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    1 de janeiro de 2010, sexta-feira
    Atualizado em 22/06/2025 04:03:19


EDUCAÇÃO E AS ASSOCIAÇÕES SINDICAIS EM SOROCABA NO INÍCIO DO SÉCULO XX1JefferQuanto aos imigrantes verificou-se, através dos anúncios da imprensa sorocabana2, que no final do século XIX a cidade, impulsionada pelo avanço industrial, passou a atrair os italianos e alemães que exploravam o comércio urbano através das manufaturas e pela diversificação dos investimentos, como se pode perceber a partir de alguns exemplos, como dos italianos Alferio Malzone (calçados); Antonio Faizano (macarrão); Mathias Baddini (café em pó); Domenico Guli (massas); José Luchesi (calçados); Francisco Matarazzo (banha); dos alemães Augusto Boemer, Faust e Schimming, Luiz Bücher de Lausberg e Raszl, que mantinham as fábricas de cerveja; Eduardo Müller (fábrica de colchões) e Joana Katzer (louças). Juntamente com esses estrangeiros a cidade atraía pessoas de outros locais ocorrendo a diversificação de serviços. Muitos desses imigrantes e comerciantes começam a investir seu capital em outras atividades, a partir dos anos de 1880, propiciando as primeiras instalações das indústrias de grande porte que era representada pela indústria têxtil (Cf. ALMEIDA, 2002; RIBEIRO, 1988). Na gênese desse processo de implantação das fábricas, na cidade de Sorocaba, sob o ponto de vista do processo de trabalho, ocorrem algumas implicações que privilegiam a fábrica nas formas de sujeição do trabalho ao capital e a oposição operária tendo como respaldo organizador as associações sindicais. Nessa relação de sujeição e oposição, no espaço da dominação do capital sobre o trabalho, se desenvolvem e se adquirem mecanismos que se explicitam na imposição de uma nova divisão de trabalho através da sua desqualificação, na determinação do salário e na duração do tempo de trabalho. É nessa relação que os operários criavam as suas formas de resistência e de insubordinação aos ditames do capital. Com as transformações da produção, da nova divisão do trabalho, o estabelecimento das fábricas de tecido e a mecanização do trabalho há o surgimento de várias organizações associativas e movimentos operários ligados diretamente à produção. No caso de Sorocaba podemos citar os movimentos e associações ligadas à produção, na sua maioria compostas por imigrantes europeus, que trazem do Velho Mundo as novas idéias que rondavam os meios operários: A Conquista do Bem, do Partido Democrata-Socialista, a Societá Operaria Italiana di Mutuo Soccorro e Beneficenza, a Liga de Resistência Operária, a Sociedade Beneficente dos Chapeleiros, o Sindicato de Resistência dos Tecelões, Círculo Socialista e outras, nas quais se processam manifestações, cujo cerne girava em torno das conquistas dos direitos de participação civil e a resistência à exploração.

Neste contexto, da implantação do processo de industrialização na cidade de Sorocaba, as associações de correntes socialistas e anarcossindicalistas firmaram-se cada vez mais com as novas características que lhe eram conferidas: organizar e formar o operariado sorocabano. Embora não possamos deixar de considerar que as divergências entre essas correntes, oriundas das lutas ideológicas travadas na capital do Estado, foram trazidas para a cidade, que diante de uma inoperância e talvez, da quase ausência dos socialistas no meio operário local os anarcossindicalistas e anarquistas tomaram o lugar dos socialistas nas lutas operárias. (Cf. ARAUJO NETO, 2005)

Por fim, verificou-se a relevância que essas associações davam a educação, embora haja registros, na imprensa operária Sorocabana, que identificavam e reconheciam as dificuldades encontradas pelo operariado nascente para freqüentar a escola devido às muitas horas de trabalho, bem como a longa duração das jornadas de trabalho que os impossibilitavam, em sua grande maioria, de freqüentarem as escolas noturnas. Lembra-nos Pinheiro e Hall (1979) que a importância da educação e da instrução dada pelo movimento operário era tão grande que uma das grandes reivindicações norteada por esse movimento era a redução da jornada de trabalho para 8h ou pelo menos para 10h diárias sendo que essa era uma das exigências principais do movimento operário brasileiro. Essa constatação é visível desde o Primeiro Congresso Socialista de 1892, no Rio de Janeiro.

