Há 50 anos chovia carne e sangue no Vale do Paraíba em São Paulo, por Cláudio Tsuyoshi Suenaga clovismoliveira.wordpress.com
22 de agosto de 2019, quinta-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
•
•
Há pouco mais de 50 anos, os motoristas que em 15 de agosto de 1968 trafegavam pela Rodovia Federal BR-116, a Presidente Dutra ou Via Dutra (estrada que liga São Paulo ao Rio de Janeiro no sentido leste-oeste) entre as cidades de Caçapava e São José dos Campos (distantes 22 quilômetros uma da outra), na mesorregião do Vale do Paraíba, foram surpreendidos por uma tempestade que durou cerca de sete minutos.
Mas não era água que desabava, visto que não havia nuvens no céu. Deslocando-se ao local, o deputado Marcondes Ferreira deparou-se com uma área de um quilômetro quadrado coberta de carne e sangue. Os jornais paulistas registraram que o tamanho dos pedaços de carne – alguns em formato de cubo – de textura esponjosa e cor arroxeada, variava entre 5 e 15 centímetros, distando aproximadamente 50 centímetros uns dos outros. O sangue escorria das postas. O céu estava claro e limpo, nenhum avião cruzara a região antes ou durante o fato, e não havia urubus por perto. Diante disso, a Polícia removeu discretamente o material e encerrou o caso, classificando-o como “inexplicável”.[1]O jornal Notícias Populares, em sua edição de sexta-feira, 30 de agosto de 1968, trouxe na primeira página uma das mais manchetes mais estranhas já vistas e que sem dúvida deixaria Charles Fort extasiado: “Chuva de Sangue e Carne em S. Paulo”.[2] Apesar de ser tido como um veículo sensacionalista, o jornal nada mais fez do que reportar corretamente os fatos, informando que “uma chuva de carne e sangue ocorreu há dias no distrito de Eugênio de Melo, em São José dos Campos, mobilizando a Polícia local para apurar a origem do fenômeno. Segundo o deputado Marcondes Ferreira, […] vários moradores daquela localidade, no dia da ocorrência, viram pedaços de carne e gotas de sangue caindo do céu, sem que qualquer avião ou helicóptero tivesse passado pelo local. Chamada a Polícia, foram recolhidas amostras de carne e encaminhadas para exame, cujos resultados ainda não são conhecidos.”A incrível manchete do jornal Notícias Populares em sua edição de 30 de agosto de 1968. Fonte: Arquivos de Cláudio Suenaga.Os pedaços eram do tamanho de bifes pequenos, tinham cor arroxeada e consistência esponjosa. Não pareciam ser de aves, porquanto não havia sinais de penas. Foram humildes trabalhadores que viram o fenômeno, numa área de aproximadamente um quilômetro quadrado, não havendo razão para suspeita de mistificação.A 9 quilômetros da Rodovia Presidente Dutra, na olaria de propriedade de Pedro Marinho de Sousa, os repórteres do jornal ouviram, na tarde de quinta-feira, 29 de agosto, alguns operários que haviam presenciado a chuva de carne e sangue que provocou o pânico entre algumas famílias por cerca de cinco minutos. Vicente Rodrigues, residente no Bairro da Grama, em Caçapava, relatou que estava assentando tijolos numa construção da olaria, quando começou a chuva de carne e sangue que apavorou a todos, inclusive velhos e crianças. Pedaços medindo de 5 a 20 centímetros caíram numa distância de meio metro cada um, sendo que uma posta de carne atingiu a cabeça do entrevistado. Afirmou Vicente Rodrigues que era católico e nunca vira coisa igual em sua vida, e tinha certeza de que o céu estava limpo e nenhuma ave passava sobre o local no momento.Os empregados da olaria, estatelados, entraram em pânico e criaram um pandemônio ao verem os pedaços de carne viva, sangrando, que caíam sobre as telhas