'A proibição da maconha é racista, consultado em cartacapital.com.br - 30/11/2018 Wildcard SSL Certificates
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
Registros (225)Cidades (0)Pessoas (0)Temas (0)


A proibição da maconha é racista, consultado em cartacapital.com.br
    30 de novembro de 2018, sexta-feira
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  


Não é exagero dizer que o racismo foi elemento central na história da proibição da maconha e, aqui no Brasil, o preconceito foi escancarado no próprio texto das leis. Nessa questão, nosso País ainda entrou para a história com um vergonhoso protagonismo na articulação pela criminalização da cannabis em escala global.Se um dia lançarem um livro para contar a história da proibição da maconha, o Brasil será citado logo nas primeiras páginas. Isso porque a primeira lei do mundo a criminalizar o uso da maconha, de 1830, é um produto da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.Dizia o texto: “É proibida a venda e o uso do pito do pango, bem como a conservação dele em casas públicas. Os contraventores serão multados, a saber: o vendedor em 20$000, e os escravos e mais pessoas, que dele usarem, em três dias de cadeia”.Uma bravata comum desta época dizia que “maconha em pito faz negro sem vergonha”.Na política internacional, o Brasil tem contribuições importantes no lobby para proibição da maconha. A apresentação, em 1915, do médico Rodrigues Dória, no Segundo Congresso Científico Pan-americano, realizado nos Estados Unidos, escancara bem nossa posição.Na ocasião, o doutor Dória, médico renomado da Universidade Federal da Bahia, apresentou o estudo intitulado “Os fumadores de maconha: efeitos e males do vício”, indicando que a maconha foi introduzida no Brasil pelos negros escravizados, como sendo uma vingança da “raça subjugada” pelo roubo da liberdade.O médico também mirava o canhão do preconceito contra a utilização da maconha em rituais religiosos e alertava que a erva servia para “produzir alucinações e excitar os movimentos nas danças selvagens dessas reuniões barulhentas”.A legislação de drogas no século XXI não conta com este racismo explícito para justificar a criminalização de algumas drogas e a atual lei de drogas brasileira (11.343/06) foi precocemente celebrada por acabar com a pena de prisão para usuários.Infelizmente o resultado foi justamente o oposto, pois provocou um expressivo crescimento da população carcerária condenada por tráfico. O percentual de presos pelo crime no Brasil foi de 8,7% em 2005 para 32,6% da população carcerária em 2017.Difícil acreditar que este aumento seja resultado do sucesso das ações repressivas ou de um crescimento no número de braços trabalhando para o narcotráfico. Na verdade, as prisões tem sido ocupadas por usuários pobres, que não contam com auxílio jurídico para se defender do porte de pequenas quantidades de droga.E o pior é que isto ocorre com contribuição da lei que deveria acabar com a pena de prisão para usuários. O problema é que a lei determina a aplicação de critérios controversos para separar quem porta para uso pessoal daquele com intenções comerciais.Diz o texto da lei 11.343/06 que, para determinar se a droga se destinava a consumo pessoal, o juiz deve analisar a quantidade apreendida, o local da apreensão e o histórico de vida do acusado.Estes critérios podem servir para sentenciar por tráfico, com uma pena de 5 a 15 anos de prisão, o indivíduo preso em alguma região pobre, pelo simples fato do local ser dominado por traficantes. O juiz pode alegar que se ele estava naquele lugar, também deve trabalhar para o tráfico. A questão do histórico de vida é outra covardia. Neste caso, pode se aplicar a regra do “uma vez traficante, sempre traficante”.Prova deste modus operandi da política proibicionista consta na tese de mestrado de Orlando Zaccone, delegado de polícia do Rio de Janeiro.Zaccone analisou, no ano de 2005, registros de ocorrência envolvendo drogas em diversas delegacias da cidade do Rio de Janeiro e percebeu que a repressão muda de acordo com o perfil econômico dos bairros.Naquele ano, a 34ª DP (Bangu), um bairro de classe média baixa da Zona Oeste do Rio, registrou 186 flagrantes de tráfico. A 21ª DP (Bonsucesso), próxima aos Complexos do Alemão e da Maré, registrou 73 ocorrências de tráfico. Na parte mais abastada da cidade a 14ª DP (Leblon) registrou nove casos de tráfico e a 13ª DP (Ipanema) apenas cinco.A Barra da Tijuca, bairro famoso pelos condomínios de alto padrão, parece um território livre das drogas, já que apenas três traficantes foram presos pela delegacia da região ao longo de um ano.Não é possível afirmar, com base nestas estatísticas, que a periferia do Rio é dominada pelo tráfico e que os bairros mais ricos são ilhas de abstinência. Estes dados são resultado de uma ação seletiva do proibicionismo. Mais uma vez, o racismo e a divisão de classes são elementos centrais destas políticas públicas.O tráfico e o consumo de drogas são uma realidade dos becos das favelas e dos apartamentos milionários da orla. Entretanto, a realização de ações repressivas muda de maneira significativa de acordo com CEP onde ocorre a ação.A guerra às drogas nos bairros mais pobres é feita com Caveirão (aéreo e terrestre), entrada em residências sem preocupações com formalidades judiciais e um inaceitável saldo de mortes entre moradores e policiais. Quando a repressão ocorre nos bairros mais abastados, geralmente se respeita as normas para execução dos mandados de busca ou prisão, executadas no protocolar horário de seis horas da manhã e com o devido respeito à privacidade do acusado.Só o racismo e o preconceito contra os mais pobres explicam a adoção de uma estratégia de guerra às drogas que aponta as armas apenas para o lado mais desfavorecido da cidade.São raras as operações que buscam minar a estrutura do narcotráfico combatendo, por exemplo, a lavagem de dinheiro das drogas que é feita com a conivência de respeitáveis instituições financeiras.Não é por acaso que existe o estereótipo de traficante como um homem negro e morador de favela. Alguém parou para pensar que ele também pode ser alguém que usa terno bem cortado, é proprietário de um helicóptero e tem livre circulação na política institucional?



\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\28596icones.txt


ME|NCIONADOS Registros mencionados (2):
01/10/1830 - Lei*
07/08/1867 - Aventura de britânico pelo Brasil há 150 anos orienta visita ao interior
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.