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O morador, o estante e o proibido: flamengos em São Paulo no contexto da Monarquia Hispânica (1580-1640)
    1 de janeiro de 2022, sábado
    Atualizado em 26/10/2025 02:56:49

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O morador, o estante e o proibido: flamengos em São Paulo no contexto da Monarquia Hispânica (1580-1640)Introdução1

Naquele ano de 1628, Madalena Holsquor, recém-viúva de Manoel Vandale, buscava resolver o inventário do marido falecido no ano anterior, para poder voltar à Bahia, de onde o casal havia saído cerca de três anos antes. Cornélio de Arzam lidava com as garras da Inquisição, que fora alcançar-lhe na meridional capitania de São Vicente. Pedro de Sauce tentava aproveitar um perdão real divulgado em Assunção para legalizar sua entrada na América, sem licença, pelo “caminho proibido” de São Paulo.

Em comum: todos flamengos, com suas trajetórias costuradas por passagens e permanências pela vila de São Paulo, na capitania de São Vicente, na terceira década do século XVII. Moradores como Ar-zam, estantes como Vandale ou proibidos como Sauce, classificados dessa forma, são paradigmáticos de uma certa alternância entre mobilidade e estabilidade nas primeiras décadas do século XVII, ressignificadas pelas novas possibilidades abertas pela espacialidade cada vez mais mundializada da Monarquia Hispânica (Gruzinski, 2014; Herzog, 2003).

Em um dos nós dessa trama, São Paulo, a pequena vila interiorana, acantonada num planalto depois dos contrafortes da Serra do Mar, se articulava ao litoral e ao sertão pelos caminhos fluviais e terrestres bem assentados sobre rotas indígenas seculares. E por ali as coisas andavam agitadas naquele ano: além da ansiedade e temor causados pela chegada do visitador do Santo Ofício; o governador do Paraguai, Luis de Céspedes Xeria, passava pela vila para tomar posse de sua governação, optando por fazê-lo pelo caminho proibido de São Paulo, que seguia pelo dificultoso rio Anhembi.

Em carta ao rei, escrita em 9 de novembro de 1628, apontou os moradores da vila como praticantes das “maiores maldades, traições e velhacarias”, que andavam pelas ruas portando escopetas.2 Nessa mesma ocasião, Xeria presenciou a mobilização de uma enorme entrada, formada por três companhias, e que reunia brancos, mamelucos e indígenas, com o objetivo de assediar a região guairenha, no Paraguai, para “recuperar” indígenas “fugidos”. A sucessão de entradas que atravessou os anos de 1628 a 1632 resultou, de fato, na destruição das cerca de 14 reduções jesuíticas da região, no esvaziamento de três cidades castelhanas, e na chegada a São Paulo de milhares de Guarani aprisionados como escravos. Ao final, Xeria terminou sendo acusado de cumplicidade com os “velhacos”.É neste cenário que a trajetória de três “estrangeiros”, flamengos, se conecta a São Paulo em tempos de união dinástica, uma conjuntura que claramente pesará nos destinos e movimentos de nossos personagens. A presença de flamengos, e de neerlandeses em geral, nas 1 Esta pesquisa se vincula ao projeto: “Intercambios culturales, transculturación y castellanización en los territorios del Reino de Portugal y Brasil durante el periodo de integración en la monarquía Hispánica y sus postrimerías, 1580-1668”, SA110P20, Junta de Castilla y León.2 Archivo y Biblioteca Nacionales de Bolivia (ABNB). Correspondências. CACH88 [p. 2]

independentista atingiu os Países Baixos do Sul, que incluíam Flandres; assim como os do Norte, de holandeses e zelandeses. Em 1585, os Países Baixos do Sul – flamengos –, voltariam às mãos espanholas, mas o período de conflito gerara uma diáspora entre os habitantes da região (Israel, 1989). Antuérpia, assediada e saqueada pelas tropas espanholas, perderia gradativamente o esplendor que a tornara um dos centros da economia mundial, mas mesmo sobrepujada por Amsterdã e Hamburgo ainda guardaria relativa importância pelas décadas seguintes (Sluiter, 1967; Kellenbez, 1968; Stols, 1973). De todo modo, a identidade flamenga no seio do império espanhol Habsbugo, sempre considerada estrangeira, assim como a portuguesa, seria atravessada cada vez mais pelos atributos da heresia e rebeldia, mobilizando medidas legais e perseguições sazonais.

