A CONSPIRAÇÃO DO SILÊNCIO E A CULTURA DO SEGREDO: AS ORIGENS E A SINGULARIDADE DO POVO PAULISTA - recantodasletras.com.br
25 de setembro de 2017, segunda-feira Atualizado em 04/11/2025 00:46:54
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Hoje, sabemos que a colonização de São Paulo leva um tempero diferente do restante da colonização da América Portuguesa pelo fato d’os paulistas adotarem a nova terra como nenhum outro povo fez. Criou-se uma língua própria, costumes únicos e um amor que se viu pouco nos outros lugares de colonização portuguesa. ¹ Mas o que levou esses europeus - portugueses, flamengos, franceses e outros 7 -, a atravessarem um oceano e a adotar como lar definitivo um lugar tão inóspito e desconhecido como as florestas paulistas? A pesquisadora polonesa Anita Novinsky responde: a ânsia de liberdade, a sede duma terra livre e justa. ²
Pra que se possa entender melhor, é preciso romper com aquilo que comumente é aprendido na escola. Os que vieram pra São Paulo não vieram explorar pra em seguida ir embora. Nossos ancestrais vieram fugidos de Portugal, atemorizados pela Inquisição. Os primeiros paulistas eram judeus praticantes ou cristãos-novos (judeus já cristãos, mas assombrados pelo fantasma do "sangue impuro"). ¹ O próprio Martim Afonso de Sousa não só era descendente do rei Afonso III de Portugal por linhagem bastarda, mas se acreditava ter sangue de cristão-novo advindo da sua avó paterna. Essa hipótese nunca foi confirmada, mas tal fama existia já entre seus contemporâneos. O que se sabe com segurança é que esse pioneiro de SP era amigo e protetor dos cristãos-novos. O pesquisador Marcelo Bogaciovas afirma que Sousa tenha facilitado a vinda de conversos pra capitania de São Vicente, em grande escala, sabendo que as novas terras poderiam se converter em refúgio distante da metrópole, onde a Inquisição era mais presente. ³ Novinsky ainda postula que pra esses cristãos-novos São Paulo se converteu na Terra Prometida. ¹
Durante o domínio espanhol, o receio em relação aos paulistas cristãos-novos era notório, constando na Real Cédula de 1602 o desprezo pelas gentes que "an entrado por el rio de la plata y otras partes con los navios de los negros y cristianos nuebos y gente poco segura en las cosas de nuestra santa fee Catholica". 8
[tradução: entraram pelo Rio da Prata e outras regiões com os navios dos negros e cristãos-novos e gente pouco firme nas coisas da nossa Santa Fé Católica]Até mesmo a maior figura da época colonial, a quem não só São Paulo deve muito, mas também o Brasil e Portugal, era judeu. O valente Raposo Tavares foi de São Paulo, ao sul e ao Amazonas, percorrendo e cruzando o trópico de Capricórnio e a linha do Equador em suas várias expedições. Esse homem era um explorador, um revolucionário, um político e um idealista e em seus feitos não teve quem o superasse na história do Novo Mundo, segundo o historiador português Jaime Cortesão. 4 Nas palavras de Júlio Mesquita Filho, esse é o herói duma das mais famosas façanhas de que guarda memória a história da humanidade. E o motivo de seus feitos terem sido relegados ao esquecimento por séculos e ainda serem discriminados pelos historiadores? O antissemitismo e o antijudaísmo.
Os paulistas se acercam da liberdade desde tempos imemoráveis, seja do jeito que for. No começo de tudo, era defendendo a liberdade de cada homem resistir a uma religião imposta pela força. Os jesuítas das Missões estavam vinculados à feroz Inquisição de Lima, braço da Igreja de Roma que julgava e combatia toda ameaça e heresia à fé católica na parte sul dos domínios espanhóis, e serviam como seus comissários. Esses padres eram encarregados de perseguir e prender os paulistas por seus "horrendos crimes", ou seja, o ódio e a violência dos Bandeirantes contra os jesuítas não era gratuito e não era por motivos econômicos, e sim por defesa. Eles representavam a Inquisição, órgão que feria a dignidade humana e a que os paulistas se opunham ferozmente. Enquanto São Paulo esteve sob o jugo da Espanha, os homens da Companhia de Jesus enviavam anualmente cartas a El Rey pra contar sobre os crimes dos Bandeirantes, acusando-os de matarem súditos reais impiedosamente. Esses senhores criaram a uma "lenda negra" em torno de nós, paulistas, baseada em falsas provas. Tal lenda paira até hoje sobre a nossa história.
E por que isso só se faz público agora? Porque os paulistas, assim como os portugueses, viviam a "cultura do segredo". Os que rompiam com isso eram os jesuítas ao nos denunciarem, que lembravam sempre que pudessem que os paulistas eram "judeus secretos" ou que "eram cristãos, mas agiam como judeus". Em carta ao rei Filipe IV de Espanha, Francisco Vasques Trujillo declarou que os paulistas eram *falsos cristãos".
