É com vocês, Itararé: nosso córrego que nasce embaixo da pirâmide. Celso "Marvadão" Ribeiro
2 de maio de 2023, terça-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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(#SorocabaEsquecida) - Gosto mais dos quintais e dos fundos que das fachadas. Tenho espírito de arqueólogo urbano, estou sempre procurando ruínas do passado escondidas no presente.Uma planta de Sorocaba, de 1909,desenhada pelo memorialista e escritor Antônio Francisco Gaspar, aponta a existência do córrego Itararé, cortado por rua do mesmo nome,curso d´água que nascia perto do Mosteiro de São Bento e descia até o Rio Sorocaba.Cadê esse córrego, onde foi parar, ainda existe? Sim, existe, embora nem conste mais da relação oficial dos veios d´água da cidade. Se procurar, você acha e vai descobrir curiosidades e revelações sobre a história de Sorocaba. Fui ver in loco, e gostei do que encontrei.Em tupi-guarani, Itararé significa pedra oca, solapada, ou pedra que o rio cavou. Onde ficaria esta pedra?O córrego tem suas vertentes próximas ao Largo de São Bento. Provavelmente, era delas que se alimentava a bica da Rua da Bica (Voluntários de Sorocaba, onde os beneditinos distribuíam água corrente para população).Na minha andança de turista dos quintas e dos fundos de propriedades, descobri que o córrego Itararé nascia como ainda nasce embaixo do Edifício Antares (conhecido como Pirâmide), construído em cimento aparente na Rua Doutor Arthur Martins, inaugurado em 1986. Quem passa pelo local, vai escutar o barulho das bombas da casa das máquinas, que alimenta um reservatório do subsolo. Quando da construção do moderno edifício, descobriu-se que havia ali minas de água, que inclusive impediam a abertura de mais andares para baixo. É por ali que se forma o córrego Itararé.SIGA A SURPREENDENTE SEQUÊNCIADa Pirâmidade, o curso d´agua segue morro abaixo, passando por galerias sob a Rua Nogueira Martins, próximo do prédio do INSS (pelo "paredão da Light") e ao lado da área da atual sede da CPFL Piratininga. Ali, ao final do Beco do Inferno (Rua Leite Penteado), historicamente já foi curral, matadouro e depois sede das empresas que iniciaram a produção de energia elétrica em Sorocaba (Empresa de Energia Elétrica Sorocaba e depois a subestação da São Paulo Electric Company, subsidiária da Light and Power).No local, junto à atual Rua Senador Feijó (antiga Rua Boa Vista de Baixo), também funcionou a garagem dos bondes, a partir de 1915.
Seguindo o roteiro, o Itararé, enterrado, passa pela Rua Brigadeiro Tobias. Dá para ouvir o murmúrio das águas que sai de boca de lobo, perto da escola Liceu Pedro II.Nesse ponto, o córrego passa correr a céu aberto entre as ruas Brigadeiro Tobias e Rodrigues Pacheco (acho que o antigo nome dela era Rua Itararé apontada no mapa de 1909). Segue à margem de um corredor por onde passam torres de alta tensão, junto a um extenso estacionamento que vai até próximo do Hospital Samaritano (hoje Notre Dame).No trecho, ouve-se o borburburinho das águas, correndo por baixo da vegetação baixa e arbustiva, seguida de um capão de mata em recuperação. Algumas árvores com cipós, trepadeiras e orquídeas, espaço verde nem citado nos levantamentos que tratam do meio ambiente da cidade. Sim, há muito lixo, às margens. Encontrei até uma pequena plantação de mandioca e alguns pés de couve, com hastes finas e alongadas, como as que existem em casas de sítio. Vi inclusive dois espantalhos erguidos, uma antiga escadaria, pombas do mato e garças.Enfim, uma área verde escondida em pleno centro, só vista por quem decide entrar no local e conferir.Dali para frente, o Itararé volta a entrar pelo cano, passando entre o Hopistal e o Liceu Pedro II, depois sobre a Rua Leopoldo Machado (antiga Rua da Margem), sob a Avenida Marginal e, por fim, desemboca em galeria apenas como um fio d´agua despejado no Rio Sorocaba.O Córrego Itararé chega no ponto do rio que já foi chamado de Porto de Cavalos, por causa do tropeirismo, bem ali, perto do pontilhão da Estrada de Ferro Votorantim, onde fotos antigas registraram a presença de roupas brancas estendidas pelas lavadeiras, numa sequência que ia até a altura do atual Terminal São Paulo.O Córrego Itararé, esquecido e escondido, ainda está vivo, corre e conta muito da história da cidade. Mas só para quem dá "zum no zóio" para além das fachadas e da paisagem oficial.#MarvadãoHistória #Sorocoisas #SorocabaEsquecida
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!