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JOÃO BLOEM: um engenheiro militar prussiano no Brasil e em Sergipe do século XIX - blogprimeiramao.com.br
    22 de fevereiro de 2022, terça-feira
    Atualizado em 25/10/2025 19:15:51

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Amâncio Cardoso.Muitos desconhecem que alguns projetos e obras de engenharia em Sergipe, ainda hoje existentes, foram realizados por João Bloem, engenheiro militar do Exército brasileiro com vários serviços prestados ao Império.

João (ou Hans) Bloem nasceu em 1798, na cidade de Krefeld, localizada no então Reino da Prússia, atual Alemanha. Ele veio à América do Sul, em 1818, para combater pela Marinha do Chile na guerra de independência do país andino.

Anos depois, Bloem aportou no Brasil em março de 1823 para também participar de batalhas navais na guerra de independência pela Armada brasileira, em Salvador. Ele ganhou medalha do governo imperial por enfrentar a resistência das tropas portuguesas, comandadas pelo General Madeira, contrárias à emancipação do país, com focos na Bahia e no Maranhão.

Nesse período, D. Pedro I (1798-1834) contratou militares europeus, comandados pelo experiente almirante escocês Thomas Cochrane (1775-1860), que também veio do Chile com Bloem, para expulsar os portugueses. Consolidada a independência política do Brasil, Bloem se tornou membro militar do corpo de engenheiros do 1º Império, elaborando plantas e dirigindo obras nas províncias do Ceará; Pernambuco; São Paulo e Sergipe.

No Ceará, em 1824, Bloem foi ferido gravemente em combate contra os revoltosos da Confederação do Equador, e ainda fez parte da comissão militar que julgou os cearenses que se envolveram na Confederação. Já em Pernambuco, ele comandou em 1826 a ilha de Fernando de Noronha. Em Recife, ele fez o plano de arruamento do aterro no bairro dos Afogados. Além disso, Bloem dirigiu, em 1829, uma colônia de trabalhadores alemães, a “Colônia Santa Amélia”, próxima ao Recife. Em 1830, a Câmara do Recife nomeia-o “encarregado da arquitetura da cidade”.

De Pernambuco Bloem foi para São Paulo em 1834. Aí, o engenheiro militar foi nomeado, pelo regente liberal Diogo Antônio Feijó (1784-1843), diretor da Real Fábrica de Ferro “Fundição de São João de Ipanema”, em Sorocaba, de 1835 a 1842. Neste último ano, ele foi preso entre novembro de 1842 e dezembro de 1843, por participar da revolução liberal paulista. Por isso, Bloem foi afastado da Fábrica. Logo depois, foi inocentado por falta de provas e saiu da prisão, retornando ao Serviço de Engenharia do Exército. Assim, ele foi absolvido e agraciado com a patente de tenente coronel.

Em julho de 1844, João Bloem foi enviado pelo Governo Imperial a Sergipe. Ele veio assumir o cargo de diretor da repartição de obras públicas, onde iria permanecer até 1848. Na província sergipana, Bloem foi responsável pela limpeza e desobstrução do rio Japaratuba, entre setembro de 1844 e maio de 1845. Esta limpeza beneficiou seis engenhos da região, que há cerca de quarenta anos não plantavam cana em suas várzeas por conta das obstruções fluviais. Ainda em 1845, Bloem também dirigiu a limpeza do rio Siriri.

