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Consulta em Wikipedia
    11 de setembro de 2025, quinta-feira
    Atualizado em 11/09/2025 03:26:58

  


Bartolomeu Bueno da Silva (Santana de Parnaíba, 1672 — Vila Boa de Goiás, 19 de setembro de 1740) foi um bandeirante paulista.[1] Com doze anos, passou a acompanhar o pai, também chamado Bartolomeu Bueno da Silva nas expedições no interior da capitania de São Vicente, correspondente ao atual território de Goiás, mas, com a descoberta de ouro em Minas Gerais, estabeleceu-se em Sabará e, mais tarde, em São João do Paraíso e Pitangui, onde foi nomeado assistente do distrito. Era conhecido como segundo Anhanguera ("diabo velho").

Em 1720, volta a Santana de Parnaíba e redige uma apresentação a D. João V de Portugal pedindo licença para retornar a Goiás, onde seu pai encontrara ouro. Em troca, pedia o direito de cobrar taxas sobre as passagens de rios no caminho para as minas goianas. A oferta é aceita e, então, a expedição é organizada. Em 1722, parte de São Paulo com a intenção de percorrer novamente os sertões que visitara quarenta anos antes com o pai. Durante quase três anos, e com muitas dificuldades, explorou os sertões goianos em busca da lendária Serra dos Martírios.[2] Finalmente, com mais de 50 anos, encontrou ouro no rio Vermelho.

