'Histórico do Aproveitamento das Águas da Região Paulistana - Eng. Mário Savelli - 01/06/1964 Wildcard SSL Certificates
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Histórico do Aproveitamento das Águas da Região Paulistana - Eng. Mário Savelli
    junho de 1964, segunda-feira
    Atualizado em 30/08/2025 02:01:10

  
  


Sabe-se — e nôlo confirma Ermani Silva Brno, em sua monumental obra "História e Tradiçõesde S. Paulo”, um dos frutos mais valiosos das co-memorações do IV Centenário da Metrópole ban-deirante e supridora magnífica de dados para estasmodestas notas — que deficiente foi, sobretudopelo absentismo do período bandeirista — após aépoca de fartura, especialmente de carne, referidapor Anchieta, Fernão Cardim e Simão de Vascon-celos — o abastecimento de generos ao núcleo pira-tiningano no decorrer dos três primeiros séculos doseu evolver. No último trintênio do setecentos, oMorgado de Mateus, lastimando a carência de vive-res, escreveu que O povo sofria miséria e alimenta-va-se de “bichos imundos e coisas asquerosas” queacreditava serem causas da grande incidência delepra e de outras enfermidades que, largamente,grassavam no burgo predestinado a tão luminosoporvir. Mais irregular, ainda, era, porém, o supri-mento de água, e a situação abominavelmente insa-tisfatória com referência ao líquido precioso. seriaamenizada sômente no fim do primeiro quartel doXIX.Nos primórdios do núcleo anchietano, os habi-tantes — como em regra nas comunidades incipien-tes — serviam-se de águas de fontes e ribeirões na-turaís, que, pela aglomeração humana, em curtoperíodo, tornavam-se locais repelentemente sujos areclamar das autoridades medidas corretivas, de fre.quente — como pelo tempo em fora — mui alar-deadas e pouco executadas. Mas, não apenas a hi-giene física era desatendida; também o asseio moralali sofria descuramento. Tanto assim que, já em1576, à Câmara decidiu punir os jovens que fossemencontrados nas fontes “pegando alguma mulher”,Em 1613, insistia-se para que “nenhum mancebo dequinze anos para cima fosse às aguadas ou fontesda vila”.O compulsar documentos quinhentistas ou seis-centistas leva à conclusão de que não mui nume-rosas eram as “minas” utilizadas.Informa o infatigável Taunay que as primeiraságuas que abasteceram coletivamente os paulistanosforam as de duas nascentes: uma, cujo sitio nãoidentifica, defluia para o Tamanduatei; outra, porindagações delongadas, deduzi que, referida comolocalizada “detraz da casa de Joanne Annes” (quepenso ser Joana Eanes), estava situada próxima àatual rua Libero Badaró, entre a Av. São João e àPraça do Patriarca.

Em 1651, a Câmara concedeu terras a alguém que habitava entre os dois ribeirões “aguada desta vila chamados Anhangobahy e Hiacuba”. Trata-se — ao meu ver — de área compreendida entre a atual Capitão Salomão e a Praça do Correio. Issoprova a franca utilização das águas dos madestos e poluídos cursos.