Nesse mesmo ano, o engenheiro militar levantou a planta e executou a Ponte Nova, ou do Açougue, na cidade de Laranjeiras. Essa ponte foi concluída no ano seguinte, em 1846. Ela ainda é utilizada pelos laranjeirenses e é considerada um patrimônio histórico-arquitetônico da cidade. Quando o Imperador Pedro II (1825-1891) esteve em Laranjeiras, em 1860, ele fez questão de visitar a Ponte Nova, “trabalho que atesta a perícia” do engenheiro militar, como registrou Sua Majestade. Com essa visita, Dom Pedro II reconheceu os préstimos que Bloem fizera ao país.Em Sergipe, João Bloem também elaborou plantas de estradas, de porto, de alfândega, de pontes e cartas corográficas. Eis uma lista de alguns trabalhos executados por ele em 1846: reforma da praça do mercado de São Cristóvão; projeto de uma nova estrada entre São Cristóvão e Laranjeiras; carta corográfica entre o Rio São Francisco e a estrada de Vila Nova (Neópolis); planta do Porto das Redes e projeto de uma alfândega; planta da cidade de São Cristóvão; plano para uma cadeia para as cidades de Laranjeiras e São Cristóvão; carta corográfica para divisão das comarcas e termos da província; projeto de uma ponte na cidade de Estância e um projeto da estrada para Laranjeiras através do povoado Mussuca. O ano de 1846 foi o mais concorrido para João Bloem em Sergipe.Já em 1847, Bloem dirigiu o início das obras da Atalaia da barra do Cotinguiba, sendo exonerado do cargo antes de seu término. Segundo ele, problemas de falta de recursos humanos, materiais e financeiros impediram a conclusão da obra. A Atalaia era um mirante de madeira, coberto com placas de zinco, para sinalizar a entrada e saída de embarcações na foz do rio Sergipe, à época denominado de Cotinguiba, onde depois foi instalado o antigo farol de metal, na Farolândia.Ainda no mesmo ano, Bloem tentou uma cadeira de deputado na Assembleia Provincial em São Cristóvão, mas só obteve um voto, perdendo para alguns caciques da política local, tais como: João Gomes de Melo (Barão de Maruim), José da Trindade Prado (Barão de Propriá) e Joaquim Martins Fontes (várias vezes presidente da província).Em Sergipe, Bloem entrou em desavença com o responsável pelo almoxarifado das obras públicas e com o próprio presidente da província, por problemas de atraso no pagamento, falta de material, demora na liberação de verbas, centralização administrativa e más condições de trabalho. Bloem acusou o almoxarife de furtar o dinheiro para pagar os trabalhadores contratados, afirmando que o chefe do almoxarifado “em vez de coadjuvar os engenheiros, os embaraça por quanto meio há”.

Talvez por conta dessa situação embaraçosa, Bloem tenha saído de Sergipe no final de 1848, após quatro anos de serviços aqui prestados. Obedecendo à sua solicitação, o Imperador D. Pedro II o transferiu para Salvador-BA, onde ele também assumiu a Diretoria de Obras até 1850, com muitos trabalhos executados. No ano seguinte, em fevereiro de 1851, o engenheiro militar prussiano foi designado para o Exército do Rio Grande do Sul.

Dois meses depois, no dia 22 de abril de 1851, João Bloem foi encontrado morto de forma misteriosa, em Porto Alegre, aos 53 anos de idade. A causa da morte, conforme certidão de óbito, fora “suicídio por alienação mental”. Ele teria disparado, conforme o laudo, um tiro de revólver na própria cabeça. Bloem foi sepultado no cemitério da Misericórdia da capital gaúcha. O engenheiro militar deixou esposa e filhos. Ele se casou em Pernambuco com Maria Carolina de Albuquerque e Mello, com quem teve três filhos: Anthero Augusto, José Maria e Joaquim; todos com sobrenome Albuquerque Bloem.

João Bloem viveu mais tempo no Brasil do que em sua pátria. Pela sua vivência em nosso país, responsável por grandes obras e cargos estratégicos, inferimos que o tenente coronel do Corpo Imperial do Exército teria muitos desafetos que o levassem à desgraça, como os enfrentados em Sergipe. Supomos que foi difícil para ele, educado na disciplina da caserna e da escola prussiana do século XIX, se acostumar com o corrompido esquema de obras públicas que então vigorava, e ainda vigora, no Brasil.



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Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.