Foi nomeado capitão-mor das minas por D. João V em 1726 e, mais tarde, coronel das ordenanças e capitão-mor de Vila Boa[3]; fundou o Arraial de Santana, que se torna Vila Boa de Goiás em 1736 (embora algumas fontes apontem a transformação para o ano de 1739[4][5], justificando que o ano de 1736 corresponda apenas ao ano de emissão da ordem-régia), atualmente cidade de Goiás, mais conhecida como Goiás Velho.Cora Coralina descreve a chegada do segundo Anhanguera:"Mesmo na frente da casa velha, do lado de lá do rio, há mais de duzentos anos, caminhando para trezentos, tomou chegada a Bandeira dos “Polistas”. Porto da Lapa foi chamado o lugar onde desembarcou no dia 26 de julho de 1728 a gente do Anhanguera. Desembarcou e logo trataram todos de levantar a igreja da Lapa em honra e glória da Nossa Senhora dos Caminheiros que, depois de passadas e erradas sem conta pelo grosso do sertão, os trazia, afinal, no roteiro certo da tribo Goiá.”[6]Rua do Conjunto Arquitetônico da Cidade de Goiás, Goiás, BrasilAscendênciaBartolomeu Bueno da Silva (pai) era filho de Francisco Bueno, morto em conflito com jesuítas no Rio Grande do Sul e de Filipa Vaz. Casou-se com Isabel Cardoso e teve nove filhos, dentre os quais estava Bartolomeu Bueno da Silva, o Moço.[2]A família de Cora Coralina, poetisa e contista brasileira nascida em Goiás, relacionava-se à dos Bueno. Sua tataravó era nora do Anhanguera[2], como conta em um trecho de seu livro:"aquela mesma que na velhice, viuvez e pobreza, teve de repor com seus lavrados e de suas filhas, certa arrouba de ouro, pedida pelo velho Bandeirante e de cuja dádiva antecipada discordou o Rei de Portugal. História feia e mesquinha que deslustra a generosidade de um soberano e que o cronista custa a recordar.”[6]Últimos anosComo maneira de diminuir o poder do Anhanguera e apaziguar as disputas pelo controle das minas, o Conde de Sarzedas, então governador de São Paulo, divide as minas em dois distritos: Santana e Meia-Ponte. Assim, o bandeirante perde sua influência como ouvidor-mor do estado, passando ao cargo de capitão-mor.[3]Foi acusado de sonegação de impostos em 1733; começou a perder prestígio junto à coroa e sua autoridade foi progressivamente sendo limitada pelos delegados do rei. Perde também seu direito de passagem. A persistência das lutas internas e as suspeitas de contrabando levaram ao estabelecimento de uma ouvidoria e à criação da capitania de Goiás. Morreu em 1740, pobre e destituído de poder, reduzido a um cargo decorativo, em Vila Boa de Goiás.[7]Cora Coralina relata que:“Bartolomeu Bueno da Silva, o Moço, que propiciou substancial aumento de riqueza à Coroa de Portugal, gastando na descoberta das minas toda a fortuna que havia herdado dos pais, faleceu pobre na Vila de Goiás em 1740, mesmo porque a promessa de conceder-lhe uma arroba de ouro das rendas obtidas com a extração do metal não foi cumprida, ordenando-se, isso sim, a restituição da quantia já recebida, com o seqüestro dos bens do beneficiado se não fosse efetuada.”[2]A corrida pelo ouro foi o estopim para a cobiça e para os sonegamentos fiscais, que vinham acompanhados de delações. Portanto, ficara mais fácil ser pego sonegando impostos.[2]Contexto históricoA exploração bandeirante inicia-se no Brasil a partir do século XVI, na capitania de São Vicente, com a penetração dos exploradores no sertão em busca de riquezas naturais e mineiras, tal qual o ouro e a prata. Durante a década de 1660, Bartolomeu Bueno da Silva (pai), desponta como o primeiro Anhanguera.Almeida Júnior - Estudo da Partida da Monção, 1897 (Bandeirantes)No ano de 1682, o primeiro Anhanguera parte da capitania de São Vicente (atual São Paulo) em direção ao rio Araguaia, atravessando o território correspondente ao atual estado de Goiás. O apelido provém de um episódio advindo desta expedição. Acredita-se que, ao retornar do Araguaia, Bartolomeu Bueno da Silva (pai) encontrou-se com índios da tribo dos goiases. Ao avistar as índias ricamente adornadas com chapas de ouro, colocou fogo em uma tigela e ordenou que os indígenas lhe indicassem a procedência do metal, ameaçando atear fogo nos rios e nas fontes. Daí, fora denominado Anhanguera (em tupi, añã´gwea, ou seja, diabo velho, alma velha).[7]Acredita-se que, ainda menino, Bartolomeu Bueno da Silva (filho) já acompanhava o pai em suas explorações.[7]A terceira década do século XVIII foi um período em que a economia mineradora efervescia. As Minas Gerais geravam lucros ao passo em que centros que destacavam-se na extração aurífera despontavam durante o reinado de D. João V em Portugal, que é considerado o período de maior ostentação da história da corte portuguesa.[8]A metrópole agia de maneira conjunta com os sertanistas para proporcionar o descobrimento de ouro no país. Essa relação harmônica pode ser exemplificada no documento redigido por Rodrigo César de Menezes e entregue ao segundo Anhanguera, o qual estabelecia os termos de um contrato entre o bandeirante e a metrópole e demonstrava a existência de uma ação conjunta entre ela e os paulistas.[8]"Porquanto Sua Majestade, que Deus guarde, foi servido ordenar-me por carta de 14 de fevereiro do ano passado de 1721, assinada pela sua mão real, ajustasse com o Capitão Bartolomeu Bueno da Silva o prêmio que se lhe havia de dar, no caso em que descobrisse nos sertões desta capitania minas de ouro e prata, e outros haveres, e que lhe desse regimento quando entrasse em tropa a fazer descobrimento nos ditos sertões, e em cumprimento da ordem do dito Senhor, lhe mandei dar o presente regimento, que há de guardar inviolavelmente o dito Capitão Bartolomeu Bueno da Silva."[9]As casas dos bandeirantes assemelhavam-se a fortalezas. Eram feitas de paredões de pedra, tanto nos muros externos quanto nas divisões dos cômodos internos. As construções diferenciavam-se das casas comuns das vilas de São Paulo e Minas Gerais, cuja matéria-prima era a taipa socada. A estrutura das casas contava com troncos de aroeira e erguiam-se paredes de granito, que tornavam a residência indestrutível mesmo com a ação do tempo.[2]ExpediçõesSerra dos Martírios: alega-se que, na infância, Bartolomeu Bueno da Silva (filho) foi um dos únicos a avistar a mitológica Serra dos Martírios e os Araés, em 1673. Junto dele, estava Antonio Pires de Campos, filho do bandeirante Manuel de Campos Bicudo.Rio Araguaia: acompanha o pai em expedição partindo de São Paulo em direção aos sertões do Planalto Central, atravessando o território que hoje é correspondente ao estado de Goiás e seguiu até o rio Araguaia. Lá, deparam-se com o povo goiá. Pai e filho retornam a Santana de Parnaíba com milhares de índios apreendidos, sem explorar as minas da região mas certos da presença do ouro nas terras.[2]

