PARANHOS, Paulo. A passagem bandeirante pelo Caminho Velho das Minas. Gerais. Revista da ABRASP, nº 11, 2005
2005 Atualizado em 31/10/2025 02:36:17
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tais pousos se tornaram arraiais e estes se transformariam em povoações edepois em vilas (LUIS. 1976,177).No início, os paulistas eram apenas entradistas em busca de índios paraa escravização e venda para as lavouras canavieiras, pouco, ou quase nunca, seestabelecendo fora de sua província. No entanto, nos fins do século XVII umanotícia importante espalhou-se no meio bandeirante: a descoberta de ouro paraalém da Mantiqueira. Segundo anotou Saint-Hilaire, homens de todas ascondições, pobres e ricos, velhos e moços, brancos e mestiços,Todos abandonaram em massa seus lares, suas mulheres e seus filhos etomaram de assalto as vastas solidões do Brasil. Seguiram, na medidado possível, os misteriosos e lacônicos itinerários deixados pelos maisantigos sertanistas, e em toda parte esgravatavam a areia dos córregose a terra das montanhas. Quando encontravam um terreno aurífero,armavam barracas nas proximidades e iniciavam a exploração. Essesarraiais transformavam-se em povoações, depois em cidades, e foiassim que os paulistas começaram a povoar o interior do país,acrescentando à monarquia portuguesa algumas províncias maisvastas, algumas delas, do que muitos impérios (1976, 28).Outro importante historiador pátrio, Vianna Moog (1969), com muitapropriedade diria queO bandeirante adentrava-se na mata, escalava montanhas, vadeava riosencachoeirados, transpunha cumeeiras, lutava contra índios,escravizava-os ou os dizimava quando não podia escravizá-los,escrevia, enfim, no solo virgem da América o último capítulo de Os Lusíadas.
2. As primeiras bandeiras
Deixando de lado a entrada de Pero Lobo, em 1º de setembro de 1531, considerada por uns tantos historiadores como a primeira bandeira ocorrida no Brasil, comecemos com Braz Cubas e Luis Martins que, partindo de Santos ou de Piratininga8, por volta de 1560, e passando pelas terras do primeiro (na atual Mogi das Cruzes), desceram pelo rio Paraíba, guiados por alguns indígenas, até a paragem da Cachoeira (atual Cachoeira Paulista), onde encontraram o
Caminho que atravessa o litoral para serra acima e tornando por esse caminho subiram a serra, foram à barra do rio das Velhas e correram a margem do São Francisco até o Paramirim, ou até algum tanto adiante, donde voltaram pelo mesmo caminho (LEITE. 1961, 57). [p. 14]
Um outro português, Martim Corrêa de Sá, que fora capitão-mor da Capitania de São Vicente, também, por recomendação do então 7o governador geral do Brasil, D. Francisco de Sousa, entrou em Minas Gerais no ano de 1597. Em sua companhia levou o inglês Anthony Knivet 9, que já o havia acompanhado em incursões pelo sertão adentro, com a finalidade de aprisionarem indígenas.Martim de Sá teria vindo de Paraty e, transposta a serra do Mar, depois de atravessado o vale do Paraíba, teria alcançado o vale do rio Verde.
Ainda sobre a expedição de Martim de Sá, o Dr. Mario Leite (1961)anota que tendo descido o rio Sapucaí até a confluência com o Verde, o bandeirante teria se afastado do rumo geral que procurava o Sabarabuçu, pois este atingia as cabeceiras do rio Verde que contravertem com as águas do Paraíba na garganta do Embaú e continua pelas águas do primeiro rio até ser avistado o morro de Caxambu, passando daí para o rio Ingaí e deste para o rio Grande e, finalmente, para o rio das Mortes na altura de Ibituruna.
3. A bandeira de André de Leão e a caracterização da passagem pela garganta do Embaú
No ano de 1601, mais precisamente em julho, o já citado D. Francisco de Sousa patrocinaria a bandeira de André de Leão que se internaria no sertão de Minas Gerais em busca da lendária serra de Sabarabuçu, que se acreditava à época ser rica em prata. Essa expedição seguiu o curso do rio Paraíba do Sul até a entrada da Mantiqueira, subindo a garganta do Embaú, e daí, conforme admitem consagrados historiadores, deve ter atingido as nascentes do rio São Francisco, sem, no entanto, alcançar as tão sonhadas minas de prata.Retornou André de Leão a São Paulo em abril de 1602, e sua viagem foi relatada pelo mineralogista holandês Wilhelm Jostten Glimmer, participante da expedição, constando tal relato da obra História Natural do Brasil, publicada em Amsterdã em 1648, por George Marcgraff.
