A Construção do Brasil no Pensamento Europeu dos Séculos XVI, XVII e XVIII
2011 Atualizado em 24/08/2025 06:57:49
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para romances e dramas, inspirou poetas,pintores e cartógrafos, enfim, frequentou,com uma certa assiduidade, o pensamento Europeu. Os contornos que ganhouaí, torno a repetir, pouco ou quase nadaforam devedores daquilo que sobre ele seescreveu em língua portuguesa. De qualquer modo, as notícias sobre a próspera eextensa colônia lusitana situada abaixo dalinha do Equador circularam, foram repetidas, naturalizaram-se e criaram para oshabitantes do Velho Mundo uma série deimagens, conceitos e expectativas acercado lugar e de sua gente.Os agentes principais deste verdadeiro processo de construção doBrasil pelo europeu foram, semsombra de dúvidas, os viajantes, sobretudo aqueles que, ansiosos para “ilustrar osseus compatriotas”, mas igualmente paracaírem na estima do público, resolveramescrever e publicar as suas impressõesde viagem. Mas quem eram, afinal, esses“construtores” do Brasil na Europa? Em quecondições e com que intuito passaram pelopaís? Que parte dele tiveram diante dosolhos? Quando e onde publicaram seus livros? Que alcance tiveram os seus escritos?Em linhas muitos gerais, entre 1500 e1808, vieram ao Brasil, registraram as suasimpressões e publicaram os seus relatoscerca de uma centena de visitantes, dosquais 11 passaram pela região no séculoXVI, 33 no século XVII, 45 no século XVIIIe 11 nos oito primeiros anos do séculoXIX. Nota-se, pois, que, desde AméricoVespúcio, para tomarmos o navegador que primeiro publicou sobre o ainda desconhecido pedaço de terra situado a suldas ilhas visitadas por Colombo, o númerode visitantes-escritores que passaram pelopaís veio num crescendo, com um saltorealmente expressivo do século XVI parao XVII, seguindo uma tendência extensivaa todo o Novo Mundo.No tocante à proveniência, 42 dos taisviajantes-escritores eram ingleses, 28franceses, oito holandeses, dez germânicos, quatro espanhóis, cinco italianos,dois russos e um sueco. Os visitantesholandeses estão concentrados no séculoXVII – século em que buscaram conhecere, posteriormente, se estabeleceram noNordeste brasileiro –, havendo somenteum testemunho do século XVI, mas publicado no século seguinte, e nenhum doséculo XVIII e início do XIX. Quanto aositalianos, salvo Vespúcio, visitante da primeira hora do século XVI, todos os demaissão do século XVII – quatro capuchinhos acaminho do Congo. Dos poucos espanhóisque deixaram registrada a sua passagempelo Brasil e publicaram tal registro – nãomais do que quatro navegadores, o quereflete o pouco prestígio que as narrativasde viagem tinham na Península Ibérica –,só um deles, Pero Sarmiento de Gamboa,andou pelo Brasil no século XVI, mas suanarrativa veio a público no século XVIII,em 1768 precisamente; os três demaisvisitantes são todos do século XVII, sendoque aquele que mais páginas de seu relatodedicou ao Brasil, Francisco Coreal, pareceter sido inventado por um criativo editor [Página 9 do pdf]
franceses da França Equinocial. Aforaesses grupos, restam, no século XVI, oaventureiro Hans Staden, capturado pelosíndios em Bertioga, Sarmiento e Gamboa,cuja embarcação demorou meses para serconsertada no Rio de Janeiro, e o piratainglês Antony Knivet, que caiu prisioneirodos portugueses próximo a São Sebastião.Depois deles, já no século XVII, o holandês Ruiters, capturado em Angra dos Reis,cumpriu pena no Rio de Janeiro por umbom tempo; o capuchinho da Missão doCongo, Antonio Cavazzi, ficou retido, sem“carona”, em Pernambuco por pouco maisde 12 meses; Martin de Nantes por doisanos andou pela região do rio São Francisco e, quase na virada do século, o misterioso Francisco Coreal supostamente vagoumais de sessenta meses por várias regiõesdo Brasil. O século XVIII não traz nenhumcaso, mas, no início do XIX, deparamoscom outro prisioneiro, o contrabandistade pau-brasil Thomas Lindley, detido naBahia por 12 meses, e com o comerciante John Mawe, visitante tardio e um dosprimeiros, “quiçá” o primeiro, a desfrutarda tolerância com o visitante estrangeiro,que caracterizará o período joanino.Passemos agora os olhos pelas obraspublicadas por estes cem visitantes. Notocante às línguas, 45 vieram a público originalmente em inglês, 29 em francês, oitoem alemão, oito em holandês, quatro emitaliano, três em espanhol, duas em russoe uma em latim – a narrativa de Vespúcio.Em relação ao século de publicação, sãosomente sete relatos no século XVI, namedida em que quatro dos visitantesquinhentistas tiveram suas narrativas publicadas ou no século XVII ou no XVIII. Apartir do século XVII, quando o movimentomarítimo no Atlântico e o interesse peloNovo Mundo estavam em processo de acelerada consolidação, o volume de relatosaumenta substantivamente; tendência queirá, como sabemos, se acentuar ao longodo século XVIII.Tais obras, entre edições e reedições,vieram à luz não menos do que 272 vezesentre os séculos XVI e início do XIX. Ametade delas, número bastante expressivo, veio a público uma única vez. Umaspoucas, ao contrário, as assinadas porAmérico Vespúcio, Duguay-Trouin, GeorgeAnson e Gabriel Dellon, tiveram mais de12 edições, mas constituem exceções.Traduções foram 110, sendo que quasemetade das obras não suscitou interessede nenhum editor estrangeiro. Predominam as traduções para o francês, o inglês,o alemão e, em menor número, as traduções para o holandês.Em termos gerais, considerando que tratamos de um período de três séculos, sãopoucas as narrativas referentes ao Brasil,nada que se compare ao montante que seescreveu sobre a América do Norte, sobrea Índia, sobre as terras austrais ou mesmosobre a América espanhola. Há, no entanto, de se considerar que tais relatos contaram, no que tange à circulação do seuconteúdo referente ao Brasil, com o auxíliodas grandes coletâneas de viagem, dosinúmeros atlas então disponíveis, de uma [Página 13 do pdf]
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.