Em relação ao comércio com Portugal e Brasil, Felipe II inicialmente não o proibiria, mas as tensões crescentes com os “insubmissos” holandeses repercutiriam, inevitavelmente, na política global diante dos neerlandeses, o que incluía os flamengos. Felipe tentara, de modo infrutífero, colocar limites na hegemonia comercial neerlandesa em Portugal, e para tanto mandou apresar navios em 1585 e 1595, sem resultados concretos. Já seu herdeiro, Felipe III, por outro lado, iniciou o reinado ordenando novo apresamento geral, o que geraria um revide de uma armada holandesa que sitiou La Coruña, assediou as Canárias, e depois de uma desastrosa tentativa de atacar o Cabo Verde, uma parte chegou ao Recôncavo Baiano em 1599, onde causou alguns estragos. A criação da Companhia das Índias Orientais, em 1602, em Amsterdã, deixaria claras as grandiosas intenções dos “rebeldes”. Novas tentativas de cerceamento do comércio ocorreram em 1603; em 1604 uma armada holandesa sitiou a Bahia e, em 1605, o rei espanhol proibiu o comércio e a presença de estrangeiros no Brasil, dando-lhes um ano de prazo para que voltassem à Europa (Santos-Pérez, 2013; Santos-Pérez, Souza, 2006).

A “Trégua dos Doze Anos”, firmada em 1609, praticamente deixaria franco o comércio com o Brasil, que se manteve com certa regularidade até 1621, quando encerrou-se o pacto. A criação da Companhia das Índias Ocidentais, ainda em 1621, acendeu novamente o alarma das claras intenções neerlandesas de sacramentar sua hegemonia crescente no Atlântico. Os ataques sucessivos às frotas espanholas, e o assédio à costa das partes do Brasil, inclusive com a tomada de Salvador em 1624, são episódios desse processo. É, portanto, neste estado geral que nossos personagens se veem involucrados: entre uma presença costumeira e permissiva, e uma estrangeiridade suspeita e rebelde.

O estante

Em outubro de 1626, Manoel Vandale (Vandala, van Dale), padecendo de uma “enfermidade que o senhor foi servido” dar-lhe, providenciou seu testamento na vila de São [p. 4,]

Paulo. Depois das missas, velas e esmolas, encomendou seu corpo à tumba da Santa Misericórdia, sob os cuidados dos religiosos de Nossa Senhora do Carmo. Na sequência do ritual, como era comum, elencou suas dívidas, a imensa maioria a receber, as quais deixou à mulher, Magdalena Holsquor, “testamenteira e cabeça de casal”, ademais considerada “mulher nobre e das qualidades que SM manda”. O casal tinha três filhos, Maria de 12 anos, João de sete, e Francisco de cinco. Magdalena, contudo, não cuidaria sozinha do patrimônio, sendo escudada na vila por Antonio Pedroso de Alvarenga, nomeado curador dos órfãos; e Francisco Jorge, que se tornou procurador da viúva. Dentre as dívidas graúdas, algumas estavam na Bahia, como as de Balthazar de Aragão, de 2.000 cruzados, que deixava sob a responsabilidade da mulher e de Balthazar Ferreira; e outras em Portugal, sob os cuidados de Jeronymo Glocens. Estas dívidas ficariam fora do inventário dos bens do defunto, não sendo ali lançadas, já que os oficiais da vila não alcançavam aquela jurisdição e as consideraram meio “embaraçadas”.3