e tijolos, interpretando o fato como a chegada do Apocalipse: “Patrão do Céu, está chovendo sangue!” Com uma expressão de espanto, José Aparecido, 17 anos, desandou a correr de medo. Caíram-lhe sobre a cabeça e os braços, gotas de sangue, de vermelho-arroxeado, bem forte. Pedro Marinho, ao ver Marcos dos Santos, 15 anos, correndo espavorido, gritou: “Deve ser castigo do céu! Hoje é dia Santo e eu fiz os meus empregados trabalhar!”José e Marcos fugiram espavoridos quando começou a cair carne e sangue, como chuva na Olaria de Pedro, no Bairro do Paiol. Marcos gritava: “Patrão do Céu, é o fim do mundo, está chovendo sangue!” Foto: Notícias Populares, dos Arquivos de Cláudio Suenaga.Gotejava sangue na olaria do Bairro do Paiol, no distrito de Eugênio de Melo, em São José dos Campos. Eram 12h30. O céu limpo, sem nuvens, sem aves de rapina à espera de presas. Todos passaram a fitar o firmamento azulado, quase sem nuvens. Não viram nada. Nem aves, nem aviões. Foi aí que Rosalina Moreira Ramos correu para avisar o marido que amassava barro: “Olha. É o fim do mundo, João. Lá em casa, à beira da porta, tem pedaços de carne e pingos de sangue.” João quase perdia toda cor bronzeada de Sol. Estava branco, como uma pétala de margarida. Apalpando-se todo para ver se estava sonhando ou acordado mesmo. Parecia miragem, alucinação. Mas não era. Todos os outros se abaixavam para ver os pedaços de carne, da cor do fígado, sem osso e sem penas. Sem nada. Carne moída, como se fosse triturada pela hélice de um avião. Mas, depois, refeitos do susto, foram raciocinando: “Vai, aqui não passa avião, nunca passou avião. Se ele pegasse uma ave, onde é que foram parar as penas? É só carne. Isso é maldição mesmo. O diabo tá solto.”O proprietário da olaria ficou com a “pulga atrás da orelha”. Aquilo não era normal. Saiu na olaria no Bairro do Paiol e foi ao distrito de Eugênio de Melo. Lá entrou no Bar Pinguim e contou ao dono, Nelson dos Santos, que ponderou: “Não espera nem um minuto. Vai na Polícia, porque isso não é brincadeira. Já pensou que encrenca vai dar se souberem da morte de alguém lá por perto? Vai falar com o soldado Ferdinando. Explica o caso.” Pedro repetiu a história na Polícia. Ela não quis acreditar mas foi ver. O perito Romildo, com auxílio da Polícia Técnica, recolheu os pedaços de carne. Os escrivães Ronaldo e Barreti tomaram os depoimentos. Era negócio sério. A carne e o sangue caíram sobre o mato e telhado de casas muito modestas, num raio de 500 metros. Depois da Polícia foram os curiosos. Gente de São José dos Campos, de Caçapava, de Taubaté, do Rio de Janeiro e de São Paulo. Mais de mil pessoas em poucas horas.Vicente Borges de Siqueira, que trabalhava na construção de um forno da olaria, disse que, ao cair um pedaço de carne no braço, deixou escapar o tijolo, de susto: “A carne estava sangrando. Parecia fígado, de marrom escuro. Aí, com os gritos dos companheiros, vi que caía sangue e carne por todos os lados. Olhei para cima e no céu não havia nada. Nem aves, nem aviões. Aqui é muito raro passar um. Isso é que nos deu medo e confesso que minhas pernas começaram a tremer. A carne não tinha mau cheiro. Era um pouco gelatinosa, esquisita. Caiu por uns dois ou três minutos. Depois observamos mais uma curiosidade. Ela secou no Sol e não deu mau cheiro nenhum.”Para João Vidal Ramos, era mesmo “coisa do outro mundo”: “Moro aqui há muitos anos. Nunca passou um avião por cima desta olaria. Passa bem longe, lá perto da serra. Aqui nunca passou. Não acredito nessa história de que avião apanhou urubu. Se apanhou corvo, junto com a carne devia cair as penas. Isso é maldição mesmo. É coisa do outro mundo.”