'A jovem Odila, a noiva que morreu no dia do casamento - 01/07/1949 Wildcard SSL Certificates
1945
1946
1947
1948
1949
1950
1951
1952
1953
Registros (71)Cidades (0)Pessoas (0)Temas (0)


A jovem Odila, a noiva que morreu no dia do casamento
    1 de julho de 1949, sexta-feira
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  


Estão lá há 66 anos, arquivadas em ordem cronológica numa pasta descorada pelo tempo. Nas nove calorosas cartas que escreveu à filha morta, Aureliano Mendonça exprimiu sua paternal maneira de sofrer a dor de enterrar um filho. A pasta tem o timbre da Superintendência de Política Agrária – Delegacia Estadual de São Paulo. Abaixo do timbre, escrito à mão em letras maiúsculas, cheias de sentimento, "Cartas para o Céu".A história é lindamente triste. Odila Bovolenta Mendonça, professora primária de 22 anos, estava às vésperas do casamento. Animada como todas as noivas. Bonita, dócil, amada por todos.Era julho de 1949, e ela se casaria com o comerciante Ramiro Cesário em dezembro. Enxoval prontinho, algumas peças feitas por ela própria (porque as moças daquele tempo eram muito prendadas), o vestido de noiva no cabide, a alegria na casa reavivada pelo riso dela e pelos acordes do piano da mãe.E eis que uma dor de garganta que sentiu de manhã virou septicemia, apesar de medicada, e dois dias depois, em 15 de julho de 1949, Odila morreu. Foi enterrada vestida de noiva, no jazigo da família, no Cemitério da Ressurreição. Velório em casa, com os moradores da cidade em peso, pois dr. Aureliano era muito popular. Os sinos da Catedral antiga repicaram o toque fúnebre desde que o caixão saiu da casa paterna, a um quarteirão dali, até a chegada na igreja.O bispo dom Lafayette Libânio rezou missa de corpo presente para a noiva quase menina.Odilon, irmão, com 17 anos na época, estava de férias em São João da Boa Vista com seu irmão Orlando quando veio a notícia, sem porém contarem o desfecho. “Arrumamos um táxi e chegamos a Rio Preto às 11 da manhã. Quando cheguei na rua Tiradentes, vi uma multidão na calçada e na minha casa, aí fiquei sabendo da morte. Meu pai e minha mãe estavam arrasados. Foi muito violento,” diz Odilon.Uma profunda infelicidade silenciou o sobrado onde moravam, na rua Tiradentes, entre Bernardino e General Glicério.O piano da mãe, Gina Bovolenta, calou-se. Neste casarão, dr. Aureliano tinha instalado escritório de advocacia na sala da frente. E na sala de jantar, dona Gina ensinava exercícios a dezenas de alunos no piano alemão Ritmüller. A vida corria alegre na casa, cinco filhos adoráveis, Onaldo, Odila, Odete, Orlando e Odilon. Até que a morte sorrateira golpeou o lar.
diariohistoria_ OdilaBovolenta Mendonca Odila Bovolenta Mendonça
Então Aureliano começou a escrever para o Céu. “A nossa vida era uma sinfonia do afeto. Quebrou-se uma corda. Como eram lindas as melodias, portentosos acordes! O instrumento perdeu a unidade, diminuiu sua vibração. (...) Minha querida filha, escreverei outras vezes. Termino dizendo que morro de saudade.” Foi essa a saída que ele encontrou para driblar os sentimentos.Postava-se no seu escritório de advogado, horas a fio, empenhado em escrever para matar a saudade de Odila. O caçula Odilon via o pai escrever as cartas no escritório, solitário na sua dor, datilografando com precisão. Não há nos textos uma rasura, nem correção. Todos impecáveis.Em 1950, fundado o Diário, Aureliano se ofereceu como colaborador e então levou as preciosas cartinhas, que iam sendo publicadas com o título Cartas para o Céu.Na terceira, a saudade apertando, ele escreve: “Estamos no sétimo dia de sua viagem. Lágrimas, só lágrimas. Continuarei a te enviar minhas cartas sem resposta. Talvez o meu próprio coração responderá.”A professora Dinorath do Valle, contemporânea dos fatos, escreveu: “Rio Preto inteira lia, comovida, as delicadas recordações daquele pai sofredor, capaz de passar os mais profundos sentimentos e pesares, sem resvalar na mínima pieguice. Sentimentos legítimos, verdadeiros, às vezes lições profundas de elevada espiritualidade e surpreendente exemplo de força interior. O dr. Aureliano, advogado, professor, jornalista, poeta, colaborador assíduo de todas as publicações da cidade, a começar pela revista A Phalena, dos anos 20, era lido e respeitado por seus dotes literários e opiniões equilibradas.”