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Como valor do salário mínimo é definido e por que não é de R$ 6.500? Maria Luiza Pereira. Colaboração para o UOL, em São Paulo
    6 de julho de 2022, quarta-feira
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  


O salário mínimo no Brasil em 2022 é de R$ 1.212. Segundo cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o valor deveria ser de R$ 6.527,67 em junho para suprir as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas. O salário mínimo oficial é determinado por lei e abrange todo o território nacional, incluindo trabalhadores rurais e urbanos. Mas por que ele não chega a esse valor do Dieese. Como ele é determinado?Fatores econômicas determinam valor"O salário mínimo é determinado por fatores econômicos e políticas sociais. No Brasil, por exemplo, até 2019, levava em consideração o Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior e a inflação no país de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do mesmo período. A partir de 2020, passou a ser reajustado apenas pelo INPC", diz o advogado Francisco de Assis Brito Vaz, sócio da área trabalhista do escritório SiqueiraCastro.Cada país determina uma regra sobre o seu salário mínimo. O do Brasil foi criado em 1940, no governo de Getúlio Vargas. O objetivo era dar condições às famílias de comprar o mínimo de alimentos e manter outros gastos, como moradia e transporte. Ao longo dos anos, podem ocorrer perda do poder de compra, por causa da inflação, que nem sempre é reposta.Os especialistas dizem que a economia do país limita os aumentos. Nem as empresas nem o governo conseguiriam manter os gastos com um salário mínimo muito alto, segundo eles.Empresas demitiriam se salário fosse maiorPara os analistas, um aumento considerável do valor do salário mínimo acarretaria em mais demissões, pois as empresas não teriam dinheiro para pagar os funcionários."O dilema do salário mínimo é que, caso ele seja muito baixo, precariza as relações de trabalho. E um salário mínimo muito alto tem o mesmo efeito, por causa das demissões e da informalidade de trabalho", diz o economista Marcelo Neri, da FGV (Fundaçao Getulio Vargas). A informalidade é a contratação de trabalhadores sem carteira assinada. Nesse caso, a empresa evita pagar o salário mínimo.Para Paulo Feldmann, professor de economia na USP (Universidade de São Paulo), é possível aumentar o salário mínimo somente quando a economia está bem, porque isso evitaria demissões."O aumento do salário mínimo foi muito grande entre 2007 e 2010, e isso foi ótimo naquele momento, pois o desemprego estava em queda e o consumo estava aumentando. As empresas tinham condição de pagar seus funcionários. Mas foi um momento econômico muito diferente do atual", diz.Salário impacta também as contas públicasO salário mínimo não afeta só as empresas privadas. Vários gastos públicos estão ligados a ele, como aposentadorias do INSS e benefícios sociais para famílias pobres."O nosso salário mínimo tem um grande impacto sobre a previdência, porque o rendimento dos aposentados também é regulado pelo seu valor. Quando aumenta o salário mínimo, o governo tem que aumentar o valor da previdência", explica Feldmann."Fora isso, um sério problema para as contas do governo são as pessoas que nunca contribuíram com a previdência e que hoje recebem um salário mínimo."Além de aposentadorias, diversos benefícios e políticas de transferência de renda também sobem quando o salário mínimo é reajustado, como o BPC (benefício de prestação continuada, pago a idosos e deficientes de baixa renda), seguro-desemprego e abono salarial.O salário mínimo ideal pode ser uma realidade?Segundo Feldmann, os cálculos do Dieese levam em conta os gastos básicos, mas estão distantes da realidade."Apesar de ser bastante válido o cálculo, os valores são completamente diferentes do que é hoje o salário mínimo. E cerca de 70% dos brasileiros não ganham nem sequer R$ 3.000 por mês. A proposta do Dieese é mostrar que a renda do Brasil é muito baixa, embora o valor que eles sugerem não seja viável economicamente porque as empresas não teriam condição de pagar nem a metade disso", declara.Alternativas para a situaçãoNão há uma solução fácil e rápida quando se fala em aumento do salário mínimo sem ter como contrapartida o crescimento do desemprego e a alta inflacionária, mas os especialistas analisam os diversos fatores econômicos envolvidos nessa questão."Para se chegar a um patamar de salário mínimo mais digno sem ter como consequência esses efeitos colaterais, seria necessário aumentar a produtividade de modo proporcional, o que depende, entre outros fatores, de políticas públicas capazes de alavancar a economia, reduzindo as desigualdades sociais, começando pela melhoria na educação e buscando uma maior qualificação da mão de obra.", afirma Brito Vaz, da SiqueiraCastro.Para Juliana Inhasz, coordenadora do curso de Economia do Insper, a primeira medida seria o governo ajustar a dívida pública e controlar a inflação."O governo precisa analisar os problemas estruturais da economia com bastante atenção. É só resolvendo essas questões que o Brasil vai crescer economicamente, e é crescendo economicamente que vamos ter condições de pagar um salário mínimo maior."





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Sobre o Brasilbook.com.br

Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?

Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.

Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?

Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:

1. Visão Didática (Essencial)
Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.

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3. Visão Documental (Completa e Aberta)
Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.

Comparando com outras fontes
A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.

Conclusão:

Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.

Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!