Como o cacique Tibiriçá facilitou a vida dos jesuítas, por Vicente Vilardaga, em Folha de São Paulo
6 de novembro de 2024, quarta-feira Atualizado em 24/10/2025 02:18:19
•
•
•
Não existiu um homem mais poderoso no planalto de Piratininga em meados do século 16 do que o cacique Tibiriçá. Foi graças a ele que os jesuítas conseguiram se instalar no Pátio do Colégio, que daria origem à vila de São Paulo, e desenvolver seu trabalho de catequese.Tibiriçá, um líder indígena tupiniquim, apoiou os jesuítas e garantiu proteção e mão de obra para colocar de pé o marco fundador da cidade em 1554. Também foi um hábil negociador que aceitou a conversão para o catolicismo e foi batizado pelos padres José de Anchieta e Leonardo Nunes.
No batismo recebeu o nome de Martim Afonso Tibiriçá, uma homenagem a Martim Afonso de Sousa, fundador da capitania de São Vicente. Passou a ser um guerreiro dedicado aos padres e a proteger os colonizadores dos ataques indígenas a partir de sua aldeia, chamada de Inhampuambuçu, situada onde é hoje o largo São Bento.
Foi um aliado de primeira hora dos portugueses e ajudou a viabilizar a sociedade colonial. Com uma vasta prole, estabeleceu laços de parentesco que reforçaram seu poder local. Só com a índia Potira deixou sete descendentes: Ítalo, Ará, Pirijá, Aratá, Toruí, Bartira e Maria da Grã.
Sua filha mais conhecida era Bartira que se casou com o português João Ramalho, lendário personagem colonial, a quem os padres da Companhia de Jesus atribuíam inicialmente "mil crimes infames", mas depois o acolheram como um importante aliado.
Outra das filhas de Tibiriçá, Teberê, cujo nome cristão era Maria da Graça, se casou com o português Pedro Dias, que participou da instalação do colégio de São Paulo. Entre suas descendentes também estava Susana Dias, fundadora do povoado que deu origem ao município de Santana do Parnaíba.
Prova do apoio que Tibiriçá dava aos colonizadores e de sua fidelidade é uma carta escrita por Anchieta em 1563, citada por Paulo Prado no seu livro "Paulística etc.".
A carta se refere a uma expedição para se defender de índios inimigos guarulhos, guaianás e carijós que moravam nos arredores de Piratininga e eram chefiados por Jaguaranho, filho de Piquerobi, irmão de Tibiriçá. Ele tinha outro irmão, Caiubi, aliado dos jesuítas.
Diz Anchieta que Tibiriça "juntou logo sua gente, que estava repartida por três aldeias pequenas, desmanchando suas casas e deixando todas suas lavouras para serem destruídas pelos seus inimigos". A vila de São Paulo ficou cercada por dois dias e só depois de um combate sanguinário os atacantes foram rechaçados e vencidos.
No chamado "Cerco de Piratininga", segundo o jornalista Eduardo Bueno, Tibiriçá teria levantado uma bandeira e uma espada de pau com diversas cores para repelir o ataque com bravura. Durante o combate, matou Piquerobi e seu sobrinho Jaguaranho.
Existem várias referências toponímicas a ele na Grande São Paulo. A principal delas é a rodovia Índio Tibiriçá, que liga os municípios de Suzano e Ribeirão Pires. Também há duas ruas na capital que levam seu nome, uma no bairro da Luz e outra no Brooklin.
Tibiriçá morreu em 5 de dezembro de 1562. Seus restos mortais estão depositados num túmulo na cripta da catedral de Sé. Tramita desde 2019 na Câmara Federal um projeto de lei que inscreve os chefes Tibiriçá e Arariboia no livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária colonial brasileira Séculos XVI - XVII Data: 01/01/2013 Créditos/Fonte: SCHUNK, Rafael Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária colonial brasileira Séculos XVI - XVII. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2013. (Coleção PROPG Digital - UNESP). ISBN 9788579834301 página 181
ID: 5979
ME|NCIONADOS ATUALIZAR!!! EMERSON
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.