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Espaço de fé e relações de poder: o Recolhimento Feminino de Santa Clara de Sorocaba (1800-1850)
    2019
    Atualizado em 24/10/2025 03:34:26

  
  
  


capitão-mor. Na capitania, o capitão-general. Sem falar dos capitães deordenanças de nobreza. Mas ser capitão não era algo inato, ainda queem muitos casos fosse quase hereditário. Ser Capitão era algo desejado,um reconhecimento da ascensão ou manutenção da posição social. Equem acabava regulando, desta forma, a reprodução da hierarquia noultramar, era a Coroa que tinha o poder de conceder e confirmar aquelespostos, assim como os demais.”86Na carta patente passada a ele pelo capitão general de São Paulo, Martim LopesLobo de Saldanha, explicam-se os motivos da nomeação:

Faço saber aos que esta minha carta patente virem, que havendo a não [ilegível] Capitão Mor na vila de Itapetininga, nem pessoa de possibilidade, que deseja (?) de eleger, e me ser constante, quer Salvador de Oliveira Leme tem na mesma vila fazendo, e ser homem de possibilidades para decoro [sic] do mesmo posto, inteligente e exato para exercer e executar as ordens quais forem incumbidas, como tenho experimentado nas que lhe dirigi para a municiamento das tropas, que desloquei para o Sul, em muitos pousos no dito distrito, em cuja conjuntura ficou encarregado dos soldados doentes, que fez curar, e [ilegível] a dita carta, no que fez ver o seu zelo, a fim como também na inspeção e cobrança dos reais direitos no registro de Sorocaba [...]”87

Podemos perceber como eram enfatizados os serviços prestados por Oliveira Lemeà Coroa portuguesa, tanto com relação aos serviços militares como na administração do registro,justificando a nomeação para o cargo de capitão-mor em uma vila onde ele não residia. Essanomeação causou problemas para o capitão general de São Paulo, que recebeu um ofício de D.Maria I, repreendendo-o por criar o cargo em Itapetininga, explicada por Lobo de Saldanha pela“angústia do tempo em que vi para executar as instruções.88No final do século XVIII, a Câmara de Sorocaba funcionava da seguinte forma:“A vida civil desenrolava-se como de antes: a Câmara Municipal estavacomposta de um juiz presidente, três vereadores e um procurador, quecom o juiz de órfãos (para inventários e questões civis) eram eleitos acada três anos em Dezembro ou Janeiro. Os ‘homens bons’, isto é, osque não exerciam ofícios mecânicos (reservados aos pobres egeralmente mestiços livres) ou que já foram uma vez camaristas,elegiam vereadores bastantes para três anos, e os nomes guardados embolinhas ocas de cera, estas num saco, este no armário à chave, eram [p. 29]

sorteados cada ano. [...] A Câmara dividia com o capitão-mor aautoridade policial e judiciária, não podendo sentenciar os réus à prisãomuito duradoura, muito menos, pena de morte.”89Em 1780, faleceu o capitão-mor de Sorocaba, José de Almeida Leme. O cargovacante não foi ocupado imediatamente, causando uma situação de disputa entre OliveiraLeme e seu genro Paulino Aires de Aguirre contra a Câmara de Sorocaba. Em janeiro de1782, foi enviada uma representação da Câmara a D. Maria I, denunciando os dois porcrimes e acusando Oliveira Leme de desejar o cargo mas ser incompetente para exercê-lo.Podemos perceber a demora dos representantes em irem a Sorocaba para a eleição, causandoagitação na Câmara, cujos membros escreveram em sua representação que o cargo nãodeveria ficar vago: “essa vila é importante dessa capitania, pois por ela passam as tropasque vem de São Pedro do Sul, [...]”90. Segundo os oficiais da Câmara, Paulino Aires deAguirre e seu sogro aproveitavam-se desse estado de desordem em que a vila se encontrava:

E porque por causa desse ministro não vir comprimir como indica a obrigação, trazendo esta vila em continuada desordem, por miscelâneas, e orgulhos do tenente coronel e auxiliar cavalaria ligeira Paulino Aires de Aguirre, e seu sogro Salvador de Oliveira Leme, pretendente e interessante [sic], ao dito posto, sendo este um vageito [?] totalmente insuficiente para o exercício, tanto pela sua qualidade, por ser de baixa esfera, e ter exercido noutra vila por si e seus antepassados, anos bastantes, o ofício de taberneiro público, como pela sua capacidade, por ser de gênio orgulhoso e intrigante, e ter fazido [sic] por vezes criminoso de, vários crimes, assim nas devassas dos corregedores, como nas ordinárias e entre esses por usar de pesos e balanças falsificadas, a que tudo não foi bastante, para que deixasse de ser o inspetor do registro dessa vila, dos direitos de animais vindo do continente de São Pedro do Sul e Viamão, que pagaram a Vossa Majestade os tropeiros e comerciantes, em cujo emprego se estabeleceu ele, e [ilegível], vexando os ditos miseráveis tropeiros com capa dos direitos de Vossa Majestade em tal maneira, que de uns, para não sentirem maior prejuízo, lhe tem dado, e dão bestas outros cavalos, outras vezes, e outros finalmente tem desviado, deixando seus animais com gravíssimos prejuízos deu com prejuízo ao comercio e dos mercadores [...]” 91.

Isso revela informações conflitantes com aquelas contidas no documento feito pelocapitão general de São Paulo sobre a conduta de Oliveira Leme não ser tão “exata” como a descrita na sua carta patente. Pela acusação no ofício da Câmara, dizendo que Oliveira Lemealmejava o posto de capitão-mor de Sorocaba, conseguimos identificar a grande preocupaçãopor parte dos camarários de que ele conseguisse realizar seu intento. Relevante também é amenção ao ofício de taberneiro, que o próprio Salvador de Oliveira Leme e seus familiaresexerceram, e que por ser considerado um defeito mecânico, o impediria de exercer um cargocamarário, fato omitido na carta patente que deu a ele cargo equivalente em outra vila.Esse foi o argumento apresentado pelos oficiais na descrição de seus crimes. EmboraOliveira Leme possuísse a maior fortuna da vila92, mesmo tendo negócios diversificados e jáocupado o cargo de capitão-mor de Itapetininga, além de ser o arrematador do registro deanimais, ele ainda era visto como “de baixa esfera” pelos oficiais da Câmara de Sorocaba.“A autonomia concedida a esses particulares, especialmente aquelesencarregados de impostos em regiões distantes do centro administrativoda colônia, era grande. Nestas, os arrematantes podiam mais facilmenteburlar a lei, permitindo o contrabando ou o suborno por condutores parapassar clandestinamente pelo Registro. Fosse pela autônima concedida,ou pelo retorno sobre o capital investido, a arrematação dos impostossobre animais foi um importante recurso de enriquecimento na capitaniapaulista.”93Talvez a questão principal para os oficiais da Câmara de Sorocaba não fossem oscrimes de Oliveira Leme em relação ao registro – que, segundo a autora, eram comuns. Oproblema poderia estar relacionado ao aumento de poder e influência de Leme e sua família.Por isso o foco principalmente na alegação de ele ser pessoa “de baixa esfera”.Da análise sobre a tentativa de se fixar como principal da terra, passamos àsestratégias da família para ampliar sua fortuna. Oliveira Leme foi casado duas vezes: doprimeiro casamento teve um filho, Francisco Xavier de Oliveira, e do segundo casamento,quatro filhos (Vicente, Gertrudes, Antônio e Ana Maria) que, “de maneira geral, herdaram dopai a posição de destaque dentro da sociedade e da economia sorocabana”:Francisco Xavier, o primogênito, casou-se em dezembro de 1766, epermaneceu agregado ao pai por cerca de um ano. Seu primeiro passono sentido da independência econômica parece ter sido arrematar ocontrato do açougue, que lhe dava exclusividade no abate de gado nomunicípio. Em 1772, era também recenseado como o comprador evendedor de cavalos, proprietário de casas na vila e dono de seis [p. 30, 31]

