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Revista Ponto de Fusão
    2015
    Atualizado em 05/11/2025 03:08:44

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Metalúrgicos se estabeleceram na região em 1589, seis décadas antes da chegada de Baltazar Fernandes, fundador de Sorocaba, Por Paulo Andrade

Mais de 60 anos antes da chegada de Baltazar Fernandes, fundador de Sorocaba, trabalhadores metalúrgicos já forjavam minério de ferro e construíam vilas operárias na região. O primeiro povoado da categoria foi formado no final do século 16, no morro de Araçoiaba. O segundo, no início do século seguinte, onde hoje fica o bairro Itavuvu, zona norte de Sorocaba.

Em 1589, uma expedição liderada pelos Afonso Sardinha, pai e filho, sendo o pai português, conhecido como “o Velho”; e o filho mameluco, chamado de “o Moço”, chegou ao morro de Araçoiaba, onde encontrou farta quantidade de magnetita, que chegava a brotar do solo. Hoje o morro é parte integrante da Floresta Nacional de Ipanema (Flona).

Contando com a mão de obra vinda de São Paulo, de onde também vinham os Sardinha, foram construídos no morro, na região do Vale das Furnas, dois fornos rústicos de fundição, do tipo catalão, e uma forja. A fábrica começou a funcionar em 1591.

Segundo Jackson Marcos Siqueira Campolim, professor de história, pesquisador e guia de visitantes na Flona há 17 anos, os trabalhadores da fundição eram bandeirantes, mamelucos e índios escravizados. A fundição despertou o interesse do governador geral do Brasil, DomFrancisco de Souza, que visitou o empreendimento em 1598.

No ano seguinte, o governador voltou para o morro e lá se estabeleceu por cerca de seis meses, período em que mandou erguer no local um pelourinho, símbolo da Coroa Portuguesa. O povoado de metalúrgicos foi elevado à condição de vila, com o nome de Nossa Senhora de Monte Serrat do Itapevuçu.

A produção de ferroOs fornos catalães alcançavam 700 graus centígrados e o minério, além de conter muitas impurezas, não chegava ao estado líquido (O ponto de fusão do ferro é 1.538 °C). O combustível era o carvão obtido da peroba, abundante no morro. O ferro era refi nado com a ajuda de um malho, acionado por uma roda d’água, e moldado em uma forja. Assim eram fabricados arreios, ferramentas e utensílios como facas e colheres. O engenho de fundição fi cava a cerca de [Páginas 34 e 35]

A Vila no Itavuvu

Nos primeiros anos do século 17, o governador já tinha voltado para a Corte e os Sardinha haviam partido para outras empreitadas. Com a ausência dos empreendedores, os moradores começaram a procurar outros locais para se estabelecerem. Parte dos metalúrgicos voltou para São Paulo. Outra parcela continuou mantendo a fábrica, que produziu até 1615. Um terceiro grupo mudou-se para “uma região melhor, às margens do Rio Sorocaba, conhecida então como Itavuvu, cerca de 12 quilômetros a leste do Araçoiaba”, conta Salazar em seu livro O “Esconderijo do Sol”, uma das principais referências literárias sobre o assunto.

O povoado do Itavuvu foi reconhecido em 1611 como vila. Ali também a coroa portuguesa autorizou a instalação de um pelourinho e batizou a localidade como Vila São Felipe.

As ruínas dos fornos dos Sardinha foram descobertas em 1977. Já os vestígios da vila operária de Monte Serrat não foram encontrados.

Pelourinho transferido

Em meados do século 17, o capitão bandeirante Baltazar Fernandes aprisionava índios no caminho de Peabiru, que passava pela região de Sorocaba, e foi nomeado proprietário das terras locais pela realeza. Em 1654, vindo de Santana do Parnaíba, Baltazar mudou-se para a região com familiares e escravos índios e fundou o povoado de Sorocaba. Nessa época, a fábrica de ferro dos Sardinha estava abandonada havia quase quatro décadas.

