“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° pre...
1 de janeiro de 1957, terça-feira Atualizado em 24/10/2025 02:18:59
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pela barra do Meio e sustentando outros, que a capitania de S. Vicentedevia principiar na barra da Bertioga. Fundando-se na posse antiga, e jun-tamente em que o verdadeiro e primitivo rio de S. Vicente era o da Bertioga,descoberto no dia deste santo, por onde havia entrado a esquadra, quan-do veio de Portugal.
28. Cristóvão de Aguiar, loco-tenente de Martim Afonso, por-tou-se com indiferença nesta disputa: como era governador de ambas ascapitanias, e quer a ilha de Guaíbe pertencesse ao dito Martim Afonso,quer a seu irmão Pedro Lopes, sempre lhe ficavam sujeitas as terras con-trovertidas, não quis mostrar-se apaixonado por alguma das partes liti-gantes. Os camaristas de S. Vicente, e que serviam quando GonçaloAfonso chegou de Portugal, reconheceram-no por ouvidor de Guaíbe,segundo eu infiro de lhe dar este título o escrivão da dita Câmara emum termo de Vereação, lavrado em 22 de dezembro de 1543.
Da mesma sorte se comportaram os vereadores de 1545 na assembléia, que a Câmara convocou aos 17 de janeiro deste ano, para se regular certa quantia de dinheiro, que devia contribuir o povo, na qual assembléia foi admitido Gonçalo Afonso com o caráter de ouvidor de Guaíbe, e ele conveio por partedos moradores da ilha.199 Destes a maior parte seguia o partido de Da.Isabel, e Jorge Ferreira declarou-se autor da novidade, a qual ele susten-tava com esperanças, e talvez promessa de governar a povoação fundadapor ele mesmo na ilha da contenda.
29. Este sujeito era um dos primeiros, e mais nobres povoa-dores de S. Vicente, estava casado com Joana Ramalho, filha de João Ra-malho, e neta de Martim Afonso Tebireçá, príncipe dos guaianases, se-nhores da terra; era muito amigo de Cristóvão Monteiro, homem nobre,que depois casou com uma filha sua e também de José Adorno, fidalgogenovês, muito rico, e poderoso que veio a ser marido de uma neta sua.Todos o respeitavam muito por sua qualidade e alianças. Martim Afon-so, quando cá esteve, e ao depois seus loco-tenentes, haviam concedidosesmarias de terras em Guaíbe a João Ramalho, Jorge Ferreira, CristóvãoMonteiro, José Adorno, e Antônio de Macedo, filho de João Ramalho, eMemórias para a História da capitania de São Vicente 149198 Arquiv. da Câm. de S. Vicente, cad. 1 das Vereações na de 22 de dezembro de1543.199 Cad. cit. Vereaç. de 17 de janeiro de 1545.[p. 149]
Afonso, que parte... e por que já a dita capitania está distintae apartada é sabido, que as ditas terras correm na capitaniado Senhor Martim Afonso, cujo lugar tenho, e o dito Gon-çalo Monteiro não era mais, pelo que me pedia ele suplican-te...”45. Nesta carta vemos, que o fundamento, com que repu-taram ao filho de Pedro Lopes senhor da ilha de Santo Amaro, era anova partilha; e sendo este o fundamento, nenhum havia para inclu-írem na sua data aquela ilha. Tendo-se movido tantos pleitos a res-peito dos limites das duas capitanias, nunca por parte dos Condesde Monsanto se produziu documento, do qual constasse o que diziaAntônio Rodrigues, sendo que bastaria provarem a mencionada re-partição, para se dar fim a todas as dúvidas. Ora dado, e não conce-dido, que depois da era de 1536 se dividissem as capitanias amigávelou judicialmente pela barra de Santos, nem por isso careceriam denovas cartas os donos das terras, antecedente concedidas pelo do-natário, que as estava possuindo em boa fé, por ser bem claro, que adivisão posterior não privava o domínio adquirido em tempo hábilnem anulava as datas, concedidas com legítima faculdade; porém osdonos a quem Martim Afonso, e seus loco-tenentes haviam dadoterras em Santo Amaro, crendo, por mal aconselhados, serem nulasas suas cartas, pediram novas sesmarias a Antônio Rodrigues deAlmeida.
46. Antes de muito tempo conheceram todos eles o seu erro:não sei quem lhes abriu os olhos; pode ser, que chegando esta notícia aMartim Afonso ele os desenganasse, remetendo à Câmara de S. Vicen-te a cópia do foral, e da sua doação. Depois de conhecerem o engano,ficaram os moradores tão desconfiados das sesmarias de Antônio Ro-drigues, que se não davam por seguros com elas, nem os mesmos, aquem este capitão loco-tenente havia concedido datas nas 10 léguas dePedro Lopes. Muito tempo perseverou a desconfiança, segundo se in-fere da súplica seguinte, feita por José Adorno e Diogo Rodrigues aos3 de outubro de 1586 a Jerônimo Leitão, capitão-mor das 100 léguasde Martim Afonso:205Memórias para a História da Capitania de São Vicente 157205 Cart. da Provd. da Faz. R. d [p. 157]
“Diogo Rodrigues, e José Adorno, moradores de muitotempo nesta capitania com mulheres e filhos, que a elessuplicantes lhes fora dada uma data de terra ao longo dacosta, indo daqui para a Ilha de S. Sebastião por o capitão deDa. Isabel de Gamboa, Antônio Rodrigues de Almeida, aqual data, ou parte dela, não estar nos limites, e estar notermo desta Capitania do Senhor Pedro Lopes de Sousa,206me pediam, que em nome do dito lhe desse a dita terra,assim e da maneira, que a eles suplicantes têm por suacarta...”