(2/6/1996) diario historia_Odilon Mendonca_familia A família: Odilon, Odete, Onaldo, Odila, Orlando e os pais Aureliano e GinaUm soneto respostaDe fato, os leitores compartilharam a tristeza de Aureliano. Tanto que um deles, Jorge de Carvalho, publicou poesia de sua autoria como se fosse resposta de Odila, que transcrevemos na íntegra:"Cheguei ao Céu nas asas que o destino/teceu para a mudança inesperada/encetei o meu voo peregrino/ terminei a diáfana jornada. Agora que cheguei eu descortino/a eternidade como madrugada/onde palpita a luz do Deus Menino/a nova vida límpida encantada. Os meus sonhos de noiva desfolharam/e eu deixei a minha mocidade/e o meu pranto no seio dos mortais. Lembro as lágrimas puras que ficaram/ pendentes como gotas de saudade/nos olhos sacrossantos de meus pais."Dr. Aureliano era poeta, emotivo, sentimental, letrista sutil. A dor foi pesada. Dona Gina desenvolveu diabete que a acompanhou até a morte, aos 83 anos. "Ela perdeu a alegria de viver", disse a neta Regina. Aureliano morreu quatro anos depois de Odila, aos 62 anos. Não se sabe se a tristeza acelerou sua partida. A família tinha se mudado para São Paulo para os filhos fazerem faculdade. Orlando e Odilon se formaram na PUCCAMP, em Campinas. O primeiro em Odontologia, o segundo em Direito. Odilon veio advogar em Rio Preto e é o guardião das Cartas para o Céu.Em tom emocionado, Odilon Mendonça lembrou o luto da família, ele jovem, e remexeu lembranças. Ainda se recorda das lições de música da mãe, que ensinou as posições do piano e as tonalidades. Para finalizar, tocou no piano centenário da mãe (e muito bem tocadas) as músicas Fascinação e Gente Humilde. O piano de teclas pálidas, tantas vezes manuseado pela mãe e por Odila, tem lugar de honra na sala do apartamento. QUEM É QUEM:Aureliano Mendonça – nascido em Araraquara, lecionava em escola rural aos 17 anos enquanto estudava para ingressar na Faculdade de Direito do Largo São Francisco da Universidade de São Paulo. Foi advogado militante, professor, participou de grupo de teatro, aprovado em dois concursos para a magistratura e um para o Ministério Público. Foi promotor dois anos em Rio Preto, advogado da Prefeitura e prefeito. É nome de escola em Rio Preto.Gina Bovolenta - filha do maestro italiano Giuseppe Bovolenta, casou-se com Aureliano em 1923. Consta ter sido a primeira (e muito respeitada) professora de piano de Rio Preto. Adorava tocar Rêve dAmour. Seu piano Ritmüller continua guardado com o filho Odilon. Em 30 de outubro de 1974, participou da cerimônia de entronização do retrato do marido na escola do Parque Estoril, da qual ele é patrono.Odila Bovolenta Mendonça – nascida em Rio Preto, formou-se professora pela Escola Normal do Colégio Santo André. Lecionou em escola isolada, depois no grupo escolar de Adolfo. Em 1953, a escola recebeu seu nome, mais tarde transformando-se em Escola Estadual de Primeiro Grau Odila Bovolenta Mendonça.Ramiro Cesário – comerciante, era dono de uma empresa de produtos odontológicos e noivo apaixonado de Odila. Depois de algum tempo, casou-se e teve filhos. É falecido.Odilon José Bovolenta Mendonça – nascido em Rio Preto, filho de Aureliano e Gina, irmão de Odila. Aprendeu a tocar piano de ouvido e com ajuda da mãe. Advogado, músico do grupo Orlando e sua Orquestra (tocava nas matinês da Associação Bancária de Esportes), foi jogador de futebol, basquete e vôlei. Atuou nos times de futebol do América FC, Ponte Preta e Rigesa, de Valinhos. Jogou basquete no Palestra (Rio Preto) e Palmeiras (SP). É casado há 55 anos com Maria do Carmo Pinto César e tem as filhas Lígia, Nilza e Regina, além dos netos Felipe, Fernanda, Rafaela e Letícia.



\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\5087icones.txt



Caramuru
Data: 01/01/1524
01/01/1524


ID: 9237


Igreja Saint Vincent de Saragosse
Data: 30/07/1524
30/07/1524


ID: 7269



ME|NCIONADOS
ATUALIZAR!!!
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.