José Bonifácio de Andrada e Silva, o santista patriarca da independência
10 de junho de 2025, terça-feira Atualizado em 10/06/2025 05:29:08
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https://revistanove.com.br Naturalista, estadista e poeta luso-brasileiro, teve papel decisivo na independência do BrasilJosé Bonifácio de Andrada e Silva é nome conhecido entre os santistas, mas sua grandeza é nacional, já que teve papel fundamental na independência do Brasil e, por isso, é conhecido como o "Patriarca da Independência"José Bonifácio nasceu em Santos, em 13 de junho de 1763, então Capitania de São Paulo; morreu em Niterói, em 6 de abril de 1838, mas é em solo santista que seus restos mortais estão, no Pantheon dos Andradas, juntamente com os de seus irmãos, Martim Francisco Ribeiro de Andrada, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva e um terceiro, que era padre, Patrício Manuel.Bonifácio teve uma importante atuação como naturalista, notadamente na minerologia, tendo sido internacionalmente reconhecido ainda em vida, além de ter se destacado na política, como um notável estadista e – ainda – um grande poeta luso-brasileiro.Membro de família da aristocracia portuguesa, seu pai, Bonifácio José Ribeiro de Andrada era casado com uma prima, Maria Bárbara da Silva, e tinha a segunda maior fortuna da cidade, que conquistou como mercante e ocupou diversos cargos e ofícios da Coroa Portuguesa.Seu pai foi seu primeiro mestre, mas em Santos não era possível ir além do ensino primário, então, José Bonifácio mudou-se para São Paulo aos catorze anos de idade.José Bonifácio e a escravidãoApós uma excursão científica pela Europa, que durou 30 anos, Bonifácio retornou ao Brasil, em 1819, aos 56 anos, agora Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, já com a Família Real aqui, e se deu conta de que velhos problemas ainda existiam. E o pior deles, segundo sua visão, era a escravidão.O trabalhador brasileiro era quase exclusivamente o negro, e a economia se organizara em benefício de uma classe privilegiada. Bonifácio propôs, então, um extenso programa de trabalho, que incluía abolição do tráfico, extinção da escravidão, incorporação dos índios à sociedade, miscigenação orientada para suprimir choques de raças e de classes e constituir uma "nação homogênea", transformação do regime de propriedade agrária com a substituição do latifúndio pela subdivisão de terras, preservação e renovação das florestas, localização adequada das novas vilas, aproveitamento e distribuição das águas e exploração das minas.Como, desde 1808, D. João VI não nomeara ministro um brasileiro e, tendo José Bonifácio recusado os convites recebidos para atuar como ajudante dos indicados a ministros do rei, partiu para Santos onde seu irmão Martim Francisco era diretor de minas e matas da Capitania de São Paulo.José Bonifácio e a independência do BrasilO primeiro passo de Bonifácio no caminho do processo de independência do Brasil foi aceitar o convite para presidir a eleição dos membros da junta governativa provisória de São Paulo (as capitanias haviam sido transformadas em províncias, por decreto de D. João VI, governadas por juntas provisórias).Nas eleições, Bonifácio recebeu aclamação de seu nome como vice-presidente e, como um dos secretários foi indicado seu irmão Martim Francisco. Então, em 23 de junho de 1821, José Bonifácio iniciava seu papel político no Brasil.A Junta de São Paulo foi a primeira a reconhecer a autoridade do príncipe regente D. Pedro de Alcântara e, então, em carta de 17 de julho de 1821 ao pai, o príncipe menciona José Bonifácio como o homem “a quem se deve a tranquilidade atual da província de São Paulo”.
A carta a D. Pedro
Diante de um cenário tumultuado e com a possibilidade do retorno do príncipe a Portugal e de o Brasil voltar a ser colônia, José Bonifácio escreve uma carta ao príncipe D. Pedro, que era quase uma ameaça:
“É impossível que os habitantes do Brasil que forem honrados e se prezarem de ser homens, e mormente os paulistas, possam jamais consentir em tais absurdos e despotismos. V. A. Real deve ficar no Brasil quaisquer que sejam os projetos das Cortes Constituintes não só para nosso bem geral mas até para a independência e prosperidade futura do mesmo Portugal. Se V. A. Real estiver (o que não é crível) pelo deslumbrado e indecoroso decreto de 19 de setembro, além de perder para o mundo a dignidade de homem e de príncipe, tornando-se escravo de um pequeno número de desorganizadores, terá também que responder, perante o céu, do rio de sangue que decerto vai correr pelo Brasil”.
A carta chegou às mãos do príncipe no Rio a 1º de janeiro de 1822 e foi divulgada na Gazeta do Rio, em 8 de janeiro. Em carta ao pai, de 2 de janeiro de 1822, D. Pedro escreveu: “Farei todas as diligências por bem para haver sossego, e para ver se posso cumprir os decretos 124 e 125, o que me parece impossível, porque a opinião é toda contra, em toda a parte”.
