'Programa Roda Viva - 01/01/1988 Wildcard SSL Certificates
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
Registros (62)Cidades (4)Pessoas (94)Temas (109)


Programa Roda Viva
    1988
    Atualizado em 14/11/2025 18:29:46





Professor Darcy Ribeiro, o senhor vivei momentos extremamente agitados no Brasil de 1962 e 1963, onde duas das figuras dominantes da política brasileira eram o então já ex-presidente Jânio Quadros e o então deputado federal Leonel Brizola. Tantos anos depois existe a possibilidade, bastante concreta de, a próxima sucessão presidencial ser polarizada pelos mesmos dois nomes. Candidato a presidente de um lado, Leonel Brizola, candidato a presidente de outro. O que impede a renovação da política brasileira?

Darcy Ribeiro - É um pouco malicioso o seu juízo. Por que esses dois não deviam estar aí? na realidade eu fui ministro com menos de 40 anos e eu sinto falta hoje do que era equivalente a minha geração. Eu fui ministro duas vezes com idade relativamente jovem. Outra pergunta, onde estão esses jovens? A ditadura matou, impediu que uma geração aparecesse, isso é que faz com que políticos da minha geração, como Brizola. Brizola tem a mesma idade que eu estejam de novo presente, estejam numa posição proeminente, que podia ter sido ocupada por gente mais jovem.

Pergunta - Quantas anos o senhor tem professor?

Darcy Ribeiro - 65, merecia ter muito menos. O presidente Jânio Quadros também não era ... foi um presidentes dos mais operosos. A imagem que eu tenho do presidente Jânio Quadros não é uma imagem corrente. Há uma tendência a caracterizar a figura dele, mas eu o conheci, trabalhei com ele, como um homem competente. É claro que não se compara com a figura do Brizola, líder do meu partido, que é outra coisa.

Pergunta - Professor, antes que os entrevistadores entrem na Roda, eu queria insistir por outro ângulo. Na Espanha nós tivemos décadas de ditadura franquista e, no entanto, o senhor assistia surgir, dentro e fora do país a emergência de políticos hoje decisivos na vida espanhola, como Felipe Gonzalez Adolfo Soares. Adolfo Soares dentro do país, Felipe Gonzalez fora. Por que que no Brasil isso não aconteceu, apesar da ditadura? Só a ditadura explica por inteiro a ausência de novas lideranças?

Darcy Ribeiro - Olha, na Espanha também, a coisa foi séria. Na realidade o partido socialista é velho do que devia ser. O conjunto das lideranças, os prefeitos, o prefeito de Madrid, o conjunto das lideranças é mais velho que o comum. A mesma coisa ocorre em Portugal também. Uma ditadura é uma coisa atroz, é uma enfermidade que ataca um país e a forma de atacar é ... é impedir que novas gerações se sucedam. Há quadros novos surgindo aí, agora, mas é difícil que o povo chegue a tomar conhecimento dela, que ela chegue a representar um papel mais destacado. Realmente esta é uma questão muito séria. Nós precisamos de renovação no Brasil. Nós precisamos de quadros políticos capazes de retomar linhas históricas e de introduzir linhas novas também, e que representem a energia que nós representamos. Eu sou um político que volto representando as posições que eu tive em 1964. Aquelas pessoas estão vivas por que? O governo de João Goulart não caiu por seus defeitos, ele foi derrubado por suas qualidades.

... Os militares são absolutamente indispensáveis, só que, a regra fundamental, a regra que um militar deve obediência total, é de que, tendo o monopólio do uso da violência, tendo o monopólio das armas, não pode usar as armas contra a cidadania, não pode usar as armas contra o povo.

...João Vitor Strauss, jornalista da Band - Eu queria fazer a pergunta, talvez mais ou cientista social, político, antropólogo, do que propriamente ao político. O senhor frequentemente coloca toda a responsabilidade das classes dominantes, que nós podemos dizer, de todas nações fracassadas na História, como o senhor usa essa expressão no "Processo Civilizatório", eu perguntaria ao senhor: e do lado da sociedade? Quer dizer, que processo diabólico se passa entre nós que nos impede de, sei lá, forçarmos essas classes dominantes a ter uma atitude, um comportamento diferente, como os outros países, os outros povos, conseguiram fazer com suas classes dominantes?

Darcy Ribeiro - Eu acho que o nosso país é um país enfermo de desigualdade, de brutalidade, e de perversidade. Você pode dizer que são expressões adjetivas, sem muita significação. Eu me perguntei muitas vezes o que é isso. A única resposta que eu tenho é a seguinte: uma nação, em que a classe dominante é de filhos descendentes de Senhor de escravos, leva na alma um pendor, um calejamento do Senhor de escravo. Quem é o Senhor de escravo? É aquele que compra um homem e o negócio dele é tirar com chicote, desse homem, a renda que esse homem pode dar, num certo tempo que ele viva. Enquanto o escravo está condenado a lutar por sua liberdade e ir para o quilombo, o senhor de escravo é o contrário, está condicionado a usar o escravo como carvão que se queima para produção, para ter mais lucro. Uma classe dominante de Senhor de escravos ela está marcada por esta natureza. Quando, além do Senhor de escravos, tem representantes de interesses ingleses, depois interesses norte-americanos, é um corpo de, não é nem de proprietários, é de gerentes, é de senhor que representa aquela ... esse conjunto de classes dominantes, em que o setor predominante é o conjunto de empresários ou gerentes estrangeiros, é uma classe simplesmente pervertida.Veja o exemplo, os EUA faz uma lei de Terras em 1860 (1862), que hoje equivale a lei de terras que temos no Brasil. A Lei de Terras Homestead norte-americana, você vê nos filmes de faroeste, quando aquelas carretas vão para o oeste, não vão caçar índios não. Quem fosse para o oeste, fizesse uma casa, uma roça e vivesse ali 5 anos, podia demarcar 120 acres, que são 30 hectares. A lei norte-americana abriu espaço para milhões de famílias se se instalarem com pequenos granjeiros. E o que ocorre no Brasil? A sabedoria da classe dominante, pervertida brasileira, declara que a posse não dá direito a propriedade, confirmam a posse,



\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\3046icones.txt


ME|NCIONADOS Registros mencionados (1):
20/05/1862 - Lei Homestead
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.