A origem da pedraria incrustada nas jóias reais, consulta em newgreenfil.com
28 de dezembro de 2024, sábado Atualizado em 26/10/2025 00:02:24
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Até aos finais do século XV, as pedras preciosas rareavam na Europa. Todavia, quando Portugal se tornou uma nação independente, já existia no território um significativo, embora reduzido, comércio de pedras preciosas provenientes do Médio Oriente, via Veneza.
Tal desprovimento obrigava a uma sucessiva reutilização das gemas que adornavam as jóias o que, em parte, explica a carência de testemunhos medievais nos nossos dias, salvo nas obras conservadas nos tesouros das igrejas e mosteiros, ornando as mais veneradas relíquias.
Várias jóias medievais preservadas em coleções públicas europeias divulgam este aproveitamento, ou seja, esta evangelização das obras clássicas sobretudo a nível das pedras gravadas.
A própria interpretação dos motivos das gemas passa a receber uma leitura cristã, talvez a melhor forma de proteger obras de vibrante paganismo mas de fascinante beleza: Júlio César passa a ser identificado como S. Pedro, Posseidon e Atenas como Adão e Eva, Zeus como S. João.
Em Portugal, conhecemos o uso de pedras gravadas clássicas tanto na ourivesaria religiosa como nas jóias da Corte, como comprovam as referências documentais às jóias de D. Beatriz, mulher de D. Afonso IV.
A carência das gemas no período medieval dificulta-nos a compreensão do seu verdadeiro valor; tanto do ponto de vista monetário como simbólico, não devendo ser esquecido o desenvolvimento registado em torno de obras sobre a simbologia das gemas, os famosos lapidários, dos quais se destacou, na península Ibérica o " Lapidário de Afonso X, o Sábio", cuja cópia se crê tenha pertencido ao seu neto, o Rei D. Dinis. Há muito que o ouro era conhecido na Península Ibérica através da extração quase exaustiva das minas e das margens dos rios, desde épocas pré-romanas. Uma tradição de trabalho do ouro, certamente aliançada à cunhagem, encontrava-se já bastante enraizada quando da chegada dos primeiros cavaleiros francos.Com o desenvolvimento africano, o ouro começou a chegar a Portugal já nos finais do segundo quartel de quatrocentos. Após vários esforços para chegar ao Rio do Ouro, Gil Eanes conseguiu, em 1434, ultrapassar o Cabo Bojador e alcançar o centro da extração do precioso metal.Mais tarde, já quase no final do século, a capitania de S. Jorge da Mina começou a enviar ouro para a capital do Império, tanto em bruto como em jóias nativas, como nos revelam os livros de registo conservados no Arquivo Histórico da Casa da Moeda, mais nada sabemos para além do seu peso.
A chegada da armada de Vasco da Gama à Índia abriu um novo capítulo na história da joalharia europeia. A partir desse momento centrou-se em Lisboa a expansão de pedras preciosas orientais no velho mundo.
Veneza perdeu, assim, o principal lugar que ocupava desde o século VIII no comércio das preciosidades orientais, que recebia através de Constantinopla de Alexandria. Com a abertura da rota do Cabo, foram os portugueses os primeiros a contactar directamente com as zonas de extração e comercialização de pedras preciosas.
Não se tratou de um mero acaso comercial: a pedraria, tal como as especiarias, sempre esteve na mira dos governantes portugueses. D. Manuel terá mesmo enviado, com Vasco da Gama, dois joalheiros italianos para lhe comprarem jóias e o informarem sobre o seu comércio.
Mas tudo o que sabemos sobre eles é que, mal chegados à Índia, fugiram para fabricarem artilharia para o rei de Calicut.A conquista de Goa, em 1510, marcou nova etapa para esta negociação. Esta praça, devido à sua extraordinária posição geográfica, tornou-se rapidamente o centro oriental do comércio das pedras preciosas.
Para tal, um factor foi decisivo: em Goa existia total liberdade para comercializar jóias, pérolas e pedraria, realidade que contradizia com a tradição oriental de que a totalidade das gemas encontradas deveria ser entregue ao soberano de cada reino. Eram estes quem as avaliavam e, posteriormente, as vendiam aos estrangeiros.
Deste modo, os mercadores de todo o Oriente, desde o Golfo Pérsico à China, partiam para Goa a fim de aí negociarem de modo bem mais proveitoso. Outros factores, como uma redução aduaneira para preciosidades ou o contacto direto com os compradores portugueses e outros europeus que traziam para a Europa as suas mercadorias, desenvolveram este comércio que, até aos inícios do século XVII, floresceu na "Veneza do Oriente".
