HISTÓRIA DA MEDICINA (págs. 29 a 31) Primeiros médicos no Brasil
2014 Atualizado em 06/11/2025 15:52:58
•
•
•
Documentos pouco confiáveis e informações controversas caracterizam o cenário para uma visão histórica dos primeiros esculápios em solo brasileiro. Entretanto, com certa segurança, podemos afirmar que os primeiros médicos que pisaram ou atuaram em solo brasileiro foram Mestre João, integrante da frota de Cabral; Jorge de Valadares, integrante da comitiva de Tomé de Souza; e Jorge Fernandes, membro da comitiva de D. Duarte da Costa. Todos, cristãos-novos.O êxodo de judeus e cristãos-novos para o Brasil é fartamente documentado na literatura e ocorreu, principalmente, quando surgiram rumores que D. João III tentava implantar a Santa Inquisição em Portugal. O temor da perseguição, que os judeus conheceram bem na Espanha, fez com que procurassem terras distantes para viver e exercer seus ofícios.O pai de D. João III, o rei D. Manoel, e seu antecessor, D. João II, aproveitaram habilmente a capacidade e os conhecimentos dos fugitivos judeus sefarditas (ou sefaradistas) da Espanha, que participaram ativamente do projeto de navegação e das descobertas de novas terras, através da elaboração de mapas, astrolábios e cálculos náuticos. Judeus, meio judeus e cristãos-novos vieram em grande número para povoar a nova colônia portuguesa, com suas capitanias, desde a de Pernambuco, ao Norte, até a de São Vicente, ao Sul. Entre eles estavam os primeiros profissionais da Medicina no Brasil.Mestre JoãoDentre os três primeiros médicos que pisaram em solo brasileiro, os dados mais confiáveis são os de Mestre João, em virtude da carta enviada ao rei D. Manoel, na época do descobrimento do Brasil. Espanhol, oriundo da Galícia, seu nome verdadeiro nome era Joan Faras. Foi o primeiro médico e cientista a atuar no País. Era também astrônomo, astrólogo, cosmógrafo, físico (como os médicos eram então conhecidos) e cirurgião particular de D. Manuel, rei de Portugal. Intitulava-se bacharel em Artes e Medicina. Segundo Henrique Simões, o exercício de tantas “artes” por uma só pessoa deve-se ao fato de ser comum, naquela época, médicos e cirurgiões cultivarem a astronomia, a alquimia, a astrologia, a cosmologia, a física e a cosmografia.Mestre JoãoAlém de ser o médico oficial da frota de Pedro Álvares Cabral, Mestre João tinha uma missão muito importante – descobrir, por meio da observação das estrelas, que terra era aquela e em que latitude se localizava. Especula-se que Mestre João poderia fazer parte do grupo de refugiados judeus que fugiram para Portugal em virtude da perseguição da Santa Inquisição espanhola ou pertenceria a uma das 600 famílias abastadas que conseguiram licença de permanência no território português, por meio de pagamento em ouro à coroa.Carta de Mestre João e astrolábio similar ao utilizado pelo médico portuguêsFicou mais conhecido quando da publicação da “Carta do Mestre João”, descoberta somente no século 19 pelo historiador Francisco Adolfo Varnhagen, na Torre do Tombo, em Portugal, e publicada no Brasil, pela primeira vez, na revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em 1843.
Na carta, escrita em um misto de espanhol e português quinhentista, ele dá ciência ao rei do “descobrimento” ou do “achamento” do Brasil, o médico informa, indiscretamente, que para saber sua localização bastava consultar o mapa de Pero Vaz Bisagudo – nunca publicado –, no qual já constaria a localização da nova terra encontrada.Mas o feito mais notável desse pioneiro da Medicina no Brasil se deu no campo da astronomia. Ao observar as estrelas que apareciam no céu da Bahia, uma constelação de extraordinária beleza chamou sua atenção. Estudando a disposição dessa constelação, Mestre João a comparou a uma cruz e a batizou então de “Cruzeiro do Sul”: “... estas estrelas, principalmente as da cruz, são grandes quase como as do carro; e a estrela do polo antártico, ou Sul, é pequena, como a do Norte, e muito clara, e a estrela que está em cima de toda a cruz é muito pequena”. Os europeus já tinham conhecimento de sua existência. O primeiro a descrevê-las foi o grego Claudio Ptolomeu, no ano 130 de nossa era. Também os nativos da nova terra a conheciam, denominando-as de Pauí-Pódole. Mas ao referir-se a elas como “a Cruz”, Mestre João – segundo Eduardo Bueno – tornou-se o padrinho da mais famosa constelação do hemisfério austral.Chegada de Tomé de Souza ao BrasilSabe-se que o médico desceu apenas uma vez à praia com o objetivo de cumprir sua função de medir a latitude da nova terra e o fez com seu grande astrolábio de madeira. Mediu a altura do sol e calculou a latitude de aproximadamente 17 graus (considerada bem precisa, comparada com o valor aceito hoje – 16º 21’ 22’’). O motivo de ter descido à praia apenas uma vez está bem detalhada em sua missiva ao Rei: “...saberá Vossa Alteza que, acerca das estrelas, eu tenho trabalhado o que tenho podido, mas não muito, por causa de uma perna que tenho muito mal, que de uma coçadura se me fez uma chaga maior que a palma da mão; e também por causa de este navio ser muito pequeno e estar muito carregado, que não há lugar para coisa nenhuma”. Em relação ao “Cruzeiro do Sul”, mestre João explica ao rei porque não lhe manda mais detalhes: “Somente mando à Vossa Alteza como estão situadas as estrelas, mas em que grau está cada uma não pude saber, antes me parece ser impossível, no mar, tomar-se altura de nenhuma estrela, porque eu trabalhei muito nisso e, por pouco que o navio balance, se erram quatro ou cinco graus, de modo que se não pode fazer, senão em terra “. A competência e a história da carreira médica de Mestre João são desconhecidas, mas a descrição do Cruzeiro do Sul deve ser destacada como um importante feito na atuação do primeiro médico a pisar em solo brasileiro.
Os outros doisJorge de Valadares, primeiro médico diplomado a atuar no Brasil, veio integrando a comitiva do governador geral Tomé de Souza, exercendo o cargo de físico-mor em Salvador. Sabe-se muito pouco sobre esse profissional. É segura a informação de que recebia salário de 2.000 réis mensais e mais 40 réis para mantimentos. Assumiu o cargo em 1º de maio de 1549, exercendo-o até 1554. Faleceu três anos mais tarde.
Jorge Fernandes foi o sucessor de Valadares, ocupando o cargo de físico-mor de Salvador, sede do governo geral do Brasil. Veio com a comitiva do governador Duarte da Costa. Nomeado em 20 de abril de 1553, com ordenado um pouco melhor que seu antecessor (60 mil réis anuais), exerceu seu cargo até 1557, mas viveu, na Bahia, por muito tempo ainda, sendo perseguido pela Santa Inquisição por práticas da religião judaica, apesar de se apresentar como cristão-novo. Teve também problemas de relacionamento com o bispo Pedro Fernandes Sardinha.
Referências1. Bueno, E. Brasil: terra à vista – A aventura ilustrada do descobrimento. Porto Alegre: L&M Pocket, 2003.2. Simões, H. C. As cartas do Brasil. Ilhéus: Editus, 1999.3. HTTP://anussim.org.br/os primeiros médicos em solo brasileiro*Médico especialista em Reumatologia e Clínica Médica e coordenador da Câmara Técnica de Bioética do CremespEste conteúdo teve 2878 acessos.
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.