Arqueologias, em Busca dos Primeiros Brasileiros. T1:E4 "Engenharia". Direção: Ricardo Azoury
1 de janeiro de 2017, domingo Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Dizem os livros que os povos pré-históricos não conseguiam a lingua escritaPoucas obras provocaram tanto a imaginação coletiva como os geoglifos. Muralhas defensivas, salão de festas ou, quem sabe, palcos religiosos. Mesmo décadas após sua descoberta, o esforço coletivo continua para decifrar 14003§Denise Schaan programa de pós graduação em antropologia. Universidade federal Pará, Belém
"o momento em que eles abandonaram os geoglifos, em torno de 1300, a floresta começou a crescer novamente em cima. Na verdade "outra" floresta começou a crescer em cima." 28288»Cassiano Marques, comandante de balão, Rio BrancoEra uma sociedade bastante próspera, porque até agora foram identificados centenas geoglifos
Denise Schaan programa de pós graduação em antropologia. Universidade federal Pará, Belém
(...) Nós tiramos a conclusão que eram locais de encontros. Locais de festas, locais de feiras, de celebrações religiosas. Uma das primeiras hipóteses que a gente teve é que os geoglifos representavam uma sociedade regional, porque você, a mesma forma de modificação do espaço numa região muito grande. Por isso imaginamos que eles tinham alguma forma de organização regional, algum tipo de "cacicado" ou alguma coisa desse tipo. Mas depois a gente foi ver que não. Não tem um centro mais importante. É coisa muito espalhada. É muito semelhante ao que a gente vê no (ilegível) no sentido que você várias comunidades vivendo de maneira mais ou menos independente. Não que eles não tivessem relação entre eles, mas não tem um poder centralizado.
Tem alguns que fizeram a utilização não-contínua por 800 anos. Eles fizeram vários reformas nessas estruturas (...) Eu imagino que eram povos que se movimentavam muito.
Temos também indícios de que eles plantavam milho, batata-doce, mandioca. O problema tem sido encontrar os vestígios dessa população. Eu acredito que essa área dos geoglifos eram locais mais de passagem do que permanência para estes povos. E também ainda eles não produzissem tanta cerâmica, porque o barro lá era ruim para produzir cerâmica.
Eduardo Neves, Professor Titular de Arqueologia Brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia, USP"Uma coisa legal que se descobriu, por exemplo, que eu acho que é nova, é que esses sítios e montículos foram construídos em episódios sucessivos, não foi um evento só. Então parece que eles estavam construindo estruturas permanentes, mas eram populações com mais mobilidade.".
(...) Do ponto de vista teórico isto é muito legal. Foge do livrinho
Denise Schaan programa de pós graduação em antropologia. Universidade federal Pará, Belém:
"Eu acho que continua sendo um mistério, porque é uma coisa muito diferente do que a gente tem encontrado em outros lugares. Na Amazônia a gente está muito acostumado a encontrar terra preta, a encontrar grande quantidade de cerâmica. Porque, existe um paradoxo, você precisa de bastante gente para fazer aquelas obras de terra, mas isso significaria que você teria os registros dessas pessoas em termos de modificações no solo, na química do solo e na quantidade de artefatos. Isso não acontece. Como é que você tem tanta gente modificando a paisagem e onde é que estão os vestígios dessas pessoas. Parece que existe uma contradição entre essas duas coisas."
Manuel Calado, pesquisador do Instituto de Pesquisas Científicas e tecnológicas do Estado do Amapá: Construção com grandes pedras, finalidade funerária, orientação por alguns fenômenos astronômicos básicos, (ilegível) como o solstício, isto é perfeitamente igual ao que encontramos na maior parte do mundo (...)
Alí para Calçoene/AP nós temos uma data muito próxima de 500 anos atrás. Essas datas até 2.000 mil anos não datas de megalítos, mas estão associados com essa cerâmica que a gente encontra nos sítios megalitos. Então a gente imagina que pode estar relacionado, enfim, com essas populações que acabaram construindo os megalitos. Mas para os megalitos a gente tem datas de 500 a 1000, 1200 anos atrás mais ou menos.
(...) E somado a isso , essas observações ao alinhamento no sítio (...) com o fenômeno do solstício, no período de dezembro, que é quando a gente tem muito claro alguns desses povos alinhados com o nascer e o por do sol, a gente começou achar que era coincidência demais isso tudo estar acontecendo. Então a gente começou a construir a hipótese (...)