O povoado fundado pelo bandeirante atraiu antigos habitantes daregião, incluindo os moradores remanescentes do Itavuvu, que se deslocaram para locaismais próximos donúcleo de Sorocaba.Em março de1661, o povoado de Baltazar foielevado à Vila deNossa Senhora daPonte de Sorocaba. O despacho defundação permitiu a transferência dopelourinho do Itavuvu, que fi cava a 10km do centro da nova vila.Atual polo metalúrgicoHoje os 14 municípios cobertospelo Sindicato dos Metalúrgicos deSorocaba e Região reúnem 43 mil trabalhadores da categoria, sendo 85%deles na cidade de Sorocaba. Eles estãodistribuídos em centenas de fábricase outras centenas de ofi cinas, que formam um dos principais polos do setormetal-mecânico no Brasil.Mas a origem dessa vocação remonta aos metalúrgicos que operavamfornos quase primitivos, no alto de ummorro, a duas semanas de viagem dacapital da província, a pé e no lombode mulas, por trilhas antes conhecidassomente pelos tupiniquins. [Página 36]

Enquanto Baltazar fundava Sorocaba, a Coroaportuguesa voltou a se interessar pelas jazidas deferro do morro Araçoiaba. Por isso, em 1660 elaproibiu a exploração do local por particulares, sobpena de morte, mas não realizou nenhum empreendimento.Revogada a proibição, em 1680 os irmãos Moreira Cabral reativaram a produção de ferro nomorro. Essa experiência durou cinco anos.Em 1765, uma sociedade liderada por Domingos Ferreira Pereira construiu outra fábrica de ferro no Araçoiaba, cerca de 3 quilômetros distantedo engenho dos Sardinha, seguindo o curso doRibeirão do Ferro.A fundição rústica de Domingos durou seisanos. Os motivos do fechamento teriam sido asdifi culdades para tirar as impurezas do minério eos altos impostos cobrados pela Coroa.Em 1785, D. Maria I, a Louca, proibiu a manufatura no Brasil, impedindo qualquer iniciativafabril que concorresse com produtos portugueses,incluindo o ferro.A Real Fábrica de FerroEm 1808, quando a família real mudou-se parao Brasil, fugindo do exército de Napoleão, o ReiD. João VI ordenou a especialistas que projetassem uma grande siderúrgica na colônia brasileira.Em 1810, foi criada, por carta régia, no sopédo morro Araçoiaba e próxima ao Rio Ipanema,a Companhia Montanística das Minas Gerais deSorocaba, que pouco depois foi renomeada RealFábrica de Ferro de São João de Ipanema.A represa que atendia à produção foi a primeira do gênero no Brasil.A fábrica começou a operar com 14 estrangeiros assalariados e muitos escravos negros.O período da Real Fábrica de Ferro é bem maisconhecido e documentado do que as iniciativasanteriores. A siderúrgica foi desativada em 1895.Boa parte das construções do século 19, bemcomo equipamentos utilizados na época, sãoabertos à visitação. Alguns sítios arqueológicosno morro também podem ser visitados. Porém,somente com acompanhamento de monitor.No século 16, os principais habitantes da região de GLOSSÁRIOSorocaba eram os tupiniquins, que deram nomesa muitas localidades. A região tem infl uênciadas línguas Tupi e Guarani e suas ramifi cações.Especialistas divergem sobre a junção de vocábulosindígenas que foram transcritos pelos europeus. Porisso há interpretações diferentes sobre o signifi cadode alguns nomes.Araçoiaba Esconderijo do solIpanema Rio imprestável, sem peixesItapevuçu Pedra grande e chataPeaberu Caminho pisado, caminho de grama amassadaIperó Casca amarga/Águas profundasItavuvu/Itapebuçu Caminho de pedra / Caminho de pedra pretaSorocaba Terra Rasgada [Página 37]



\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\3499icones.txt



Tios de Balthazar Fernandes
Data: 08/09/2024


ID: 14049


Altos fornos
Data: 01/01/2015
Créditos/Fonte: catalãosmetal.org.br
Simulação da rotina de trabalho em um engenho rústico de ferro, com forno(Fazenda Ipanema


ID: 5888



ME|NCIONADOS Registros mencionados (9):
01/01/1589 - *Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas
01/01/1591 - *Fundição de Afonso Sardinha começa a funcionar
01/01/1598 - *Após um Mameluco informar Dom Francisco de Souza que visita os "Montes de Sabaroason", enfim ele visitou o local / Nossa Senhora de Monte Serrat do Itapevuçu
19/03/1605 - Convocação de D. Francisco de Sousa
21/04/1611 - D. Francisco elevou o novo local com o nome de vila de São Filipe: “Entre 1611 e 1654, tudo é silêncio, menos as sesmarias de André Fernandes, uma das quais êle doou antes de 1648, ano de sua morte, a Baltazar”
01/01/1615 - *Fundição criada por Afonso Sardinha no morro Ipanema para de funcionar
01/12/1654 - Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados*
01/08/1977 - Descobertas as ruínas dos fornos dos Sardinha / Fornos eram biscainhos (espanhóis)*
01/01/1982 - *“O Esconderijo do Sol”. Autor José Monteiro Salazar
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.