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Geoprocessamento aplicado a estudos do Caminho do Peabiru. Por Ana Paula Colavite e Mirian Vizintim Fernandes Barros
    2009
    Atualizado em 24/10/2025 02:17:31

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Resumo:Este estudo apresenta a aplicação de ferramentas do Geoprocessamento no estudo edemarcação do caminho de Peabiru no estado do Paraná e seu aproveitamento turístico porintermédio da criação de rotas de peregrinação, na Mesorregião Geográfica Centro-OcidentalParanaense. O caminho de Peabiru é uma rota pré-colombiana que atravessava o estadoParanaense e foi determinante na construção do atual território estadual. O presente estudoutiliza técnicas computacionais e do Geoprocessamento para redefinir através de mapasantigos a rota do Caminho de Peabiru sobre o atual mapa político do Paraná. Com base nestemapeamento e em pesquisas de campo, com auxilio do receptor GPS, são traçadas rotas parao desenvolvimento do turismo local. [Página 1 do pdf]

IntroduçãoOs caminhos e trilhas fazem parte do cotidiano das pessoas desde períodos remotospara realização de atividades básicas do cotidiano como caça, coleta de alimentos emigração. Alguns se tornaram mais conhecidos e apresentaram maior importância na históriada civilização, já outros sumiram com a evolução da sociedade.Independentemente de sua importância, traçados históricos foram apagados ousubstituídos por estradas da engenharia moderna e contemporânea. Tais fatores dificultam oestudo e a obtenção do verdadeiro traçado de um caminho antigo, ficando muitas vezeslimitados ao uso de mapas antigos, descrições e relatos de viajantes e informações doimaginário da população que teve contato com o caminho.Durante a colonização do estado do Paraná diversos caminhos foram utilizados econseqüentemente determinantes para a formação do território estadual atualmenteconhecido. Entre os caminhos que fizeram parte de sua história, têm-se: o caminho deViamão, a estrada da Graciosa e o de Peabiru, o qual é descrito por Maack (1959) comosendo a mais importante rota transcontinental da América do Sul, do período précolombiano, apresentando aproximadamente três mil quilômetros de extensão, atravessandoo continente do oceano Pacífico ao oceano Atlântico. A época de sua construção édesconhecida e existem muitas dúvidas quanto aos seus verdadeiros criadores, índios danação Guarani, Jê ou até mesmo os Incas.O caminho apresenta grande variedade de nomes, entre eles Caminho da Montanhado Sol, Caminho de São Tomé, Caminho do Mato, Caminho do Sertão e Caminho Velho,adotados em cada região por onde passou, sendo, portanto, uma nomenclatura específica acada região (CASEMIRO, 2005b).Embora não exista a certeza de que foi criado pelos índios guaranis, eles foram umde seus maiores usuários. Na nomenclatura desta tribo a palavra Peabiru é uma derivação de“Tape Aviru” ou “Ta pe a beyuy”, podendo ser traduzido como caminho forrado, caminhoantigo de ida e volta, caminho pisado, caminho sem ervas e, apresentava um fortesignificado, para esta tribo, pois era considerado o caminho para a Terra sem Mal, pelo qualos indígenas caminham em busca do paraíso.Algumas características o diferenciavam de outros caminhos, ao longo de seupercurso apresentava aproximadamente 08 (oito) palmos de largura, o equivalente a 1,40metros (um metro e quarenta centímetros) e 0,40 metros (quarenta centímetros) deprofundidade, sendo todo o percurso coberto por uma espécie de gramínea que não permitia que arbustos, ervas daninhas e árvores crescessem em seu curso evitando também a erosão,já que era intensamente utilizado.Embora este caminho tenha sido utilizado por aventureiros europeus, colonizadores,padres, caçadores de índios, exploradores da riqueza natural do estado do Paraná, dentreoutros, pouco material é encontrado sobre o assunto e sua localização exata também é fatorimpreciso. Apresentava um ramal principal, ramificações secundárias que levavam até ocaminho principal, e ainda caminhos e picadas que conduziam ao ramal principal e aoscaminhos secundários, interligando inúmeros povoamentos indígenas.O ramal principal apresentava duas ramificações uma que vinha do litoral de SantaCatarina e outra do litoral de São Paulo, encontrando-se no primeiro planalto Paranaense poronde seguiam, em sentido oeste, passando pelo Mato Grosso do Sul, Paraguai, Bolívia e Peru,figura 01.O relato atualmente conhecido e mais completo sobre o Caminho de Peabiru foisintetizado em um manuscrito realizado pelo alemão Ulrich Schmidel, em meados do séculoXVI, o qual foi minuciosamente estudado por Reinhard Maack na década de 1950.O alemão Ulrich Schmidel apresenta grande relevância nos estudos relativos aoCaminho de Peabiru, pois o percorreu de Nossa Senhora de Assunção (atual Assunção, capitaldo Paraguai) até São Vicente em São Paulo, travessia essa, que segundo o próprio Schmidel(2006), teve duração de aproximadamente seis meses.Ulrich Schmidel não foi o primeiro europeu a percorrer o caminho de Peabiru, antesdele dois grandes nomes ficaram marcados por esta travessia: Aleixo Garcia e Don ÁlvarNunez Cabeza de Vaca, entretanto foi ele quem o descreveu com grande detalhamento.A travessia só se tornava possível tendo como guias índios guaranis das regiões poronde passavam “...Esse caminho era amplamente conhecido pelos índios, que o indicavamaos viajantes” (MOTA, 2005, p.2). Era formado por uma rede de caminhos e não apenas porum ou dois ramais principais, o que permitia tanto a caminhada em sentido leste/oestequanto norte/sul. Os indígenas sabiam os locais que forneciam perigo aos viajantes, como oterritório de tribos pouco amigáveis, e os caminhos para desviá-los. [Páginas 2 e 3 do pdf]

