'Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Caderno nº 7, série “Documentos Históricos: Carta de São Vicente, 1560” - 01/01/1997 Wildcard SSL Certificates
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Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Caderno nº 7, série “Documentos Históricos: Carta de São Vicente, 1560”
    1997
    Atualizado em 26/08/2025 03:40:48

  
  
  


Em 1560, quando a pedido de seus superiores, o Padre José deAnchieta com excepcional capacidade de observação, escreve a cartade São Vicente, a Mata Atlântica compunha ainda um maciço florestal de mais de 1.100.000 km², em perfeito equilíbrio. Não era umagrande área desocupada, ao contrário, milhares de indígenas comela conviviam, daí tirando todos os bens necessários à sua alimentação, saúde, abrigo e cultura material e espiritual.Anchieta, cuja erudição é notável no trato dos mais variados temas,nos oferece um dos mais completos e belos documentos sobre aMata Atlântica de então, descrevendo "as coisas naturais da Capitania de São Vicente" detalhando a diversidade e exotismo de nossafauna e flora e seu uso pelos indígenas e pelos primeiros brasileiros,resultantes da mescla daqueles com os europeus aqui chegados.Em alguns trechos, os mitos se confundem com a realidade, comoquando descreve os beija-flores: "Há ainda outros passarinhos, chamados guainumbî, os mais pequenos de todos; alimentam-se só deorvalho; dêsses há vários generos, dos quais um, afirmam todos,que se gera da borboleta." Isto todavia não lhe rouba o valor documental, antes o enriquece, ao fornecer elementos culturais fundamentais ao conhecimento de nossa história. A carta de São Vicentetraz também informações preciosas sobre os costumes e a línguade nossos índios, sobre plantas medicinais e importantes elementos de nossa culinária.Também em outros documentos posteriores, como na "Informaçãoda Província do Brasil para nosso Padre - 1585", Anchieta volta a descrever nossa floresta e sua incrível biodiversidade, o que sempre fazcom grande conhecimento e admiração e também com sensibilidadepoética como atesta o trecho a seguir: "Todo o Brasil é um jardim emfrescura e bosque e não se vê em todo o ano árvores nem erva sêca.Os arvoredos se vão ás nuvens de admiravel altura e grossura evariedade de especies. Muitos dão bons frutos e o que lhes dá graçaé que ha neles muitos passarinhos de grande formosura e variedade e em seu canto não dão vantagem aos rouxinois, pintasilgos, colorinos,e canarios de Portugal e fazem uma harmonia quando um homemvai por êste caminho, que é para louvar ao Senhor, e os bosquessão tão frescos que os lindos e artificiais de Portugal ficam muitoabaixo. Ha muitas árvores de cedro, aquila, sandalos e outros pausde bom olor e várias côres e tantas diferenças de folhas e flores quepara a vista é grande recreação e pela muita varidade não se cansade ver."A Carta de São Vicente é um dos diversos documentos do "apóstolodo Brasil" que chegaram aos nossos dias graças à pesquisa de vários historiadores e publicações dos séculos dezessete, dezoito,dezenove e vinte. A versão aqui apresentada reproduz integralmente,incluindo a ortografia, aquela publicada em 1933 pela Editora CivilizaçãoBrasileira sob o título de "Cartas - Informações, Fragmentos Históricose Sermões do Padre Joseph de Anchieta, S. J. (1554-1594)", gentilmente cedida a esse Conselho pelo Dr. Paulo Nogueira - Neto.As notas que a seguem são da autoria do Dr. Afrânio do Amaral,então diretor do Instituto Butantan, do Dr. Olivério Mario de OliveiraPinto, assistente do Museu Paulista e do Sr. Pio Lourenço Correia. Anota de número 1 indica outros colaboradores. Em respeito ao documento manteve-se sem alterações informações taxonômicas, mesmo que tenham sido posteriormente alteradas pela ciência.

