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“Ajudei a escrever a primeira ’Torá’ das mulheres” - epoca.globo.com
    7 de julho de 2014, segunda-feira
    Atualizado em 20/07/2025 01:26:46

  


EM DEPOIMENTO A RUAN DE SOUSA GABRIEL

As mulheres da minha família sempre foram um pouco revolucionárias. Nunca se encaixaram no estereótipo da “mulherzinha” que depende do marido. Minha avó, nascida em 1901, na Itália, já trabalhava fora. Era contadora. Minha tia, Dorina Epps, formou-se médica nos anos 1950. Foi professora da Universidade de São Paulo (USP) e, dois anos, atrás ainda trabalhava. Participou da luta pelo direito à cirurgia de mudança de sexo no SUS. Esse protagonismo feminino era normal na minha família e enchia a todos de orgulho. No campo da religião, era mais complicado. Para que mexer nisso? Religião não precisava mudar, todo mundo já estava contente. O desconforto para lidar com o tema é compreensível numa geração que precisou emigrar por causa da perseguição religiosa. Nasceu em 8 de julho de 1959. É professora de hebraico desde a juventude e trabalha com educação judaica na Comunidade Shalom, em São Paulo. Em 2004, recebeu o diploma de escriba da Torá"Rachel ReichhardtSempre gostei de rituais e da vida religiosa. Meu engajamento inicial foi no judaísmo ortodoxo, que eu conhecia. Sempre buscava respostas a meus questionamentos, até que um dia percebi ter ido longe demais. No início dos anos 1980, participava de um grupo de estudos, em Israel, com o rabino Meir Kahane (1932-1990), que chegou a ser eleito para uma cadeira no Parlamento israelense. Ele dizia que, para sermos bons judeus, tínhamos de matar dois árabes por dia. Fiquei assustada: a própria Bíblia não diz que é proibido matar? Ele respondeu que tínhamos de ler tudo com parcimônia. Deus só se revelou a Moisés depois que ele matara um egípcio e fugira para o deserto. Do mesmo modo, dizia Kahane, se quiséssemos que Deus se revelasse a nós para libertar nosso povo, deveríamos seguir o exemplo de Moisés e matar dois árabes por dia. Esse discurso entusiasmou todo mundo. Fiquei apavorada! A Bíblia podia ser lida daquele jeito? Aquilo era muito diferente do que tinha aprendido em casa, com meus pais. Preferia a Bíblia da minha casa.Meus questionamentos continuaram. Ainda em Israel, trabalhei como babá na casa de um rabino reconstrucionista, uma linha judaica menos conservadora. Ele me indicou várias leituras que respondiam às minhas questões. Em 1984, fui para o Rio de Janeiro, onde comecei a frequentar a comunidade do rabino Nilton Bonder, cujas propostas eram parecidas com as que encontrara nos livros em Israel. Construímos a primeira sinagoga igualitária do Brasil, onde homens e mulheres participavam dos rituais e sentavam-se lado a lado.Quando comecei a participar dos rituais, lembrei-me de uma escultura que vira pela primeira vez no Museu do Cairo, em 1983. Era um escriba. A figura do escriba sempre me fascinou. A tradição bíblica, que impacta toda a nossa civilização, foi transmitida por um homenzinho que, nos museus, é representado por uma escultura minúscula. Ninguém se dá conta da existência desse ser, ainda que ele tenha nos transmitido as bases da cultura ocidental. Também queria ser escriba, ou melhor, soferet, como se diz em hebraico, o mais sagrado dos ofícios para a religião judaica. Só havia um problema: na tradição judaica, o trabalho de copista da Torá (o conjunto dos cinco primeiros livros da Bíblia, conhecido como Pentateuco) é restrito a homens. Não judeus, crianças, escravos, imberbes e mulheres são proibidos de escrever os pergaminhos do Pentateuco. Esses grupos não são considerados confiáveis para pôr na forma de letras o nome de Deus neste mundo.Em 1999, fiz um curso de caligrafia judaica na Universidade Hebraica de