Após a descoberta da América do Sul deu-se início à expansão das fronteiras eocupação do território brasileiro, sendo que, a área hoje denominada Paraná foi ocupadainicialmente por espanhóis e mais tarde pelos portugueses, fazendo parte da região doGuairá, onde viviam aproximadamente 200.000 índios. [Página 4 do pdf]

O Estado foi explorado de inúmeras formas, primeiro pelos colonos espanhóis quecolhiam erva-mate, utilizando a mão-de-obra escrava de índios, depois foi palco dasreduções jesuíticas que, de certa forma, protegiam os índios da crueldade dos colonos,porém os tornavam pacíficos à presença do homem branco. Mais tarde muitos índios foramcapturados pelos bandeirantes paulistas e levados até São Paulo para serem vendidos comomercadoria, ou seja, mão-de-obra escrava.

Por volta de 1631, este processo fez com que muitas tribos fossem dizimadas e algunsdos sobreviventes, que ainda moravam nas reduções (aproximadamente 12 mil índios),fugiram com os padres para Rio Grande do Sul e Uruguai, pelos rios Paranapanema e Paraná,fundando os Sete Povos das Missões. Os que ficaram acabaram sendo capturados ou fugirampara Mato Grosso do Sul e Paraguai, formando um vazio no Estado do Paraná até inicio doséculo XVIII quando índios da nação Jê começaram a reocupar a região (MOTA, 1994).A partir da entrada dos Kaingang (pertencentes à nação Jê) no Paraná, muitastentativas de colonização do estado foram frustradas, já que estes apresentavam maiorresistência aos bandeirantes e também aos padres Jesuítas, retardando a colonização doestado Paranaense.

