A história do soldado da 2ª Guerra enterrado sem cérebro (e da busca por seus restos mortais), por Emily Esson, BBC Audio de Escocia - 17/04/2025
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A história do soldado da 2ª Guerra enterrado sem cérebro (e da busca por seus restos mortais), por Emily Esson, BBC Audio de Escocia
17 de abril de 2025, quinta-feira Atualizado em 19/04/2025 23:19:58
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17 abril 2025O soldado escocês Donnie MacRae morreu como prisioneiro de guerra alemão durante a Segunda Guerra Mundial, mas só 80 anos depois é que sua família descobriu que ele havia sido enterrado sem o cérebro.Donnie morreu em 1941 em um hospital de prisioneiros de guerra e, por sofrer de uma doença neurológica rara, foi submetido a uma autópsia.Durante a autópsia, partes do cérebro e da medula espinhal foram retiradas e enviadas ao Instituto de Psiquiatria Kaiser Wilhelm, em Munique, para serem usadas em pesquisas.O corpo de Donnie foi enterrado primeiramente pelos alemães e depois enterrado novamente por aliados no cemitério de túmulos de guerra da Commonwealth, em Berlim, mas ninguém sabia que o seu cérebro havia sido removido.No total, cerca de 160 cortes pequenos do cérebro e da medula espinhal de Donnie foram preservados nos arquivos do centro de pesquisa de Munique, rebatizado mais tarde de Instituto Max Planck de Psiquiatria.Um documentário da BBC Radio 4, "Shadow of War: A Tainted Anatomy ("Sombra de guerra: uma anatomia manchada"), analisa o que aconteceu nesse caso e o trabalho que está sendo feito para reunir os restos mortais de Donnie em seu túmulo.O soldado MacRaeDonnie MacRae cresceu falando gaélico em Gairloch, na costa oeste da Escócia.Sua família era amante da música, com forte tradição de tocadores de gaita de foles, e todos eram alfaiates talentosos, incluindo Donnie.Ele planejava usar tecidos feitos à mão na sua cidade natal para montar seu próprio negócio de alfaiataria em Blair Atholl, em Perthshire, no centro da Escócia, onde seu irmão trabalhava como motorista em um hotel local.No entanto, em 1939, quando o país estava à beira da guerra, Donnie se juntou ao Exército Territorial e foi convocado para o serviço militar.Era soldado dos Seaforth Highlanders (um dos regimentos do exército) e foi capturado como prisioneiro de guerra em St Valery, na França, em junho de 1940.Morreu no ano seguinte, aos 33 anos, no hospital de prisioneiros de guerra.Ainda que a família de MacRae soubesse da captura e de sua morte, eles nunca foram informados sobre a realização de uma autópsia nem de que amostras do seu cérebro haviam sido coletadas.Foi somente em 2020, quando o professor Paul Weindling, da Universidade Oxford Brookes, entrou em contato com a sobrinha de Donnie, Libby MacRae, que a família descobriu o que havia acontecido.O professor Weindling faz parte de um grupo internacional de pesquisadores que está examinando os registros de milhares de cérebros que foram preservados pela Sociedade Max Planck, na Alemanha.O objetivo do projeto é identificar todas as vítimas e homenageá-las adequadamente."Um grupo que foi negligenciado é, sem dúvida, o de prisioneiros de guerra, cujos cérebros foram extraídos pelos alemães para pesquisas neuropatológicas e armazenados durante muitos, muitos anos", disse Weindling.Os alemães queriam estar na vanguarda da pesquisa médica, e o motivo pelo qual o cérebro de Donnie foi parar no instituto de Munique está relacionado à forma como ele morreu.Quando foi capturado, Donnie havia sido atingido por uma bala de fuzil no joelho esquerdo e nas costas. Embora a ferida tivesse cicatrizado, ele foi internado novamente no hospital, onde seu estado de saúde piorou rapidamente nos meses seguintes.Doença raraInicialmente, Donnie apresentou sintomas como visão dupla, formigamento na ponta dos dedos e dificuldade para falar. Isso rapidamente evoluiu para a paralisia de ambos os braços e a perda da fala.Nos dias que antecederam a sua morte, ele não conseguia se mover.Donnie morreu no dia 6 de março de 1941 devido a uma doença rara chamada paralisia de Landry (conhecida no Reino Unido como síndrome de Guillain-Barré), na qual o sistema imunológico ataca o sistema nervoso.Normalmente, essa doença não é fatal, por isso, foi feita uma autópsia, que incluiu uma dissecação do cérebro.A doutora Sabine Hildebrandt, professora da Faculdade de Medicina de Harvard e que estuda práticas éticas da época, disse à BBC que era "atroz" o fato de que a extração