Na vila paulista, Vandale possuía um sítio sobre o qual ainda restava um débito de 13.000 réis. Ali, em meio a plantações de algodão, feijão, bananeiras e árvores de espinho, destacava-se uma casa de taipa de pilão, de dois lanços, com telhas e assobradada, com varandas e corredor. Entre seus bens pessoais, uma quantidade razoável de tecidos e roupas de boa condição, como toalhas de linho feitas em Portugal, tapetes, toalhas de mão de Flandres, lençóis de olanda, pavilhão de panos da Índia, colchas, almofadas, gibões, camisas e ligas de tafetá; ademais de couros para cadeiras de estado e sapatos feitos de “couro da terra”. Magdalena declarou ainda um vestido de picotilho, com saia e saio e suas guarnições, feito de veludo, bocaxim e tafetá que, sozinho, valia 8.000 réis; e uma mantilha que havia deixado no Rio de Janeiro.4Os bens móveis da casa denotavam algum refinamento, com suas caixas de cedro, baús, escritório, frasqueiras e um colchão forrado com pano de Flandres, item raro naquelas paragens de sertanistas. Alguma louça e objetos de cozinha, como tamboladeiras, colheres, garfos, saleiro de prata, almofariz e um espeto com suas grelhas completam um cenário no qual um relativo conforto urbano se misturava à rusticidade do ambiente rural. Uma “moleca do gentio de Angola”, chamada Izabel, e avaliada em 16.000 réis; e as “peças” do gentio brasílico, adjetivadas eufemisticamente de “forras”, também aparecem. Os indígenas eram arrolados, mas não se colocava seu valor: ali nomeia-se um casal, Apolônia e Pantaleão, com a filha Camilla, que se encontrava na casa de outro morador; e dois jovens, Antão e Eugênia.53 Arquivo do Estado de São [p. 5]

As dívidas que se deviam ao defunto somavam mais de 160.000 réis, e contava com dívidas em feijões postos em Santos, no litoral; outra parcialmente paga em milho; caixas de marmeladas, e uma de “recâmbios de uma letra” que Vandale havia passado a Pedro Taques, morador da vila, que ficara de cobrar junto a Jorge Neto Falcão em Pernambuco. Taques tinha sozinho um débito de 33.920 réis.Ao final, o inventário somou mais de 500.000 réis só na vila planaltina, portanto, sem contar os bens e dívidas da Bahia e Portugal. Um polpudo inventário naquela realidade de alguma precariedade econômica. Uma pendenga com o ouvidor-geral Luiz Nogueira de Brito, estacionado no Rio de Janeiro, causou algum transtorno, pois se quis emprestar o dinheiro dos órfãos com juros, ao que a viúva se posicionou contrariamente, alegando que “não se usou nunca nesta vila dar-se dinheiro a ganhos de órfãos”.6 Em meados de 1629, portanto pouco mais de dois anos depois, Madalena voltou à Bahia e desde ali providenciou uma carta precatória do juiz de órfãos solicitando a remessa do montante da fazenda que ficara na vila vicentina.A saga de Vandale encontraria em São Paulo apenas o seu desfecho, pois naquela localidade ele havia se instalado pouco antes de seu falecimento, talvez fugindo da situação na Bahia restaurada, já que existiam suspeitas de cumplicidade sua com os invasores holandeses da sede do Governo-geral, em 1624 (França, 1970). E não seria a sua primeira fuga ou deslocamento furtivo.Vandale era nascido em Amberes (Antuérpia), Flandres, provavelmente na década de 1570, mais ou menos quando as revoltas de cunho protestante e autonomista sacudiram os Países Baixos contra o império espanhol. Ao longo de boa parte do século XVI, a cidade fora um dos mais importantes centros comerciais da Europa (Braudel, 2009). Porto de estrangeiros e de negócios com América, Europa, África e Ásia. Os Vandale eram uma importante família de comerciantes que, além de manter negócios com açúcar na Antuérpia, havia também se estabelecido nas Canárias, ainda no século XVI (Brito, 2012).Não se sabe exatamente quando Manoel chegou à Bahia, mas teria ali já contraído matrimônio em meados da década de 1590. A esposa era Magdalena Holsquor (Hulscher), irmã de Evert Hulscher, conhecido pelo nome aportuguesado de Duarte Osquer, um dos mais importantes comerciantes de açúcar na Bahia, dono de navios e de um engenho em Itaparica em fins do século XVI, este, aliás, destruído nos ataques holandeses de 1604. Duarte era casado com portuguesa, atrelado às redes de governança na Bahia e “tão adaptado à sociedade colonial, que um dos filhos, Antônio da Trindade, entrou para a Ordem de São Bento, na Bahia, alcançando cargos muito elevados” (Xavier, 2018, p. 52).Os Hulscher formavam uma rede comercial, familiar, amplíssima, com integrantes em 6 AESP. “Manoel Vandale”. Inventári [p. 6]



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ME|NCIONADOS Registros mencionados (3):
01/10/1626 - Manuel Vandale fez seu testamento*
01/01/1627 - *Falecimento de Manuel Vandale
09/11/1628 - Carta de Luís
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.