Sobre essa expedição alguns excertos do que foi relatado por Glimmer aparecem na obra do Dr. Washington Luis e que determinam o caminho seguido pela bandeira de André de Leão. Vejamos, então:Partindo da cidade de São Paulo, na Capitania de São Vicente,chegamos, primeiro à povoação de S. Miguel, à margem do rio Anhembi 10, e nesse lugar achamos preparadas as provisões, que os selvagens tinham de carregar nos ombros. Atravessamos, depois, aquele rio e, com um marcha de quatro ou cinco dias a pé, através de densas matas, seguimos rumo de Norte, até um riacho que nasce nos montes Guarimumis 11, ou Marumiminis, onde há minas de ouro. Aqui,aparelhadas algumas canoas de cascas de árvores, continuamos rioabaixo, durante cinco ou seis dias, e fomos ter a um rio maior quecorria da região ocidental. Aquele primeiro riacho desliza por sobre campos baixos e úmidos, notáveis por sua amenidade. Tendo descidoeste rio maior, em dois dias, encontramos outro ainda muito maior, quenasce no lado setentrional da serra de Paranapiacaba, e correndo, aprincípio, para o Ocidente, na mesma direção dos montes, depois,formando um cotovelo, se encaminha por algum tempo para o Norte, e,afinal, como geralmente se crê, se lança no Oceano entre o Cabo Frio ea Capitania de Espírito Santo; chamam-no o rio de Sorobis12 e éabundantíssimo em peixes, tanto grandes como pequenos. Descendotambém este rio, durante quinze ou dezesseis dias, chegamos a umacatarata, onde o rio, apertado entre montanhas alcantiladas, sedespenha para o Nascente13. Por isso abicamos neste ponto as nossascanoas e marchamos outra vez a pé, ao longo de outro rio que desce dolado ocidental e não se presta a navegação14. Com cinco ou seis dias demarcha, chegamos à raiz de um monte altíssimo e, transpondo-o15,descemos a uns campos mui descortinados16 e aqui e acolá sombreadosde bosques se vêem lindíssimos pinheiros, que dão frutos do tamanho deuma cabeça humana; as nozes desses frutos têm a grossura de um dedomédio e são protegidas por uma casca como as castanhas, e são muiagradáveis ao paladar e nutritivas17.Três dias depois, chegamos a um rio, que deriva do Nascente, e,atravessando-o, durante quatorze dias18, tomamos a direção deNoroeste, através de campos abertos e outeiros despidos de árvores atéoutro rio, que era navegável e corria da banda do Norte19. Em toda aviagem até aqui descrita nada vimos que denotasse cultura, nãoencontramos homem algum, apenas aqui e ali aldeias em ruínas, nadaque servisse para alimentação, além das ervas e algumas frutassilvestres...decorrido um mês sem encontrar rio algum, chegamos a umaestrada larga e trilhada e a dois rios de grandeza diversa, que,correndo do Sul, entre as serras Sabaraasu, rompem para o Norte; e éminha opinião que esse dois rios são as fontes ou cabeceiras do rio SãoFrancisco....(1976, 232).O ilustre geólogo norte-americano, Orville Albert Derby, um dosfundadores, em 1895, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, porsugestão do não menos notável historiador pátrio Capistrano de Abreu, em [p. 15, 16]
“cataguás” serviu para designar o sertão habitado por aqueles indígenas, nada tendo, inclusive, a ver com a atual cidade de Cataguases.Acrescente-se, também, que Diogo de Vasconcelos, consagrado historiador mineiro, anota em sua obra que em Lagoa Dourada existia um arraial antigo com o nome de Cata-Auá, memória única e final que relembra o poder outrora terrível e o nome belicoso dos senhores do sertão (1999, 118). Assim,na realidade os cataguás existiram a partir da região das minas para o norte e nãopara o sul das Minas Gerais.