Com a colonização do estado, já no decorrer do século XX, houve um intensoprocesso de desmatamento, exploração da madeira, da terra e de outros recursos naturais,exigindo para tal a construção de estradas, rodovias, cidades, dentre outros, que acabarampor modificar totalmente o quadro estrutural paranaense e destruindo quase que natotalidade o caminho de Peabiru. Restaram apenas esparsos vestígios, longínquas histórias namemória dos pioneiros e seus descendentes e alguns poucos e valiosos mapas e escritos deantigos pesquisadores e aventureiros como o de Ulrich Schmidel.Na atualidade existem poucos vestígios da existência deste caminho, muitasinformações são originárias de relatos de antigos habitantes das redondezas, e, seu traçadocontado aos seus filhos e netos. Por sua importância histórica e cultural, muitos caminhospodem ser tombados e preservados para a população atual e futura, e acabam sendoutilizados como rotas turísticas.Nos casos em que o traçado original de um caminho foi “apagado” existe anecessidade de redesenhá-los cartograficamente antes de qualquer proposta de utilização.Este estudo propõe uma metodologia de traçado de rotas a partir de mapas antigos, dedocumentos e de coleta de relatos de moradores, adequando-os a atual malha viária doEstado, utilizando os Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s) e outras ferramentascomputacionais e tecnológicas. [Página 5 do pdf]

O Geoprocessamento opera com inúmeras ferramentas oriundas do avançotecnológico, a principal destas são os SIG’s (Sistemas de Informações Geográficas ouGeorreferenciadas), que tornam possíveis análises complexas, por integrar dados de diversasfontes em um banco de dados georreferenciados, tornam ainda possível automatizar aprodução de documentos cartográficos.Atualmente o mais conhecido SIG, criado no Brasil, é o SPRING (Sistema paraProcessamento de Informações Georeferenciadas) desenvolvido pelo INPE (Instituto Nacionalde Pesquisas Espaciais). Dentre as várias utilidades dos SIG’s, têm-se a produção de mapas, aanálise espacial de fenômenos e a criação de banco de dados geográficos, com funções dearmazenamento e recuperação de informação espacial (INPE, 2005).Este estudo teve a pretensão de apresentar, de forma resumida, uma propostametodológica por meio de ferramentas geotecnológicas envolvendo caminhos históricos paraaproveitamento turístico, já que o material cartográfico contendo caminhos históricos érestrito. Justifica-se por respaldar as atividades de desenvolvimento turístico sob o enfoquedo tema “Caminho de Peabiru” na Mesorregião Centro-ocidental Paranaense.

Procedimentos Técnicos Operacionais

As atividades realizadas nesta pesquisa procederam na seguinte seqüência: espacialização do caminho de Peabiru no estado do Paraná; recorte da Mesorregião Centroocidental Paranaense; comparação das rotas de peregrinação com o traçado do Caminho de Peabiru na porção nordeste da mesorregião em estudo. As etapas detalhadas são apresentadas na seqüência.

O mapa de domínio público mais conhecido e preciso, que apresenta o caminho de Peabiru, é o elaborado por Reihnard Maack em 1952, (figura 02), cuja base de dados foi extraída dos manuscritos de Ulrich Schimidel. O mapa é intitulado “Sobre o Itinerário de Ulrich Schimidel” e foi utilizado neste estudo como mapa base do traçado do caminho de Peabiru no estado do Paraná.

A área abrangida no mapa representa o território paranaense, parte de São Paulo,Santa Catarina, Paraguai, Argentina e Bolívia, não apresentando limites políticos préestabelecidos e projeção cartográfica. Os nomes de lugares e rios estão em guarani eespanhol, e muitas cidades com seus nomes antigos, o que dificulta sua análise einterpretação. [Página 7 do pdf]

A espacialização do traçado do Caminho de Peabiru para um mapa político atual do estado do Paraná é o maior desafio imposto a este estudo, pois pequenos detalhes devem ser observados e critérios próprios adotados para associação espacial dos dados.

