O que foi a Revolta dos Malês, a maior rebelião de escravizados do Brasil - bbc.com - 02/10/2025
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O que foi a Revolta dos Malês, a maior rebelião de escravizados do Brasil - bbc.com
2 de outubro de 2025, quinta-feira Atualizado em 01/11/2025 00:15:07
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Por Edison Veiga - De Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil
Em 1835, havia 65 mil pessoas morando em Salvador, antiga capital do Brasil Colônia que ainda gozava de prestígio econômico naqueles primeiros anos de país independente. Deste contingente, 40% eram escravizados. Dos escravizados, 63% eram nascidos em solo africano.
Estes dados, trazidos pelo historiador João José Reis em seu livro Rebelião Escrava no Brasil - A História do Levante dos Malês (1835) (Editora Brasiliense, 1986), dá a dimensão do que representava o regime escravocrata para a sociedade brasileira. E também mostra como o chamado tráfico negreiro seguia intenso naquele período.
Mais que isto, os dados do pesquisador, professor na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e autoridade mundial sobre o tema da escravidão negra, ajudam a compreender o cenário que propiciou a ocorrência, na capital baiana, do hoje reconhecido como maior levante de escravizados da história do Brasil: a Revolta do Malês, episódio histórico que ocorreu na noite do dia 24 de janeiro de 1835.
"Um levante que, podemos dizer, não foi bem-sucedido porque foi descoberto antes, mas causou um tumulto na cidade de Salvador, abalando a certeza de que as vigilâncias senhorial, provincial e imperial tinham controle total sobre essa população", pontua à BBC News Brasil a historiadora Luciana Brito, professora na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e autora do livro O Avesso da Raça (Editora Bazar do Tempo, 2023).
Brito salienta que a rebelião impactou "a estrutura das autoridades locais", destruindo a ideia de que "se tinha controle quase que total sobre as revoltas".
"Do ponto de vista militar e político, a revolta não foi bem sucedida, porque foi esmagada pelas forças de segurança", diz à BBC News Brasil o advogado Flávio de Leão Barros Pereira, professor de Direitos Humanos da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "Eles não conseguiram tomar a cidade nem abolir a escravidão. Mas o impacto foi profundo na visibilidade, na repercussão do problema da escravidão e também do endurecimento do controle social sobre os africanos, a vigilância e a opressão sobre práticas religiosas islâmicas."
Insurreição islâmica
De acordo com cálculos de historiadores, pelo menos 73 participantes da rebelião foram mortos — e mais de 500 presos. Considerando que foram cerca de 600 os participantes, é possível cravar que a rebelião foi completamente anulada pelas autoridades. Entre os insurgentes havia escravizados e também libertos.
É difícil precisar quantas revoltas de escravizados houve no Brasil, mas estudos contemporâneos costumam apontar para um número próximo de 45. "Acredito que tenham sido mais", comenta à BBC News Brasil o jornalista e pesquisador Guilherme Soares Dias, fundador do Guia Negro. "Só na Bahia foram cerca de 30, muitas delas nessa mesma década. A dos Malês é a maior que se tem notícia."
"Há um consenso em se considerar este o maior levante de escravizados da história do Brasil", afirma à BBC News Brasil o historiador Petrônio Domingues, professor na Universidade Federal de Sergipe (UFS) e coautor do livro Diásporas Imaginadas: Atlântico Negro e Histórias Afro-brasileiras (Editora Perspectiva, 2020).
"Sabemos que os portugueses sempre tentaram abafar essa revoltas e fazer com que as notícias não chegassem a outros lugares, justamente para evitar que elas acontecessem. Essa documentação é muito precária, há muito pouco material para comprovar o tamanho dessas revoltas e o número delas", acrescenta o pesquisador Dias.
Um aspecto interessante do levante malês é o fato de ele ter, em essência, uma base religiosa islâmica. "Não há sombra de dúvida sobre o papel central desempenhado pelos muçulmanos na rebelião de 1835", escreve Reis. "Os rebeldes foram para as ruas com roupas só usadas na Bahia pelos adeptos do islã. No corpo dos que morreram, a polícia encontrou amuletos muçulmanos e papéis com rezas e passagens do Alcorão."
A palavra "malê" evoca isso. Derivada do idioma iorubá, ela significa justamente muçulmano. Dias lembra que esses africanos muçulmanos que foram trazidos para Salvador tinham em comum o fato de que em geral "eram pessoas que sabiam ler e escrever" e acumulavam "um passado de luta". Ele frisa ainda que muitos eram "de posições importantes" na África, o que os deixava em situação ainda mais "ultrajante" sob o jugo da escravidão.