de tecido depois da morte não fosse incomum."Não estou dizendo que era eticamente correto, mas fazia parte do processo rotineiro do trabalho científico dessa época", afirma Hildebrandt.Cortes do cérebro e da medula espinhal de Donnie foram mergulhados em uma solução e colocados em lâminas de vidro para serem usados em pesquisas sobre a doença.A sobrinha de Donnie, Libby, disse: "É difícil dizer como me sinto. Acho que é horrível, na realidade, pensar nisso".Além de Donnie, Weindling e sua equipe descobriram registros de outros quatro prisioneiros de guerra britânicos dos quais se extraiu o cérebro para pesquisa durante 1941. Eles eram Patrick O´Connell, Donald McPhail, Joseph Elston e William Lancaster.Até recentemente, nenhuma das famílias desses homens tinha ideia do que havia acontecido com eles.Eles estavam entre os cerca de 2.000 cérebros que foram extraídos para pesquisa pelos principais institutos de Berlim e Munique durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo os de crianças assassinadas durante o Holocausto.As vítimas também incluíam judeus e católicos poloneses, pessoas com doenças mentais, prisioneiros políticos, combatentes da resistência belga e soldados franceses e poloneses.Sabe-se que outros institutos alemães também extraíram partes de corpos para pesquisa.Hildebrandt afirma que o resultado da pesquisa dos institutos alemães foi imenso, e que os pesquisadores de todo mundo ficaram "com inveja" pelo volume de trabalho produzido no país.O fim da guerraDepois da guerra, os aliados investigaram a verdadeira natureza dos crimes nazistas e, durante os julgamentos de Nuremberg, cerca de 200 pessoas foram condenadas por crimes de guerra.No entanto, os institutos de pesquisa do Kaiser Wilhelm e os anatomistas envolvidos foram autorizados a continuar com seus trabalhos.Isso se deveu, em parte, ao fato de que, embora hoje seja considerado antiético conservar tecido humano sem consentimento, naquela época isso era comum.Apesar disso, algumas perguntas surgem, como por que nada foi feito durante tanto tempo com o material conservado nos arquivos alemães.No fim dos anos 80, o governo alemão pressionou para que todas as amostras de material vivo que haviam sido "obtidas" durante a Segunda Guerra Mundial, especialmente de grupos perseguidos, fossem descartadas.Foi anunciado um enterro massivo de centenas de milhares de lâminas de vidro em Munique, e dado um prazo de apenas alguns meses para que os institutos se desfizessem das amostras.O professor Heinz Wässle, que naquela época era o chefe do Departamento de Neurologia do Instituto Max Planck de Pesquisa Cerebral de Berlim, explicou que foi preciso agir com rapidez."Não tínhamos como verificar a curto prazo quais partes eram das vítimas e quais eram simplesmente material neuropatológico normal, por isso decidimos enterrar todas as partes de 1933 a 1945".No entanto, o instituto de Munique optou por uma política diferente.Enterrou apenas aquelas partes que tinham uma ligação com os chamados programas de eutanásia, e que se referiam ao assassinato sistemático de pessoas que os nazistas consideravam "indignas de viver" devido a supostas doenças ou deformações genéticas.Muitas dissecações que eram consideradas de interesse científico foram preservadas.As amostras de Donnie MacRae foram mantidas para fins de pesquisa até 2015, quando foram incorporadas a um arquivo.Agora, mais de 80 anos depois de sua morte, trabalha-se para reunir esse material com os restos mortais de Donnie em seu túmulo de guerra em Berlim.Epitáfio no túmulo escrito em gaélicoWeindling e seus colegas têm conectado amostras de microscópio com registros de pacientes e entrado em contato com familiares mais próximos.Recentemente, a Comissão de Túmulos de Guerra da Commonwealth concordou em aceitar amostras do cérebro e medula espinhal de Donnie do Instituto Max Planck e juntá-las aos restos mortais já enterrados no cemitério em Berlim."Esperamos que isso mostre que temos condições de realizar o sepultamento até o fim deste ano", disseramLibby espera que essa situação dolorosa seja finalmente resolvida."Fiquei muito feliz em saber que a Comissão dos Túmulos de Guerra da Commonwealth finalmente vai enterrar as amostras e todas as partes de Donnie estarão juntas em um lugar tranquilo".O desejo dela é ver um novo epitáfio, escrito em gaélico, no túmulo de Donnie em Berlim:"Faodaidh an saoghal tighinn gu crìch ach mairidh gaol is ceòl gu bràth".
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.