'Os povos ceramistas que ocuparam a planície aluvial antes da conquista européia, Pantanal - 01/11/2004 Wildcard SSL Certificates


Os povos ceramistas que ocuparam a planície aluvial antes da conquista européia, Pantanal
    novembro de 2004, segunda-feira
    Atualizado em 10/12/2025 02:28:21




José Luis S. Peixoto¹; Maria Angélica de O. Bezerra¹¹UFMS/CPCO. E-mail: peixotoj@ceuc.ufms.brResumoOs estudos sobre os povos indígenas ceramistas levam em consideração os aspectosespaço-temporais na produção e função dos artefatos. Os estudos arqueológicossugerem que esses povos pertencem a Tradição Pantanal e são representados pelas fasesPantanal, Jacadigo, Castelo e Taiamã.Termos de Indexação: arqueologia, povos indígenas, Pantanal, tradição Pantanal.AbstractThe studies about pre-colonial Indian peoples` ceramics take into consideration thespacial-temporal aspects in the production and the function of the artefacts. Thearchaeological studies suggest that these peoples belong the Pantanal Tradition andthem they are represented by the phases Pantanal, Jacadigo, Castelo and Taiamã.Index Terms: archaeology, indian people, Pantanal, Pantanal tradition.

Introdução

Os povos indígenas praticamente desapareceram do Pantanal ao longo do processo decolonização. Num primeiro momento, sofreram com a ocupação espanhola, na tentativade atingir as minas de prata no Peru e manter o monopólio da mão-de-obra indígena,durante o século XVI. Posteriormente, com o avanço da colonização portuguesa emdireção ao extremo oeste, com a descoberta das minas de ouro de Cuiabá e aimplantação das fazendas de gado no século XIX e início do XX. Nesse processo deocupação territorial, econômico e político, a história indígena dos últimos 500 anospode ser recuperada através de inúmeros documentos escritos, nos quais é possível obterinformações sobre os povos indígenas que habitaram o Pantanal, conhecidoshistoricamente como Payaguá, Guaicurú, Guató, Xaray e Chané, entre outros.No período pré-colonial a história indígena no Pantanal está depositada em sítiosa céu aberto, implantados em morros e planaltos residuais e sítios denominados pelaarqueologia de Aterros, implantados dentro da planície de inundação. Entretanto, até omomento não foi possível determinar nenhuma ligação entre os grupos étnicosconhecidos lingüistica e etnograficamente como responsáveis pelos Aterros. Em razãoda necessidade de identificar os últimos, a arqueologia utiliza-se do termo tradição paradefinir elementos técnicos que evoluem separadamente num determinado espaço eatravés do tempo formam uma continuidade cronológica. Quando, numa tradição,alguns elementos técnicos, sobretudo cerâmicos, tornam-se ausentes ou diminuem numadeterminada área geográfica e num determinado espaço de tempo, deve-se dividir emdois ou mais complexos cerâmicos que, juntamente com as diversas representações dacultura material, elementos sócio-políticos e religiosos, formam um complexo culturaldenominado de fase arqueológica. É importante salientar que tanto a tradição quanto a fase são entidades arqueológicas que não implicam um significado tribal ou lingüístico.No caso do Pantanal, dentre os vários vestígios da cultura material, encontrada nosAterros, destaca-se o material cerâmico, pela durabilidade diante da ação dosfenômenos ambientais e por possuir uma forte identidade cultural entre os povosamericanos.