47. Ao terceiro donatário de Santo Amaro, Martim Afonso deSousa sucedeu sua irmã Da. Jerônma de Albuquerque e Sousa, mulher deD. Antônio de Lima, e depois dela sua filha Da. Isabel de Lima de Sousae Miranda a qual casou duas vezes, primeira com André de Albuquerquee segunda com Francisco Barreto de Lima. A referida Da. Jerônima es-queceu-se de nomear capitão, e ouvidor, que substituísse a Antônio Ro-drigues de Almeida eleito por Da. Isabel de Gamboa em 1557; e só depo-is de passados 20 anos, no de 1557 a mencionada Da. Jerônima de Albu-querque e Sousa, André de Albuquerque e Da. Isabel de Lima de Sousa eMiranda, constituíram seu procurador geral a Lourenço da Veiga, que seachava em vésperas de fazer viagem para o Brasil com o emprego de go-vernador-geral do Estado. Na procuração lavrada na Vila de Setúbal aos13 do mês de setembro do dito ano pelo tabelião Manuel Godinho, lheoutorgaram várias faculdades, e entre elas o poder nomear capitão ouvi-dor e oficiais de Justiça para sua capitania de Santo Amaro.20748. Parece, que Lourenço da Veiga em chegando ao Brasillogo conheceu, que Santo Amaro não pertencia a seus constituintes;pois estando nesse tempo segunda vez povoada a ilha e residindo bas-tantes lavradores nos fundos dela em a terra firme, contentou-se oprocurador com determinar, que o ouvidor da Capitania de S. Vicentetomasse conhecimento das causas respectivas à capitania dos seusconstituintes, visto achar-se ela despovoada, segundo consta do auto158 Frei Gaspar da Madre de Deus206 Este Pedro Lopes era o filho de Martim Afonso de Sousa, que lhe sucedeu, o qualnomeu a Jerônimo Leitão para seu loco-tenente na Capitania de S. Vicente.207 Cart. da Proved. da Faz. Real de S. Paulo, Liv. de R[p. 158]
da posse208 de uma data concedida a Antônio Gonçalves dos Quintos,no qual diz o tabelião, falando de Diogo Gonçalves Castelão, ouvidor deS. Vicente:“O que mandou por virtude de uma provisão do SenhorLourenço da Veiga, governador-geral destas partes do Brasil,em a qual manda, por a dita capitania (das 50 léguas concedi-das a Pedro Lopes) estar despovoada, e não ter ouvidor, queo dito ouvidor tome conhecimento das coisas da dita capita-nia.209
209 As terras de que se tomou posse, ficavam dentro das 10 léguas, e ela foi dadaaos 4 de novembro de 1580. Suposto tinham jurisdição delegada os ouvidoresde S. Vicente na forma sobreditada, para julgarem as demandas relativas aosmoradores da capitania de Pedro Lopes, nunca fizeram mais do que demarcar asdatas concedidas pelos loco-tenentes destes donatários, e apossar delas a seusdonos.
49. Depois de passar esta ordem, substabeleceu Lourenço daVeiga a procuração em Salvador Correia, governador do Rio de Janeiro, nacidade da Bahia aos 30 de janeiro de 1578. Nada mais fez o procuradorprincipal e o substabelecido unicamente passou várias sesmarias, porémtodas na extensão das 10 léguas de Pedro Lopes e nenhuma em terrasda ilha de Santo Amaro, ou dos seus fundos em a terra firme. Além dosdocumentos citados encontrei mais uns autos210 escritos aos 27 de fevereiro de 1597, os quais são de medição de terras, situadas ao norte daBertioga, e neles se faz menção de Francisco Barreto de Lima, como do-natário do lugar, onde existiam as terras sobreditas. [p. 157]
50. Quem vir no referido auto de posse, lavrado, em 1580, etambém neste de medição, escrito em 1597, que a praia setentrional daBertioga estava na capitania dos herdeiros de Pedro Lopes: quem sou-ber outrossim, que Salvador Correia, como procurador dos menciona-dos herdeiros, concedera sesmarias de terras existentes, na extensão da10 léguas por cartas suas lavradas em 1579, e 1580, há de entender, quenesse tempo tinham já cessado todas as dúvidas e conheciam os mora-dores não ser de Martim Afonso a costa, que se vai prolongando desdea Bertioga até o rio Juquiriqueré; porém o certo, é que ainda se não tinhaMemórias para a História da capitania de São Vicente 159208 Arquiv. do Convento do Carmo da Vila de Santos, Mas. 17, nº 10.209 As terras de que se tomou posse, ficavam dentro das 10 léguas, e ela foi dadaaos 4 de novembro de 1580. Suposto tinham jurisdição delegada os ouvidoresde S. Vicente na forma sobreditada, para julgarem as demandas relativas aosmoradores da capitania de Pedro Lopes, nunca fizeram mais do que demarcar asdatas concedidas pelos loco-tenentes destes donatários, e apossar delas a seusdonos.210 Arq. supra do Carmo, Maç. 17, nº 10. [p. 159]
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.