D. Pedro tinha clara consciência da sua responsabilidade junto aos patriotas brasileiros, e estava disposto a desempenhá-lo. No dia 9 de janeiro, então, acabou declarando: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico!”
No mesmo janeiro, o príncipe, de 23 anos nomeou José Bonifácio, aos 60 anos, seu Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino – o primeiro brasileiro a ocupar um cargo semelhante.
Rumo à Independência
No final de julho de 1822, as insensatas Cortes de Lisboa enviavam numerosa tropa para dominar o país. José Bonifácio tomou medidas da maior gravidade, como declarar inimigas as tropas que Portugal mandasse para o Brasil, por meio do decreto de 1º de agosto, em que D. Pedro se dava como "regente do vasto Império do Brasil pelo consentimento e espontaneidade dos povos" e, com isso, declarava guerra a Portugal.
Então, juntamente com Gonçalves Ledo, Bonifácio redigiu o extenso documento de 6 de agosto de 1822, onde expunha o legítimo ressentimento por três séculos de dominação, e avisava ao mundo que os brasileiros não mais admitiriam a volta ao regime anterior.
Independência ou Morte
No final de agosto, três navios vindos de Lisboa aportaram no Rio, com notícias de que as Cortes tinham decidido reduzir o príncipe a simples delegado temporário, e apenas nas províncias onde exercia autoridade.
José Bonifácio era quem estava na mira das Cortes, considerado o maior responsável pelos acontecimentos. Ele, então, escreveu a D. Pedro:
“O dado está lançado e de Portugal não temos a esperar senão escravidão e horrores. Venha V.A. quanto antes e decida-se, porque irresoluções e medidas d‘água morna, à vista desse contrário que não nos poupa, para nada servem e um momento perdido é uma desgraça”.
Com sua carta seguiram cartas de D. Leopoldina, esposa de D. Pedro, simpatizante das iniciativas de Bonifácio, incitando o marido ao gesto, além de uma carta de Antônio Carlos, e outra de Henry Chamberlain.
O emissário, Paulo Emílio Bregaro, encontrou D. Pedro, que voltava de Santos, leu as cartas, demonstrou sua grande indignação, e, ao encontrar a Guarda de Honra que o esperava nas margens do riacho Ipiranga, comunicou que as Cortes queriam "massacrar" o Brasil.
Eram quatro e meia da tarde de 7 de setembro de 1822, e o príncipe, num verdadeiro brado, exclamou: “É tempo! Independência ou morte! Estamos separados de Portugal”.
José Bonifácio, confirmado ministro do Interior e dos Negócios Estrangeiros, foi tomando providências no novo governo. Por decreto de 18 de setembro, descreveu as armas e a bandeira brasileira como se mantiveram até 1889. Por outro decreto, também de 18 de setembro, criou o tope nacional brasileiro, verde e amarelo.
A história segue ainda conturbada, mas, eis aqui, o motivo pelo qual o santista José Bonifácio de Andrada e Silva é considerado, com a atuação dos irmãos Andradas, o Patrono da Independência, declarado assim, oficialmente, apenas em 11 de janeiro de 2018.
Pantheon dos AndradasO Pantheon dos Andradas é o jazigo, em Santos, onde estão as cinzas de José Bonifácio de Andrada e Silva e de seus irmãos Antonio Carlos, Martim Francisco e Patrício Manuel, inaugurado em 7 de setembro de 1923.
O templo cívico ocupa o espaço da antiga portaria do Convento do Carmo e conta com monumento projetado pelo escultor Rodolfo Bernardelli, feito na Itália.
A estátua jacente, em relevo, de José Bonifácio de Andrada e Silva encontra-se no centro do salão principal – sob ela, em duas caixas de aço, está grande parte de seus restos mortais. Durante 31 anos, o corpo ficou sepultado na nave do altar-mor da Igreja do Convento do Carmo, sem nenhuma identificação mais significativa, até que, em 1869 foi colocada uma laje de mármore enaltecendo o santista.Confeccionada em mármore branco, à esquerda do monumento do patriarca está a urna funerária de Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, iluminada por pequeno lustre pendente de vidros coloridos. A urna funerária de Martim Francisco Ribeiro de Andrada encontra-se à direita do monumento ao patriarca e, sobre ela, lustre pendente de vidros coloridos preso a duas correntes formando um triângulo invertido, um dos símbolos da Maçonaria, à qual pertenciam os irmãos Andrada.O Pantheon dos Andradas fica na Praça Barão do Rio Branco, 16, no Centro de Santos.Ilustração: plenarinho.leg.br/ VoltarPróximo Compartilhe: Diego BrígidoDiego BrígidoJornalista e turismólogoEditor da Revista Nove e do Guia 9 de Bares carla mariani carnabanda
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.