OS GRANDES ESQUECIDOS. Acadêmico: José Renato Nalini
9 de agosto de 2013, sexta-feira Atualizado em 14/04/2025 00:41:51
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Um desses vultos hoje praticamente esquecidos é Fernão Dias Paes - e não Paes Leme, observa Affonso de E. Taunay, em "A Grande Vida de Fernão Dias Paes".Os grandes esquecidosA fugacidade da vida e o banquete da superficialidade, atuando em conjunto, contribuem para enterrar mui rapidamente os vultos que mereceriam, na memória universal, um cultivo eterno. Um desses vultos hoje praticamente esquecidos é Fernão Dias Paes - e não Paes Leme, observa Affonso de E. Taunay, em "A Grande Vida de Fernão Dias Paes".Não se sabe onde nasceu. Provavelmente em São Paulo ou imediações e no ano de 1608, segundo o inventário de seu pai. Pois tinha, em 1633, vinte e cinco anos de idade. Era de família nobre e fidalga. Sua descendência se apura através de vários séculos de presença nas Cortes Portuguesas.O ambiente de Piratininga do Brasil seiscentista, povoação ilhada da civilização, não permitia houvesse grande preocupação com documentos. Retratos não existem. De Fernão Dias Paes ficaram poucos e fragmentados despojos, pois foi sepultado na Igreja de São Bento. Quando o templo foi reformado, o abade Dom Miguel Kruse autorizou a abertura do esquife. Os ossos mostravam alguém com elevada estatura, verdadeiro gigante para a época.Sabe-se que a 2 de julho de 1640, já de volta de sua peregrinação ao sul, assinou um "Termo de notificação que se fez aos padres da Companhia de Jesus". Eles foram intimados a sair de São Paulo.Em 1639, Fernão Dias Paes era capitão das ordenanças da Vila de São Paulo e eram tempos amargos. Os holandeses ampliaram as fronteiras do seu domínio até o São Francisco no sul, e até ao Ceará no norte. As esquadras holandesas queriam mais. Uma delas apareceu na barra de Santos e ameaçou São Vicente e a Vila de Braz Cubas. Não era a primeira vez. Já em 1615 a esquadra de Joris van Spilberg provocara os vicentinos e os paulistas desceram a serra sob o comando de Sebastião Preto, para rechaçar os invasores.Em 1640 o assalto foi muito mais grave. Não se encontram documentos sobre essa verdadeira guerra. Só se preservou a certidão passada a 16 de dezembro de 1640, pelo capitão-mor da Capitania de São Vicente, João Luiz Mafra. Este pediu o auxílio dos paulistas e Fernão Dias Paes acorreu com sua companhia armada.Nesse mesmo 1640, em São Paulo, houve uma batalha campal entre os Taques e os Camargos. Aqueles, liderados por Pedro Taques, cunhado de Fernão Dias Paes, pois casado com Potência Leite, irmã do bandeirante. Estes, por Fernão de Camargo, apelidado "Tigre", por sua ferocidade.Para culminar, os jesuítas opunham resistência às entradas ao sertão e à captura de índios. Por isso os paulistas impuseram aos padres do Colégio deixassem São Paulo. Os jesuítas resistiram, mas a turba ignara exigia a sua partida. O padre que substituía o Reitor encarregou o vigário de administrar os bens da Companhia de Jesus, inclusive os objetos utilizados no culto. E ainda registrou em ata: "Peço ao mesmo reverendo Padre olhe com particular cuidado que se não façam agravos aos escravos e índios forros de serviço desse Colégio, mandando lhes dizer algumas missas quando alguns deles morrer, pagando a esmola dos bens deste Colégio".As idas e voltas da História. Se em 1640, Fernão Dias Paes se colocou em antagonismo com os jesuítas, em 1655, foi dos que mais prestaram auxílio à reintegração deles em seu colégio. Na verdade, atribui-se exclusivamente a ele o regresso dos inacianos a Piratininga.Em 1641, "Tigre" assassinou Pedro Taques. Homicídio que afetou Fernão Dias Paes, que se tornou irredutível adversário dos Camargos, na segunda fase da cruenta guerra civil. De 1653 a 1660, ele se tornou a primeira figura do cenário paulista, durante as sanguinolentas peripécias da guerra civil entre Pires e Camargos. Encerrado o litígio em 1660, já em 1661 Fernão Dias Paes faz a sua grande jornada ao sul, em território hoje paranaense. A região de Apucarana se chamava Guaíra e entre os guainás, ele permaneceu logo tempo.Em 1664, de volta de sua incursão à pátria indígena, volta a São Paulo e recebe de Afonso VI de Portugal, pedido concitando-o a auxiliar a expedição das esmeraldas de Agostino Barbalho. Contudo, permaneceu em Piratininga até 1672, quando convidado a organizar bandeira para ir às esmeraldas. No ano seguinte partiu para a sua fantástica empreitada em Minas, da qual não voltaria com vida. Algo para se contar uma outra vez.Publicado no Blog do Fausto Macedo/EstadãoEm 09 08 2023
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (1): 16/12/1640 - Certidão passada pelo capitão-mor da Capitania de São Vicente, João Luiz Mafra EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.