"É importante a gente pensar que, tendo sido os Malês a principal e maior revolta de escravizados urbanos das Américas, foi a única comandada por islamizados", contextualiza à BBC News Brasil a historiadora Maria Helena Pereira Toledo Machado, professora na Universidade de São Paulo (USP) e autora do livro O Plano e O Pânico: Os Movimentos Sociais na Década da Abolição (Editora Edusp, 1994).
Machado ressalta, contudo, que ao contrário do que possa parecer à primeira vista, o movimento não foi uma jihad, ou seja, uma "guerra santa" de motivação islâmica. A religião acabou sendo um ponto de união e de convergência comunitária dos africanos. "O islã foi o cimento unificador dos revoltosos", define a historiadora Brito.
"Foi uma revolta de escravizados também ligada à obtenção da liberdade", afirma a historiadora Machado.
De acordo com Barros Pereira, os malês também estava sufocados pelo "enrijecimento do controle" sobre suas práticas religiosas no Brasil. "Inclusive repressão clara", pontua.
Resgatar Bilal
O gatilho, de qualquer forma, foi a prisão de um líder religioso islâmico: Pacífico Licutan (?-1835), conhecido como Bilal — em alusão ao profeta muçulmano Bilal Ibne Rabá (581-642) — era um enrolador de tabaco escravizado, cujo proprietário era um médico, que vivia em Salvador.
Por conta do seu papel proeminente na comunidade islâmica formada por parte dos escravizados da cidade — em geral, de etnias nagô e hauçá —, por vezes companheiros vinham tentando comprá-lo para libertá-lo. Sempre sem sucesso.
O médico que era oficialmente seu dono morreu em 1834. Como havia dívidas dele para serem quitadas, as autoridades decidiram apreender Licutan — a ideia era vendê-lo e, assim, pagar os credores.
Mas chegou o Ramadã, mês sagrado do islamismo. E essa situação deixou os seguidores da religião revoltados em Salvador. Passaram a tramar uma rebelião, que se iniciaria com a libertação do líder religioso.
A ideia deles era fazer uma rebelião no dia 25 de janeiro, um domingo, ainda pela manhã, aproveitando o horário da missa na Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, que deixaria o centro da cidade mais vazio. Naquele horário, os escravizados deveriam buscar água nas fontes públicas, o que facilitaria a reunião dos mesmos.
Eles planejavam incendiar diversos pontos da cidade, distraindo os policiais. E então iriam resgatar Licutan, que estava detido no subsolo do prédio da Câmara.
Dedo-duro
A trama começou a dar errado porque a prefeitura da cidade recebeu, na véspera, uma denúncia anônima sobre o plano. O chefe de polícia foi acionado e determinou que patrulhas fossem realizadas em todos os bairros de Salvador, com a detenção de qualquer suspeito.
Hoje se sabe que a denunciante foi uma africana liberta nagô chamada Sabina da Cruz (?-1875). A maior estudiosa da personagem é a historiadora Luciana Brito. "Seu intento inicial era impedir que o marido participasse do levante. Ela denunciou porque queria evitar de toda maneira que ele participasse. Sabia que seriam grandes as chances deles serem descobertos, já que não havia nenhuma referência de levante [perpetrado por escravizados] com sucesso", afirma ela.
"Além da delação, as armas dos revoltosos eram mais rudimentares. Do ponto de vista bélico, eles estavam em desvantagem", lembra o historiador Domingues.
Acuado pelas autoridades, um grupo de cerca de 60 homens precipitou então uma tentativa de levante. Ele chegaram a atacar policiais e rumaram juntos ao prédio da Câmara.
Não deu certo e os policiais conseguiram deter o grupo, controlando a situação.
Batalhas pipocaram em diversos pontos de Salvador. Com uma intensa repressão, em cerca de 24 horas todos os focos foram dispersos e os rebelados, mortos ou detidos.
Segundo o livro de Reis, 16 envolvidos ainda foram condenados à morte. Destes, apenas quatro foram de fato executados — no Campo da Pólvora, por um pelotão de fuzilamento, em 14 de maio daquele ano. A grande maioria dos que foram detidos acabaram condenados a açoitamento — de 300 a 1,2 mil chibatadas (aplicadas gradualmente ao longo de vários dias), conforme o caso.
