Como desapareceu a sofisticada civilização de Tiwanaku, que dominou por séculos uma vasta extensão da América do Sul - 10/03/2024
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Como desapareceu a sofisticada civilização de Tiwanaku, que dominou por séculos uma vasta extensão da América do Sul
10 de março de 2024, domingo Atualizado em 14/12/2025 23:31:52
Cristina J. OrgazRole,BBC News Mundo10 março 2024A civilização de Tiwanaku (ou Tiahuanaco) é conhecida como a "cultura mãe" da América do Sul. Seu esplendor e influência alcançaram o Peru, o Chile, a Argentina e a Bolívia.Sua história é uma das mais ricas e vibrantes do mundo. Foi uma das civilizações mais complexas e sofisticadas da história, que dominou uma vasta extensão da América do Sul por vários séculos.O centro espiritual e político ficava localizado na cidade-estado de Tiwanaku, cerca de 74 km a oeste de La Paz, perto do lago Titicaca.A uma altitude de quase 4.000 metros acima do nível do mar, a cidade exibiu toda sua grandeza entre 400 d.C. e 900 d.C. - antes de ir desaparecendo gradualmente."Os vestígios de seus monumentos atestam a importância cultural e política de uma civilização que é claramente diferente das outras culturas pré-hispânicas da América", afirma a Unesco sobre o sítio arqueológico.O conjunto monumental de edifícios e pirâmides foi construído com pedras enormes esculpidas com precisão milimétrica. Ainda não está claro como eles conseguiram erguer essas estruturas ou mesmo trazer as pedras necessárias, já que essa civilização não conhecia a roda."Era uma cidade brilhante, que tinha de 4 a 6 quilômetros quadrados. Uma parte dessa área estava repleta de pirâmides de pedra, palácios e residências para a elite. Além disso, foram construídas moradias para o restante da população que se estendiam até o lago. Isso dá cerca de 20 quilômetros, um espaço bastante extenso", explica à BBC Mundo Charles Stanish, antropólogo da Universidade do Sul da Flórida.A pirâmide de Akapana é, por exemplo, a maior e mais antiga das construções pré-hispânicas da América do Sul. Tinha um grande significado espiritual e os arqueólogos acreditam que foi erguida há cerca de 2.500 anos.A cidade foi projetada para atrair gente de todos os lugares e os especialistas estão convictos de que ela tinha bairros diferentes e uma população composta por várias etnias."Provavelmente diferentes idiomas eram ouvidos na cidade. Grandes cerimônias e festivais eram organizados para atrair pessoas e fortalecer o comércio. Seus tecidos são absolutamente impressionantes, sua cerâmica é linda", afirma Stanish.Tecnologias surpreendentesA economia foi construída com base no comércio e na agricultura. A metrópole possuía um complexo sistema de drenagem subterrânea que controlava o fluxo da água da chuva.Seus quase 50.000 campos agrícolas, conhecidos como sukakollos, tinham uma tecnologia de irrigação surpreendente para a época que permitia que eles se adaptassem facilmente às difíceis condições climáticas da região.Eles também construíram terraços artificiais que possibilitaram uma forma sustentável de cultivo e ajudaram na evolução cultural do império."Essas inovações foram adotadas por civilizações posteriores e se estenderam até Cusco", explica a Unesco.O povo de Tiwanaku estabeleceu colônias em uma área do tamanho da Califórnia onde foram abertas lojas de artesanato, por exemplo.Assim, eles estabeleceram seu poder político e econômico: controlando pequenos enclaves e fazendo comércio com os locais."Eles conseguiam objetos da floresta tropical e os comercializavam com pessoas do sul, nas encostas dos Andes, desde a cidade peruana de Moquegua até San Pedro de Atacama, no Chile", acrescenta Stanish.Imperialistas"Eles se comportavam como um imperialismo clássico, traziam matérias-primas e fabricavam determinados produtos, especialmente cerâmica e tecidos. Tinham compostos alucinógenos que eram muito populares na época, trabalhavam com pedra e metal, tinham toda uma gama de atividades. E sobreviveram durante centenas de anos", explica o antropólogo."Era uma sociedade hierárquica. Isso está muito claro. Tinham uma realeza e uma elite conectada com o sacerdócio que usava símbolos e estruturas de poder tradicionais dos Andes. É quase certo que o povo de Tiwanaku falava uma forma ancestral da língua aimará, que chamamos jaqi", diz.Mas apesar da grandiosidade e da influência de