na figura do mestre Jedi Mace Windu, interpretado com intensidade contida por Samuel L. Jackson. Em seu desespero, Windu destrói não apenas a figura do chanceler, mas também a própria ideia de República que jurou proteger. A equivalência entre Jedi e Sith é explicitada quando tanto Palpatine quanto Windu pronunciam a mesma sentença: “Ele é perigoso demais para ser mantido vivo.” Esse momento marca, aos olhos de Anakin, a perda completa da autoridade moral dos Jedi, transformando-os em reflexos distorcidos de seus inimigos.

A morte de Windu simboliza a falência definitiva da ordem no campo político. O colapso das defesas jurídicas não ocorre apenas pela ação do inimigo, mas pela fragilidade e corrupção interna dos próprios guardiões da lei. Ao ceder à pressão e adotar as mesmas táticas que condenavam, os Jedi se tornam, paradoxalmente, instrumentos da destruição daquilo que representavam. O último esforço para salvar a República se converte numa ruptura irreversível, belissimamente selada pelo golpe traiçoeiro de Anakin.No centro desse colapso, Obi-Wan Kenobi ocupa um papel fundamental. Interpretado com melancólica gravidade por Ewan McGregor, o mestre Jedi representa o mediador — aquele que tenta equilibrar forças opostas e preservar os princípios da democracia em meio ao avanço da violência e da polarização.A relação com Anakin, marcada pela intensidade emocional crua de Hayden Christensen, sempre carregou a densidade silenciosa de um vínculo que, embora apresentado como fraternal, se aproximava de uma paternidade forçada — como a de um irmão mais velho que, por circunstâncias maiores, assume responsabilidades que não escolheu. Obi-Wan, ainda que o visse como um irmão, tomou para si o papel de mentor e protetor, algo que ficava evidente sempre que se via dividido entre a lealdade à Ordem Jedi e o afeto pelo aprendiz, ocultando até mesmo a relação proibida com Padmé da Ordem, quase como um pai que tenta, em segredo, preservar a felicidade do filho.

Essa construção afetiva torna o confronto em Mustafar ainda mais trágico: o embate entre os dois, como a lava que queima e engole tudo sem deixar vestígios, consome não apenas suas vidas, mas também os últimos resquícios que sustentavam a República, deixando para trás apenas as cinzas de um mundo perdido.

Obi-Wan não apenas testemunha a queda do seu aprendiz — ele presencia também o fim irreversível do sistema que jurou defender. Sua escolha pelo exílio, após falhar em impedir a ascensão do Império, não é uma rendição, mas um ato de luto. É a retirada forçada de um homem que se recusa a compactuar com a tirania, mesmo quando sabe que seus ideais já não encontram lugar na nova ordem imposta pela força, carregando consigo não apenas a memória da República, mas a perda irreparável de um filho que ele falhou em salvar.

Skywalker: o caminho para a tirania

Anakin representa outra face do colapso democrático. Consumido pelo medo da perda, pelo desejo cego de controle e pela desconfiança no equilíbrio frágil da política, ele abandona os próprios ideais que jurou proteger. Mas sua queda não é apenas fruto da corrupção: é também o grito de quem enxergou, antes dos outros, a podridão que corroía a Ordem Jedi por dentro.

Desde o momento em que foi acolhido, ainda menino, alimentou um ideal de pureza e justiça que já não existia. E quando a realidade desfez suas ilusões, restou apenas a amargura. Anakin não apenas traiu o que amava: foi traído pela promessa de um mundo que nunca fora verdadeiro. Sua ruína, como areia escorrendo entre os dedos, foi silenciosamente inevitável, levando consigo, grão a grão, as últimas esperanças de um sistema condenado a desaparecer.

Sua transformação em Darth Vader não resulta de um ato isolado, mas de um processo contínuo de concessões pessoais ao autoritarismo. Ao final desse caminho, Anakin já não era inteiro: era um homem mutilado, despedaçado tanto no corpo quanto no espírito. A substituição de partes de seu corpo por próteses cibernéticas não só lhe arrancou sua humanidade, mas também o fez perder a essência de seu ser, transformando-o em um fantoche cujas cordas estavam nas mãos de Palpatine.

Sua fragmentação interna reflete como a própria democracia, ao renunciar gradativamente aos seus valores, produz os instrumentos de sua destruição. O que sobra, ao fim, não é apenas a ascensão de um novo Império, mas a amarga constatação de que, uma vez feridas em sua essência, as fundações de um sistema político não resistem. No vazio que se abre, a promessa de liberdade é engolida pelo lado sombrio, enquanto a tirania cresce entre os escombros do que foi perdido.

Ecos no presente

Em 2025, o colapso retratado por George Lucas ressoa nos processos políticos do dia a dia, em que discursos que minimizam direitos básicos ameaçam a estabilidade das democracias, já pressionadas por conflitos internos e geopolíticos cada vez mais intensos. Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith continua envelhecendo como vinho, permanecendo como o melhor filme da saga e como um retrato quase profético da lenta queda de uma república que, ao priorizar a segurança e alimentar o medo, sacrificou a democracia em nome de uma ordem construída sobre a tirania do medo.



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ME|NCIONADOS Registros mencionados (2):
01/01/1951 - *As Origens do Totalitarismo, de Hannah Arendt
19/04/2005 - Estréia no Brasil: Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.