O mapa do estado do Paraná foi obtido da Internet, em formato pdf, e, por ser ummapa rodoviário apresentava inúmeras informações que não interessavam ao estudo, portanto foi realizada uma limpeza de vetores, por meio do Adobe Illustrator 10.0, permanecendo apenas os limites municipais, a rede hidrográfica e os nomes de municípios e distritos, bem como a indicação de sua localização.

O mapa limpo foi sobreposto ao de Maack (2002) e as escalas ajustadas através dos paralelos e meridianos presentes nos dois mapas. Em alguns locais teve-se que trabalhar com a distorção do mapa do Maack (2002) para que fosse possível coincidir rios e outros elementos presentes nos dois mapas. Com os mapas sobrepostos, a rota do Caminho de Peabiru foi copiada para o mapa do Paraná.

O ajuste da rota do Caminho de Peabiru teve que ser realizado com base em bibliografia de Maack (1959) que descreve os locais por onde o caminho passava e muitas vezes os nomes das localidades correspondem a seus antigos nomes, portanto pesquisa complementar foi necessária. Para o ajuste os rios também foram utilizados como referencial.

Finalizada esta etapa, e, considerando que a área de interesse específico da pesquisaé a Mesorregião Centro Ocidental Paranaense, esta foi extraída do mapa do Paraná contendoo traçado do caminho de Peabiru, para que posteriormente fosse associado a ela o traçadodas rotas de peregrinação. Estas rotas são caminhos marcados sobre a rede de estradasrurais, com o uso do GPS, registrando pontos por todo percurso e em locais especiais comorios, encruzilhadas, pontos de parada para alimentação e pouso, pontos de interessehistórico e cultural, e outros, que identificam a rota.Estas foram definidas por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores doNECAPECAM (Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre o Caminho de Peabiru na COMCAM MicroRegião 12 do PR) que em campo levantou vestígios históricos do caminho de Peabiru junto amoradores antigos que viveram a colonização na Mesorregião Centro-ocidental Paranaense.Sobre este projeto de resgate histórico e cultural Casemiro (2005a, p.61) expõe que ele”segue ambas as investigações: bibliográfica e de campo, com vistas a demarcar, o maisproximamente possível, a milenar rota indígena para pesquisas e peregrinações”.Para o desenvolvimento da pesquisa os produtos cartográficos nesta primeira etapaforam os seguintes:• MAACK, Reinhard. Esboço do Itinerário de Ulrich Schmidel de sua viagem de Assunção aSão Vicente, de 26 de Dezembro de 1552 a 13 de Junho de 1553. Escala de 1:5.000.000,em Geografia Física do Estado do Paraná, 2002.;• DNIT. Mapa Rodoviário do Paraná. Escala de 1:750.000, projeção Policônica, 2002.• Definido o traçado em escala regional, iniciou-se a construção do banco de dados noSPRING, cujo objetivo é associar a rota do caminho de Peabiru com as rotas deperegrinação traçadas pelo NECAPECAM. Nesta etapa utilizou-se como carta base omosaico das seguintes cartas topográficas na escala de 1:50.000:• Ministério do Exército. Barboza Ferraz. Folha SG.22-V-B-I-2, Projeção UTM, datumhorizontal SAD69, 1990.• Ministério do Exército. Campo Mourão. Folha SG.22-V-B-I-1. Projeção UTM, datumhorizontal SAD69, 1990.• Ministério do Exército. Jussara. Folha SG.22-Y-D-IV-1. Projeção UTM, datum horizontalSAD69, 1989; [Páginas 8 e 9 do pdf]



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GEOPROCESSAMENTO APLICADO A ESTUDOS DO CAMINHO DE PEABIRU
Data: 01/01/2009
Página 4 do pdf


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Data: 01/01/2009
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Data: 01/01/2009
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ME|NCIONADOS Registros mencionados (1):
01/01/1631 - *Muitas tribos fossem dizimadas
EMERSON

  


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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.