"A revolta não atingiu seu objetivo mas deixou seu legado: um legado de organização de luta, de sonhos pela liberdade", comenta o pesquisador Dias.
Uma Salvador muçulmana
Não há um consenso entre os especialistas sobre os objetivos mais amplos da revolta. Acredita-se que o grupo pretendia, depois de revoltas generalizadas, conseguir não só libertar o líder religioso muçulmanos como também derrubar o governo de Salvador e instituir ali uma administração malê.
"Chama a atenção o fato de ter sido liderada por libertos muçulmanos, uma operação planejada e com objetivos bem definidos", comenta Brito.
"Foi inovador o fato de eles estarem organizados em torno de uma cultura religiosa completamente alheia ao Brasil escravista, que era a religião muçulmana", contextualiza ela. "Nesse período [no Brasil] não se entendia a língua árabe, os códigos, os planos, as estratégias de articulação, a mística e o signo dessa religião."
"Eles resguardaram a sua cultura religiosa como estratégia de articulação política contra o regime escravista", salienta a historiadora.
De acordo com os relatos escritos pelos próprios participantes, entendia-se que o conflito era uma guerra dos "da terra de negro" contra os "da terra de branco". Em última instância, os insurgentes pretendiam matar todos os que não fossem "da terra de negro" ou se recusassem a lutar a favor da causa dos malês.
"Eles se insurgiram contra o sistema escravista e a imposição do cristianismo. Queriam a conquista da liberdade e a derrubada do sistema escravista", argumenta Domingues. "A causa principal foi a opressão do sistema escravista […] e toda a desumanidade que o sistema escravista impunha. Em menor escala, outro fator foi o da intolerância religiosa."
Brito lembra que outra importância do episódio foi a alta participação de mulheres. Além do papel de Sabina da Cruz, ela diz que são muitos os relatos do envolvimento feminino, ainda que, "na documentação, apareçam de forma secundária". "Elas tiveram um papel fundamental na organização das mobilizações, com reuniões em suas casas. Elas sabiam o que estava acontecendo, guardavam armas e escritos em árabe. Tinham participação ativa nas decisões", explica.
Altar fake
Seja tendo a religião como elemento de coesão social, seja sonhando com ideais de liberdade, seja por todos terem origens semelhantes, havia já uma organização comunitária dos africanos e afrobrasileiros em Salvador que antecedia à insurreição. E isso foi importante para planejá-la.
"Entre eles, havia uma capacidade organizacional marcante. Muitos eram letrados e mantinham uma comunicação por meio de bilhetes em árabe, orações, reuniões… Criaram uma rede social muito importante", analisa Barros Pereira.
Domingues também atenta para essa organização. "Houve planejamento", frisa ele, lembrando que foram feitas reuniões e realizados fundos para aquisição de armas.
O pesquisador Dias cita, por exemplo, a Sociedade Protetora dos Desvalidos, uma caixa de auxílio mútuo criada por eles. Foi fundada em 1827. "Em 1832, eles compraram uma sede no meio do Pelourinho. Foi fundado por malês. Eles eram vendedores ambulantes e fingiam ser uma entidade católica", explica.
Fazia isso para ter o direito "de existir", salienta o pesquisador. <>"Era uma entidade religiosa fake. Tinha até um altar católico, mas atrás ficavam símbolos das religiões afrobrasileiras e também dos malês, da religião muçulmana."
Segundo Dias, ali foi esconderijo de malês que participaram da revolta. "O último andar tinha uma biblioteca fake. Atrás dela, na verdade, ficava uma escada que dava acesso a esse lugar [o refúgio secreto]", conta.
Legado
Resgatar tais episódios, na opinião dos especialistas, é importante para que a narrativa historiográfica não perpetue uma ideia de que a abolição foi um processo protagonizado por brancos, com o direito à liberdade sendo outorgado aos negros. "Foi um processo longo, fruto de revoltas e outras formas de resistência", ressalta Brito.
"O levante dos malês mostra essas pessoas como sujeitos políticos, com ideias de liberdade, projetos de vida. Até mesmo a Sabina, que era contra o levante, também mostra que havia diversidade de pensamento", acrescenta a professora.
"É fundamental conhecer a história das revoltas [dos escravizados] para entendermos que não foi como aprendemos na escola, que as pessoas negras não aceitavam a escravização de forma pacífica. Sempre lutaram para acabar com ela", destaca Dias.
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.