Qual é a diferença entre canibal e antropófago? Por Denisson Antunes Soares, megacurioso.com.br
20 de dezembro de 2021, segunda-feira Atualizado em 15/11/2025 00:29:01
Você já parou para pensar que comer carne humana está entre os fatos mais condenáveis e errados que alguém pode praticar, mas, ainda assim, de modo geral somos profundamente atraídos por esse tema?
Por exemplo, a maioria das pessoas não hesitam em comprar um livro para saber mais sobre o caso de antropofagia da equipe de rúgbi do Uruguai, que ficou sem comida depois que o avião em que estavam caiu nos Andes ou em assistir a algum filme sobre um "canibal" qualquer.Ao longo dos milênios de existência da raça humana, diversos povos comeram membros da mesma espécie pelos mais variados motivos, do sagrado ao mórbido.
Antropofagia e canibalismo têm o mesmo significado?A resposta rápida é não. É muito comum que a antropofagia e o canibalismo sejam considerados sinônimos, pois ambos os termos, de alguma maneira, remetem-se ao ato de comer carne humana. Todavia, especialistas em etnologia preferem fazer uma diferenciação entre eles.A expressão "antropofagia" tem como base os termos gregos anthropos (homem) e phagein (para comer). Sendo assim, antropofagia é o ato comer carne humana, simples assim, e por isso pode ser usado para se referir tanto a uma pessoa que come outra, quanto ao caso de um animal que se alimenta de um ser humano.
Já o termo "canibalismo" surgiu bem mais tarde, tendo suas origens no espanhol canibal, uma variação de cariba, palavra usada para se referir aos habitantes do Caribe na época das grandes navegações. Originalmente, significava "resistente", mas, por influência dos espanhóis, passou a ter o conceito de selvagem, cruel e acabou sendo usado para designar práticas antropófagas.A grande diferença nesse caso é que "canibalismo" passou a designar a prática de se comer um indivíduo da mesma espécie, não necessariamente um ser humano.
Resumindo:Um homem que come outro homem é, ao mesmo tempo, um canibal e um antropófago.Um leão que come um ser humano é um antropófago, mas não é um canibal.Agora, se um leão come outro leão, ele é um canibal, mas não é um antropófago.Faz sentido?No mundo animal, o canibalismo pode acontecer por vários motivos, como a falta de alimentos, ou fêmeas que devoram sua ninhada devido ao estresse, ou até por controle populacional. Esse é o caso dos peixes guppies de aquário, por exemplo, que comem seus filhotes para evitar a superlotação.
Imaginário popular
Foi a descoberta das Américas, em especial, as viagens de Colombo para as Índias Ocidentais, que forneceu ao imaginário popular europeu relatos de antropofagia como nunca antes.
Colombo chegou a escrever em seu diário de viagens os encontros com “canibais” no continente americano. Em um deles, o navegador escreve que “há homens com um olho e outros com focinho de cachorro que comem homens. Ao tomar um homem, eles o decapitam, bebem seu sangue e cortam seus órgãos genitais”. Em novembro de 1492, ele registrou em seu diário a palavra “canibales” pela 1ª vez.
Canibais por conveniência
Como tudo tem dois lados, ao desembarcar no Novo Mundo, um dos primeiros registros que Colombo fez foi descrever os indígenas como pessoas amigas e que não causavam grandes complicações, ou seja, não tinham nada de canibais, ao menos por enquanto. Porém, os espanhóis queriam achar ouro e, como não obtiveram sucesso, perceberam que a segunda melhor "posse" seriam os escravos.
Quando Colombo voltou, os nativos que haviam sido considerados amigáveis se transformaram, repentinamente, em canibais. Com isso, os conquistadores não teriam desculpas para tratá-los bem: poderiam ser escravizados, serem tratados como animais ou terem suas terras tomadas, por exemplo.
Isso aconteceu em vários momentos durante o período das grandes navegações. Dar ao nativo a classificação de antropofagista ou acusá-lo de praticar rituais de canibalismo, mesmo que não fizessem isso, era uma excelente ferramenta para desumanizar essas pessoas.É crime comer carne humana?Podemos dizer que é errado, que fere princípios morais e religiosos, que é abominável e por aí vai. Contudo, talvez você se surpreenda em saber que muitos países não têm uma lei para proibir e, muito menos, punir o canibalismo.
Os Estados Unidos, a maioria dos países europeus e até o Brasil entram na lista. Geralmente, quando alguém pratica o canibalismo nessas regiões, o criminoso é acusado de homicídio, necrofilia ou profanação de cadáveres.
Essa situação ainda tem um “problema técnico”. Em vários casos recentes de antropofagia, as vítimas concordaram em ser mortas e comidas. Um exemplo disso foi o caso de Armin Meiwes, na Alemanha, no qual a vítima simplesmente respondeu ao anúncio do assassino na internet que dizia “procurando um homem bem construído de 18 a 30 anos para ser abatido e depois consumido”.Por que as pessoas comem outras pessoas?A Biologia, Sociologia, Antropologia e Arqueologia ainda buscam explicações para essa pergunta. O canibalismo ritualístico, assim como o de sobrevivência são mais fáceis de serem entendidos, mas as demais situações ainda demandam muitos estudos.
Para se ter ideia, vários manuais de doenças psiquiátricas não listam a prática como uma doença. Contudo, alguns psicólogos especulam que a antropofagia pode estar relacionada à ansiedade de separação da mãe e a agressões. Também há linhas de pesquisa avaliando se alguns dos atos de canibalismo foram cometidos porque o indivíduo sofria de esquizofrenia.Em algumas situações, ainda há elementos de satisfação sexual que tornam ainda mais complexo o estudo do caso. Armin Meiwes, o técnico de reparo alemão que comeu o homem que respondeu ao seu anúncio, durante seu julgamento explicou o que estava por trás de sua motivação.
Ele disse que sempre quis ter um irmão mais novo, alguém que fizesse parte dele. Como uma forma de preencher essa obsessão, terminou fascinado pela antropofagia.Qual é o gosto da carne humana?Miewes, que sempre pareceu lidar muito bem com o que havia feito, foi entrevistado em sua cela. Quando questionado sobre qual é o gosto da carne humana, afirmou que parece porco, só que um pouco mais amarga, com um sabor mais forte. “Tem um gosto muito bom”, disse ele.Ao que parece, ele está certo. Na década de 1920, também na Alemanha, um casal serial killer vendeu por um bom tempo carne humana em um mercado ilegal como sendo de porco.
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (2): 01/11/1492 - Diário de Colombo* 12/12/1972 - Sobreviventes do acidentes nos Andes iniciam a caminhada rumo a Caricó (60km em 10 dias) EMERSON
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.