Formação Histórica de Goiás - Prof. Roberto Gomes - Centro de Estudos Brasileiros
1971 Atualizado em 30/10/2025 08:10:11
• Imagens (57)
•
•
•
BARTOLOMEU BUENO da Silva, estigmatizado com a alcunha de Anhanguera, inscreve-se na galeria dos mais teríveis cabos de tropa do bandeirismo paulista. Poucos o terão suplantado nas crueldades praticadas contra o selvagem. Não contente apenas em fazer com que seus prisioneiros desfilassem pelos povoados, marcava-os a ferro em brasa, queimando-lhes a epiderme bronzea, na convicção possivelmente de que tratasse com irracionais (1).
Possula Anhanguera a audácia e a manha dos grandes preadores. Sabia, ora insinuante e mateiro, ora agressivo e brutal, conforme se lhe apresentasse a ocasião, “convencer” o gentio, que só mais tarde daria pelo embuste. “Entre as tribos golanas, afora os escravos que apresou e que daria (...) para povoar uma cidade, deparou-se igualmente ouro ao sertanista audaz, a quem os índios o revelaram, amedrontados pela ameaça de serem queimados os seus rios, como o paulista fizera à cachaça, que antes êle pusera a arder numa escudela” (2).
Ocorre indagar: por que motivo, tendo recolhido amostras de ouro, tão ardilosamente subtraídos à credulidade do nativo, Anhenguera não voltou mais ao local´ das minas? É provável que o bandeirante, esbanjando prôdigamente o cabedal que conseguira acumular, se visse à braços com dificuldades insuperáveis que o impediram de concretizar a iniciativa esboçada. Observa um cronista “Falto de recursos para meter mão como chefe à novas tentativas, e dotado de espírito sôbre maneira elevado para querer figurar como subalterno, o nosso aventureiro jazeu emociosidade...” (3).
De qualquer maneira, porém, sua expedição, realizada por volta de 1673, serviu de prólogo para a conquista posteriormente efefuada por seu filho Bartolomeu Bueno da Silva Filho, participando da jornada em que o pae verificava a existência de ouro na região habitada pela tribo Goiá, associa-se João Leite da Silva Ortiz, Domingos Rodrigues do Prado e Bartolomeu País de Abreu (êste o grande incentivador do movimento), disposto a formar uma poderosa bandeira (1720).
A petição em que solicitam ao monarca luso imprescindível consentimento para organização da entrada se faz acompanhar de entusiástica recomendação do Senado da Câmara de São Paulo, órgão francamente a serviço do bandeirismo. O govêmo metropolitano, seduzido naturalmente pelo provável êxito da emprêsa, aprova sem maior formalidade o plano que lhe é apresentado.
Rodrigo Cezar de Meneses, então capitão general de São Paulo, suficientemente instruído por Lisboa, facilita e incentiva extraordinãriamente a empreitada. Organizada a bandeira, cuja composição compreendia portuguêses, mamelucos, índios e negros, num total de mais de duas centenas de pessoas; e assegurados aos chefes as vantagens e privilégios requeridos, parte rumo ao sertão uma verdadeira cidade ambulante (3 de julho de 1722).
Seu itinerário ainda não está esclarecido, embora não poucos se arvorem em afirmar o contrário. As referências geográficas constantes dos roteiros redigidos por integrantes da bandeira são vagas e imprecisas, portanto os toponímicos usados à época não se afinam com denominações posteriores.E possível que a expedicão haja feito o trajeto quese segue.
Até ao rio Paranaíba nãohouve grandes dificuldades,já que a bandeira pelmilhavaregiões razobvelmente fre-juentadas por sertanistas ewentureiros. Após atraves-sarem o curso dágua mencio-snado, os homens de Anhan-guera alcançam Jocalidadespróximas ao ponto aondehoje se levanta Prasília“Nesta ocasião demos emjumas grandes chapadas fal-tas de todo o necessário semmatos, nem mantimentos, sósim com bastante córregos,Jem que havia algum peixe,dourados, traíras, (...) que"foram todo o nosso remédio,achamos também algum pel-“mito, do que chamam jagua-roba...” (4).
Do planalto central, de-pois de marchas e contra-marchas, fome, sêde, escara-muças com índios, doenças,mortes, penetram os aventa-reiros em terras da bacia doTocantins, por onde divagamdias e dias.Informado, a essa altura,das proximidades do rio Ma-ranhão, resolve 0 alferes Jo-
Informado, a essa altura,das proximidades do rio Ma-ranhão, resolve o alferes Josó Peixoto da Silva Braga,acompanhado algunsamigos e moído de máguas eressentimentos, a “rodar rloabaixo buscando elgumaterra já povoada por nãoperecer a fome e aédo, nomeio daqueles matos” (5).
Não é impossível que daí,largando & ia tocantínicae deixando à direita a regiãodos índios Goiá (que procu-rava), após transpor os cur-sos superiores dos Rio dosBois e Turvo e atravessaruma ponta do Mato Grossode Goiás, haja a bandeiraatingido os vales dos rios Pi-lões e Claro.Permitimo-nos agora, ten-tando decifrar as “charadas”(6) do roteiro de Urbano doCouto, levantar conjeturassôbre a trajetória da bandei-ra na zona oeste, cujas “ter-ras medeiam com a Comar-ca de Cutabá” (7). O proble-ma, até o momento, não obs-tante as diversas versõesanresentadas. continua semsolução. Uma nova tentativa,mesmo se se frustrar por es-ta ou por aquela circunstân-cia, não fará diferença.
Referentemente ao rio queUrbano do Couto deromi-nou Pasmados, muitas vêzesidentificado como sendo oClaro (afluente do Paransí-tratar-se do rio Formoso,pelo fato de haver, nas vizi-nhanças de suas nascentes,um bloco rochoso semelhan-tíssimo a uma “galera semmastros” (8), que se parecegrandemente também comuma gigantesca galinha ani-nhada em pleno deserto, Orio Formoso nasce “na divi-são das águas em campolimpo, é por éle corre para oSul e se mete no Rio Gran-de... (9). (O rio em ques-tão lança-se indiretamenteno Paranaíba, via Rio Ver-dão e Rio dos Bois). Em to-do o seu curso não existenenhuma elevação. Serpen-teia calmamente pela planf-cle sedimentar. Alogar-se-todavia, que o curso d´águaem referência figura em nos-sas cartas geográficas comomero ribeirão. A verdade,no entanto, é que o volumede suas águas equivale per-feitamente aos volumes daságuas do Turvo, do Claro edo Pilões, considerados emseus cursos superiores e mé-dios.
Basílio de Magalhães es-vre: “Spix e Martius (..)referem-se à expedição de1816, feita pelo capitão JoséPinto, que partiu de VilaBoa, em Golás, afim deachar um caminho fluvialpara São Paulo. Tendo em-
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (3): 01/01/1673 - *Expedição a Serra dos Martírios 01/01/1720 - *Anhanguera retorna volta à Santana de Parnaíba 01/01/1720 - *Primeira menção da estrada que se tornaria a Rodovia Anhanguera EMERSON
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.