Em 1744 — vejam como tudo marchava lento!— a Câmara contratou com o pedreiro CiprianoFuntan à construção na “paragem chamada Inhan-gavahu” de um primeiro chafariz”. de pedra ecal... capaz de serventia ao povo... com capa-cidade de ficar vistosa a fonte, que teria doze palmosem quadra de chão lageado, duas pias de boa pedra;e mais com frontispício de doze palmos em quadracom sua cimalha bem feita”. O empreendimentoficou, porém, apenas nos planos. Os religiosos doconvento de S. Francisco e dos recolhimentos deS. Tereza e da Luz — avançadamente progressistasno marasmo ambiente — construiram na mesmaépoca aduções para as suas casas de prece e filan-tropia, cujas sobras seriam úteis à ainda pouconumerosa coletividade paulistana. Primeiros foramos franciscanos; logo a seguir, em 1746, O reco-lhimento de Santa Tereza abasteceu-se de águas per-tencentes à bacia do Anhangabaú, aduzidas por umrêgo coberto de pedras soltas — a forma comum deaqueduto na época — que cruzava o futuro bairroda Liberdade. Servida a mansão religiosa, o líquidosobejante escorria pelo terreno, formando lodaçalque atingia os fundos das “casinhas” do mercadoda Baixada do Buracão. O Convento da Luz provi-denciaria, também, ao seu suprimento. O manancialforam águas altas do Saracura, contribuinte da mar-gem esquerda do Anhangabaú, provenientes derincão onde o tropel dos capitães de mato, não deraro, ia surpreender fujões aquilombados em pro-miscuidade com desordeiros. O líquido escoava margeando o caminho do Piques (rua da Consola-ção), a rua do Paredão (Xavier de Toledo), o campodo Zunega (Paissandu) e demandava o recolhimento.Bicas em fontes naturais ou o Tamanduatei eseus afluentes que cruzavam o povoado continuavama ser os provedores, inquinados e perigosos, sobre-tudo ante os precários meios de assistência médico-hospitalar disponíveis. Sômente em 1744 foramadquiridos quatro prédios na rua Direita, próximosà Igreja da Misericórdia, para a instalação, cincoanos após, de modestissima Santa Casa. Em 1773,a Câmara providenciou o reparo da bica do Acu(entre as atuais Brigadeiro Tobias e ladeira SantaEfigênia), sobretudo por se saber que atrás da fonte“havia morrido um cavalo”. Mas dez anos decor-reram até uma reforma da bica, com a recomenda-ção (evidentemente, não atendida) de não serem atirados detritos no rêgo rasgado para escoamento dalinfa, que relato da Câmara classificava de “malcheirosa e horrenda”. Não era sem razão que àbica, relembrada num desenho de Clovis Graciano, tinha o nome de Acu, que Afonso de Freitas dizsignificar água venenosa (acu ou iacuba).Nos três últimos decênios do setecentos, come-garam a ser construidos chafarizes: em 1774, o doQuartel, suprido pelas águas do trato alto do Anhan-gabaú (o velho corrego das Almas); também, chorosda bacia dêste modesto curso, derivados para otanque do S. Francisco, atenderam ao chafariz maislembrado do século XVIIE o da Misericórdia,construido, em 1792, pelo versátil Tebas, com pedrasda região de Santo Amaro, transportadas em canoasaté o porto de Tabatinguera. Era um vistoso marcofontanário, encimado por uma esfera armilar edotado de quatro torneiras, que, ao ser planejado,preocupou, quanto ao volume d´água com que po-deria contar na estiagem, ao desenvolvimentista quefoi o atilado Bernardo José de Lorena. Como sedera com as velhas fontes, apesar da vizinhança deum templo, o local de abastecimento tomou-seponto de encontro de vulgo ocasionador de cenast que, pelo contar de Antonio Egidio Martins,em pouco tempo, “familia antiga” moradora napraça, tratou de transferir morada para o Tabatin-guera. O Governador Melo, sucessor de Lorena,ampliou o provimento público com dois novosjorros: um no Piques, junto à ponte do Lorena:outro próximo à ponte do Marechal, vulgarmenteconhecida como do “cisqueiro”, na altura da atualPraça do Correio. Ofício dirigido à Câmara, em1810, noticia existência de um depósito d´água narua do Principe (atual Quintino Bocaiuva e primiti-vamente Cruz Preta) — construido, por certo,alguns anos antes — alertando da conveniência deefetuar conserto no encanamento que do tanquedas Freiras para êle derivava; em 1817, mandava-se colocar guia de cantaria nessa caixa, para evitarperdas. Em ata da Câmara de 1812, quando a po-



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ME|NCIONADOS Registros mencionados (1):
01/01/1651 - *A Câmara concedeu terras a Henrique da Cunha entre os dous ribeiros “aguada desta villa chamados Anhangobay e Hiacuba”
EMERSON

  


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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.