Tiwanaku, da sua força econômica e política, a civilização desapareceu misteriosamente sem deixar muitas pistas sobre o que levou ao seu colapso."Temos muitos mistérios pra resolver, como o seu desaparecimento e a tecnologia que usaram para transportar pedras de mais de 140 toneladas que foram retiradas de pedreiras a mais de 50 quilômetros da cidade", disse à BBC o arqueólogo boliviano Luis Miguel Callisaya.Parte da cultura e das tecnologias desse povo foram absorvidas pelos incas. E, de fato, antes que a técnica de datação por carbono fosse desenvolvida, se considerava que os Tiwanaku eram parte da civilização inca.Mas, nos anos 60 e 70, começaram a aparecer artefatos e vestígios que demonstraram que, na verdade, a civilização era muito anterior aos incas.Os incas não habitaram os planaltos dos Andes até o século 13. "Já não há absolutamente nenhuma dúvida de que houve um intervalo grande de tempo entre o colapso dos Tiwanaku e o começo do Estado Inca", diz Stanish.Existem muitas hipóteses para explicar o colapso e o desaparecimento dessa civilização. Infelizmente, Tiwanaku foi saqueada ao longo dos séculos e grande parte de seu precioso patrimônio se perdeu.Vários documentos históricos mostram que o sítio arqueológico se transformou em uma pedreira da qual se extraíam materiais para construir edifícios modernos. As evidências disso, segundo a Unesco, ainda são visíveis no centro de uma cidade próxima e mesmo em La Paz, a capital da Bolívia.Oferendas aos deusesApenas cerca de 10% da cidade foi escavada, o que significa que ainda há muito trabalho pela frente. Por isso, é difícil saber exatamente o que aconteceu.A tese mais difundida é a de uma crise ambiental que gerou uma seca prolongada.Para Callisaya, uma das evidências arqueológicas que apontam nessa direção é o descobrimento de 19 ossadas de jovens que "consideramos que foram parte de uma oferenda para enviar uma mensagem pedindo chuva aos deuses", explica.Stanish diz que a civilização não desapareceu da noite para o dia. "O processo ocorreu durante pelo menos 200 anos", diz.Também não se tratou de um colapso biológico, ou seja, a população não morreu em um curto período de tempo. É provável que os habitantes tenham se dispersado aos poucos."Sabemos que não foi uma doença que dizimou a população. Fala-se que a razão é uma seca que afetou os sistemas agrícolas e também que houve invasores que vieram do sul. Essa foi a narrativa registrada por muitos historiadores espanhóis", explica o arqueólogo.Convergência de fatoresPra ele, não houve apenas uma causa, mas a convergência de várias. Entre elas provavelmente estaria também uma revolta dos camponeses devido a uma forte insatisfação com os governantes e a elite."Parece muito com o que aconteceu com os maias, onde as pessoas simplesmente se dispersaram. Qualquer que fosse o sistema político e econômico que mantinha Tiwanaku, ele veio abaixo", diz.Dessa forma, a agricultura e a riqueza que ela produzia, que durante séculos foi o que manteve unido o sistema político de Tiwanaku, caiu gradualmente em desuso, e ocorreram grandes mudanças em relação à saúde, à demografia e às estratégias de subsistência do povo, o que teria resultado em uma diáspora."A primeira etapa foi uma diáspora colonizadora e limitada a lugares de altitude intermediária. A segunda etapa foi uma diáspora muito mais extensa, impulsionada pela desintegração violenta das colônias em torno de 1000 d.C, junto com o colapso da cidade de Tiwanaku ou sua reorientação radical por uma elite militar", afirma Bruce D. Owen no estudo "Distant Colonies and Explosive Collapse: The Two Stages of the Tiwanaku Diaspora in the Osmore Drainage" ("Colônias Distantes e Colapso Explosivo: As Duas Etapas da Diáspora de Tiwanaku na Drenagem de Osmore", em tradução livre).Alguns foram para áreas pouco povoadas e estabeleceram aldeias pequenas, dispersas e fáceis de defender. Outros foram para locais onde já havia populações maiores ou mais estabelecidas e foram integrados como uma minoria de menor status."Esse colapso explosivo sugere que Tiwanaku era composta por vários grupos cujos diferentes interesses não podiam ser contidos", acrescenta Owen.Quando as civilizações colapsam, normalmente há várias razões: crescimento demográfico, doenças, invasões ou guerras. Todas elas se somam e engolem civilizações inteiras.
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.