O comércio era de tal modo rentável que muitos portugueses, nomeadamente fidalgos, partiam na carreira da Índia a fim de comprar pedras preciosas.E se alguns obtinham lucros consideráveis, muitos eram enganados com pedras falsas.Assim, através de Goa, chegavam a Lisboa: pérolas e aljôfar provenientes do Golfo Pérsico, da China, da América Central e do Ceilão; diamantes, do centro do continente Indiano, sobretudo dos reinos de Bisnaguer e Decão; safiras e rubis, do Ceilão e de Pegu (actual Birmânia do Sul); esmeraldas, da América do Sul; turquesas da Pérsia; olhos de gato, granadas e topázios, do Ceilão. A ilha de Ceilão era, igualmente, o centro produtor de objectos de luxo, em ouro, muito apreciados, tanto adornos, como colheres, garfos e cofres, tudo decorado com pedrarias. A rainha D. Catarina, era grande coleccionadora de jóias, em marfim e pedras preciosas, que hoje se encontram em Munique.Apenas escapavam ao domínio português as pérolas e esmeraldas da América do Sul. Destas últimas, salientaram-se as das minas de Muzo, na actual Colômbia, exploradas quase à exaustão pelos conquistadores espanhóis.Em Lisboa, as gemas deveriam ser registadas aos oficiais da Casa da Mina e da Índia. Só depois poderiam ser vendidas, já que a própria legislação impedia que se pudessem comprar estas mercadorias, sob a pena de as perder, sem que tivessem certidão de terem sido despachadas na citada casa. Mas na realidade, apenas uma pequena parte das gemas vindas do Oriente seria registada.
Entre os lapidários, joalheiros, comerciantes e outros compradores que, em Lisboa, procuravam gemas, destacaram-se os agentes da Casa Fugger de Augsburg, os poderosos banqueiros do Imperador Carlos V. Em 1548 adquiriram, entre diversa pedraria, um grande diamante de 67.5 quilates. Até as jóias para o dote das filhas de Anton Fugger são negociadas em Lisboa, no ano de 1553.
Toda esta abundância de pedras preciosas teve grande influência na arte da joalharia europeia já que, gradualmente, as pedras preciosas dominaram as preocupações do desenho da própria jóia.Mas não existia apenas um tráfego de pedras e jóias do Oriente para Lisboa. Sabe-se que eram vários os que compravam esmeraldas sul-americanas em Sevilha, assim como pérolas das Antilhas, para as venderem em Goa como Orientais.Sevilha foi, durante os séculos XVI e XVIII, o centro da comercialização das pérolas e esmeraldas sul-americanas.As próprias turquesas, que se sabe terem sido encontradas na região de Vila Viçosa na segunda metade do século XVI, eram vendidas em Goa a incautos comerciantes europeus. Noutros casos, algumas pedras vinham a Lisboa e daqui partiam novamente para Goa quando não eram devidamente valorizadas. Tal foi o caso de um olho-de-gato descrito por Garcia de Orta que, enquanto avaliado em Goa por 600 cruzados, não encontrou em Lisboa comprador que lhe desse mais que 90. Igualmente eram enviadas para a índia, através de Lisboa, mercadorias como o coral mediterrânico e o marfim africano. O coral foi, nos séculos XV e XVI, pescado nas costas do Algarve. Estas pescarias, que parecem esquecidas em todo o século XVII, são recuperadas no século XVIII, mas já no reinado de D. Maria I.Já nos inícios do século XVII, o mercado de Goa recebia jóias europeias provavelmente portuguesas. Algumas ficaram descritas nos Livros da Casa da Índia, pelo que se sabe que tratava-se de “ halifante de ouro com pedraria e pérolas”, “h a fegura de h omem posto sobre h a aguia com esmeraldas” ou mesmo “ h cavalo com h omem em sima tudo sobre h a penha com esmeraldas rubis perolas”.A existência de um tão rico comércio e grande procura, em Lisboa, por parte de joalheiros e lapidários, facilitou a difusão das falsificações, que eram realizadas, sobretudo, quando as pedras se encontravam já montadas em jóias.No caso dos diamantes, um dos artifícios mais comuns, ainda hoje bem conhecido se bem que aperfeiçoado, era juntar, por baixo de um diamante pouco espesso, uma safira de cor branca parecendo, deste modo, a gema muito mais funda.Processo idêntico era utilizado para os rubis, em que se pintava, por entre dois vidros, com uma resina tintureira conhecida como "sangue-de-dragão" de forte cor vermelha.As esmeraldas, na Índia, eram falsificadas a partir de vidros dos fundos de garrafas, como nos descreveu Garcia de Orta.Este panorama sobre as fontes e comércio das pedras preciosas em na era dos descobrimentos, manteve-se ao longo do primeiro quartel do século XVII. Quando