Escrita em São Vicente, "que é a última povoação dos portuguesesna Índia Brasílica voltada para o sul, no ano do Senhor 1560, no fimdo mês de maio", essa carta é a primeira descrição detalhada daMata Atlântica de que se tem conhecimento. Por essa razão o Conselho Nacional da Reserva da Biosfera, propôs a declaração do 27de maio como dia nacional da Mata Atlântica, homenageando simultaneamente a floresta-mãe da Nação Brasileira e o Padre José deAnchieta, no momento em que os 400 anos de seu falecimento sãocelebrados. [Páginas 7 e 8]

subterraneos; quando estão ocupadas na procreação atacam a gente;andam pela grama em saltos de tal modo apressados, que os Indiosdizem que elas voam; uma só vez que mordam, não ha mais remédio:paralizam-se a vista, o ouvido, o andar e todas as ações do corpo,ficando sòmente a dôr e o sentimento do veneno espalhados pelocorpo todo, até que no fim de vinte e quatro horas se expira (18).Entretanto, quasi todos os Indios torram ao fogo e comem dessascobras e de outras, depois de lhes tirarem a cabeça; assim comotambem não poupam aos sapos, lagartos, ratos e outros animaisdêsse genero (18-A).Ha tambem outras admiravelmente pintadas de várias côres, de preto,de branco. de encarnado semelhante ao coral, as quais os Indiosapelidam ibîbobóca, isto é, “terra cavada”, porque elas no rojaremfendem a terra à maneira de toupeiras; estas são as mais venenosasde todas, porém mais raras (19).Ha tambem outras, que são denominadas pelos lndios bóiguatiára,isto é, “cobras pintadas”, por causa das suas diversas variedadesde pintura; estas são igualmente mortíferas (20).Ha tambem outras quasi semelhantes, chamadas jararáca e tambembóipeba, isto é, “cobras chatas”, porque quando feridas, contraemse e ficam mais largas; a mordedura dessas é também mortal (21).Ha ainda outras, que se chamam bóiroiçanga, isto é, “cobras frias”,porque a sua mordedura comunica ao corpo um grande frio; estas,conquanto maiores do que as outras, são menos venenosas (porisso que não causam a morte); têm toda a bôca armada de dentesagudos, o que não se dá com as outras, pois as outras têm apenasquatro dentes curvos, tão subtis e ocultos que, se não se observacom cuidado, poder-se-há supor que os não têm; neles é que está apeçonha (22).

Todas estas, porém, exceto as que são venenosas, das quais ha,não só grande cópia, mas também diversidade, são tão frequentes, não se póde viajar sem grande perigo: vimos cães, porcos e outrosanimais sobreviverem quando muito seis ou sete horas á mordeduradelas. Não raro temos caído em semelhantes perigo, tendo-asencontrado muitas vezes correndo pelos caminhos de um lado paraoutro em alguns povoados, a que nos tem chamado o nosso dever.Uma vez, voltando eu para Piratininga de certa povoação dePortugueses, para onde a obediencia me fizera ir com outro irmão aensinar a doutrina, encontrei uma cobra enroscada no caminho; fazendoprimeiramente o sinal da cruz, bati-lhe com o bastão e matei-a. Poucodepois começaram três ou quatro pequenos filhos a andar pelo chão;e admirando-nos de onde aquelas que antes não apareciam tinhamsaido tão de repente, eis que começaram a sair outros do ventrematerno: e sacudindo eu o cadaver apareceram outros filhos ainda,em numero de onze, todos animados e já perfeitos, exceto dois. Ouvitambem contar, por pessoas dignas de crédito, de uma outra emcujo ventre foram encontradas mais de quarenta (23). Todavia, nomeio de uma multidão tão grande e frequente delas, o Senhor nosconserva incolumes, e confiamos mais nele do que em contra-venenoou poder algum humano; só descansamos em Jesus, Senhor nosso,que é o unico que póde fazer com que nenhum mal soframos,andando assim por cima de serpentes.

Ha tambem outras como pequenos escorpiões, que habitam emcertos montes de terra feitos pelas formigas: a estas chamam osÍndios bóiquíba, isto é, “cobras de pés pequenos”, piolhos de cobras:são vermelhas, pouco maiores que aranhas: têm duas cabeças,como os caranguejos, e a cauda recurvada, na qual têm uma unhatambem curva, com que ferem. Não matam, mas incomodamextraordinariamente, de maneira que a dôr que produzem não passaantes de vinte e quatro horas (24).O que direi das aranhas, cuja multidão não tem conta? Umas são umpouco ruivas, outras côr de terra, outras pintadas, todas cabeludas; julgariasque são caranguejos, tal é o tamanho do seu corpo: são horriveis de verse, de maneira que só a sua vista parece trazer deante de si veneno (25). [Páginas 20 e 21]

