22 de janeiro de 2024, segunda-feira Atualizado em 24/10/2025 02:37:57
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os exploradores chegaram aos locais mais distantes. A expansão e os avanços que se sucederam através da navegação no Rio Tietê, a exploração das várzeas e daí aos caminhos que tiveram acesso os conquistadores para avançar pelo interior do território ainda inexplorado, esses fatores nos fornecem uma com-preensão bastante precisa sobre as origens do Tatuapé, quando tomamos os avanços realizados pelos desbravadores na direção leste, desde Piratininga.
Os primeiros povoamentos que se desenvolveram a leste da vila, surgem com as atividades dos colonizadores, depois que colocaram os pés sobre a ex-tensa planície povoada pelas aldeias indígenas. No alto da colina primordial, onde se estabeleceram os jesuítas em 1554, celebrando a primeira missa no lugar que já se chamou Casa de Piratininga, seus habitantes seriam citados pelos padres como piratininganos. Essa colina era cercada pelos tortuosos traçados de dois rios: a leste, espalhando-se em várzeas, o Rio Tamanduateí e a oeste pelo Ribeirão Anhangabaú que nele deságua. Mais ao norte estava o Rio Tietê, que recebia as águas do Tamanduateí, conforme esclareceu a professora de História do Brasil da Universidade Católica de Santos, Wilma Therezinha Fernandes de Andrade, historiadora com vários livros e artigos publicados em jornais e revistas. “Piratininga era o local da taba do Tibiriçá. Ele tinha uma aldeia, onde hoje é o centro de São Paulo. Quando chegam os jesuítas, eles convertem o Tibiriçá ao catolicismo. Convertido ele fica inteiramente à disposição dos jesuítas e indica a eles qual o melhor lugar para fundarem sua escola, na verdade era um centro de catequese. Aquela região toda do planalto era repleta de índios e o Tibiriçá era o grande cacique. Ele conhecia a região, porque morava lá, e indica o local aos jesuítas.” 1
A taba de Tibiriçá, ou seja, a aldeia do povo Tupiniquim do qual era o grande chefe, ficava na extensão do que conhecemos atualmente como Centro Histórico de São Paulo. Depois da chegada dos jesuítas, a oca de Tibiriçá – sua casa propriamente dita – tinha como endereço a área onde hoje está o Mosteiro de São Bento. O local para a moradia dos padres, onde seria erguida sua “casa”, foi indicado ao padre Manoel da Nóbrega pelo líder indígena e é aquele que conhecemos como Pátio do Colégio. Ali a história de São Paulo teria o seu começo, com vista privilegiada para uma colina que ficava ao longe na direção leste, depois da extensa planície em parte inundável pelo rio do grande tamanduá.
Atualmente, os dois rios que ajudaram moldar aquele centro de catequese, que logo acolheu índiose colonos e se tornou um povoado, estão canalizados. O Tietê, por sua vez, foi totalmente desfigurado ao longo do seu percurso urbano. Mas, ainda é cedo para avaliarmos as inúmeras dores de cabeça que o avanço da “civilização” demandará.
O importante agora é o sonho de Nóbrega: fundar uma comunidade pura, voltada para a religiosidade e o trabalho, cujos elementos e mão de obra estão totalmente disponíveis e até solícitos; os nativos ofereciam ajuda e se submetiam aos padres, entretanto havia os contrários.
Nesta viagem às origens do Tatuapé, toma-se conhecimento de longínquos registros históricos. Entre eles, constata-se que existem divergências; às vezes interpretações ambíguas. Além disso, há versões sobre fatos históricos que superam o aprendizado dos tempos escolares e só são encontradas respostas com mais clareza e profundidade nos bancos acadêmicos. Neste percurso, chega-se a defrontar com afirmações que indicam a relação do colonizador português Braz Cubas com a origem do bairro desde 1540 ou 1551, atribuindo essa relação a uma sesmaria.
Essa concessão em terras de Martim Afonso fazia divisa com a de Pero de Góes. Em levantamento comprovado pelas pesquisas da professora Wilma Therezinha, o escudeiro e o guerreiro da Corte portuguesa, foram vizinhos.
“Realmente o Martim Afonso doou sesmarias em Piratininga. A primeira sesmaria doada no Brasil foi a de Pedro de Góis. Resumidamente, essa sesmaria começava no Largo do Caneú, defronte a Serra de Taperovira que depois vai se chamar Serra do Quilombo, seguia pelo planalto até o Rio Tietê, passando por um Pinhal na passagem chamada Conceição, alcançava o Caminho de Piratininga, encontrando com a Serra de Paranapiacaba, descendo pelo Vale do Ururay que hoje é o Rio Mogi até a Ilha de Caremacoara na Barra de Cubatão, até o Largo do Caneú. A sesmaria de Braz Cubas se limitava com a de Pedro de Góis.”
Os mapas antigos consultados para esta viagem, no entanto, não apresentam um local chamado Tatuapé, que só será visto muito tempo depois.