4. A passagem para o interior das Gerais pela garganta do Embaú
Diante de muitas e diversas controvérsias, não restam dúvidas de que a garganta do Embaú foi o caminho mais batido desses primeiros sertanistas, que se internaram sob recomendação do governador-geral do Brasil, D. Francisco de Sousa. Historiadores de renome, e aqui citamos o Dr. Mario Leite, entendem que, sem abandonar a idéia da passagem pelo Embaú, uma ou outra bandeira poderia, descendo o vale do Paraíba, chegando à altura de Pindamonhangaba, para transpor a Mantiqueira, ter subido pelo vale do Piracuama, mais ou menos no traçado da Estrada de Ferro de Campos do Jordão, descendo depois pelo Sapucaí, para passar ao rio Verde (1961, 62).
Aliás, aquela também era a idéia comungada pelo já mencionado Dr. Orville Derby, quando, de igual sorte, descreveu a rota da bandeira de Martim Correia de Sá, que se internou em território mineiro por volta de 1596, muito possivelmente na esteira de João Pereira de Sousa Botafogo e anteriormente,inclusive, à passagem de André de Leão.
Percorrendo a região, pudemos aquilatar a força de todas essas informações e chegamos à conclusão de que o roteiro descrito por todos,inclusive pelo padre Antonil, em 1711, não pode ter sido feito por outro caminho senão por esse do vale do Paraíba, subindo pela garganta do Embaú, na serra da Mantiqueira, pelo menos até 1700, quando já estava transitável uma parte do caminho novo de Garcia Rodrigues Paes, partindo do Rio de Janeiro em direção a Vila Rica, de acordo com as informações constantes de Basílio de Magalhães(1934), caminho este que estaria completamente aberto entre 1722 e 1725.Na edição do Códice Costa Matoso que utilizamos para o presente estudo, existem dois roteiros determinados por Francisco Tavares de Brito, aos quais chamou de itinerário geográfico com a verdadeira descrição dos caminhos, estradas, roças, sítios, povoações, lugares, vilas, rios, montes e serras que há da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro até as Minas de Ouro. Ao [p. 18]
garganta do Embaú, mesmo porque antes dele ali já haviam estado homens como João Pereira de Sousa Botafogo 22, o próprio Martim Corrêa de Sá e André de Leão e que foram decisivos informantes quanto às condições de travessia edificuldades as mais diversas na procura da região das minas de ouro.Conforme se pode constatar de estudos minuciosos das rotasbandeirantes, em conferências havidas no Instituto Histórico e Geográfico deSão Paulo, a passagem por Atibaia, como querem os ilustres historiadoresapontados, levava a outras regiões, principalmente ao sul de Mato Grosso eGoiás; isto efetivamente não aconteceria se dessem uma grande guinada emdireção ao Sapucaí para alcançar o Verde e daí em diante para o rio das Mortes,o que era improvável, haja vista a rota traçada pelos dois Anhangueras e,posteriormente, por Raposo Tavares.Com todo o respeito que merecem os insignes historiadores, parece-noscoberto de razão o Dr. Orville Derby quando sustenta com muita propriedade -haja vista a produção científica que deixou consignada nos Anais do InstitutoHistórico e Geográfico de São Paulo, com cartas geográficas extremamenteexplicativas sobre este tema - a passagem de Fernão Dias Paes pelo Embaú,podendo, inclusive, ter o bandeirante lançado ali os fundamentos dos povoadosde Passa Quatro, Itanhandu e Pouso Alto.Na serra da Mantiqueira, comprovadamente, havia três passagens, o queconfundiu, por muito tempo, os historiadores: a primeira delas, por Jacareí, pelopasso do rio Buquira; a segunda, por Tremembé, pelos vales dos rios Piracuamae Sapucaí e a terceira, descendo por Guaipacaré (Lorena), atingindo a gargantado Embaú pelo rio Passa Vinte.Apesar da suposição daqueles historiadores, conforme nos ensina MarioLeite (1961), o caminho pelo Embaú era, sem dúvida, o trecho mais batidodesses primeiros sertanistas que se internaram a mando de D. Francisco deSousa.Lembra-nos, como forte exemplo, que o bandeirante paulista GasparVaz da Cunha (um dos primeiros descobridores de ouro em Cuiabá, em 1723),no ano de 1703, teria aberto um caminho, o primeiro existente, dePindamonhangaba na direção do rio Sapucaí, caminho este seguido, inclusive,por Miguel Garcia, na expedição de 1677, comandada por Lourenço Taques,para descobrir as minas de Itagyibá, que estavam localizadas no atual territóriodo município de Delfim Moreira. [p. 21]
Notas
1. Mesmo que no início não se intitulassem bandeiras nem bandeirantes – apenas sertanistas – o Registro Geral da Câmara de São Paulo, de 1621, aponta que Martim de Sá, servindo de capitão-mor de São Vicente, “nomeou Ascenso Ribeiro capitão da infantaria e ordenança da vila de São Paulo o qual tinha debaixo de sua bandeira quarenta soldados” (LUIS. 1976, 174).