(...) foi aqui, nessas terras altas, que os povos Jê migraram terra acima e construíram suas moradias. Carimbados mestres de obras projetaram verdadeiros condomínios no subsolo, protegidos do frio e da chuva. Os arquitetos já se foram, mas suas casas subterrâneas ainda resistem e se revelam aos poucos nas escavações.
Padre Pedro Ignácio Schmitz, Diretor do Instituto Anchietano de Pesquisa, Professor da Universidade Vale do Rio dos Sinos/RS:
"com o nosso trabalho de escavação, nós queremos mostras que esse era um povo mais desenvolvido, mais forte, com boa tecnologia para construir casas para sobreviver neste ambiente. Então a forma de viver nesse ambiente que é frio, que é chuvoso, é de construir casas e essa população resolveu construir casas sólidas, não simplesmente uma choupana em cima do solo, onde o vento entra e a chuva também passa. Em vez de construir uma casa com paredes para cima, como as outras populações constroem, simplesmente em vez de fazer a parede para cima, fizeram a parede para baixo, e construir um telhado sólido em cima, onde não chovesse para dentro, onde a água não escorresse para dentro desse buraco e que mantivesse esse lugar esse lugar quente. Isso exige uma tecnologia, um conhecimento tradicional de tecnologia." 14000§Rafael Corteletti, arqueologista: Eles usam os recursos naturais da floresta de araucária na época mais fria do ano, e a caça que é decorrente disso, tem muitos animais que se alimentam da araucária, do pinhão. E na época de primavera e de verão fazem a produção de alimentos. Então eles conseguem ter uma estabilidade alimentícia durante o ano inteiro, sem precisar recorrer a outros ambientes, a outros biomas para sobreviver.
E o planalto todo, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no Paraná, e parte de São Paulo, foi ocupado por um grupo que falava uma língua Jê, antigamente falavam Tapuia. Ele tem uma língua, que era o Kayngang. Os caygangue atualmente são 25.000 aqui no sul do Brasil, um dos grupos mais fortes que existem. E existe outro grupo que se chama hoje em dia Xokleng, antigamente chamava Botocudo, porque usavam um botoque bem grande.
Professor de Antropolofia e Arqueologia da Universidade Federal de Pelotas/RS:
"Esses povos migraram da borda sul da Amazônia para o que o sul do Brasil hoje, saíram de lá por volta de 5.000 anos atrás, chegaram aqui a 2.000 anos. Era uma língua só. Por volta do ano 800 da nossa era, essa língua se separa em dois grandes ramos. Então esses construtores e todas essas super estruturas, estruturas monumentais, são um antepassado comum desses povos. Os povos Jê do sul são conhecidos pelos trabalhos de engenharia de terra. As casas subterrâneas aparecem a 1800 anos, eles movimentam grandes volumes de terras para a construção dessas casas."
"A araucária é uma árvore bastante importante para essas populações por uma série de motivos. Pensando do ponto de vista econômico ela é muito importante, porque ela produz o pinhão, que é extremante rico em carboidrato. Eles estocam pinhão. As diversas variedades de pinhão podem ser colhidas durante onze meses do ano. Existe uma grande safra de pinhão, que é no outono" (...)
"Os estudos de paleontologia, que já são clássicos (...) eles atestam uma rápida expansão da araucária entre o ano 900 e o ano 1000. Em questão de cem anos, ou três gerações, a floresta praticamente toma conta de todas as áreas de campo. Ao redor do ano 1000 também, nos sítios, se alastra por esta região, o que da a entender que a população está aumentando, e que esta população aumenta também de maneira bastante rápida.
Esse momento, em torno do ano 1000, está nos mostrando que passam a existir lideranças que são mais fortes que as anteriores. Não que a hierarquia não existisse antes, talvez antes existissem diferentes tipos de líderes. A nossa hipótese começa a ser construída antes do ano 1000 e ela tem a ver com povos que vem de fora. Os povos Jê já estão aqui a pelo menos 1.300 anos quando os os guarani chegam, eles são os senhores desse local, e os guaranis são os invasores, e essa ameaça externa pode ter feito internamente que os Jês se reorganizassem e a partir daí essas lideranças começassem a surgir. E a expressão de poder dessas lideranças está marcada nessas grandes construções."
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.