Mapa mais preciso da Terra é criado por físicos e não tem nada a ver com o que estamos acostumados - br.ign.com
13 de agosto de 2025, quarta-feira Atualizado em 16/08/2025 22:26:11
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Um dos grandes desafios para os cartógrafos que tentam criar mapas do mundo é a impossibilidade de representar a superfície de uma esfera num plano — pelo menos de forma fiel, precisa e legível.
O mapa em disco
A tentativa mais recente de criar um mapa que minimize as distorções associadas à projeção da superfície terrestre num plano resultou numa solução curiosa: um mapa que seus autores comparam a um disco de vinil. Isso porque o planeta é representado por dois círculos — um mostrando o hemisfério norte e outro o hemisfério sul.
O mapa não é perfeito, mas, segundo seus criadores, é a projeção mais fiel já desenvolvida. “Não se pode fazer tudo perfeito”, disse em nota à imprensa Richard Gott, um dos autores. “Um mapa pode ser muito bom em um aspecto, mas não tão bom em representar outros.”
Um problema de mais de meio milênio
Há milênios sabemos que a Terra é esférica, mas isso raramente representou um problema por dois motivos: primeiro, porque as cartas geográficas incluíam apenas a região da Eurásia e da África — as Américas, a Oceania e a Antártida não apareciam nos mapas até épocas mais recentes. Além disso, os mapas não eram tão precisos a ponto de as distorções causadas pelo formato esférico se tornarem relevantes. Na maioria das vezes, também não havia necessidade disso: apenas na era moderna a precisão cartográfica se tornou vital, especialmente para a navegação marítima.
De Mercator a Winkel Tripel
A projeção de Mercator, criada no século XVI por Gerardus Mercator, continua sendo amplamente utilizada. Ela foi desenvolvida para facilitar a navegação transoceânica, mantendo a precisão nas formas de mares e países, mas distorcendo os tamanhos — ampliando as regiões próximas aos polos em relação às próximas ao equador.
Séculos de trabalho levaram a projeções com menos distorção. Entre elas, os autores do novo mapa destacam a projeção Winkel-Tripel, criada pelo cartógrafo alemão Oswald Winkel em 1921. Ela ainda apresenta distorções próximas aos polos e não é tão útil para navegadores, mas representa um bom compromisso. É, inclusive, a projeção adotada pela National Geographic Society.Versão em "disco" mostrando aqui a frente e a parte de trás em um mesmo planoAvaliando os mapas
Em 2007, David Goldberg e o próprio Gott criaram um sistema de pontuação para mapas, baseado em seis critérios: formas locais, áreas, distâncias, flexão, assimetria e cortes. A escala é inversa: um globo teria pontuação 0,0 e qualquer distorção acrescentaria pontos. O método foi apresentado na revista Cartographica: The International Journal for Geographic Information and Geovisualization.
Seguindo essa métrica, não surpreende que o novo mapa — criado pelo mesmo time — alcance bons resultados. Enquanto o Winkel-Tripel obtém 4,563 pontos, o novo modelo reduz o erro para 4,497 pontos.
O “truque”
A nova projeção supera as alternativas nos seis critérios avaliados por Gott e sua equipe, mas se destaca especialmente na variável “continuidade”. A maioria dos mapas apresenta um corte — geralmente no Oceano Pacífico, entre a Ásia/Oceania e as Américas —, o que, segundo os critérios do estudo, é uma grande fonte de distorção.
A solução encontrada foi criar um disco com duas faces, dando continuidade ao corte, que é posicionado no equador (embora, segundo os autores, ele também pudesse ficar no meridiano de Greenwich).
Da Terra aos confins do cosmosOs autores aproveitaram a nova projeção não apenas para representar o planeta, mas também para cartografar outros elementos: planetas do Sistema Solar, a abóbada celeste e até um mapa do Fundo Cósmico de Micro-ondas.
Forjando "Máquina Grande" nos sertões do Atlântico: Data: 01/01/2020 Créditos/Fonte: Franciely das Luz Oliveira Dimensões centro-africanas na história da exploração das minas de Ipanema e na instalação de uma Real Fábrica de Ferro no Morro do Araçoiaba, 1597-1810. Página 46
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