[3]O vigário da Paróquia de Eugênio de Melo, o padre francês Marcel Merck, declarou à reportagem que:“1) Reside a dois quilômetros do local e nunca soube da presença de aviões nas imediações;2) Tomou conhecimento de um outro ‘mistério’, a poucos metros do local, de uma mulher cujas roupas se incendiavam sem a presença de fogo no recinto, de forma misteriosa. Não se incendiavam as roupas do marido e dos filhos, só as dela;3) Entende que são misteriosos acontecimentos que o homem ainda não consegue esclarecer.”A rota aérea Rio-São Paulo era feita pelo litoral, até o Morro do Papagaio, a mais de dois quilômetros de altitude, portanto distante de Eugênio de Melo mais de 100 quilômetros. Nenhuma delegacia registrou qualquer acidente em pedreiras situadas no Vale do Paraíba. Segundo alguns, poderia ter ocorrido alguma explosão de dinamite e o consequente lançamento dos pedaços de um dos empregados pelos ares. Mas a pedreira mais próxima localizava-se a mais de 20 quilômetros, o que afastava essa hipótese. Os moradores daquele lugar ermo, com pouquíssimas casas sem iluminação elétrica, passaram a se recolherem logo ao entardecer. Temiam “dar de cara” com o demônio, apesar de Pedro Marinho ter mandado rezar uma missa e benzer a olaria.[4]Por incrível que pareça, voltaria a chover carne e sangue na mesma região do Vale do Paraíba 25 dias depois. Na terça-feira, 10 de setembro, milhares de pessoas do distrito de Santa Luzia, a cerca de 40 quilômetros de Eugênio de Melo, entre Caçapava e Piedade, presenciaram espantados o fato. Como da outra vez, a chuva registrou-se ao meio-dia, com o céu totalmente limpo e um Sol abrasador. Armando Silva cuidava de uma plantação de arroz, quase nas margens do Rio Paraíba, quando chamou a atenção dos companheiros de roça para as manchas de sangue que salpicavam sua camisa. Outros colonos agrícolas verificaram que estavam também com as roupas salpicadas de sangue. Alarmados, saíram correndo para alertarem outros moradores das cercanias. Da mesma maneira que os moradores da olaria onde caiu carne e sangue, os agricultores atribuíram o fato a uma maldição.O jornal Notícias Populares noticiava em sua edição de 15 de setembro de 1968, à página 2, a repetição do incrível, a volta da chuva de carne e sangue no Vale do Paraíba. Fonte: Arquivos de Cláudio Suenaga.Os pedaços de carne que caíram em Santa Luzia eram do mesmo tamanho, isto é, com 2 a 3 centímetros, de coloração marrom, da cor do fígado e, curiosamente, gelatinosa. A carne não apresentava odor desagradável, mesmo depois de três dias exposta ao Sol. A chuva durou de três a quatro minutos, rendendo uma quantidade de carne avaliada em 3,5 quilos.Amostras foram recolhidas por curiosos e pesquisadores do fenômeno. O chefe dos escrivães de Polícia de Taubaté, Ronaldo Dias, disse que as carnes foram examinadas por um perito da Polícia Técnica lotado na Delegacia Regional de São José dos Campos, que as encaminhou, em seguida, ao IML de São Paulo para a obtenção de um laudo minucioso. Da mesma forma, é bom que se frise, o local onde pela segunda vez choveu carne e sangue não se situava dentro da rota aérea São Paulo-Rio, pois as viagens de avião eram feitas pelo litoral, a partir de Ubatuba. Isso afasta qualquer hipótese de uma ave ter sido triturada por um avião, e mais ainda: a carne vinda do espaço, destituída de ossos e penas, caiu em diferentes pontos, perfazendo um círculo.