Já o Padre Antônio Ruiz de Montoya, dito maior inimigo dos judeus, dizia que os paulistas eram autênticos aliados de Satanás. Nas crônicas jesuíticas os Bandeirantes eram ainda chamados de corsários, piratas, bandidos, facínoras, bestas, feras. Ainda hoje historiadores sul-americanos compram essa fábula. Não podemos aceitar sem discussão as fontes jesuítas, pois eles manipulavam seus escritos de acordo com os fins que desejavam alcançar, dizem Basílio de Magalhães, Alfredo Ellis Junior, Júlio de Mesquita Filho e Jaime Cortesão. Quem ensinava os índios a odiarem os bandeirantes eram os jesuítas. A iconografia das missões mostrava Satanás como Bandeirante, um homem barbudo, de tipo paulista, agitando as asas. 4 Mas, hoje, diz Novinsky, documentos provam que os jesuítas usavam os índios no trabalho braçal e que havia muitos deles que queriam abandonar os domínios da Companhia de Jesus pra virem embora viver com os Bandeirantes. ² Tudo isso se fez público com a abertura do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, onde estão os documentos de toda a história do Império Português.A disputa dos paulistas com os jesuítas carregava a vontade de um mundo livre. Não aceitávamos nem as palavras, nem as leis de quem repetia que tínhamos aliança com o demônio. E a história não para por aí. Os paulistas tínhamos uma vontade de autodeterminação latente que vez ou outra se manifestava.
Em 1639, a Inquisição de Lima ordenou a detenção de Raposo Tavares e enviou um comissário pra buscá-lo. O mensageiro do Santo Ofício foi morto pelos paulistas. Não se pode pensar que os jesuítas defendiam a liberdade dos índios por serem a voz dos direitos humanos. No artigo «A Conspiração do Silêncio: Uma História Desconhecida sobre os Bandeirantes Judeus no Brasil", a polonesa Anita Novinsky escreve:
"São falsas também as alegações de que os Bandeirantes eram bandoleiros e impiedosos, pois sua generosidade e capacidade de sacrifício contradizem essas falsas alegações."
O português Jaime Cortesão repete incessantemente que os jesuítas forjaram os crimes dos Bandeirantes. O ódio aos paulistas era tão grande que o Bispo e o Inquisidor Mor de Lisboa foram contra a independência de Portugal, pois esta dificultaria o julgamento dos paulistas pela Inquisição. 5Os paulistas reprovavam os dogmas exagerados da Santa Mãe Igreja e combatiam as superstições e o facciosismo dos homens da Companhia de Jesus. Porém, é importante esclarecer que a maioria dos Bandeirantes não era judaizante. Eles mantinham alguns costumes e a identidade judaica, mas sem prática religiosa. Eram como os judeus modernos, "judeus sem religião", diz Novinsky. Será difícil saber a dimensão dos costumes judaicos mantidos pelos paulistas devido à cultura do segredo em que a sociedade vivia. O que sabemos é que sob o domínio dos reis portugueses, os habitantes da capitania de São Vicente, Santo Amaro e posteriormente São Paulo sentiam-se à vontade pra judaizar, devido à distância da metrópole e ao grau de autonomia que lhes era dado, devido à falta de riquezas nessas terras. 7 Outro ponto importante é que nem todos os jesuítas pensavam da mesma maneira e agiam com o mesmo ódio. Muitos jesuítas portugueses fomentavam e participavam das Entradas dos Paulistas. Entre os castelhanos o apoio aos paulistas acontecia entre aqueles que também eram descendentes de cristãos-novos. 5A diferença de São Paulo e das outras nações da América Portuguesa pode ser explicada pela nossa história e o que aqui foi exposto é de suma importância pro nosso entendimento. Embora as outras regiões do Império Português tivessem a presença do cristão-novo, essa visão marrana do mundo, tão manifesta nas Bandeiras, deu uma característica sui generis aos domínios paulistas. Na sociedade portuguesa, havia duas mentalidades irreconciliáveis. Os cristãos-velhos voltaram-se pra dentro, num conservantismo e falta de inovação que tanto prejudica algumas sociedades até os dias de hoje. Mantiveram sua mente nublada por preconceitos. Os convertidos voltaram-se pra um mundo novo, pras renovações e construções de novos valores, pros avanços da Ciência, das Letras e da Medicina. E hoje, mesmo São Paulo sendo esse recanto cristão que é e tendo recebido imigrantes sem nenhuma ascendência judaica, essa mentalidade marrana permanece e age nas nossas vidas. O espírito singular das Bandeiras e dos primeiros paulistas fez São Paulo ser o que é. O nosso anelo por liberdade nos fez ÚNICOS e não podemos jamais perder as características que nos fazem tão PAULISTAS. E jamais devemos nos calar sobre os nossos feitos e aceitar calados os absurdos que dizem sobre nós. Jamais.Edição: Diante de algumas respostas, não posso deixar de fazer algumas observações. O texto não pretende excluir ou minimizar o elemento católico na nossa cultura. O caipirismo está cheio de cultura cristã e devoção sobre as quais já falamos aqui na página (a mais recente: http://migre.me/velQh). Não retiramos essas informações sobre a origem judaica dos paulistas apenas dos relatos jesuíticos (já que, "judeu" era nos séculos XVI e XVII a acusação mais comum aos inimigos), mas de diferentes fontes, sejam da Torre do Tombo, dos relatos de viajantes ou de outros lugares. Isso sem contar os costumes que permaneceram, apesar dos séculos. Conforme os séculos passavam, menos judaizante a América ficava. E nesse texto falamos do primeiro e segundo século paulistas. Nos posteriores entram mais elementos católicos e que tanto fazem parte da nossa cultura hoje (fora aqueles que entraram pelos cristãos-novos, que afinal eram CRISTÃOS, apesar da ascendência, e pelos jesuítas portugueses, no começo). Aos que queiram comprovar os dados aqui ditos, por favor, consultem nossas fontes. No futuro, traremos mais sobre o mesmo assunto. Obrigado.Durante o período de colonização um dos conselheiros reais recomendou ao rei português, que naquela época era um dos reinos mais poderosos do mundo...Disse-lhe o conselheiro...“Caso vossa Majestade venha a precisar dos brasileiros, aconselho-vos a se valer dos paulistas, sua bravura e coragem são de tal magnitude, que não temem ao Rei nem a Deus.”nestorfelini
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.