Campinas (Caminho dos Goiases): em 1722, parte de São Paulo acompanhado de uma tropa de 152 homens armados, 2 religiosos e 39 cavalos. A vereda dura cinco dias, até que estabelecem-se em uma parada estratégica, que, 23 anos depois, seria nomeada Campinas (o caminho para a atual cidade fora aberto no ano de 1725)[10]. Mais tarde, a extensão percorrida pelos Goiases, de 102 quilômetros, transformou-se na primeira macrometrópole do Hemisfério Sul, contando com mais de 22 milhões de habitantes.[11][10]

Cidade de Campinas, no estado de São PauloArraial de Santana: posteriormente passou a se chamar Vila Boa de Goiás. A influência bandeirante na região, sobretudo devido ao ouro, foi responsável pelo processo de urbanização do sertão. A cidade tornou-se o maior centro econômico e político do estado, passando a ser a capital da província.[12] Existe controvérsia acerca do ano de sua fundação, com fontes indicando se tratar do ano de 1727[13]e outras, do ano de 1725[7][2].Os goiases Ver artigo principal: GoiasesA tribo goiá (ou goiases) era originária da região Centro-Oeste, estabelecendo-se especificamente no chamado Mato Grosso goiano, região escolhida pelo segundo Anhanguera para a fundação do Arraial de Santana, precisamente na nascente do rio Vermelho e na Serra Dourada. Seu nome inspirou o do estado de Goiás. Foram dizimados repentinamente após a chegada da comitiva bandeirante de Bartolomeu Bueno da Silva (filho) devido aos conflitos com os sertanistas, sem deixar vestígios nem mesmo linguísticos ou arqueológicos.[14][15]Também acredita-se que uma das razões para o desaparecimento dos goiases seja a miscigenação com os portugueses, o que originou a população goiana nos séculos XVIII e XIX.Acredita-se que o nome goiá tenha sido dado erroneamente por Bartolomeu Bueno da Silva (filho) aos índios caiapós. A hipótese sustenta-se pela crença dos bandeirantes paulistas de que as margens do rio Grande abrigavam uma tribo denominada guayana, de origem tupi. Também acredita-se que tenham perecido devido aos surtos de cólera.[14]Portanto, com base nessa hipótese a anedota do surgimento do apelido Anhanguera, concedido a Bartolomeu Bueno da Silva (pai), teria se dado na divisa de São Paulo e Minas Gerais, e não no rio Vermelho.[14]Os goiases habitavam anteriormente a região do rio Orinoco, no período anterior ao descobrimento. Após a invasão de outra tribo, os Caraíbas, grande parte do grupo étnico fugiu pelo rio Amazonas para a região onde hoje fica o estado de Goiás. Em Raízes do Brasil, Sergio Buarque de Holanda faz uma breve alusão aos goiases, indicando a crença de que as partes centrais da América do Sul eram habitadas por povos pigmeus, ou seja, os goiá.HomenagensA Rodovia Anhanguera, em São Paulo, com 453 quilômetros de extensão, é assim denominada em sua homenagem;A Avenida Anhanguera, uma das mais importantes vias da capital de Goiás, Goiânia;Pôr do Sol na Avenida Anhanguera, GoiâniaMonumento ao Bandeirante, em Goiânia;Anhanguera, município brasileiro do estado de Goiás;Rede Anhanguera, conjunto de emissoras afiliadas da rede Globo, presentes em Goiás e Tocantins.Anhanguera, distrito localizado no município de São Paulo e pertencente à Subprefeitura de Perus.Faculdades Anhanguera, centro universitário e rede educacional.ETEC Bartolomeu Bueno da Silva, localizada em Santana de Parnaíba.Rua Bartolomeu Bueno da Silva, no município de Guarulhos.O Parque Anhanguera, situado no extremo noroeste da capital de São Paulo e no bairro de Perus.Além de várias praças, ruas e avenidas em cidades do interior de Goiás e Tocantins.





OII!

Relacionamentos
Pessoas (1)
  Bartolomeu Bueno da Silva (1672-1740)



Registros mencionados

1673ID: 13433
Expedição a Serra dos Martírios
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•  Imagens (1)
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  1720ID: 13424
Anhanguera retorna volta à Santana de Parnaíba
Atualizado em 11/09/2025 01:50:53
    
    


30 de junho de 1722, terça-feiraID: 11251
Parte de São Paulo para o descobrimento de minas de ouro em Goiás a...
Atualizado em 11/09/2025 03:30:45
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19 de setembro de 1740, segunda-feiraID: 11998
Morre em Goiás, na maior pobreza, o capitão Bartolomeu Bueno da Sil...
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•  Fontes (3)
  
  


  


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