Portanto, seria mais lógico dizer de maneira mais abrangente, que Braz Cubas conheceu suas terras até onde pode chegar e povoar, ou seja, nas proximidades do Rio Tietê na extensão das suas posses, onde surgiriam outros tantos povoados que se tornariam bairros e municípios, mas que nem por isso foi atribuída ao fiel escudeiro de Martim Afonso a fundação dos mesmos. No Anexo IV, que se encontra no final deste livro, será possível observar os limites da concessão de sesmaria feita a Braz Cubas [Página 3 do PDF]
Mapa da região de Santos e São Vicente, mostrando a chegada da Armada de Martim Afonso de Sousa, e a distribuição conhecida de uma parte da sua gente, situação que ainda se conservava em 1534.
A – Tomando por base o “Diário da Navegação”, vê-se aqui o trajeto provável da Armada de Martim Afonso, ao chegar de fora e ao penetrar na “abra” do “Porto de São Vicente”.B – Ponto da “abra” do “Porto de S. Vicente”, onde fundeou a Armada pela primeira vez, abrigando-se do mau tempo – “ESTA NOITE NO QUARTO DA MODORRA FOMOS SURGIR DENTRO NA ABRA, EM FUNDO DE SEIS BRAÇAS DE AREIA GROSSA”.
C – Praia da “Ilha do Sol”, onde a 21 de janeiro teria fundeado a Armada (atual Praia do Góes, na Ilha de Santo Amaro) – “SEGUNDA-FEIRA VINTE E UM DE JANEIRO DEMOS A VELA E FOMOS SURGIR NUMA PRAIA DA ILHA DO SOL; PELO PORTO SER ABRIGADO DE TODOS OS VENTOS”.
D – O “Porto das Naus”, fronteiro ao “Porto de S. Vicente”, onde fundeou a Armada de Martim Afonso, na tarde do dia 22 de Janeiro – “TERÇA-FEIRA PELA MANHÃ FUI NUM BATEL DA BANDA A LESTE DA BAHIA E ACHEI UM RIO ESTREITO E A TARDE METEMOS AS NAUS DENTRO COM O VENTO SUL”.E – O verdadeiro “Porto de S. Vicente” onde a 22 de janeiro desceu em terra Martim Afonso, mandando fazer uma casa para guardar as velas e a enxárcia dos navios, e onde mandou por a seco uma das naus da expedição, presumivelmente a capitânia. – “COMO FOMOS DENTRO MANDOU O CAPITÃO JÁ FAZER UMA CASA EM TERRA PARA METER AS VELAS E ENXÁRCIA. AQUI NESTE PORTO DE SÃO VICENTE VARAMOS UMA NAU EM TERRA”.
1 – Outeiro de Santa Catharina, onde se estabeleceu o fidalgo Luiz de Góes.
2 – Ponto da ilha, onde se fixaram Paschoal Fernandes e Domingos Pires.
3 – Encostas do morro de “S. Jerônimo” (atual Monte Serrat) onde ficou Braz Cubas, (então moço de vinte e três anos).
4 – Ponto onde se localizaram os nobres José, Francisco e Paulo Adorno, irmãos de origem genovesa, e onde fundaram o “Engenho de S. João” em 1533.
5 – Lugar em que se estabeleceu o ferreiro da Expedição, Mestre Bartholomeu Gonçalves ou Fernandes.
6 – Aqui ficou e obteve sesmaria, o fidalgo Jorge Ferreira, mais tarde casado com uma filha de João Ramalho. Este lugar chama-se “Itapema”.
7 – Ilha Pequena (atual Barnabé) onde ficou Henrique Montes, “prático da região e guia da Armada de Martim Afonso”. Assassinado Montes em 1534 ou 35, passou esta ilha com as terras de Jurubatuba à propriedade de Braz Cubas.
8 – Aqui ficou o fidalgo Pero de Góes, com sesmaria. Era irmão de Luiz de Góes e fundou o grande “Engenho da Madre de Deus” com Capela.
9 – Neste lugar se estabeleceu o fidalgo Rui Pinto.
10 – Neste ponto, à margem do Rio Cubatão, se estabeleceu Francisco Pinto, pai do fidalgo Rui Pinto. Mais tarde, estas terras parecem ter passado à propriedade do nobre Antonio Rodrigues de Almeida.
11 – Terras do Antonio Rodrigues, a ele doadas alguns anos antes da chegada de Martim Afonso, pelo Governador das terras do Brasil Cristovão Jacques, sendo Capitão do povoado de S. Vicente, Pero Capico.
Mapa Data: 01/01/1937 Créditos/Fonte: História de Santos Mapa da região de Santos e São Vicente, mostrando a chegada da Armada de Martim Afonso de Sousa, e a distribuição conhecida de uma parte da sua gente, situação que ainda se conservava em 1534
ID: 13752
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (5): 03/03/1531 - Concedidas terras a Bras Cubas “que for da conquista de El-Rey nosso Senhor e que está onde chamam Jarabatyba” 10/02/1532 - Sesmaria a Ruy Pinto 25/09/1536 - Concessão a Bras Cubas / Pascoal Fernandes e Domingos Pires já tinham estabelecido, a leste do ribeiro de São Jerônimo, depois chamado de “Montserrate” 01/01/1540 - *Capela de Santa Catharina" - junto ao outeiro do mesmo nome - primeira capela propriamente santista - fundada por Luís de Góes e sua mulher, d. Catharina de Andrade e Aguillar. 25/01/1554 - Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi EMERSON
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.