[5]Foto: Notícias Populares, 15-09-1968, p.16. Arquivos de Cláudio Suenaga.O Laboratório de Anatomia, Patologia e Microscopia Legal do Estado, após proceder exames nas amostras colhidas no Bairro da Olaria, em Caçapava, e no Bairro do Paiol, em São José dos Campos, concluiu que a carne que caiu no Vale do Paraíba era de mamífero do sexo feminino. O laudo da análise procedida pelo IML de São Paulo chegou à Delegacia de Polícia de São José dos Campos em 12 de outubro. O documento foi assinado pelo médico Ferdinando de Queiroz Costa que descreve o material examinado como sendo “coração e rim de mamífero do sexo feminino”. O exame limitou-se aos tecidos. Somente um exame mais apurado poderia fornecer respostas conclusivas. O IML procedeu a esse exame mas não revelou a quem ou o que pertencia a carne que “caiu do céu” em Caçapava e São José dos Campos.[6]O Laboratório de Anatomia, Patologia e Microscopia Legal do Estado, após proceder exames nas amostras colhidas no Bairro da Olaria, em Caçapava, e no Bairro do Paiol, em São José dos Campos, concluiu que a carne que caiu no Vale do Paraíba era de mamífero do sexo feminino! Fonte: Notícias Populares, 13-10-1968, p.6. Arquivos de Cláudio Suenaga.A presença de sangue, quase sempre, reflete um quadro de sofrimento a que as camadas menos privilegiadas e mais sofredoras da população vivem submetidas, implicando em um ato de desespero projetado no ambiente externo. O sangue é a fonte da vida, a força e a energia, e portanto comporta diversos significados sagrados. Tribos primitivas sorviam a hemoglobina dos inimigos para fortalecer seus corpos e espíritos. Mas se de um lado diz respeito à vida, do outro denota a banalização da violência, prenunciando genocídios. Para os cristãos, desde o sangue derramado por Cristo no Gólgota até as estátuas da Virgem Maria que choram sangue e as hóstias que se convertem nesse elemento, trata-se de uma esperança derradeira que se insurge ante situações limite, nas quais apelam-se às potências divinas. Investida de um sentido mítico, o sangue torna-se os principal motivo da exacerbação da fé ou da conversão.Com efeito, a linguagem religiosa, com seus signos, ao produzir conhecimentos sobre o mundo, converte-se em instrumento de compreensão de problemas e da forma como esses se relacionam com o mundo. É uma maneira particularizada de expressar as contradições que se encerram em meio às dificuldades enfrentadas. As camadas populares, por si mesmas, são capazes de criar práticas culturais próprias que não estão restritas somente aos limites impostos pela ordem hegemônica, que nem sempre fornece parâmetros adequados para o enfrentamento de determinadas questões.Notas:[1] “Casos malditos”, in Planeta, São Paulo, Ed. Três, nº 3, novembro de 1972, p.7.[2] “Chuva de sangue e carne em S. Paulo”, in Notícias Populares, São Paulo, ano V, nº 1.558, 30-8-1968, primeira página e p.11.[3] Jorge, Moacyr. “Choveu sangue porque foi castigo dos céus”, in Notícias Populares, São Paulo, ano V, nº 1.559, 31-8-1968, p.10.[4] IDEM, “Chuva de sangue e mulher que pega fogo assustam o Vale do Paraíba”, in Notícias Populares, São Paulo, ano V, nº 1.560, 1º-9-1968, p.3.[5] “Voltou a chover carne e sangue no Vale do Paraíba”, in Notícias Populares, São Paulo, nº 1.574, ano V, 15-9-1968, p.2.[6] “Médico-legista confirma: carne que caiu do céu era do sexo feminino!”, in Notícias Populares, São Paulo, nº 1.602, ano V, domingo, 13-10-1968, p.6.Extra: Matéria “Lluvias de sangre”, da autoria de Cláudio Tsuyoshi Suenaga, publicada na revista espanhola Enigmas, nº 128, año XII, julho de 2006.
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (1): 04/04/2023 - A mais intrigante “chuva de sangue” EMERSON
Sobre o Brasilbook.com.br
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.