Os muros da vila de São Paulo. garoahistorica.blogspot.com
julho de 2014, terça-feira Atualizado em 24/10/2025 02:40:32
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São Paulo foi fundada em uma posição excelente, num pequeno platô acessível apenas por um lado. Isso não foi suficiente, porém, para evitar os ataques dos índios vizinhos. Assim, desde os primeiros dias, cercou-se de muros, construídos com grande afinco pelos índios catequizados. E foram talvez estas taipas rudes e grosseiras que salvaram a vila quando houve o ataque da confederação dos tamoios em 1562. Em 5 de novembro de 1562, meses depois do ataque, requeria o procurador do concelho Luiz Martins que se concluíssem as obras dos muros, em um período de 15 dias, sendo então encarregados da tarefa treze dos principais paulistanos. A câmera decretou que quem se furtasse a tão premente obrigação, seria multado em cinco tostões.Em 1 de fevereiro seguinte, denunciava-se em vereança o fato de ainda se acharem por terminar uma guarita por trás do muro e a "cobertura das cerquas da villa".Pela cinta murada protetora do arraial, várias portas se abriam, e a guarda dessas portas eram entregues a pessoas de confiança. Havia uma entrada principal para a vila a "Porta Grande", sobre a qual existia guarita e vigia. A este mesmo portão chamavam em 1563 de "Porta Nova". Em 13 de fevereiro de 1563, requeria o procurador Salvador Pires aos seus colegas de edilidade que se fechassem a cadeado duas dessas portas exteriores, cujo zelador era Pêro Dias. Os anos passaram e, como não houve novas ameaças, renasceu a confiança e descuidou-se da conservação dos muros. Em 1565, o procurador do concelho denunciava que Joanne Annes, Domingos Roiz e Manuel Fernandes (aliás juiz ordinário da vila naquele mesmo ano) haviam aberto buracos nos muros e portas e pedia que fossem intimados a concertá-los, E assim foram condenados a tapar os buracos com pena de quinhentos réis pra o concelho. Domingos Roiz não efetuou o reparo, a Câmara realizou o serviço e lhe cobrou as despesas. No entanto, o morador enviou uma petição à Câmara para que abrisse novamente a passagemNo livro "São Paulo dos primeiros anos", Afonso Taunay narra os detalhes do curioso pedido: "Havia o baluarte caído desde quatro anos’, explicava o pobre diabo. Entaiparem-lhe agora a abertura seria condená-lo a grande incômodo. Eram ‘a terra pobre e as necessidades dela muitas’. Sua mulher ia à roça com as escravas atravessando as derruídas fortificações. Se assim não fosse, precisariam dar enorme volta. À vista de semelhante inconveniente, pois, respeitosamente suplicava o desolado emparedado ‘que lhe dessem licença, para que de novo abrisse a passagem, para que sua mulher e cunhadas e escravas pudessem dela servir-se’. Para Domingos Roiz, ao que parece, não existia a questão do salus populi. Queria as suas comodidades esse egoísta do século XVI." O pedido não foi atendido mas a multa foi perdoada, dado o estado de pobreza do réu.
Mais grave que a abertura dos buracos nos muros era a remoção de portas. O ex-vereador António Fernandes não só arrancou-as como as vendeu para André de Burgos e por 250 réis, o que não era permitido pois as portas pertenciam ao concelho. Foi condenado a restituir a porta, sob pena de apreensão e multa de 200 réis.
Em outra ocasião, o procurador denunciava que "indivíduos maléficos e desconhecidos haviam quebrado e queimado as guaritas abrigadoras das sentinelas da vila". A construção de novas guaritas demandaria um custo alto, e as finanças da municipalidade estavam avariadíssimas.
No ano seguinte, mais uma vez, constatavam os vereadores Afonso Sardinha e Lopo Dias e o procurador do concelho Lourenço Vaz, que os muros de São Paulo estavam danificados e caindo. Solicitavam que fosse determinado que cada morador da vila reparasse os muros em sua propriedade, num período de 8 dias, sob pena de multa de 100 réis para o concelho, caso não cumprissem a determinação.
Não sabemos se realmente se cumpriram estas ordens e determinações; ficaram provavelmente apenas no papel.
Vários anos decorreram sem que se pensasse em concertar os muros. Em 1583 a Câmara lança um protesto contra os jesuítas — até os jesuítas! — por haverem derrubado um pedaço de muralha, Em 1590, acontece um novo ataque por parte dos índios à vida. Por isso, em junho do mesmo ano, com o crescimento da vila, decidiu-se erguer uma segunda cinta de muralhas,
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (1): 19/02/1576 - Lopo Dias é eleito vereador EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.