Pirate, turncoat, survivor: the life and times of Anthony Knivet, a Briton in 16th-century Brazil. theconversation.com
12 de outubro de 2016, quarta-feira Atualizado em 25/10/2025 17:20:26
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Numa noite escura no final de 1592, um grupo de ingleses foi massacrado na ilha de São Sebastião, na costa sudeste do Brasil. A maioria havia abandonado o infame corsário inglês Thomas Cavendish menos de duas semanas antes, na esperança de poder ganhar a vida no Brasil. Mas isso não aconteceria. Um bando de portugueses e seus índios aliados do Rio de Janeiro atacou-os de madrugada: foram arrastados para a costa, onde seus crânios foram esmagados com “tiços de fogo”.
Na época, os súditos ingleses eram considerados inimigos de Espanha e Portugal, “hereges luteranos” que estavam oficialmente proibidos de pisar nas colónias ibéricas do Novo Mundo. Mas os homens de Cavendish não eram inocentes: apenas alguns meses antes tinham sitiado cidades, incendiado moinhos e saqueado aldeias ao longo da costa brasileira.
No país
Knivet passaria os próximos nove anos vivendo no Brasil – principalmente na incipiente vila do Rio de Janeiro ou nos arredores – trabalhando como escravo para os governantes portugueses. Afinal, a única razão pela qual escapou de ser morto em São Sebastião foi a sua rápida oferta de trocar informações sobre os ingleses em troca da sua vida. Este seria o primeiro de muitos encontros com a morte que Knivet experimentaria no Brasil. Ele também, enquanto servia aos portugueses como traficante de escravos, viajaria por vastas porções de um território então praticamente desconhecido pelos europeus, encontrando uma miríade de tribos nativas, muitas das quais teriam sido destruídas no século seguinte.
Do ponto de vista de alguém de fora, Knivet testemunhou em primeira mão vários aspectos que caracterizaram a sociedade colonial brasileira em seus primórdios: a vida dura nas primeiras usinas de açúcar – os “engenhos” – os assentamentos multirraciais, as disputas políticas, a exploração do trabalho e a expansão violenta em direção ao “interior” desconhecido. Embora não saibamos exactamente como conseguiu finalmente livrar-se das mãos dos portugueses, sabemos que regressou a Inglaterra em 1601, e em 1625 a notável história das suas aventuras foi publicada como The Admirable Adventures and Strange Fortunas do Mestre Antonie Knivet, que foi com o Mestre Thomas Candish para o Mar do Sul, 1591.
Publicadas num compêndio de relatos de viagens, As Admiráveis Aventuram não atraíram muita simpatia ou credibilidade até recentemente e permaneceram praticamente desconhecidas do público em geral. Recebeu sua primeira edição anotada em inglês apenas no ano passado.
Uma razão para este desrespeito duradouro pode ter sido a formação obscura de Knivet, as suas fracas capacidades de escrita, juntamente com alusões a sereias e “montanhas brilhantes”. Até mesmo seu editor original, Samuel Purchas, mostrou-se reticente em endossar algumas de suas descrições. No entanto, após uma inspeção mais atenta e quando comparados com documentos portugueses, vários eventos, nomes e descrições na narrativa revelam-se surpreendentemente precisos.
Retrato de um sobrevivente
Talvez haja outro aspecto que tenha mantido obscura a história de Knivet: numa série aparentemente interminável de fugas estreitas da morte, Knivet emerge como alguém cuja única lealdade é salvar a própria pele a qualquer custo, mesmo que isso signifique trair os ingleses, os portugueses. ou os índios. No mundo implacável das disputas coloniais e dos encontros sangrentos, Knivet tornou-se um mestre da sobrevivência, um improvisador habilidoso que manipulou habilmente as tensões culturais em seu próprio benefício.
Knivet conta-nos como, após interromper uma expedição com 12 jovens portugueses, encontra uma tribo de Tamoio que vive no interior. Sabendo da inimizade entre Tamoio e os portugueses, Knivet declara-se apropriadamente francês antes que todos os seus companheiros portugueses sejam executados e devorados ritualmente. O ano seguinte é passado vivendo com a tribo até que ele convence seus anfitriões a se envolverem em uma migração em massa para a costa em busca de pesca e navios mercantes franceses.
O que Knivet diz aos seus leitores (mas não aos seus anfitriões) é que ele, na verdade, ansiava por encontrar uma passagem segura de volta à Inglaterra. Na verdade, Knivet conduziu a tribo diretamente para um notório entreposto de comércio de escravos mantido pelos portugueses na costa. Como resultado, a última tribo conhecida de Tamoio que escapou da conquista portuguesa na década de 1550 foi então massacrada ou escravizada.
As Admiráveis Aventuras torna a interação entre fato e ficção ainda mais problemática à medida que lidamos com um narrador que pode ser desconcertadamente franco, ao mesmo tempo que permanece irritantemente opaco. Além do fascinante vislumbre de uma época pouco documentada no Brasil colonial, o relato de Knivet nos diz muito sobre a interação entre verdade e ficção na escrita de viagens do início da era moderna.
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.