o francês Jean Baptiste Tavarnier, comerciante de pedras preciosas do rei de França Luís XIII, visitou a Índia, em meados do século XVII, encontrou uma situação bem diferente. Goa e o seu mercado pertenciam ao passado se bem que se continuassem a enviar gemas para Portugal e Ásia. O próprio viajante constatou, nas jóias do Grão Mongol, um enorme topázio de 157 quilates e 3/4 , adquirido em Goa por 181.000 rupias, o equivalente a 271.500 libras seiscentistas- topázio que ele registou num belo desenho passado para gravura.Um facto curioso, a registar, é que, em determinada altura do século XVII, o valor das pedras preciosas subiu de tal modo no Oriente que, da Europa, foram reenviadas com lucro de 100% a 200%. Sabe-se que, em 1625, a Nave Almirante Santa Isabel partiu para a Índia com pérolas e aljôfar, o que confirma esta tendência que julgamos não generalizadas ao longo do século.Portugal possuiu ainda, nessa época, importantes reservas de pedras preciosas, já que o contrato de casamento entre D. Catarina e Carlos II de Inglaterra referia, numa das cláusulas, o pagamento, como dote, de 2 milhões de cruzados sendo metade do valor em pedras preciosas, açúcar e outras mercadorias.Ao longo do século XVIII, Espanha irá explorando, quase até à exaustão, as suas minas de esmeraldas na América do Sul. No Brasil surgiram algumas sem importância, aparecendo, aos poucos, pedras de cor como topázios, ametistas e águas - marinhas, extração que ainda não se encontra correctamente estudada. As pérolas apanhadas na América Central tornaram-se, igualmente, uma das principais mercadorias do comércio entre " as Índias Ocidentais" e Sevilha. Poucos desconhecem a celébre pérola em forma de pêra "A Peregrina" com o peso de 126 quilates, pertencente a Filipe II de Portugal e encontrada no Panamá.
A descoberta dos diamantes no Brasil, no Cerro Frio, em torno de 1727 e após quase dois séculos de buscas, alterou a forma como todo o tráfego de pedras preciosas se tinha desenvolvido desde quinhentos. Mais uma vez, Portugal teve um papel primordial neste processo sendo, na altura, muitos os que desejavam que se fechassem as novas minas de diamantes, talvez com receio da concorrência com as minas indianas.
Dominando então, completamente as redes comerciais das pedrarias, sobretudo na sua distribuição europeia a partir de Londres e Amesterdão, os judeus viram com grande apreensão esta nova fonte, que logo à partida garantia uma imensa produção. Assim procuraram difundir, nos seus circuitos e junto das suas clientelas, rumores de que não existiam diamantes provindos do Brasil, mas sim de Goa e acusando as autoridades portuguesas de fraude.
Simultaneamente, comprovam os diamantes brasileiros e juntavam-nos às remessas indianas.Portugal não soube, ou não quis, romper este monopólio da nação judaica. Mesmo assim, a importância dos diamantes do Brasil no panorama da joalharia no ocidente foi imenso, justificando não só o glorioso reinado de D. João V mas, sobretudo, o de D. Maria I.
Calcula-se que, ao longo do século XVIII, terão sido exportados três milhões de quilates de diamantes brasileiros. Curiosamente, sendo o Brasil, o principal centro de extração de diamantes, não deixa de ser significativo o desabafo do Guarda-jóias de D. Maria I- João António Pinto da Silva numa carta datada de 1 de Novembro de 1784, sobre a ausência, entre nós, de bons lapidários.
A sua leitura justifica como realmente esta actividade económica passava ao lado de Portugal, fomentando as industrias de nações estrangeiras.
No Brasil foi ainda descoberto um dos nossos mais interessantes mistérios, o diamante "Bragança" com o peso extraordinário de 1680 quilates. Ninguém sabe ao certo se se trataria realmente de um diamante , de um topázio, ou mesmo da magnífica água marinha que hoje se conserva no Palácio Nacional da Ajuda, de quase idêntico peso.
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (7): 01/01/1434 - *Gil Anes 01/01/1510 - *Conquista de Goa 01/01/1548 - *Agentes da Casa Fugger de Augsburg, os poderosos banqueiros do Imperador Carlos V, adquiriram, entre diversa pedraria, um grande diamante de 67.5 quilates 21/05/1662 - Casamento de D. Catarina de Bragança com Carlos II de Inglaterra 01/01/1727 - *Descoberta dos diamantes no Brasil, no Cerro Frio 01/01/1741 - *Encontrado o "Diamante Bragança" 01/11/1784 - Carta de João António Pinto da Silva, Guarda-jóias de D. Maria I EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.