guardar este papel em o acento das memorias desta casa. Ignacio FerrazLeite Penteado.”213Vemos então que as primeiras recolhidas levavam dotes, apesar do compromisso deManoela de Santa Clara e Rita de Santa Ignes de manterem às suas custas essas mulheres. Nãotemos informações sobre os dotes entregues ao Recolhimento por elas mulheres em seuingresso, mas sabemos sobre o órgão entregue como parte do dote pago pelos pais de Josepha.O documento acima informa que havia, entre as primeiras recolhidas, uma mulher com talentospara a música, o que permite supor que as mulheres que efetivamente entraram noRecolhimento foram escolhidas mesmo antes do recebimento da autorização para ofuncionamento ser dada. Penteado deixou a posse do órgão atrelada à permanência de sua filhana instituição; só no caso da morte dela, o órgão passaria a pertencer ao Recolhimento:“Foi doado a este recolhimento no ano de 1811, na fundação do mesmo,pelo Senhor Ignácio Ferraz Leite Penteado e sua esposa Dona Gertrudesde Camargo, como dote de sua filha, Dona Maria dos Anjos, que foiuma das educandas, companheiras das fundadoras, e filha espiritual donosso muito amado e sempre venerado Frei Antonio de Sant’AnnaGalvão. O órgão começou a funcionar no mesmo dia em que pelaprimeira vez as recolhidas se reuniram no coro em presença do FreiGalvão, para entoarem solene ‘Te Deum’, em ação de graças pelosmuitos benefícios, isto em 25 de agosto de 1811”214.O órgão foi uma doação importante para o Recolhimento, tendo sido acionado na missasolene realizada para oficializar a entrada das primeiras recolhidas. Habilidades musicais eramimportantes para as mulheres que as possuíssem fossem aceitas com mais facilidade nasclausuras215. Isso denota a importância da doação do instrumento, de alto custo, e da escolhadas mulheres, embora não saibamos qual das recolhidas tinha conhecimento e habilidade paratocá-lo nas cerimônias e talvez ensinar as outras recolhidas a usá-lo também.O caso de registro que mais chama a atenção é o da recolhida número 7, para a qual sótemos seu nome de religiosa: Anna Maria de Jesus. Sobre ela, nenhuma fonte oferece maisinformações, mas Rodrigues nos ajuda na aproximação com essa mulher:

Até 1817 para ingressarem no Recolhimento, as jovens recorriam ao Governo, pleiteando uma vaga de educanda, pois publicamente não era ainda reconhecido como “casa de freiras”. Foi o caso de Dona Ana de Jesus Maria, filha do Coronel Francisco de Aguiar, portanto irmã do futuro Brigadeiro Tobias, a quem Da. Isabel da Visitação, então Regente, após aviso régio pelo qual ‘El Rei Nosso Senhor, conformando-o com a informação do presidente da província fez a graça de ser admitida como Educanda’ permitiu a entrada ‘sem embrago de achar completo o seu número’. Mais uma vez ‘todos disfarçaram’, pois sabiam muito bem que Dona Ana de Jesus Maria, em sua entrada para o Recolhimento, dizia um adeus ao mundo. O interessante é que a tradição afirma que, por não haver votos perpétuos, ‘a boa Aninha voltou a cuidar da mãe viúva e até se casou com o cunhado, o Capitão Chico.

Encontramos outra referência a essa recolhida no pedido de entrada no Recolhimento feito por ela em 1817, ou seja, seis anos após a abertura da instituição:

Senhor – Diz Dona Anna de Jesus Maria, filha legitima do Coronel Antonio Francisco de Aguiar, que tendo suas tias D. Manoela de Santa Clara, e D. Rita de Santa Ignes estabelecido pelo Real Aviso de 22 de junho de 1810 um recolhimento de educação em Sorocaba, no númerode 6 meninas, o qual se acha preenchido, e não podendo a supte.[sic] gozar de agasalho, e doutrina que suas tias lhe desejam dar, e que é tanto do agrado de seus pais, e de suas tias, sem especial graça de V. Majestade, seja servido pela sua alta muficiencia [sic] mandar para seu Real Aviso, que sendo de agrado pai da suplicante, e de suas tias, possam elas admitir a suplicante na qualidade de supranumerária.

Durante os seis primeiros anos de funcionamento, não houve a entrada de novasrecolhidas na instituição, embora uma mulher da mesma família das fundadoras requeresseentrada como supranumerária, ou seja, uma recolhida fora do número estipulado pelaautorização dada pelo Príncipe Regente em 1808. Repetidas referências à entrada noRecolhimento aparecem como sendo do agrado dos pais ou uma vontade das tias. Supomos queManoela de Santa Clara e Rita de Santa Ignes, além de serem tidas como exemplos familiares,influenciaram outras mulheres da família a se recolherem junto delas.“Aviso de licença a D. Anna de Jesus Maria para entrar no recolhimentode Sorocaba. Ilmo. Exce. Snr. El Rei Nosso Senhor, conformando-secom informação, e parecer de V. Exa., em e seu ofício n°9 de 31 demaio passado, sobre o requerimento D. Anna de Jesus Maria, filha doCoronel Antonio Francisco de Aguiar, é servido que ela possa entrar [p. 75, 76]



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ME|NCIONADOS Registros mencionados (3):
01/01/1780 - * Câmara acusa de Paulino de ambição, ser de baixa esfera, fazer uso de pesos e medidas falsos e ter um gênio intrigante
03/12/1780 - Falecimento de José de Almeida Leme aos 62 anos de idade
22/06/1810 - Príncipe Regente mandou o Conde de Aires escrever a Franca e Horta
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.