2. A bandeira de Fernão Dias, independentemente de seu fracasso comrelação ao plano original, teve o condão de ostentar em seu grupo trêsimportantes sertanistas que, posteriormente, trariam significativascontribuições para a região das Minas Gerais: o primeiro deles foi MathiasCardoso, pelo estabelecimento da estrada que ligou as minas de ouro aoscurrais de gado no rio São Francisco; o segundo foi Borba Gato,responsável pelo devassamento do rio das Velhas, na altura de Sabará e oterceiro foi Garcia Rodrigues Paes, que abriu uma via nova decomunicação, mais rápida, partindo do Rio de Janeiro, para as minas deouro, o chamado “caminho novo”. Atente-se, inclusive, que Fernão Diaspartiu de Piratininga em 21 de julho de 1674, indo na frente da bandeiraMathias Cardoso na primeira leva que partiu em 1673. Daí o cuidado quese deve ter quando se fala na passagem de Fernão Dias pelas terras daMantiqueira em 1673.3. Indumentária.4. Recipientes de metal (geralmente de prata) que servem para examinar atransparência dos vinhos para a prova.5. Canecas para líquidos em geral.6. Diz-se do cavalo preto, cor de amora.7. Cavalo robusto, próprio para carga.
8. Historiadores consagrados como Affonso Taunay e Francisco de Assis Carvalho Franco não identificam exatamente de onde teria partido a entrada de Braz Cubas. O certo é que em meados de 1562 Luis Martins estava estabelecido em Piratininga.
9. Corsário inglês que tomou parte na desastrosa viagem do navio Leicester,de Thomas Cavendish e que acabou dando nas costas do Rio de Janeiro,sendo aprisionado pelos portugueses. Participou de várias incursões aossertões do Brasil e deixou uma obra interessante denominada Váriafortuna e estranhos fados.10. É o atual rio Tietê.11. Atual serra do Itapeti, localizada no Parque Municipal da Serra do Itapeti,em Mogi das Cruzes.12. É o atual rio Paraíba do Sul.13. Atual região de Cachoeira Paulista.14. Trata-se do rio Passa Vinte.15. A passagem pela garganta do Embaú na Serra da Mantiqueira.16. Daí avista-se a atual cidade de Passa Quatro, pela região do Pinheirinho.17. A araucária e seus frutos, os pinhões.18. Com toda certeza, o rio Verde.19. O rio Grande.20. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vol. IV, p. 329-350.21. O rio Passa Quatro.
22. Existem controvérsias a respeito do sobrenome Botafogo, não sendo o mesmo encontrado em documentos dos arquivos públicos de São Paulo; inclusive o festejado historiador pátrio Capistrano de Abreu não reconhece a João Pereira de Sousa o sobrenome ou o apelido de Botafogo. Já Basílio de Magalhães fala em um João Pereira de Sousa, o Botafogo, “sesmeiro de cuja alcunha houve nome a praia e o bairro de Botafogo no Rio de Janeiro” (1935, 80). O certo é que a sua bandeira partiu no ano de1596 e alcançou o rio Grande, aonde veio a falecer em 1597, conforme declarado na abertura de seu inventário. [p. 23]
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (4): 01/09/1531 - De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada? 01/06/1560 - Partida da expedição de Bras Cubas* 01/01/1596 - *Expedição de Martim Correia de Sá 14/10/1597 - D. Francisco enviou Martim de Sá no rastro de Gabriel Soares e Diogo Gonçalves Laço como administrador das minas EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.