No extremo norte do Pantanal, os primeiros registros relativos ao materialcerâmico são provenientes dos estudos realizados por Max Schmidt, durante asexpedições dos anos de 1910, 1926 e 1928. Em SCHMIDT (1914:256-266) há umabreve descrição do material cerâmico coletado nos sítios Aterros na região do morro doCara-cará (próximo à foz do rio São Lorenço), na Fazenda Descalvado e emAterradinho, no alto curso do rio Paraguai (SCHMIDT, 1914:256-266, 1940).Entretanto, pouca informação tecnotipológica do material cerâmico é possível obter dosresultados publicados dessas expedições. Recentemente, MARTINS & KASHIMOTO(2000) realizaram escavações arqueológicas no sítio denominado de Rio Jauru e RiachoSão Sebastião, a norte da bacia do alto Paraguai (região drenada pelos rios Jauru e PadreInácio). Nesses locais os vestígios são predominantemente de cerâmica da tradiçãoDescalvado e estão associados a objetos cerâmicos, carimbos, estatuetas cerâmicasantropomórfica e zoomórfica pertencentes a populações que ocuparam o local trezentosanos antes do início da colonização ibérica (MARTINS & KASHIMOTO, 2000:133-139).No extremo Sul do Pantanal, SUSNIK (1959) realizou estudos numa cerâmicadenominada de Caduveo – Mbayá de Punta Valinotti, proveniente de um sítiolocalizado entre Bahia Negra e Porto 14 de Mayo. Susnik faz uma breve descrição dasformas e manufaturas das vasilhas, tipos de decoração plástica e pintada, tipos de pasta,que são associados ao grupo étnico Caduveo (SUSNIK, 1959:81). Conforme SUSNIK(1959:90), esse conjunto cerâmico manifesta elementos culturais de populações doAlto-Paraguai, Arawak-andinos e Guaicurú-chaqueño. Também foi desenvolvido umestudo referente a um Aterro, na margem do rio Paraguai, num local com grandequantidade de conchas de moluscos. Esse local é conhecido como Puerto 14 de Mayo,onde há um grande acúmulo de conchas pertencentes à espécie Pomacea canaliculata,que se fazem presente no sítio de forma inteiras e quebradas. Nesse sítio foramrealizadas coletas de superfície e pequenas escavações (sem controle estratigráfico) nosanos de 1956 e 1990 (apud OLIVEIRA, 2000:181), tendo sido encontrado materialcerâmico (367 fragmentos, ano de 1956), instrumentos líticos, remanescentes de ossosde animais e humanos. Esse material foi descrito por SUSNIK (1959:91-101), queposteriormente realizou trabalhos de campo no mesmo sítio em 1990. Parte dessematerial cerâmico (422 fragmentos), da coleção depositada no Museu EtnográficoAndrés Barbero (Assunção, Paraguai), foi descrita por OLIVEIRA (2002:181-184) eclassificada como possivelmente pertencente à tradição Pantanal.No Pantanal, os estudos sistemáticos envolvendo grandes volumes defragmentos cerâmicos somente foram desenvolvidos por ROGGE (1996) e SCHMITZet al. (1998), que estabeleceram uma nova tradição para a cerâmica pertencente aosAterros, denominada de tradição Pantanal, incluindo a fase Pantanal e Jacadigo.Também Migliacio (2000), durante estudos no Pantanal de Cáceres e PEIXOTO (2003),nas lagoas do Castelo e Vermelha (MS), estabeleceram duas novas fases ceramistasvinculadas à tradição Pantanal, denominada de fase Taiamã e Castelo, respectivamente(Figura 1). [Páginas 1, 2 e 3] 14015§Pantanal: tradição e fases ceramistas

Os primeiros estudos tecnotipológicos sobre o material cerâmico do Pantanalforam realizados por ROGGE & SCHMITZ (1992, 1994/1995), que apresentaram osprimeiros resultados sobre a cerâmica coletada em Aterros na região das lagoas doJacadigo e Negra, encostas de morros próximos à cidade de Corumbá e Pantanal doAbobral. Através de análises sistemáticas a partir da cultura material proveniente dascoletas de superfície e escavações (29.854 fragmentos cerâmicos e algumas peçasinteiras) e associado ao padrão de assentamento, indústria lítica, remanescentesfaunísticos e datações absolutas, ROGGE (1996) propôs para o Pantanal Sul-matogrossense uma nova tradição, denominada de tradição Pantanal, dividida entre as fasesPantanal e Jacadigo e um sítio isolado não incluído em nenhuma fase. De acordo comROGGE (1996:197-200) e SCHMITZ et al. (1998:221-229) a tradição Pantanal nãodispõe de período cronológico definitivo.

Entretanto, com base em idadesradiocarbônicas, supõe-se que essa tradição se observa no Pantanal entre 2.200 anosantes do presente (A.P.) até alguns séculos que antecedem a chegada dos colonizadoreseuropeus, embora haja possibilidades de pertencerem a grupos étnicos coloniais.A fase Pantanal está relacionada aos Aterros, que parecem indicar ocupaçõesmais contínuas e estáveis, implantados a céu aberto, dentro da planície de inundação,sobre diques fluviais e lacustres. As escavações arqueológicas nesses Aterros revelaram



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EMERSON


01/11/2004
ANO:75
  


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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


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Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.