Até nas pedras se encontra o que admirar e com que exaltar aonipotencia do supremo e otimo Deus, maximè em uma que serveparaafiar espadas; mas tem isto de maravilhoso, que qualquer parte delaque tocares em as mãos se torna flexivel como o couro e a moveráscomo cousa apertada por um nó, de maneira que não parece umapedra só, mas sim muitas reunidas por diversas juntas (75).Encontram-se em certo rio habitado pelos inimigos, a umas 50 milhasde Piratininga, muitas conchas, nas quais se criam certas pedrinhastransparentes, que querem sejam perolas: têm o tamanho do grãode bico e algumas maiores.Isto é quanto me ocorre dizer das árvores, plantas e pedras.Acrescentarei agora poucas palavras acêrca dos espectros noturnosou antes demônios com que costumam os Índios aterrar-se.

É cousa sabida e pela bôca de todos corre que ha certos demônios, a que os Brasis chamam corupira, que acometem aos Índios muitas vezes no mato, dão-lhes de açoites, machucam-os e matam-os. São testemunhas disto os nossos Irmãos, que viram algumas vezes os mortos por eles. Por isso, costumam os Índios deixar em certo caminho, que por ásperas brenhas vai ter ao interior das terras, no cume da mais alta montanha, quando por cá passam, penas de aves, abanadores, flechas e outras cousas semelhantes como uma especie de oblação, rogando fervorosamente aos curupiras que não lhes façam mal.

Ha tambem nos rios outros fantasmas, a que chamam Igpupiára (77),isto é, que moram n’agua, que matam do mesmo aos Indios. Nãolonge de nós ha um rio habitado por Cristãos, o que os Indiosatravessavam outrora em pequenas canôas, que fazem de um sótronco ou de cortiça, onde eram muitas vezes afogados por eles,antes que os Cristãos para lá fossem.

Ha também outros, maximè nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios, e são chamados baetatá, que quer dizer “cousa de fogo”, o que é o mesmo como se dissesse “o que é todo fogo”. Não se vê outra cousa senão facho cintilante correndo daqui para ali; acomete rapidamente os Índios e mata-os, como os curupiras: o que seja isto, ainda não se sabe com certeza.

Ha tambem outros espectros do mesmo modo pavorosos, que nãosó assaltam os Indios, como lhes causam dano; o que não admira,quando por êstes e outros meios semelhantes, que longo fôraenumerar, quer o demônio tornar-se formidável a êstes Brasis, quenão conhecem a Deus, e exercer contra eles tão cruel tirania.

Dêstes Brasis direi, em último lugar, que quase nenhum se encontraentre eles afetado de deformidade alguma natural; acha-se raramenteum cego, um surdo, um mudo ou um coxo, nenhum nascido fóra detempo (79). Todavia, ha pouco tempo, em uma aldeia de Indios, auma ou duas milhas de Piratininga, nasceu uma criancinha, ou antesum monstro, cujo nariz se estendia até ao queixo, tinha a bôca abaixodêste, os peitos e as costas semelhantes ao lagarto aquatico, cobertasde horrendas escamas as partes genitais perto dos rins; a qual seupai, assim que nasceu, fez enterrar viva. A esta morte condenamtambem os que suspeitam terem sido concebidos em adulterio.Não é talvez menos para admirar o ter nascido em Piratininga umporco hermafrodita que, segundo creio, ainda está vivo.Narrei essas cousas brevemente, como pude, posto que não duvidesque haja muitas outras dignas de menção, que são desconhecidasa nós, ainda aqui pouco praticos. Rogamos entretanto aos que achemprazer em ler e ouvir estas cousas, queiram tomar o trabalho de orarpor nós e pela conversão dêste país.Escrito em São Vicente, que é a última povoação dos Portugueses na IndiaBrasilica voltada para o Sul, no ano do Senhor 1560, no fim do mês de Maio.O minimo da Companhia de Jesus. [Páginas 34 e 35]

Biografia do Padre José de AnchietaJosé de Anchieta nasceu na cidade de São Cristóvão da Laguna,capital da ilha de Tenerife, nas Ilhas Canárias, no dia 19 de março de1534, dia de São José.Em 1550, foi à Coimbra para cursar a Universidade. A escolha dePortugal e não da Espanha é ponto de sua biografia ainda nãoesclarecido.No noviciado em Coimbra a rígida disciplina enfraqueceu ainda maiso organismo naturalmente débil de Anchieta. Além disso, sofreu umacidente sério, uma escada caiu-lhe com violência nas costas, ficandocorcovado para o resto da vida. Mais de dez anos depois, relatandoos sucessos de Iperoig, aludiria ele à sua moléstia: “como minhascostelas ainda cansem e doem como soiam e têm mui poucasforças...”