SINDICAIS EM SOROCABA: SOCIALISTAS E ANARCOSSINDICALISTAS Na cidade havia imigrantes das diversas nacionalidades sendo eles, em sua maioria, europeus que traziam em seus ideários as novas opiniões presente nos meios operários e teriam como objetivo fixar o nacionalismo e o patriotismo em relação à terra natal. (Cf. RODRIGUES, 1984). No Brasil, criaram associações, nas quais realçavam suas próprias opiniões quanto aos direitos sociais. Isso é possível verificar na historiografia sorocabana e na história do movimento operário no Brasil onde encontramos relatos das lutas dos imigrantes que vieram como colonos para as fazendas de café do Estado de São Paulo (BONADIO, 2004; ARAUJO NETO, 2005, CAVALHEIRO, 2001; MARTINS, 1981; RODRIGUES, 1974; SILVA, 1976, dentre outros). As primeiras alusões sobre as associações sindicais em Sorocaba foi a dos socialistas, no ano de 1890. Essa menção aparece através de notícias e artigos em revistas, que incentivava a organização operária na região (CARMO, 2006). Os redatores dessas revistas, através da imprensa local, consideravam que a cidade era um local que guardava características próprias, “onde grande parte da população vive do resultado de pequenas indústrias”. Porém, nada leva a crer que essa associação tenha se organizado no ano de 1890. (ARAUJO NETO, 2005, p. 49).

Embora haja registros encontrados que demonstram que as primeiras manifestações da criação do Diretório Socialista são de 1890, na historiografia Sorocabana não há confirmação dessa data. O que se constata nesse período e nos anos posteriores é um socialismo que absorvia pessoas de alto nível econômico e que estavam acima de qualquer ato que viesse contrariar as atividades industriais em sua gênese. Há vários registros que indicam que no ano de 1896, com uma grande festa, funda-se a Sociedade Beneficente dos Empregados da Companhia União Sorocabana e Ituana dos operários de Sorocaba, mas, como esclarece Araujo Neto, ela tem um caráter eminentemente eleitoreiro. (2005, p. 49-50)

Em 1896, funda-se uma grande sociedade operária na cidade; a Sociedade Beneficente dos Empregados da Cia. União Sorocabana e Ituana. Houve grande festa e para ela convidaram-se associações, autoridades, como o Juiz de Direito da Comarca, e pessoas de “reconhecida honestidade”. Houve batismo do estandarte da Sociedade, sendo ela apadrinhada por S. Excia. Reverendíssima, bispo conde de Sto. Agostinho. A festa foi realizada em salão da Fábrica Sta. Rosália. A Sorocabana cedeu trens “a toda hora” para transportar pessoas da estação até a fábrica. À noite, houve leilão de prendas. Durante o dia aconteceu o desfile da associação e de seus convidados por algumas ruas do centro da cidade. Pode-se especular que, o convite às autoridades e notáveis da cidade e região, serviria para demonstrar que os operários eram submissos e respeitadores da ordem estabelecida. Desviaria, por conseguinte, olhares preconceituosos e desconfiados da sociedade e das autoridades. Mesmo a presença das autoridades em eventos como esse, representaria para o sistema, que se reafirmava seu poder e seus princípios de hierarquia social.

Em 1897, o jornal A Voz do Povo, de 29 de janeiro do decorrente ano, dá a conhecer o surgimento de um “órgão legítimo” para a defesa da classe operária de Sorocaba, A Conquista do Bem que se apresentava como órgão do Partido Democrata Socialista na cidade. [p. 93]





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