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O poder jovem, de Arthur José Poerner
    2004
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  


A versão brasileira das Burschenschaften foi fundada em São Paulo, sob a orientação de Júlio Franck, alemão que aqui chegou, preso como clandestino, no porão do veleiro Alsterbeck, em maio de 1828. Segundo o escritor e professor de Direito Spencer Vampré (Memórias para a história da Academia de São Paulo, 1º v., p. 261), Franck, “atéo túmulo, guardou segredo quanto à sua família, posição social e até quanto à pátria, presumindo-se que também trocara de nome. Porventura, desgostos íntimos, ou ainda lutas políticas, o determinaram a deixar o torrão natal. O certo é que chegou ao Rio de Janeiro paupérrimo, sem que ninguém o conhecesse, sendo logo preso na Fortaleza da Laje, por queixa, ou coisa semelhante, do comandante do navio que o trouxe, quiçá, por haver embarcado furtivamente”.

A vida de Júlio Franck é tão misteriosa quanto as raízes mais antigas das Burschenschaften, mergulhadas no iluminismo bávaro e nassociedades secretas alemãs que participaram das lutas entre católicos eprotestantes. No caso, o que era mistério acabou virando lenda e fantasia, que povoam as páginas de uma das raras obras publicadas sobre oassunto, A sombra de Júlio Franck, do paulista Afonso Schmidt, e datalvez única reportagem que dele se ocupou, na qual Murilo Melo Filhonos fornece informações como as que se seguem: “... Veio (Franck) coma idade de 20 anos, e já era, nessa altura da vida, uma criatura amargurada por mil reveses. Fora expulso da Universidade de Goetingen econhecera períodos de grande fausto, seguidos de completa miséria...Vários historiadores sustentam que Júlio Franck não é outro senão Carlos Luís Sand, assassino de Augusto Kotzebue, inimigo da Burschenschaft e por ela condenado a morrer. Após assassiná-lo, Sand tentousuicidar-se, com o mesmo punhal. Salvou-se do ferimento e foi condenado à morte. Sua execução, porém, demorou muito tempo e só foirealizada intramuros, de modo a possibilitar sua substituição por outrocadáver qualquer. O sr. Gustavo Barroso revela que a Burschenschaftdeu a cobertura necessária à encenação: a mãe de Sand recebeu mais de40 mil cartas – número bastante expressivo para aquela época. Foienterrado ao lado de sua vítima, no cemitério de Mannheim, que passoua chamar-se Sandshimmelweg: o caminho de Sand para o céu” (Do pátiode uma escola, uma sombra governa o Brasil, Manchete, 12 abr. 1958).A reportagem, depois de se referir às simpatias granjeadas porFranck na Fortaleza da Laje, junto a militares brasileiros, sobretudo osjovens, revela que “por isto (Franck), recebeu com tristeza a notícia de que ia ser libertado. Andou vagando pelas ruas do Rio de então, tratou deaprender o português, trabalhou em hospedarias, frequentou a magianegra, até que se encontrou com dois estudantes de São Paulo, de nomes Oliveira e Aranha, que se impressionaram com os conhecimentosamplos de Filosofia, de Grego, de Latim e de Matemática daquele jovemjudeu na miséria. Levaram-no para São Paulo, numa viagem feita a cavalo, durante a qual ele se impressionou com duas coisas: uma onça eum caso de bexiga”.

A onça e a bexiga funcionam como tempero fantasmagórico na vida mitológica de Franck, que inclui, a seguir, períodos de trabalho numa mina de ferro, na localidade paulista de S. João de Ipanema, e como caixeiro de uma venda, em BB>Sorocaba, onde passou a preparar estudantes para os vestibulares das faculdades de São Paulo.

Às vésperas de um desses vestibulares, foi levado pelos seus alunos para a capital.Hospedou-se numa república de estudantes, que facilmente se embeveciam com os conhecimentos e a cultura do moço, a quem já chamavamLamão. Certa noite, ouvia discussões dos seus companheiros, sobre amiséria dos estudantes paulistas e a necessidade de fazer alguma coisapara ajudar os mais pobres. Na Alemanha – informou Franck – são ospróprios colegas que garantem a educação dos estudantes pobres. Asnossas Burschenschaften funcionam nesse sentido” (Melo Filho, ib.).

Assim teriam nascido a Bucha e a idolatria dos estudantes porFranck, que se tornou professor de História do Curso Anexo da Faculdade de Direito de São Paulo, além de dar aulas particulares, de graça. Osritos de iniciação secreta por ele instituídos na associação logo fascinaram a imaginação do estudantado, tendo havido “uma época em quequase todos os estudantes da Faculdade de Direito eram filiados à Bucha, na qual se envolveram também, apaixonadamente, todos os professores. Certa vez, ele revelou ao estudante Pimenta Bueno, em 1830,quando a Bucha se fundava: Nasci protestante, mas hoje só me interesso pela Filosofia e pelas ciências ocultas. Fui protegido pelofundador do Iluminismo, na Baviera, que desejava transformarme num apóstolo. A nossa Bucha poderá, um dia, governar oBrasil ...” (Melo Filho, ib.).A conquista de poder político estava, pois, desde o início, na mirada Bucha, sobre cujos rituais e estrutura também se encontram dadosna mencionada reportagem: “Ainda hoje, muitos bucheiros usam nasua mesa de trabalho pequenos objetos e sinais cabalísticos que os iden- [Páginas 109 e 110]





Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 23


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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1998
Página 21


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