Enquanto, sem esperança de cura, era tratado no Colégio de Coimbra, pedidos insistentes de novos missionários chegavam do Brasil. “Por conselhos médicos”, Anchieta foi enviado ao Brasil. Quando chegou ao Brasil, Anchieta tinha dezenove anos. Veio na frota de D. Duarte da Costa, nomeado segundo governador geral, na terceira leva de jesuítas enviados ao Brasil. Partiram de Lisboa no dia 8 de maio de 1553 e chegaram a Salvador, em 13 de julho do mesmo ano.

Nesta época o Padre Nóbrega achava-se em São Vicente, para ondehavia seguido com Tomé de Souza. Na capitania vicentina, o jesuítahavia planejado fundar uma povoação nos campos de Piratininga,tendo reunido ali três aldeias de índios.

Após breve temporada na Bahia, trabalhando com a catequese de índios, Anchieta chegou com outros jesuítas à São Vicente em 24 de dezembro de 1553, com a missão de fundar o Colégio de Piratininga. No Brasil onde “as medicinas são trabalhos, longas caminhadas, ofícios grosseiros, assistência penosa aos índios” recuperara a saúde.

A missão fundadora galgou a serra de Paranapiacaba, “por um dosmais trabalhosos caminhos que há em muita parte do mundo”, edeixando a mata acampou no local escolhido por Nóbrega, entre osriachos Tamanduateí e Anhangabaú. Aí levantaram os índios deTibiriçá e Caubí a “paupérrima e estreitíssima casinha” em que sedisse a primeira missa a 25 de janeiro de 1554, dia da conversão doapóstolo são Paulo, “por isso a ele dedicámos a nossa casa”, disseAnchieta.Sua superioridade de letrado, falava quatro línguas: português,espanhol, latim e “brasílica”, sua disciplina de ferro, aprendida naCompanhia de Jesus, seu devotamento deram-lhe logo, apesar dasimplicidade de irmão, um lugar de evidência na comunidade.Nóbrega não podia deixar de se utilizar, em todas as oportunidadesde tanta inteligência e tanto zelo, fazendo dele seu auxiliar prediletonos trabalhos da catequese.Apesar de sofrer alguns ataques indígenas, especialmente dos tupis,a aldeia de Piratininga florescia. Anchieta dedicava-se a escrever.Entre outros escritos foi o autor de inúmeras e divertidas peças deteatro que encenava para os índios e o primeiro a formular a gramáticada língua mais falada na costa do Brasil, o tupi - guarani, que foipublicada em Coimbra em 1595. Foi também a primeira gramáticadesde os gregos antigos, escrita por um ocidental, que não sebaseava nas regras do latim.As necessidades da catequese e do ensino dividiam a atividade deAnchieta entre as vilas do mar e de São Paulo. Perambulou pelolitoral paulista catequisando, ensinando e batizando índios. Diz a lendaque ele costumava abrigar - se para dormir em uma pedra conhecidacomo “cama de Anchieta” em Itanhaém. Na antiga Iperoig, hojeUbatuba, foi refém dos tamoios e nessa situação escreveu o seufamoso poema à Virgem Maria.Em fevereiro de 1564, chegava a frota enviada por Portugal, sob ocomando de Estácio de Sá, com a intenção de expulsar os francesesdo Rio de Janeiro que ali haviam se instalado e feito aliança com ostamoios. [Páginas 49 e 50]



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ME|NCIONADOS Registros mencionados (4):
08/05/1553 - Partida de Duarte da Costa
13/07/1553 - Chega à Bahia o segundo governador-geral do Brasil
24/12/1553 - “E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão”
27/05/1560 - Carta de José de Anchieta escrita de São Vicente: parte III
EMERSON

  


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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.