Jerusalém, onde pude escrever o rolo de Ester, único livro da Bíblia hebraica que não registra o nome de Deus e, por isso, pôde ser escrito por mulheres ao longo da história. Cinco anos depois, no Seminário Rabínico Latino-Americano, em Buenos Aires, conheci o rabino Abraham Skorka, uma referência no judaísmo na América Latina. Ele concordou em pesquisar comigo os motivos da proibição às mulheres. Depois de estudar toda a Bíblia, todo o Talmude (comentários rabínicos à Torá também considerados sagrados), ver todas as vírgulas, ele concluiu que sim, uma mulher poderia se tornar escriba. Segundo a cultura que escreveu as leis talmúdicas, mulheres e outros grupos tinham responsabilidade para entender o que significava a perpetuação do texto da revelação divina. Concluímos que meu compromisso de décadas com a religião e o compromisso que eu mesma assumira com a perpetuação do texto sagrado me tornavam confiável e apta para esse trabalho. Foi o próprio rabino Skorka quem assinou meu diploma. O primeiro diploma de escriba concedido a uma mulher no mundo.Diplomada, lembrei que uma amiga me contara sobre uma mulher que sonhava com uma Torá escrita apenas por mulheres. Só me lembrava do sobrenome dela: Guggenheim, como o famoso museu de Nova York. Depois de várias pesquisas, o Google me dirigiu para a página de uma comunidade judaica de Seattle, nos Estados Unidos, que financiava o Women’s Torah Project (Projeto Torá das Mulheres). Mandei um e-mail mencionando que tinha um diploma e gostaria de contribuir com o projeto. No mesmo dia recebi a resposta de Shoshana Guggenheim. Impressionada com uma mulher ter conseguido um diploma de uma instituição rabínica, ela me convidou para participar.Entre 2004 e 2010, com outras cinco escribas de Israel, Canadá e EUA, participei da confecção da primeira Torá escrita por mulheres. Era a única escriba diplomada no projeto. A parte que me coube do Pentateuco foi o livro do Êxodo, que conta a história da libertação dos judeus da escravidão no Egito.A Torá consiste em 65 pergaminhos, com 72 linhas de altura cada um. Existem mais de 4 mil leis que ditam como ela deve ser escrita. Todas as letras têm de ser escritas na ordem do texto original. Se, ao final da linha, eu perceber que cometi um erro no começo, tenho de apagar toda a linha, não apenas a letra errada, pois é proibido inverter a ordem da revelação. Ao escrever o nome Deus, primeiro é preciso anunciar em voz alta, em hebraico, que será escrito o nome sagrado, limpar a pena e trocar de tinta. A pena precisa ter um sexto do tamanho da linha. A observância de todas essas regras por escribas de primeira viagem – algo que todas nós éramos – explica a demora em completar o projeto. Apesar de árduo, é um trabalho gratificante. Ao escrever, você se relaciona de uma maneira especial com o texto. O Êxodo tem uma passagem que todo escriba adoraria escrever: a abertura do Mar Vermelho. A diagramação do texto em três colunas permite ao escriba ver o mar se abrir.A Torá das mulheres foi entregue em 15 de outubro de 2010, em Seattle. Foi lá que nós, as escribas, nos encontramos pela primeira vez e costuramos os rolos da Torá. Levei uma comitiva comigo: meus pais, minha irmã e duas amigas. Foi muito especial ter meus pais a meu lado. Foi naquele momento que caiu a ficha para eles do que aquilo representava para mim. Era um momento histórico no judaísmo.Meu objetivo não é romper paradigmas. Gosto de pensar que podemos transformar as tradições quando estamos dentro do sistema. Mesmo sistemas tão fechados, como as religiões, podem ser transformados. O que não podemos mais é ouvir que a mulher não pode. A mulher pode.



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ME|NCIONADOS
ATUALIZAR!!!
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.