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A trajetória de um visionário "milenarista" - ufmg.br
    7 de março de 2001, quarta-feira
    Atualizado em 31/10/2025 03:44:28

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Por Virgínia Fonseca - Livro da professora da Fafich narra a história de Pedro Henequim, que conspirou contra D. João V

Junho de 1744. Morre em Lisboa, pelas mãos do Santo Ofício, o português e ex-mineiro Pedro de Rates Henequim. A princípio, sua execução é apenas mais uma entre as tantas que vitimaram "hereges" no século 18, a mando da Igreja Católica. Mas uma análise de seu vasto processo - um calhamaço com mil folhas, contra uma média de 20 - levou a professora Adriana Romeiro, do departamento de História da Fafich, a descobrir uma história fascinante, marcada por uma trama política até então desconhecida.

A saga de Henequim transformou-se no objeto dos estudos de Romeiro em seu projeto de doutorado, iniciado em 1992 na Unicamp, sobre os movimentos milenaristas do Brasil colonial. Os resultados da pesquisa agora estão concentrados no livro Um visionário na corte de D. João V - Revolta e milenarismo nas Minas Gerais, publicado pela Editora UFMG.

Entre março de 1992 e julho de 1996, Romeiro perseguiu "pistas" de Henequim em arquivos e bibliotecas de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Portugal e Espanha. "Quase todos os documentos sobre Henequim foram destruídos por ordem do rei de Portugal, D. João V. Tive que montar a história com informações fragmentadas", conta. Ela ressalta que, embora Henequim defendesse de fato idéias heréticas, o verdadeiro motivo da punição foi seu envolvimento em uma conspiração política.

Formação

Pedro de Rates Henequim chegou a Minas Gerais em 1702, aos 20 anos, permanecendo aqui até 1722. Viveu nas regiões de Sabará, Ouro Preto e Serro do Frio, onde teria convivido com índios, escravos africanos, portugueses que viajavam pelo Oriente, e com as idéias milenaristas do Padre Antônio Vieira, difundidas na região através de manuscritos. "Sua formação mesclava elementos das culturas popular e erudita. Ele conhecia as Escrituras, tinha noções de judaísmo e de budismo", informa Adriana Romeiro.

Henequim não só acreditava que haveria mil anos de felicidade terrena, como afirmava que esse reino de felicidade, conhecido como 5º Império, se daria no Brasil. Ao voltar para Portugal, o visionário tenta estabelecer contato com o Infante D. Manuel, irmão de D. João V, para oferecer-lhe a coroa do Brasil, pois, no seu entender, sob domínio português, o paraíso terrestre não seria possível.

Entre a volta de Henequim a Portugal e seu contato com o lnfante passam-se quase 18 anos. O visionário é preso em 1740, ao retornar de uma visita a D. Manuel. Adriana Romeiro acredita que o contato entre os dois ainda era recente na ocasião da prisão. "O rei contava com um corpo de funcionários muito eficiente. Provavelmente, os próprios empregados de D. Manuel o denunciaram", explica.

Após um ano preso na casa de um Desembargador, Henequim foge, mas é recapturado dias depois. Transferido para os cárceres do Santo Ofício, onde foi possível garantir o sigilo que o rei exigia sobre o caso, passa a responder a processo por suas idéias religiosas. Começa, então, o jogo de cartas marcadas, que só tem fim em 1744, com a execução da sentença imposta pela Inquisição portuguesa.

Livro: Um visionário na corte de D. João V - Revolta e milenarismo nas Minas Gerais

Autora: Adriana Romeiro
Editora UFMG
Lançamento: final de março
Preço: R$ 28



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ME|NCIONADOS Registros mencionados (3):
01/01/1702 - *Pedro de Rates Henequim chegou a Minas Gerais em 1702, aos 20 anos
01/01/1740 - *Henequim é preso ao retornar de uma visita a D. Manuel
01/06/1744 - Falecimento de Pedro de Rates Henequim*
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.