As desventuras de Knivet, data da consulta em arquipelagoilhabela.com.br
2 de fevereiro de 2024, sexta-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Poucos personagens da história de Ilhabela deixaram um registro tão incrível quanto o do inglês Anthony Knivet, autor de um dos mais impressionantes relatos sobre o Novo Mundo. Publicada em 1625, sua história é contagiante e muitas vezes inacreditável. Após mais de 10 anos pelo Brasil, suas inúmeras agruras e peripécias deixariam Indiana Jones de queixo caído.
Suas desventuras começaram em 1591 como tripulante do corsário inglês Thomas Cavendish em uma épica viagem aos mares do sul. Após arquitetarem o ataque em Ilhabela, os piratas pilharam por 2 meses as vilas de Santos e São Vicente, queimando casas, navios e engenhos.
Ao tentarem cruzar o Estreito de Magalhães, tempestades tragaram vários homens e barcos. Knivet perdeu vários dedos dos pés por congelamento, quase morreu de fome e frio e por pouco não o jogaram ao mar como morto. Ao retornarem ao Brasil, cerca de 100 piratas morreram em saques frustrados às vilas de Santos e de Vitória.
Tamanha desgraça levou Cavendish de volta para Ilhabela, onde abandonou Knivet e outros moribundos em alguma praia do lado oceânico da Ilha de São Sebastião*. O estropiado Knivet sobreviveu por uns 8 ou 9 dias graças à caranguejos que surgiam nas marés baixas.
Debilitado na margem de um rio, certo dia achou que seria devorado por um “monstro” aquático com grandes garras, comprida cauda e uma “língua qual arpão”, pela descrição um grande lagarto ou um jacaré-de-papo-amarelo, espécie que no passado habitava todo o litoral paulista.
O jovem pirata viveu mais 14 dias dos restos de uma baleia encalhada até reencontrar alguns de seus companheiros, mas uns oito dias depois foi capturado por portugueses, que o espancaram “com paus acesos” e o fizeram andar até o norte da ilha, onde seus inimigos mataram 28 de seus comparsas.
Ao deixar Ilhabela, entre muitas fugas, prisões e torturas, foi escravo em um engenho de açúcar, sofreu por 9 meses com ferros “de 30 libras” presos aos pés, viveu sozinho na mata e entre índios, desbravou sertões atrás de ouro e nativos para escravizar (entre onças e cobras), passou dias na copa de uma árvore ao fugir de índios, ficou náufrago, lutou com um tubarão, virou um soldado, quase morreu em um protótipo de escafandro, assistiu rituais antropofágicos, fugiu para Angola (e foi recapturado), tornou-se escudeiro do Governador-geral do Rio de Janeiro e ainda combateu, liderou e quase foi comido por índios.
Não apenas se salvou de tantas agruras, como ainda conseguiu fugir de volta à Inglaterra para imortalizar suas memórias. * Popularmente chamada de Ilhabela, a Ilha de São Sebastião é a maior ilha do Arquipélago de Ilhabela.
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Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
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